Acordo nuclear muda o jogo no Oriente Médio Jornal Mundo – 3ª edição Reportagem de capa Páginas 6 a 9 Como e porque o Irã incomoda os EUA? O urânio, elemento químico encontrado na natureza, pode ser utilizado, basicamente de duas formas: como fonte de energia e, em muitos casos, como matéria prima essencial para a produção de bombas. Aí está o problema, pois o Irã possui um programa nuclear desde a metade do século XX e isso incomoda a hegemonia estadunidense... O programa nuclear iraniano foi lançado na década de 1950, com a ajuda dos Estados Unidos, como parte do programa Átomos para a Paz*. Em 8 de dezembro de 1953, o então presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower, pronuncia um discurso na Assembleia Geral da ONU lançando seu programa "Átomos para a Paz", a primeira iniciativa de políticas de desenvolvimento da tecnologia nuclear voltada exclusivamente para fins pacíficos. "Os EUA asseguram diante dos senhores, e portanto diante do mundo, sua determinação em ajudar a resolver o temível dilema atômico - devotar seu coração e sua mente inteiros a encontrar a maneira pela qual a miraculosa inventividade do homem não seja dedicada à sua morte, mas consagrada à sua vida", declara o presidente na ocasião. PS.: comovente, não?! Na prática, o discurso propõe a criação do que viria a ser a Agência Internacional de Energia Atômica, vinculada à ONU, e a cooperação para a formação de técnicos e instituições de pesquisa sobre energia nuclear, desde que necessariamente aplicada a usos civis, como a medicina, a agricultura e a geração de energia elétrica. O discurso de Eisenhower, porém, tem um lado estratégico mais profundo que o simples pacifismo. Trata-se, naqueles anos iniciais da Guerra Fria, de equipar os aliados e sinalizar ao adversário - a União Soviética - que a corrida armamentista poderia continuar, mas o arsenal nuclear de cada lado teria função exclusivamente dissuasiva. Na prática, jamais deveria ser usado. O domínio da tecnologia nuclear pode ser utilizado para a construção de usinas de energia elétrica, além da possibilidade de fabricação de armas nucleares. De acordo com o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), somente os países que explodiram a bomba atômica antes de 1° de janeiro de 1967 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França) têm o direito de possuírem esse tipo de armamento. Porém, algumas nações não autorizadas possuem armas nucleares: Índia, Coreia do Norte, além de indícios da Ucrânia e de Israel. Em alguns anos, o Irã pode ser outra nação na lista dos países detentores de armamentos nucleares. Em 1995, através de um acordo com a Rússia, o programa nuclear do Irã voltou a ganhar forças. No entanto, somente com a eleição de Mahmoud Ahmadinejad*, em 2005, o país deixou o mundo Ocidental e Israel com receio dos possíveis fins bélicos desse programa. Mahmoud Ahmadinejad, fundamentalista islâmico conservador, alega que o programa nuclear iraniano é destinado a fins pacíficos. Ele acusa o Ocidente de tentar impedir o desenvolvimento tecnológico do seu país. Entretanto, Estados Unidos e Israel, principais inimigos do Irã, afirmam que esse programa nuclear tem por objetivo a fabricação de armas nucleares. Conforme relatórios dos serviços de inteligência dos Estados Unidos, o Irã será capaz de produzir uma bomba atômica em menos de dez anos. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) decidiu levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU, que poderá adotar sanções econômicas para que o país desista de seu programa nuclear. Mas essa atitude desencadeará grandes problemas à economia global, visto que o Irã é o quarto maior produtor mundial de petróleo. Por conta disso, os embargos econômicos poderão gerar um aumento significativo no preço do petróleo. Estados Unidos e Israel são os principais opositores desse programa nuclear. Por outro lado, Brasil e Turquia são defensores, sendo que os turcos realizaram um acordo para fornecerem urânio enriquecido para os iranianos. Guerra é a única alternativa se acordo com Irã não for aprovado, diz Obama Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/08/1664812-guerra-e-aunica-alternativa-se-acordo-com-ira-nao-for-aprovado-diz-obama.shtml http://www.cartacapital.com.br/internacional/opetroleo-despenca-e-a-arabia-saudita-sorri3244.html http://economia.uol.com.br/noticias/bloomberg/2 015/03/30/reservas-do-ira-voltam-a-sercobicadas-por-grandes-petroleiras-depois-dedecadas-de-conflito.htm http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/07/165 5431-ira-e-grupo-51-fecham-acordo-nuclearafirma-agencia-oficial-russa.shtml http://mundoestranho.abril.com.br/materia/oque-e-o-uranio-enriquecido http://www.clubemundo.com.br/web/pdf/2015/ mundo0315.pdf