Expedições militares comandadas por reis e pela nobreza europeia durante os séculos XI e XIII, convocadas pela Igreja (papas) . OBJETIVO: conquistar ou “libertar” os lugares santos ocupados por muçulmanos. Movimento de expansão cristã. Em 1092 os turcos seldjúcidas ocuparam Jerusalém proibindo as peregrinações dos cristãos. Motivos: Crescimento demográfico europeu, tensões sociais envolvendo a nobreza. Pretensão em reunificar a Cristandade (dividida desde 1054 por causa do Cisma do Oriente). Necessidade de fortalecimento da autoridade papal. (Querela das Investiduras. 1074-1122). Ideal de Guerra Santa e interesse na prática de saques (possibilidade de enriquecimento) Em 1095 através do Concílio de Clermont, o papa Urbano II convocou a 1ª Cruzada. Deixai os que outrora estavam a se baterem impiedosamente contra os fiéis, em guerras particulares lutarem contra os infiéis. (...) Deixai os que até aqui foram ladrões , que se tornem soldados. Deixai aqueles que se bateram até agora contra seus irmãos lutarem com os bárbaros como devem. (...) Tomai o caminho do Santo Sepulcro; arrebatai àquela raça perversa a terra do Senhor e submetei-os a vós mesmos. Papa Urbano II Foram 8 Cruzadas oficiais (convocadas pela Igreja), embora também tenham sido registradas outras cruzadas não oficiais. Cruzada dos Mendigos (1095) Comandada por Pedro, o Eremita que montado em um jumento (alusão a entrada de Jesus Cristo em Jerusalém) liderou seus seguidores rumo ao Santo Sepulcro. Cruzada precariamente armada foi massacrada pelos muçulmanos. Primeira Cruzada (1096-1099): A Cruzada dos Barões Comandada por importantes figuras da nobreza (Godofredo de Buillon, Boemundo da Sicília). A Cruzada partiu da França e Itália. Conseguiu ocupar os territórios de Jerusalém, Edessa e Antioquia. SEGUNDA CRUZADA (1147-1149): COMANDADA POR LUÍS VII (FRANÇA) E CONRADO III (SACRO IMPÉRIO). NÃO OBTEVE ÊXITO. TERCEIRA CRUZADA (1189-1192): CRUZADA DOS REIS (RICARDO CORAÇÃO DE LEÃO, BARBA RUIVA E FELIPE AUGUSTO. Quarta Cruzada (1202-1204): A Cruzada Comercial Financiada por Veneza, a Cruzada foi desviada para Constantinopla (capital do Império Bizantino) provocando saques( lutas entre cristãos). A 4ª Cruzada exemplificou como, ao longo do século XIII, os interesses comerciais ganharam força diante dos interesses religiosos. Cruzada das Crianças (1212) Provocada pela crença que os cristãos estavam impuros, levou os europeus a enviarem crianças para os combates contra os “infiéis”. Morte da maioria das crianças devido à fome e aos rigores da viagem pelo mar Mediterrâneo. As que chegaram em terras muçulmanas foram vendidas como escravas. Guerra de Reconquista Luta entre Cristãos e Muçulmanos pelo controle de territórios na Península Ibérica. Os conflitos entre os dois grupos se agravaram no século XI estendendo-se até o século XV. Durante o conflito houve a formação dos reinos de Portugal, Castela, Leão, Aragão e Navarra. Formação de Portugal: Em 1095 o rei de Leão Afonso VI concedeu o Condado Portucalense (território localizado no norte do atual Portugal) e a mão de sua filha ilegítima D. Teresa ao nobre francês Henrique de Borgonha. Após a morte de Henrique o Condado foi governado por D. Teresa que entrou em conflito com seu filho D. Afonso Henriques,. Esse após a Batalha de São Mamede (1128) derrotou e expulsou a mãe do Condado. D. Afonso Henriques lutou contra os muçulmanos procurando alargar seu território em direção ao sul (conquista de Lisboa em 1147) e contra os reis de Leão procurando a autonomia do Condado. Em 1143 através do Tratado de Zamora, o rei de Leão, Afonso VII ,reconheceu seu primo D. Afonso Henriques como rei de Portugal. D. Afonso Henriques COM O CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO: - ARROTEAMENTOS. - SERVOS MUDARAM-SE PARA AS CIDADES. - SENHORES FEUDAIS PASSARAM A PAGAR SALÁRIOS AOS SERVOS. - REVOLTAS CAMPONESAS: JACQUERIES, NA FRANÇA. A expansão comercial, a partir da reabertura do Mar Mediterrâneo, beneficiou principalmente as cidades italianas de Gênova e Veneza. Os comerciantes dessas cidades passaram a monopolizar o comércio de especiarias, comprando-as em portos orientais de Constantinopla, Alexandria e Trípoli, para, através do Mediterrâneo, revendê-las no mercado europeu. Mas no norte da Europa, junto as Mar do Norte e ao Mar Báltico, também se formaram regiões de intenso comércio. Era a região de Flandres, produtora de tecidos, onde se destacava a cidade de Bruges, e a região do Mar Báltico. A Liga Hanseática unia as cidades do mar Báltico. Para contatar esses pontos, estabeleceram-se diferentes rotas comerciais. A rota marítima ligava as cidades italianas a importantes centros comerciais do norte da Europa. Já a rota terrestre também ligava as cidades italianas à movimentada região de Flandres, mas atravessava toda a França. Nos cruzamentos dessas grandes rotas comerciais com outras menores, que uniam todos os pontos da Europa, surgiram as feiras, grandes mercados abertos e periódicos, para onde se dirigiam comerciantes de várias partes do continente AS PRINCIPAIS FEIRAS FICAVAM NA REGIÃO DE CHAMPAGNE, NA FRANÇA. Com a expansão comercial desenvolveram-se os burgos, que haviam aparecido em volta de castelos, mosteiros e igrejas, além de outros, surgidos nas rotas comerciais, no litoral e à margem de rios. Sua população era composta basicamente de artesãos e comerciantes, que ganhavam cada vez mais importância, em função de sua riqueza e de seu número. Para regulamentar e proteger as diversas atividades, surgiram as corporações. Elas evitavam a concorrência desleal. CARTA DE FRANQUIA: MODO PACÍFICO. GUERRA: MERCENÁRIOS OU MILÍCIA URBANA. Formação das monarquias modernas europeias Fortalecimento do poder real a partir do século XIII. Guerras entre os reinos teriam contribuído para a centralização monárquica Aumento dos territórios controlados pelos reis O Direito Romano passou a ser estudado nas Universidades europeias (centralizador). Contribuiu para a formação de legistas que auxiliaram reis no processo de centralização política Teses explicativas do processo de fortalecimento monárquico Tese da aliança Rei e Burguesia no processo de formação monárquica ( controversa). Burguesia teria contribuído com recursos financeiros para que reis montassem seus exércitos e expandissem seus domínios. Tese que demonstra uma aproximação entre Reis e Nobreza parece mais aceita por muito historiadores. * A burguesia medieval não deve ser entendida como “revolucionária” já que pretendia se equiparar à nobreza. Fundado em 962 a partir de um acordo entre o imperador Oto I e o papa João XII. O império pretendeu ser o herdeiro dos impérios romano e carolíngio, procurando exercer a supremacia temporal sobre a Cristandade. O império era formado por diversos territórios controlados por bispos e príncipes. Conflito com o papado = Querela das Investiduras (1074-1122) A partir de 1356 o imperador romano-germânico era eleito por 7 eleitores (3 eclesiásticos e 4 nobres). Em 1066 Guilherme, o Conquistador (Duque da Normandia),partiu para à Inglaterra, derrotou a monarquia anglossaxônica e tornou-se rei. Reis da Inglaterra eram vassalos dos reis franceses Dinastia dos Plantageneta (11531455) : Importante para a formação da monarquia inglesa Rei João Sem Terra envolveu-se em guerras com Filipe Augusto (França) perdendo os feudos ingleses no continente europeu. Barões (nobres) ingleses impuseram-lhe a chamada Carta Magna (1215) que limitou o poder real Reforço da autoridade real a partir da dinastia Capetíngia (987-1328) essa política real foi seguida pela dinastia de Valois (1329-1589) Luis VI, Luis VII e Filipe Augusto travaram guerras contra os ingleses ocupando territórios da coroa inglesa na França Filipe IV, o Belo entrou em um conflito com o papado originando o episódio conhecido como Cativeiro de Avinhão (1309-1377) Guerra dos Cem Anos (1337-1453) Denominação criada no século XIX para explicar os diversos conflitos ocorridos, no final da Idade Média, entre as monarquias inglesa e francesa. Causas do conflito: Em 1328 o rei francês Carlos IV morreu sem deixar herdeiros varões diretos (Crise sucessória do trono francês). Dois candidatos à Coroa francesa foram apresentados: o rei da Inglaterra, Eduardo III e um nobre francês Filipe de Valois (escolhido pela nobreza francesa, tornou-se o rei Filipe V da França). Eduardo III ,então com 15 anos, foi à França prestar juramento ao rei francês (seu suserano) Região de Flandres (Holanda e Bélgica) era uma rica produtora de tecidos de lã (matéria-prima que vinha da Inglaterra), seus mercadores pretendiam diminuir os poderes de nobres franceses que controlavam a região. Essa política contou com o apoio do rei inglês. Como represália ao apoio inglês à Flandres, Filipe V decidiu punir seu vassalo inglês ocupando o Ducado da Aquitânia (feudo do rei da Inglaterra) Devido as intenções do rei francês, Eduardo III decidiu reivindicar a Coroa francesa iniciando o conflito armado. Na década de 1420 a guerreira francesa Joana D´arc começou a destacar-se na luta a favor da independência francesa derrotando os ingleses em diversas batalhas. Final do conflito e suas consequências Em 1453 os conflitos entre as duas monarquias chegaram ao fim, possibilitando o fortalecimento da monarquia francesa (com a dinastia de Valois) e o enfraquecimento da monarquia inglesa (guerra das Duas Rosas 1455-1485) Após a guerra o sentimento nacional, em ingleses e franceses, passou a ter mais importância que os antigos compromissos feudais. Crise do século XIV-XV: Tríade Feudal Fome, Guerras e Peste. Chuvas torrenciais atingiram as plantações europeias e prejudicaram as colheitas. Provocando fome. Conflitos entre nobres e disputas entre monarcas provocaram diversos conflitos militares na Europa Ocidental: Guerra dos Cem anos (1337-1453) e Guerras entre Portugal e Castela (1369-1371; 1372-1373; 1381-1383) Peste Negra (Bubônica): Proveniente do oriente, assolou o continente europeu entre 1347-1350 dizimando cerca de 50% da população europeia (que na época contava com cerca de 25 milhões de habitantes). Existiam duas formas de contaminação: Forma bubônica (através da picada de pulgas presentes em ratos contaminados) e Forma pneumática (através do contato entre seres humanos) * Crescimento de revoltas camponeses no continente. A mais conhecida delas foi a de Jacqueries (França) ROMÂNICO: séculos X ao XII Igreja de Santa Maria Ripoll, Gerona Sé de Lisboa GÓTICO: Séculos XII ao XV Catedral de Chartres Catedral de Notre Dame, Paris