Ciências Sociais

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UNIVERSIDADE PAULISTA - UNIP
CIÊNCIAS SOCIAIS
PROFA. MARILNE T. M. FERNANDES
AP_6
INTRODUÇÃO AO PENSAMENTO CIENTÍFICO SOBRE O SOCIAL II
Émile Durkheim (1858-1917) sua obra: A Divisão do Trabalho Social. Formou-se em Filosofia,
porém sua obra inteira é dedicada à Sociologia. Seu principal trabalho é na reflexão e no
reconhecimento da existência de uma "Consciência Coletiva". Ele parte do princípio que o homem
seria apenas um animal selvagem que só se tornou Humano porque se tornou sociável, ou seja, foi
capaz de aprender hábitos e costumes característicos de seu grupo social para poder conviver no
meio deste. A este processo de aprendizagem, Durkheim chamou de "Socialização", a consciência
coletiva seria então formada durante a nossa socialização e seria composta por tudo aquilo que habita
nossas mentes e que serve para nos orientar como devemos ser, sentir e nos comportar. E esse "tudo"
ele chamou de "Fatos Sociais", e disse que esses eram os verdadeiros objetos de estudo da
Sociologia.
Formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm
características próprias, que os distinguem dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele, a
Sociologia é o estudo dos fatos sociais. E esses podem ser estudados objetivamente como "coisas".
Foi o criador do organicismo ou funcionalismo, pois comparou a sociedade a um organismo vivo.
Para ele, assim como no organismo, em que cada órgão tem que cumprir a sua função para que o
todo se mantenha saudável, na vida social cada indivíduo deve cumprir a sua função, do contrário a
sociedade ficará doente, ou seja, entrará num estado patológico.
Algumas definições e exemplo dos conceitos de Durkheim:
Fato social: Segundo Durkheim, nem tudo que uma pessoa faz é um fato social, para ser um fato
social tem que atender a três características: generalidade, exterioridade e coercitividade. Isto é, o
que as pessoas sentem, pensam ou fazem independente de suas vontades individuais, é um
comportamento estabelecido pela sociedade. Não é algo que seja imposto especificamente a alguém,
é algo que já estava lá antes e que continua depois e que não dá margem a escolhas.
Coerção social: todo indivíduo ao viver em sociedade sofre pressão do grupo, todas as ações que
praticamos são julgadas pelos outros. Podemos sofrer desde reprovações leves até sanções legais,
como prisão, dependendo do tipo praticado.
Normalidade e anomalia social: para Durkheim todo fato social é considerado normal, ele passa a ser
considerado patológico ou uma anomalia se ameaça a sobrevivência da sociedade. Por exemplo: para
Durkheim o crime é um fato social normal, em todos os tempos e em qualquer tipo de sociedade ele
existe e segundo ele, o crime faz bem para a sociedade, desde que controlado, pois quando é punido
adequadamente, reforça os valores do grupo. Porém, quando o crime foge ao controle social e passa
a ser regra, ou mais forte que as instituições sociais, está configurada a anomalia social ou a
patologia.
EX: ações de facções criminosas, terrorismo, massacres, genocídios.
Alguns conceitos de Durkheim que continuam atuais e se prestam para analisar a sociedade atual são
o de solidariedade. Para o sociólogo francês solidariedade é o cimento social, é o que faz o ser
humano viver em grupo, em sociedade. Segundo Durkheim a solidariedade pode ser mecânica e
orgânica. A solidariedade mecânica era aquela que predominava nas sociedade pré-capitalistas, onde
os indivíduos se identificavam por meio da família, da religião, da tradição e dos costumes,
permanecendo em geral independentes e autônomos em relação à divisão do trabalho social, já a
solidariedade orgânica é aquela típica das sociedades capitalistas, em que, pela acelerada divisão do
trabalho social, os indivíduos se tornam interdependentes. Essa interdependência garante a união
social, em lugar dos costumes, das tradições ou das relações sociais estreitas, como ocorre na
sociedade contemporânea.
Max Weber (1864-1920) sua obra: A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Para ele a
Sociologia é o estudo das interações significativas de indivíduos que formam uma teia de relações
sociais, sendo seu objetivo a compreensão da conduta social. Assim, definiu ação social como a
conduta humana, pública ou não. As instituições produzidas pelo capitalismo, como a grande
empresa, constituíam clara organização racional que desenvolvia suas atividades dentro de um
padrão de precisão e eficiência. O capitalismo lhe parecia a expressão da modernização e de
racionalização do homem ocidental, porém ele alertou para os perigos dessa racionalização crescente
que leva a excessiva especialização a um mundo cada vez mais tecnicista e artificial e a deterioração
das relações humanas e dos aspectos existenciais do indivíduo. Para Weber esse sistema cria a
burocracia, que é um dos principais problemas gerados pelo capitalismo. Seus estudos sobre tal
problema na sociedade tiveram grande importância no estudo da Teoria da Burocracia, na área da
administração de empresas.
Os principais conceitos de Weber são:
Ação social: designa de maneira geral toda a ação humana que é influenciada pela consciência da
situação concreta na qual se realiza e da existência dos agentes sociais entre os quais a ação acontece.
O conceito de ação social foi eleito o conceito primordial na teoria de Max Weber.
Weber defende que as relações entre chefes e subalternos, políticos profissionais e povo podem ser
resumidas a:
Tradicional – ação que se baseia nos usos e costumes sociais.
Afetiva – ação motivada pela emotividade de quem a pratica.
Orientada por valores – ação que é, um fim em si mesma.
Racional – ação orientada para um fim determinado.
As organizações, como todo grupo social, acabam se organizando a partir de uma hierarquia, de
papéis e cargos relacionados a funções e as tensões começam a aparecer quando os atores sociais que
deveriam exercer liderança não conseguem exercê-la de fato e também porque os interesses dos
indivíduos são diferentes.
Tipo ideal:
Uma abstração criada para entender a ação dos sujeitos. Weber entende que para interpretar as ações
dos indivíduos é necessário classificá-los em perfis que caracterizam o grupo ao qual pertencem. Por
exemplo: adolescente, dona de casa, universitário etc.. Nenhum, desses tipos ideais existem, o que
existe de fato são pessoas que se enquadram nesses conceitos e pautam suas ações e compartilham
um universo de valores com aqueles que estão nas mesmas condições sócio-econômicas, culturais,
faixa etária, etc..
A política obtém assim a sua base no conceito de poder e deverá ser entendida como a produção do
poder. Um político não deverá ser um homem da "verdadeira ética católica" (entendida por Weber
como a ética do Sermão da Montanha - ou seja: oferece a outra face). Um defensor de tal ética
deverá ser entendido como um santo (na opinião de Weber esta visão só será recompensadora para o
santo e para mais ninguém). A esfera da política não é um mundo para santos. O político deverá
esposar a ética dos fins últimos e a ética da responsabilidade, e deverá possuir a paixão pela sua
atividade como a capacidade de se distanciar dos sujeitos da sua governação (os governados).
Weber na obra, A ética protestante e o espírito do capitalismo constata que o protestantismo foi à
religião que mais se adequou a lógica do sistema capitalista, pois: o catolicismo levava a uma postura
mais contemplativa da vida e o protestantismo ao contrário era mais pragmático, identificado com a
economia de mercado. Para ele, a validade dos valores é um problema de fé, não de conhecimento,
então as Ciências Sociais devem libertar-se dos valores, pois o objetivo da análise sociológica é a
formulação de regras sociológicas.
Quanto às relações entre a cultura protestante e o "espírito do capitalismo", pode-se dizer, de maneira
esquemática, que estão relacionadas principalmente com a doutrina da predestinação e da
comprovação — entendidas aqui, respectivamente, como a ideia de que Deus decretou o destino dos
homens desde a criação e a ideia de que certos sinais da vida cotidiana podem indicar quais são os
eleitos por Deus e quais os danados. Conquanto, para os católicos, há certos elementos atenuantes
que permitem ao crente cometer certos deslizes, para os protestantes, sobretudo os calvinistas, a
exigência de uma comprovação de que se é eleito impõe vastas restrições à liberdade do fiel, de
modo a levar a uma total racionalização da vida. Essa racionalização, entendida como uma "ascese
intramundana" — isto é, uma visão de mundo que propõe a iluminação através da santificação de
cada ato particular do cotidiano —, abre um campo para o enaltecimento do trabalho, visto como a
marca da santificação. É essa característica que permite a articulação entre a ética protestante, por
um lado, e o espírito do capitalismo, por outro.
Referências Bibliográficas:
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da Sociedade. São Paulo: Moderna, 2005
OLIVEIRA, Pérsio S. Introdução à Sociologia. 22ed. São Paulo: Ática,1999.
LAKATOS, E. M. Sociologia Geral. 4ed. São Paulo: Atlas, 1982.
Sugestões para Leitura:
Londres e Paris do século XX – Um espetáculo de pobreza – Maria S. Bresciani. São Paulo:
Brasiliense, 1982 (Col. Tudo é História).
Dicas de vídeo: Forrest Gump (EUA, 1994. Direção de Robert Zemeckis. Duração: 150 min.). O
narrador relata fatos históricos sendo seu protagonista. Identifica-se os valores sociais e os motivos
da ação social. Isso também se observa nos seriados Os anos incríveis - EUA e Confissões de
adolescente - Brasil.
ATIVIDADES
1. Explique resumidamente as ideias e contribuições de: Durkheim e Max Weber para a Sociologia.
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2. Leia atentamente o texto complementar abaixo:
Responda à questão sobre o texto Complementar:
a) Os fatos sociais são superiores e exteriores à consciência individual. Explique essa afirmação.
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