Intervenções em Atendimentos Breves

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Intervenções em
Atendimentos Breves
PSICÓLOGO ESP. FELIPE MIO DE CARVALHO
CRP 06 109385
Geral
 Hoje está em evidência a existência de aspectos na relação entre o
psicoterapeuta e o paciente que são de cunho curativo;
Portanto a relação terapêutica vem ser muito importante em todos
os aspectos do processo. Seja, desde a avaliação inicial, até a
condução do tratamento;
Dicotomia do campo: Psicanalise X Psicoterapia Expressivas X
Psicoterapia de Apoio;
Objetivos de cada modalidade
 Psicanálise: elege como
objeto de intervenção a análise das defesas e a
exploração da transferência;
Psicoterapia expressiva: elege como objetivo a aplicação do método
psicanalítico com limitações técnicas e de setting. Não é uma Psicanálise
breve. Psicoterapia voltada ao insight, PBOP, entre outros nomes.
Psicoterapia de apoio: como fundamentação teórica na abordagem
psicanalítica irá objetivar a supressão do conflito inconsciente e o
fortalecimento das defesas e funções egóicas.
O continuum expressivo-apoio
Uma psicoterapia expressiva ou de apoio raramente acontecem de
forma pura.
“Toda terapia adequada é sempre tanto expressiva quanto de apoio
(de diferentes formas), e a questão, em todas os momentos de toda
terapia, deve ser torna-la expressiva como e quando, e apoiar como
e quando” (WALLERSTEIN, 1986, p. 689 apud GABBARD, 2004, p.80)
O continuum expressivo-apoio
Expressiva
De apoio
O continuum expressivo-apoio
É importante que tenhamos em mente que as ações do terapeuta
são voltadas ao que é melhor ao paciente (sem destruir a autonomia
do mesmo ou ferir as regras éticas da profissão), portanto é de
importância sempre avaliar qual é a melhor forma de prosseguir ou
pensar em objetivos para delimitar como se dará o atendimento;
Fiorini (2004) afirma: diretividade e insight não são pressupostos
contrários nas Psicoterapias.
Novas proposições técnicas
Na prática contemporânea, os pacientes buscam terapia
provavelmente mais por insatisfação com a qualidade de suas
relações do que por um sintoma distinto, como o faziam na época de
Freud” (GABBARD, 2004, p.81)
“
Tem sido objeto de questionamento o quão importante e influente
é a relação entre o terapeuta e paciente. Para Gabbard, não basta
apenas habilidade técnica, para a condução do processo terapêutico,
mas a capacidade do terapeuta ser por autenticamente disponível
para o desenvolvimento de uma relação objetal com o paciente.
Novas proposições técnicas
A busca por novos parâmetros dentro da atividade clínica passa a
questionar a necessidade de “analisar toda transferência até que ela
cesse” ou “analisar exaustivamente o inconsciente” para reconhecer
objetivos mais realísticos:
-Fortalecimento da coesão do self para escolha de objetos mais
maduros;
=> Implica na ressignificação das relações objetais e na ativação de
recursos egóicos para tal finalidade.
Novas proposições técnicas
Embora a “escolha de objetos mais maduros” é um objetivo que
vale tanto para abordagens mais expressivas quanto para
abordagens mais de apoio ou suportivas do continuum, vem-se
reconhecer que devido a fragilidades uma Psicoterapia de Apoio
pode abrangem os seguintes objetivos:
Fortalecer as defesas;
Melhorar a capacidade adaptativa;
Retornar o nível prévio de funcionamento (pré-crise)
=> Trabalhar com o reforço e fortificação dos aspectos do ego.
Novas proposições técnicas
A frequência das sessões influenciam de forma direta nos objetivos
traçados, ou seja:
Psicoterapias mais expressivas: 1~3 vezes por semana;
Psicoterapias mais de apoio: 1 vez por semana, 2 vezes por semana
(25 minutos cada sessão) ou 1 vez por mês podem serem suficientes;
Questionamento: Porque encontramos esta configuração?
Discussão
A regressão é um fenômeno muito comum, podendo aparecer
tanto em momentos de extrema felicidade como de extremo
sofrimento.
Porque pode se afirmar que a regressão é um movimento
adaptativo?
O que você pensa da capacidade de regredir sem se fragmentar ou
sem perder a possibilidade de leitura da realidade ?
Novas proposições técnicas
Busca-se a elaboração de um tratamento adequado que considere
as condições adaptativas do paciente;
Ou seja
Para expressiva: que consiga tolerar os movimentos regressivos sem
suscitar desorganização, boa capacidade de vínculo, etc...
Para de apoio: não se enquadrar nas possibilidades de uma
Psicanálise ou uma expressiva; estar passando por uma crise severa.
Novas proposições técnicas
Associação livre;
Associação livre dirigida;
Entrevista semi ou dirigida;
Neutralidade(1), anonimato(2) e abstinência(3).
1- Neutralidade: pressuposto que afirma que o analista ou terapeuta
não emita julgamentos ou opine sobre o material da sessão.
Transferência, contratransferência => há formas de não ser afetado
por tal movimento? Há como usarmos estes aspectos para melhora
da prática e da compreensão do paciente?
“existe um amplo consenso de que o terapeuta é um participante do
processo terapêutico de forma espontânea, ainda que transitória,
disciplinada e parcial”(p.83)
Exemplo dos cinquenta reais.
2. Anonimato: Recomenda-se que o analista não fale sobre si, seja um
perfeito anônimo. Implica também não apresentar seus pontos de vista e
sua opinião pessoal.
=> Desastres terapêuticos: inversão de papeis;
gerar ou aumentar os sentimentos
autocríticos ou de insuficiência no paciente (“se eu você faria isto...”)
=> Limite éticos: Verificada uma clara tendência autodestrutiva ou risco
de suicídio é necessário intervir e tomar uma postura.
3. Abstinência: implica em o analista ou terapeuta se abster de atuar
na transferência do paciente ou então de usufruir de aspectos
transferenciais para manipulação (sedução) do paciente na
finalidade de obter ganhos.
=> Não implica essencialmente em frieza ou ser asséptico com o
paciente: “Vou de azul todo dia para não intensificar a
transferência”; “Não comprimento pacientes para não intensificar a
transferência”, etc....
3.
◦ Outro aspecto importante de ser salientado é que terapeuta tendem a
soltar gratificações transferenciais parciais ao longo do processo sem
que ele próprio sabia ou possa conter.
Ex.: um paciente com tendências à dramatização e atuação (histriônica)
pode suscitar risos espontâneos no terapeuta.
Um paciente obsessivo pode comover o terapeuta com o sentimento de
desolação que o acompanha cada vez em que sente uma proximidade
inconsciente com o objeto ideal.
Discussão
Neutralidade, Anonimato e Abstinência.

Limites na relação física

Limites na relação psicológica
Interjogo entre o continuum
As necessidades e capacidades do paciente que delimitarão qual
lado o processo tende a pender.
Porém, certamente há processos terapêuticos que devem serem
modificados para melhor atender ao paciente. Recomenda-se que
cada vez que haja uma modificação de qual lado do continuum será
ocupado, haja também uma modificação dos objetivos do processo
terapêutico.
Aspectos sobre o manejo clínico
O ponto de separação das terapias dinâmicas das demais formas de
terapia está ancorado na compreensão da transferência e manejo
das resistências.
O problema das abordagens mais breves estão vinculados a
necessidade de abordar estes aspectos de forma sumária ou até
mesmo apenas observar tais aspectos;
Aspectos sobre o manejo clínico
Importante sabermos que a transferência pode ou não ser abordada (deve
ser considerado os objetivos do processo terapêutico) e Gabbard indica
algumas proposições:
Qualidade bidimensional da transferência:
1º repetição de experiências do passado com antigos objetos na relação
atual;
2º busca de uma nova experiência com um objeto que poderá suprir – ser
reparadora ou corretiva;
Aspectos sobre o manejo clínico
Recomenda-se limpar todo tom e olhar de acusação na hora da
interpretação;
Por vezes, é suficiente que a própria transferência seja um fator de
cura – especialmente quando há uma fragilidade muito severa na
constituição do individuo.
Controvérsias sobre a cura pela transferência.
Aspectos sobre o manejo clínico
Entre as diversas pluralidades encontradas em um paciente a
“resistência” é um tema de extrema importância.
A análise das resistências deve se ater aos objetivos propostos e
não as visões ideais do terapeuta ou menções teóricas. A análise da
resistência só pode ser efetuada com cooperação do ego.
A resistência é a verdadeira essência do individuo – funda e define
o “caráter” ou a “estrutura”.
=> A transferência pode ser tida como uma resistência?
Aspectos sobre o manejo clínico
Aliança terapêutica:
Parte de uma construção de uma relação positiva e ancorada em objetivos.
Para o alcance dos objetivos é indispensável que ambas as partes estejam
colaborando.
Elaboração  Aliança terapêutica
O reviver do material inconsciente ou da afetividade deslocada é facilitado
pelo sentimento de que o terapeuta não está contra ao paciente. Ademais,
o próprio estilo do terapeuta ajuda a definir e impulsionar a busca do
paciente à mudança.
Termino do processo terapêutico
Momento crítico ao processo, pois elicia reações transferenciais
muito severas no paciente e contra-transferenciais no terapeuta.
A dificuldade do termino pode ser atribuída a dificuldade do paciente
se “desmamar” do terapeuta; e do terapeuta não ver o paciente
como alguém que cresceu (há sempre algo a analisar – é difícil abrir
mão dos ganhos transferenciais ou da “gratidão” do paciente)
Termino do processo terapêutico
Quando encerrar o processo?
Melhora dos sintomas;
Modificação do superego;
Modificação das relações interpessoais;
Novo sentido à vida.
Ter alcançado os objetivos terapêuticos;
Paciente ter introjetado a figura do terapeuta – se torna capaz de
se auto-entender e de se auto-analisar.
Porque o tratamento deve ser voltado as
necessidades do paciente?
“Finalmente existe sempre o perigo de os terapeutas prescreverem o
que eles pensam que o paciente necessita, e não o que o paciente
quer. O paciente está pedido um exame e uma reestruturação
fundamental da personalidade ou a solicitação se limita à assistência
de um problema ou queixa especial?” (GABBARD, 2004, p.97)
=> Problemas da Pseudocooperação
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