Aspectos psicológicos das lesões encefálicas adquiridas

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ASPECTOS PSICOLÓGICOS DAS
LESÕES ENCEFÁLICAS ADQUIRIDAS
Anaí Machado de Rezende- Psicóloga
Elizene dos Reis Oliveira - Psicóloga
Helenice Meirelles Andrade - Psicóloga
 “ Os homens deveriam saber que do encéfalo, e apenas do encéfalo,vêm
nossos prazeres, alegrias, sorrisos e gracejos, assim como nossas
mágoas, dores, sofrimentos e lágrimas. Por meio dele, em particular,
nós pensamos, vemos, ouvimos e distinguimos o feio do bonito, o
prazer do desprazer. É a mesma coisa que nos torna loucos ou
delirantes, que nos inspira temor e medo, seja durante a noite ou
durante o dia, nos torna sonolentos, gera erros inoportunos, ansiedades
sem razão, distrações e atos contrários aos nossos hábitos. Essas coisas
que nós sofremos vêm todas do encéfalo, quando não está saudável...ou
quando sofre qualquer outra lesão não natural à qual não estava
acostumado.”
Sócrates - século V a.c.
 Causas:
 traumatismo cranioencefálico,
 acidente vascular encefálico,
 anóxia cerebral,
 tumores cerebrais
 e infecções cerebrais.

Comprometimento das habilidades físicas e
cognitivas;

Alterações emocionais e comportamentais;

Desajustamento funcional e psicológico.
 O quadro clínico varia de acordo com a idade do
paciente, etiologia e tempo da lesão.
 É necessária uma avaliação apurada para fazer o
diagnóstico da incapacidade e para traçar metas de
reabilitação de acordo com cada indivíduo.
Aspectos emocionais
Momento de crise:
 Reorganização
 Quebra
familiar
da rotina
 Medo da morte
 Estresse
elevado
Fases de enfrentamento
(família e paciente):
Choque, pânico ( será que vai sobreviver ? )
 Alívio, alegria (vai ficar tudo bem )
 Esperança (vai voltar a ser o mesmo, mas é lento)
 Compreensão (não vai ser exatamente como antes
– raiva, depressão, medo )
 Elaboração e reconhecimento ( agora nossa vida é
muito diferente )

 No início o que importa é a vida! Com o passar do
tempo vem as sequelas.
 Sentimentos de medo,ansiedade,raiva,culpa,depressão
e cansaço.

1- Funções Cognitivas;

2- Funções executivas;

3- Comportamento e humor.
Funções cognitivas
1) Atenção
 Indivíduos que sofreram um TCE são vulneráveis para os
déficits de orientação, atenção
particularmente na fase aguda da lesão.
 É necessário:

Executar tarefas em ambientes calmos;

Uma atividade por vez;

Flexibilizar o tempo de execução;

Reduzir estímulos do ambiente.
e
concentração,


Alteração de memória pode estar presente na
fase aguda. A pessoa pode apresentar amnésia
pós-traumática, com ou sem perda de
consciência, aumento da distração e
recuperação de informações.
É necessário:
Treino de repetição;
 Uso de estratégias auxiliares de memória;
 Aquisição de novas informações;
 Memória motora.

3-Linguagem
 A comunicação de uma pessoa com TCE pode ser
alterada em função de distúrbios da linguagem.
Podem apresentar dificuldade em entender ou produzir
a linguagem oral e/ou escrita, corporal, emocional e os
sinais não verbais.
 É necessário:
 Uma informação por vez;
 Avise quando mudar o assunto;
 Espere ele falar;
 Peça para repetir quando não entender.
4-Percepção
 Prejuízos na integração perceptual.
Agnosias=>caracterizadas como dificuldade de
reconhecimento de objetos, pessoas, sons, cores e
formas.
 Uma pessoa com agnosia pode, por exemplo, ter visão
normal e não ter capacidade de reconhecer:
 objetos cotidianos (agnosia visual) e pessoas familiares;
 de lembrar informações sobre os objetos (agnosia
perceptiva);
 sons (agnosia auditiva);
 os objetos com o tato (agnosia tátil)

Incluem vários aspectos do
comportamento humano:
◦
◦
◦
◦
◦
◦
criação e gerenciamento de metas,
planejamento e organização,
iniciativa e automonitoramento,
pensar e agir estrategicamente,
capacidade de resolução de problemas,
flexibilidade.
Comportamento e humor
 Apatia ou hiperatividade
 Impulsividade
 Desinibição Sexual
 Falta de percepção acerca das próprias limitações e
dificuldades
 Medo Excessivo
 Irritabilidade
 Ansiedade
 Distúrbio do Sono
 Agressividade
 Depressão
É necessário:
 Estimular o potencial residual da pessoa com
LEA nos aspectos físicos, emocionais, cognitivos
e sociais, visando a busca por mais
independência e funcionalidade;
 Buscar adaptações para as atuais limitações;
 Conscientizar das possibilidades;
 Melhorar a qualidade de vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 SOUZA, C.A.; MARANGHELLO, L.; AZAMBUJA, N.A.
Traumatismos
cranianos fechados: implicações
neuropsiquiátricas e clínicas.
Jornal Brasileiro Psiquiatria
1999;48:325-331.
 Diretrizes de atenção à reabilitação da pessoa com traumatismo
cranioencefálico / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à
Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. –
Brasília : Ministério da Saúde, 2013.
 AACD Medicina e Reabilitação, Princípios e Práticas - Editora
Artes Médicas.
 MATTOS.P.; SABOYA,E. e ARAUJO,C. - Sequela
comportamental pós-traumatismo craniano. Arquivo
Neuropsiquiatria 2002;60: 319-323.
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