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Noções Básicas de Nutrição – 1º FAMA
Profª. Shimeny Perez Garcia
_______________________________________________________________________________
Funções de Nutrição de Nosso Organismo
Muitas das moléculas presentes em nossos alimentos são muito grandes
e não podem ser absorvidas pelos órgãos do nosso tubo digestório. Essas moléculas
grandes são formadas pela união de outras moléculas menores.
Através da digestão, as moléculas grandes são “quebradas” e as
moléculas
menores
que
se
formam
dessa
“quebra”
se
separam,
podendo ser absorvidas pelo tubo digestório.
Uma vez absorvidas, essas moléculas menores são distribuídas pelo
sangue para todas as partes do organismo. A circulação do sangue garante também a
distribuição de gás oxigênio para as nossas células vivas.
Através da respiração, extraímos a energia química contida nos
alimentos; essa energia permite que nossos diversos órgãos se mantenham ativos.
Mas a atividade celular produz também muitos resíduos, alguns dos
quais são tóxicos ao organismo. Através da excreção, esses resíduos são eliminados do
nosso corpo para o meio externo.
Dessa maneira, as funções de nutrição compreendem a digestão, a
respiração, a circulação e a excreção.
A Digestão e as Funções do Sistema Digestório
Cabe ao sistema digestório “quebrar” os alimentos em partes que possam
ser absorvidas pelo organismo. A esse processo dá-se o nome de digestão.
O sistema digestório te ainda a função de eliminar as partes alimentares
que não são aproveitadas pelo organismo.
A digestão é coordenada pelo sistema nervoso e pelo sistema
hormonal. Alterações nas células nervosas, por exemplo, podem
influenciar o funcionamento do sistema digestório. Elementos do
ambiente, como o cheiro e o aspecto do alimento, também podem agir
sobre o sistema nervoso e indiretamente sobre o sistema digestório.
É o que acontece quando sentimos que algo fez “dar água na boca”
ou uma repulsa pelo alimento.
Processos da Digestão
A digestão compreende processos mecânicos e químicos.
Processos mecânicos. A mastigação, a deglutição e os movimentos peristálticos
(que impulsionam o alimento ao longo do tubo digestório) fazem parte do processo
mecânico da digestão. Durante a mastigação, o alimento é fragmentado e insalivado
(acumula-se saliva na boca, o que ajuda a amolecer o alimento). Após a deglutição (ato
de engolir), iniciam-se os movimentos peristálticos, isto é, os movimentos da musculatura
do esôfago, do estômago e do intestino, que possibilitam o fluxo do alimento ao longo do
tubo digestório.
Os movimentos peristálticos consistem no seguinte: a
musculatura adiante do bolo alimentar se relaxa, enquanto a
que está atrás se contrai. São movimentos em forma de
ondas, que lembram o deslocamento de vermes, como a
minhoca.
Os movimentos peristálticos são involuntários, isto
é, ocorrem independentemente da nossa vontade.
Processos químicos. Consistem nas reações químicas que transformam as
grandes moléculas que precisam ser digeridas em outras menores, capazes de ser
absorvidas. Essas transformações químicas são possíveis graças à ação dos sucos
digestivos do nosso organismo. Esses sucos contêm enzimas digestivas, substâncias
especiais que promovem a digestão química.
As Enzimas Digestivas
O nosso corpo produz vários tipos de enzimas digestivas. Cada uma
delas é encarregada de digerir determinados tipos de moléculas presentes nos
alimentos.
Assim sendo:
ENZIMA
MOLÉCULAS
Amilase
Amido
Protease
Lipase
Proteína
Lipídios
Nos alimentos existem também substâncias que nenhuma enzima
presente no corpo humano é capaz de digerir. A principal delas é a celulose, que forma
a parede celular dos vegetais. As substâncias são eliminadas juntamente com as fezes.
O Sistema Digestório Completo
Na figura abaixo se pode observar o nosso sistema digestório completo, ou
seja, com todos seus órgãos e componentes.
Além desses órgãos, na digestão atuam as seguintes glândulas anexas: glândulas
salivares, fígado e pâncreas.

A Boca
A boca é o primeiro órgão do sistema digestório. Nela, encontramos
três pares de glândulas salivares, que são órgãos encarregados de fabricar saliva.
A saliva contém uma amilase, isto é, uma enzima que digere amido.
Essa amilase digere é chamada ptialina. Sob a ação da ptialina, o amido se transforma
em maltose, um tipo de açúcar formado pela união de duas moléculas de glicose.
Além da ação digestória da ptialina, na boca, o alimento sofre ainda a
ação mecânica dos dentes, cortando e triturando os alimentos.
O alimento fica na boca aproximadamente um minuto. Em seguida, o bolo
alimentar é engolido e passa para a faringe.

A Faringe
A faringe é uma cavidade alongada em forma de funil, situada logo
após a boca.
Ela se comunica com a boca, com as fossas nasais, com a laringe e
com o esôfago.
Quando o bolo alimentar chega à faringe, os músculos deste órgão se
contraem em movimentos peristálticos, empurrando-o para o esôfago.

O Esôfago
O esôfago é um órgão em forma de tubo, com paredes flexíveis e que
mede aproximadamente 25 cm.
Em sua parte superior, o esôfago comunica-se com a faringe; em sua
parte inferior, comunica-se com o estômago, através de um orifício chamado cárdia.
O esôfago empurra o bolo alimentar para o estômago, através de
movimentos peristálticos.
Os movimentos peristálticos são involuntários, isto é, ocorrem
independentemente da nossa vontade. O estômago e o intestino delgado também
apresentam esses movimentos.

O Estômago
O estômago é um órgão musculoso em forma de saco, com uma
curvatura côncava e outra convexa.
Comunica-se com o esôfago pelo orifício cárdia e com o intestino
delgado através de um outro orifício chamado piloro. Esse orifício é formado por um anel
musculoso que se contrai quando o bolo alimentar chega até o estômago. Dessa
maneira, o alimento não passa para o intestino delgado, ficando retido no estômago até
que a sua função digestiva se complete.
O estômago é forrado internamente por uma membrana chamada
mucosa gástrica, que possui glândulas especiais para a produção de suco gástrico.
Quando chega ao estômago, o bolo alimentar recebe o suco gástrico.
Um dos componentes desse suco é o ácido clorídrico, substância responsável pela
acidez do suco gástrico.
O suco gástrico contém também uma enzima chamada de
pepsina. Essa enzima é uma protease, ou seja, é capaz de
digerir proteínas.
Depois do trabalho do estômago, o bolo alimentar recebe o nome de
quimo.

O Intestino Delgado
Pouco a pouco, o quimo – alimento trabalhado pelo estômago e já
semilíquido – vai deixando o estômago e entrando no intestino delgado. É neste órgão
que a digestão dos alimentos se completa, iniciando-se a sua absorção.
O intestino delgado é revestido internamente por uma membrana
chamada mucosa intestinal; as células aí existentes fabricam o suco intestinal ou suco
entérico.
Está dividido em três partes: duodeno, jejuno e íleo.
Duodeno. Tem aproximadamente 25 cm de comprimento e a forma de um C.
No duodeno desembocam dois canais:

o canal de Wirsung, através do qual o suco pancreático (produzido no pâncreas)
é liberado no intestino delgado;

o canal colédoco, através do qual a bile ou suco biliar (produzida no fígado) é
liberada no intestino delgado.
Jejuno e íleo. O jejuno é a parte do intestino delgado que fica entre o duodeno e o
íleo. É nessa parte do intestino delgado que a digestão se completa e os nutrientes
são absorvidos. Tem aproximadamente entre 7 a 9 metros de comprimento.
A Digestão e a Absorção do alimento no Intestino Delgado
No intestino delgado, a digestão ocorre pela ação conjunta de três
sucos digestivos: o suco pancreático, a bile e o suco intestinal ou entérico.
O suco entérico contém várias enzimas digestivas. Entre elas
destacam-se as:

peptidases – digerem “pedaços” de proteínas transformando-os em
aminoácidos livres;

sacarases – digerem a sacarose, convertendo-a em glicose e frutose;

lactases – digerem a lactose, convertendo-a em glicose e galactose;

maltases – digerem a maltose, convertendo-a em glicoses livres.
O conjunto de substâncias formadas após a digestão recebe o nome
de quilo. Nesta fase, o amido, por exemplo, foi convertido em glicoses
livres; as proteínas, em aminoácidos; os lipídios, em ácidos graxos e
gliceróis. Todas essas substâncias mais simples, juntamente com as
vitaminas e os sais minerais, serão absorvidas e passarão para o sangue.
A parede do intestino delgado possui inúmeras dobras, denominadas
violosidades intestinais. As células das vilosidades, por sua vez, também possuem
dobras, as microvilosidades. Todas essas dobras aumentam enormemente a
superfície do intestino e portanto, a sua capacidade de absorção dos nutrientes.
Cada vilosidade possui capilares sangüíneos; os nutrientes absorvidos
caem nesses capilares e passam para a circulação sangüínea.

O Intestino Grosso
O intestino grosso mede aproximadamente 1,5 m. tem três partes:
ceco, cólon (ascendente e descendente) e reto.
O ceco liga-se ao intestino delgado através do orifício ileocecal.
Preso ao ceco está o apêndice, um órgão cilíndrico e muito fino.
Hoje se sabe que o apêndice está associado ao sistema imunológico,
que promove a defesa do nosso organismo. A inflamação desse órgão
recebe o nome de apendicite.
O cólon (ascendente e descendente) é a parte mais longa do intestino
grosso.
O reto é a última parte do intestino grosso. Comunica-se com o exterior
por um orifício, o ânus.
O material que passa do intestino delgado para o intestino grosso quase
não possui mais substâncias aproveitáveis. Resta ao intestino grosso absorver certos
sais minerais e parte da água presentes nesse material. Formam-se então as fezes, que
são eliminadas através do ânus.
Assim as funções básicas do intestino grosso são: absorção...
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