Curso de extensão: Teoria Política Anarquista e Libertária Prof. Wallace Moraes – DCP-IFCS-UFRJ A Teoria Anarquista nas Ciências Sociais Sumário: Revival As do anarquismo; principais características da teoria política moderna; O Anarquismo nas ciências sociais. Objetivo: Apresentar noções gerais que singularizam o anarquismo nas ciências sociais. Revival do anarquismo e da ação direta As lutas anti-globalização e reivindicativa Seattle, 1999, Gênova, 2001, Na chamada primavera árabe na passagem de 2012 para 2013, Paris, 2005 e 2008, Síria, Turquia, Egito, Grécia, 2012-13, Espanha, 2013, Ucrânia, 2014 os homens de preto protagonizaram importantes ações contra governos e capitalistas. Revival do anarquismo América Latina: Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), em Chiapas, no México, em 1994, Piqueteros, na Argentina em 2001, Atualmente, diversas organizações anarquistas compõem as linhas de frente da luta em países como México, Chile, Colômbia, Argentina, Uruguai. Brasil: Nas manifestações do invernoprimavera de 2013 diversas organizações libertárias assumiram o protagonismo da luta contra a corrupção endêmica do Estado e contra o capitalismo. Por que revival do anarquismo? As lutas anarquistas ou com forte influência sua na passagem do século XIX para o XX. Comuna de Paris (1871) Revolução Russa (1917) Revolução mexicana (1910) Greves de 1917-19 no Brasil Revolução espanhola (1936-39) Maio de 1968 O lugar (ou ausência) do anarquismo na Academia Os teóricos do anarquismo estavam muito mais preocupados com a ação direta do que qualquer outro objetivo Durante muito tempo, os próprios anarquistas desdenharam, com razão, da academia elitista. Por outro lado, tanto o liberalismo quanto o marxismo se transformaram em teorias estatais. Epistemicídio - Boaventura de Souza Santos (2011) Vivemos nas ciências sociais, hoje, a monocultura do saber e do rigor que preconiza como único dado rigoroso o científico; por consequência, todo o conhecimento alternativo é destruído. Utilizaremos o conceito vislumbrado por Santos com propósitos um pouco mais amplos. Sobrevivem ao epistemicídio somente as teorias que concebem o capitalismo e suas instituições, principalmente, o Estado, como legítimos e, no máximo, passíveis de reformas. Todas as teorias que se enquadram nesse princípio geral são aceitas. São elas: o liberalismo, a social-democracia, o marxismo reformista e o conservadorismo. Todas concordam em torno da existência do Estado e consequentemente da dicotomia entre governantes e governados. Podese pensar em diferentes formas de exercício do poder estatal, mas jamais na sua negação. Percurso na Ciência Política na Economia Política na Historiografia Ética e Justiça Anarquismo Teocentrismo Antigos Marxismo Medievais Liberalismo Socialismo de Estado Neoliberalismo Socialde mocracia Estabilidade Ciência Razão Modernos (Iluminismo) Capital ismo Proprieda de Contemporâneos Democracia Minimalista Estado Policial Estadolatria ou estatismo Todas as correntes teóricas concordam com a existência do Estado. Anarquismo: Bakunin “Quanto à ciência morta, a ciência falsificada, cujo único objetivo é introduzir no povo todo um sistema de falsas noções e concepções, ela seria para este último verdadeiramente funesta; ela lhe inocularia o vírus social oficial e, de todo modo, o desviaria, ao menos por um tempo, do que é hoje a única coisa útil e salutar: a revolta” (Bakunin, 2009: 23). Anarquismo: Kropotkin “Só nós ousamos afirmar que punição, polícia, juiz, fome e salário nunca foram, e jamais serão, um elemento de progresso; e, se há progresso sob um regime que reconhece esses instrumentos de coerção, esse progresso é conquistado contra esses elementos e não por eles” (Kropotkin, [1913] 2007).