III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA POSSIBILIDADES E LIMITES DA ATUAÇÃO DO ASSISTENTE SOCIAL NO PROCESSO TRANSEXUALIZADOR DO SUS. Luiza Carla Cassemiro1 Este trabalho abrange parte das minhas investigações realizadas na dissertação de mestrado em Serviço Social da PUC-Rio e também considera minha atuação enquanto assistente social do Programa Rio Sem Homofobia no Rio de Janeiro. O objetivo é focalizar o trabalho dos assistentes sociais no Sistema Único de Saúde a partir de sua intervenção no processo transexualizador no âmbito dos hospitais universitários do Brasil. Refletir também como eles operacionalizam esse processo, encaminham seus projetos profissionais, aprofundam a análise da política de Saúde. A publicação da norma sobre o Processo Transexualizador no SUS foi uma importante conquista para segmento “trans” como abertura de integração a atenção à saúde. Portanto, os desafios na reestruturação SUS será um grande avanço na superação da discriminação contra essa população, uma vez que efetivará a garantia de direitos para que estes sujeitos sejam reconhecidos independentemente da sua identidade de gênero, sendo este um compromisso ético-político. PALAVRAS-CHAVE: Política de Saúde; Processo Transexualizador do SUS e Assistente Social. 1 Mestre em Serviço Social pela PUC-Rio, docente do curso de Serviço Social da Universidade Estácio de Sá e trabalhou como assistente social no Centro de Referência de Promoção da Cidadania LGBT (Programa Rio sem Homofobia) da SEASDH. E-mail: [email protected]. 1 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA Este trabalho abrange parte das minhas investigações realizadas na dissertação de mestrado em Serviço Social da PUC-Rio. Também considera minha atuação enquanto assistente social do Programa Rio Sem Homofobia no Rio de Janeiro, trazendo aspectos referentes ao encontro com a temática LGBT, gênero e identidade de gênero, resultante da minha aproximação acadêmica de estudos e pesquisas que envolvem esses temas e também leva em consideração o contato com pessoas transexuais em minha rede pessoal de relacionamentos. Tal estudo se configura como uma pesquisa de gênero e identidade de gênero e futuramente como projeto de tese de doutorado, visa possibilitar uma reflexão acerca da relação do trabalho profissional do assistente social com o processo transexualizador no Sistema Único da Saúde (SUS). O objetivo é focalizar o trabalho dos assistentes sociais no Sistema Único de Saúde a partir de sua intervenção no processo transexualizador no âmbito dos hospitais universitários do Brasil. Refletir também como eles operacionalizam esse processo, encaminham seus projetos profissionais, aprofundam a análise da política de Saúde. E em se tratando da política de Saúde, é importante avaliar os desafios, limites e possibilidades colocados a esse profissional. Em Novembro de 1997, o Conselho Federal de Medicina, aprovou a Resolução nº 1482/97 que autoriza a realização das cirurgias de transgenitalização nos hospitais universitários em âmbito nacional. Trata-se de um procedimento para a readequação sexual das pessoas transexuais. A Resolução Nº 1.652/2002 do Conselho Federal de Medicina no que concerne às condições de viabilização dessas cirurgias e procedimentos complementares sobre gônadas e caracteres sexuais secundários exige que a equipe de saúde deva ser multiprofissional composta por psicólogo, assistente social, médico endocrinologista, psiquiatra, urologista e ginecologista. A publicação dessa norma foi uma importante conquista para segmento das pessoas transexuais, pois viabilizou a abertura de integração a atenção à saúde, aprofundando o debate sobre gestão da política de saúde, favorecendo assim tanto a inclusão das (os) transexuais no Sistema Único de Saúde quanto a cooperação entre os profissionais de Saúde que prestam assistência à população transexual na rede pública de saúde e que seguem as normas éticas do 2 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA Conselho. Portanto, os desafios na reestruturação do SUS será um grande avanço na superação da discriminação contra essa população e efetivará a garantia de direitos para que sejam reconhecidos, independentemente da sua identidade de gênero, sendo este um compromisso ético-político. Tal importância foi motivada pela minha inserção como assistente social no Centro de Referência de Promoção da Cidadania LGBT, no município do Rio de Janeiro (RJ), durante o período de 1 (um) ano (Fevereiro 2011/ Fevereiro 2012) e também pela defesa da minha dissertação intitulada: “Tenho direito de ser Amapô: as trajetórias de travestis e transexuais face à implementação das políticas públicas de Assistência Social e Saúde”, em julho de 2010, na PUC-Rio . Meu interesse por pessoas transexuais2 foi despertado desde a graduação, perpassando pelo mestrado. Assim, ao longo da minha vida acadêmica tenho me debruçado sobre o tema geral da diversidade de gênero e as implicações desta diversidade no acesso às políticas sociais, o que tem se mostrado de grande importância para o Serviço Social. Minha aproximação com a temática da diversidade sexual teve início na construção da monografia do curso de Serviço Social que concluí no ano de 2003 na Universidade de Taubaté/SP. Aquele trabalho tinha como objetivo discutir o acesso dos homossexuais masculinos às políticas públicas, especialmente a política de Assistência Social, verificando a incorporação do discurso da cidadania como direito universal. Mais tarde, num estudo realizado no Mestrado do Departamento de Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), me aproximei da diversidade de gênero. Durante sua realização busquei atribuir ênfase e contribuir para identificar as possíveis demandas de travestis e transexuais face à implementação de políticas públicas, especialmente as de Assistência Social e Saúde. A pesquisa para construção da dissertação foi realizada no mês de Setembro de 2009, no município do Rio de Janeiro (RJ), no grupo Transrevolução e com outros indivíduos “trans” que não frequentavam o grupo. Tratava-se de um grupo político que trabalha com 2 A categoria pessoa transexual nesse estudo refere-se a homens e mulheres, incluindo travestis, transexuais ou quaisquer outras formas de expressão de gênero que não guardem relação direta com o sexo assignado em seus/suas protagonistas ao nascerem, como por exemplo, os indivíduos que recusam a identidade feminina e a identidade masculina, simultaneamente, esses termo está baseado em autoras como Márcia Arán, Daniela Murta, Fátima Lima e Tatiana Lionço. 3 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA travestis, profissionais do sexo e transexuais. Sua principal contribuição se dá por meio de palestras sobre temáticas como: prevenção das doenças sexualmente transmissíveis, HIV/AIDS, direitos políticos, sociais e culturais desse segmento, atuando também na preservação da autoestima e da cidadania desses sujeitos. A política de Saúde e o Processo Transexualizador do SUS O direito à saúde no Brasil está garantido na Constituição Federal de 1988, no cenário pós-ditadura militar no processo de redemocratização no país e é fruto da grande mobilização política da sociedade. Essa política se constitui como direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças de outros agravos e ao acesso universal. A Saúde deve ser organizada de forma descentralizada, passando do federal para o estadual e depois para o municipal. O atendimento deve ser integral, com a prioridade para as atividades preventivas sem descuidos das assistenciais. A história da política de Saúde na década de 1980 cooperou com grandes mudanças no cenário político e social desde abertura da democracia, como por exemplo, as eleições de 1986 e a promulgação da Constituição de 1988, assumindo uma dimensão política. O Ministério da Saúde - MS vem galgando alguns anos ações de atenção à população de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT), que vão além do enfrentamento da epidemia da AIDS. Com a abertura da perspectiva de integrar a atenção à saúde desse segmento social das travestis e transexuais há um reconhecimento público de que a orientação sexual e a identidade de gênero constituem situações específicas e complexas, na vulnerabilidade à saúde e não apenas por questões de práticas sexuais e sociais, mas pelos agravamentos de processos discriminatórios, estigmas e exclusão social, violando seus direitos entre os quais o direito à saúde, dignidade, autonomia e a liberdade. O serviço de Saúde não é responsável por trabalhar com a transexualidade feminina, mas é responsável por trabalhar com processo transexualizador. Para Arán (2009), este processo leva a diversos distúrbios de ordem psicológica acompanhados de tendências à automutilação e ao suicídio. A implementação do Processo Transexualizador no SUS, não 4 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA apenas regulamenta a readequação genital, aliás, essa é apenas a cereja do bolo. Tal processo é extraordinariamente mais complexo, envolvendo suporte psicológico e social, hormonioterapia3, alteração de vários aspectos dos caracteres sexuais secundários, entre outros. No mês de Novembro de 1997, o Conselho Federal de Medicina (CFM), órgão máximo de normatização e deliberação do exercício da medicina no Brasil aprovou a Resolução nº 1482/97 que autoriza a realização das cirurgias de transgenitalização nos hospitais universitários em âmbito nacional. Trata-se de um procedimento para a readequação sexual das pessoas transexuais. A opção pela cirurgia é criteriosa, baseada em “diagnóstico” realizado por uma equipe multiprofissional. Esse diagnóstico é realizado a partir da constatação da presença de desconforto com o sexo anatômico natural, do desejo de eliminar os genitais, de perder as características primárias e secundárias do próprio sexo para ganhar as do sexo oposto, da permanência desses distúrbios de forma contínua e consistente por, no mínimo, dois anos e da ausência de outros transtornos mentais (Conselho Federal de Medicina - CFM, 1997). Essa resolução foi revogada em 2002 (Conselho Federal de Medicina - CFM, 2002). Silveira (2006) aponta a relevância da cirurgia de transgenitalização por compatibilizar sexo e gênero, auxiliando na confirmação social da identidade do transexual. Além da mudança de sexo podem ser realizadas outras cirurgias como rinoplastia, mamoplastia e cirurgia na laringe. Baseado nas resoluções do Conselho Federal de Medicina – CFM, o Ministério da Saúde (MS) passou a custear as cirurgias e definiu diretrizes para o processo transexualizador pelo Sistema Único de Saúde (SUS) através da Portaria nº 1.707/ 2008. Essa Portaria nº 457/2008 do MS estabelece os procedimentos para tratamento hormonal, cirúrgico e acompanhamento terapêutico. As cirurgias cobertas pelo SUS são a do aparelho geniturinário e a cirurgia na laringe. O acompanhamento proposto deve ser realizado por uma equipe multiprofissional composta por médico psiquiatra, endocrinologista, psicólogo e assistente social. 3 Segundo o Ministério da Saúde, a hormonoterapia ou terapia hormonal baseia-se no princípio de administração ou subtração de hormônios para vários fins, como terapia de masculinização e feminilização. 5 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA As intervenções médico-cirúrgicas atendem aos critérios estipulados pela Resolução nº 1.652/2002 do CFM, transcorridos os dois anos, caso o (a) usuário (a) seja considerado (a) transexual e tenha condições clínicas, pode ser encaminhado (a) para realização do procedimento cirúrgico. No entanto, devido à dificuldade de agendamento das cirurgias, não existindo um único centro cirúrgico para realização da mesma, os (as) usuários (as) têm permanecido por muito tempo no programa aguardando a realização da cirurgia. Márcia Arán (2010) relata por meio de seus estudos, que um dos principais desafios para implementação deste serviço de assistência é a capacitação profissional da equipe interdisciplinar envolvida e as medidas de humanização, para que possa garantir um atendimento de qualidade e livre de discriminação. Para o Serviço Social, como profissão historicamente determinada, seria interessante discutir o importante espaço profissional e de poder em que esta Portaria projeta o profissional assistente social, no sentido de evidenciar novas demandas e requisições no âmbito da saúde. De acordo com Bravo (2009), Para um profissional comprometido com os interesses históricos da classe trabalhadora, diante das consequências da exploração do trabalho, que se caracteriza nas diferentes expressões da questão social, coloca-se a exigência de um compromisso radical com a autonomia, a emancipação e a plena expansão dos indivíduos sociais: como a garantia dos direitos civis, sociais e políticos da classe trabalhadora (...) (BRAVO, 2009, p.53). Há um forte sentimento de celebração de pessoas que veem na cirurgia de transgenitalização uma possibilidade da mudança de sexo criada pela ciência, como uma vitória da liberdade individual seguindo para a “emancipação” feminina e o reconhecimento social da sua identidade de gênero. Por outro lado, há também uma forte campanha internacional, que já ganha visibilidade entre os (as) transexuais, pela despatologização do transexualismo. A inadequação da identidade de gênero ao corpo biológico de nascimento é dada por pessoas que são chamadas de transexuais. Para essas pessoas, o corpo é de um sexo e o processo de constituição da identidade de gênero é de outro sexo. 6 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA Para a literatura médico-psiquiátrica, homens e mulheres transexuais necessariamente apresentariam uma sensação de desconforto ou impropriedade de seu próprio sexo anatômico, desejariam fazer uma transição de seu sexo de nascimento para o sexo oposto (sexo-alvo) com alguma ajuda médica (terapia de reatribuição de gênero) para seu corpo. A explicação estereotipada é de "uma mulher presa em um corpo masculino" ou viceversa, ainda que muitos membros da comunidade transexual, assim como pessoas de fora da comunidade rejeitem esta formulação. Para Vieira, por exemplo: O transexual reprova veementemente seus órgãos externos, dos quais deseja se livrar por meio de cirurgia. Costumamos dizer que o transexual masculino é uma mulher com corpo de homem, pois suas reações são próprias do sexo com o qual se identifica psíquica e socialmente. Culpar este indivíduo é o mesmo que culpar a bússola por apontar para o norte. A transexualidade, segundo nosso atual modo de pensar, é resultante de uma alteração genética com componente cerebral, combinada com a alteração hormonal e com o fator social. (VIEIRA, 2000, p. 62). A autora referenda a epistemologia do transexualismo, uma literatura bastante conservadora, que está fixada no corpo biológico como para parâmetro de definição inclusive da nomenclatura como associação de fatores genéticos, fatores mentais e hormonais. Mas as pesquisas realizadas até então não confirmam a gênese deste fenômeno, pois prevalece a multi-fatoriedade e a complementaridade. Como vimos, a transexualidade tende a ser considerada pela literatura médicopsiquiátrica sob um prisma patologizante (doença) e diversos especialistas da medicina (médicos, psiquiatras, psicólogos, sexólogos) defendem que ela é uma “anormalidade”, ou seja, um “desvio” que necessita ser corrigido. A socióloga Berenice Bento4 faz uma crítica contundente ao discurso biomédico que inventa o "transexualismo". A autora, por meio das próprias vozes das transexuais, questiona a legitimidade da biomedicina, demonstrando como esses saberes percebem o "transexual de verdade" como cópia patologizada e mal acabada de seres heterossexuais completos e saudáveis. 4 Berenice Bento é pós-doutora em Sociologia. Fez sua pesquisa para seu doutorado na UNB (Universidade de Brasília) e na Espanha (Universidade de Barcelona), atuando no campo da transexualidade. É diretora da Associação Brasileira de Estudos da Homocultura (ABEH). 7 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA A pesquisadora acredita que, com a entrada das Ciências Sociais e o discurso dos próprios sujeitos envolvidos na discussão da temática, pretende-se desconstruir o “transexualismo” como doença. Ela propõe a desconstrução de um “transexual universal”5 e problematiza a legitimidade do saber/poder biomédico na patologização de uma experiência que excede em muito esse saber. Ela se contrapõe à idéia da transexualidade como enfermidade, mostrando que, nas explicações patologizantes, ocorre uma inversão, ao supor que o conflito está no sujeito e não nas normas de gênero. No processo de desconstrução do transexual universal, a autora desenvolve uma reflexão sobre gênero e sexualidade. Ela mostra que a transexualidade é uma experiência que está localizada no gênero e que as cirurgias de transgenitalização e as outras mudanças que acompanham o processo transexualizador nada revelam sobre a orientação sexual do sujeito: “A reivindicação dos/as transexuais é, sobretudo, o reconhecimento como membro do gênero com o qual se identifica, o qual estaria em discordância com suas genitálias” (BENTO, 2006), afirma. O Ministério da Saúde vem fazendo sua parte, envolvendo-se em uma série de ações de promoção de maior equidade em saúde voltadas a vários grupos populacionais vulneráveis do país. Entretanto, as políticas formuladas pelo órgão federal são para a execução do sistema, ou seja, de toda a rede de serviços municipais e estaduais. Há um limite concreto nas iniciativas federais, que é a descentralização das políticas públicas. Dando diretriz no nível nacional, não significa necessariamente que ela será atendida no plano municipal e local. Destacamos que foram alcançados espaços institucionais mínimos de formalização da discussão sobre saúde da população LGBT em âmbito nacional, mas que precisam ainda ser fortalecidos. Porém, os desdobramentos das discussões sobre o processo transexualizador no SUS explicitam o modo como o esforço de conciliação entre o movimento social, por um lado, e os parceiros governamentais, por outro, é uma estratégia necessária para a efetivação de encaminhamentos na gestão das políticas públicas de saúde. 5 Transexual universal: é a despatologização da transexualidade, bem como politizar o debate, compreendendo que o poder da medicalização/biologização das condutas sexuais e dos gêneros ressignificando o pecado no anormal e deslocando o foco para o indivíduo, para as relações de poder, que são construídas na normalidade e patologia. Cf. Bento (2006) 8 III SEMINÁRIO INTERNACIONAL ENLAÇANDO SEXUALIDADES 15 a 17 de Maio de 2013 Universidade do Estado da Bahia – Campus I Salvador - BA Desejo avançar nesta pesquisa, fazendo uma interlocução maior com o Serviço Social, o que considero fundamental, ambicionando contribuir com um olhar mais profundo para as análises da pesquisa e o material colhido. Entendo que reside uma enorme importância em discutir este tema na Universidade e no campo profissional. Acredito que, partindo na formação e na prática desses profissionais, há possibilidade de pensarem na dimensão subjetiva da identidade de gênero, rompendo com essa rotulação da sociedade hetero-normativa, que é imposta, para, a partir disto, passarmos a respeitar as especificidades do segmento transexual. Referências ADELMAN, M. Travestis e transexuais e os Outros: Identidade e Experiências de Vida. In: Gênero. Niterói: Ed. UFF, v.4, n.1, 2003, p.65-100. ARÁN, M; MURTA, D.; LIONÇO, T. Transexualidade e Saúde Pública no Brasil. 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