Anatomia e Fisiologia do Aparelho Auditivo

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Anatomia e Fisiologia do Aparelho Auditivo
O aparelho auditivo tem função auditiva e de equilíbrio. A função sonora compreende as ondas
sonoras na freqüência de 20 a 20.000 Hz (humano), e a função de equilíbrio baseia-se na captação da pressão
da gravidade e do deslocamento do corpo no espaço.
O aparelho auditivo divide-se em: orelha externa, média e interna.
Orelha Externa
A orelha externa é composta pelo pavilhão auricular (PA), meato acústico externo (MAE) e
membrana do tímpano (MT).
A MT é uma membrana fina e translúcida, que separa a orelha externa da orelha média. Possui mais
ou menos 10mm de diâmetro e 80mm2 de superfície. Não é uma superfície plana, apresentando uma pequena
concavidade em seu centro chamada de umbigo, que corresponde à extremidade do cabo do martelo. Possui
duas porções, a pars flácida (não possui a camada média) e a pars tensa.
A MT é formada por três camadas. A camada externa, de origem ectodérmica, apresenta característica
epitelial (camada epitelial). A camada interna, de origem endodérmica, apresenta característica mucosa
(camada mucosa). A camada média, de origem mesodérmica, que está ausente na porção superior da MT
(pars flácida), é constituída de fibras radiais e não radiais (circulares, parabólicas e transversais), que dão
consistência própria à MT. A pars tensa é responsável pela transmissão da vibração sonora para o ouvido
médio (OM). O martelo encontra-se aderido à camada média da MT.
Orelha Média
Representada pela cavidade timpânica ou caixa do tímpano. Comunica-se anteriormente com a
nasofaringe através da tuba auditiva, posteriormente com as células da mastóide ou mastóide. Contém a
cadeia ossicular formada pelo martelo, bigorna e estribo.
A orelha média divide-se em: epitímpano ou ático, mesotímpano e hipotímpano. Apresenta seis
paredes a saber:
- Parede lateral: formada pela MT, parede lateral do ático e parede lateral do hipotímpano.
- Parede superior: separa a cavidade timpânica da fossa cerebral média.
- Parede inferior: formada pelo soalho ou parede jugular
- Parede anterior ou carotídea: comunica-se com o semicanal do músculo tensor do tímpano e com a
tuba auditiva.
- Parede posterior ou mastóidea: é a própria mastóide.
- Parede medial ou labiríntica: parede que separa a OM do labirinto ou ouvido interno. Nela
encontramos o promontório, plexo timpânico, janela oval (vestibular), janela redonda (coclear), canal
do facial, canal semicircular lateral.
Tuba auditiva
a – Anatomia: Os dois terços ântero-mediais da Tuba Auditiva (TA) são de origem cartilaginosa e o terço
póstero-lateral é ósseo. A porção cartilaginosa se abre na região lateral da nasofaringe e a abertura óssea da
TA é contínua com a parede lateral do epitímpano. Dois são os principais músculos relacionados com a TA,
o músculo tensor do véu palatino (MTVP) , e o músculo elevador do véu palatino (MEVP), citado na
participação da abertura ativo da TA. O MTVP é sabido ser o músculo que afeta diretamente a abertura da
TA.
b – Histologia: epitélio semelhante ao epitélio respiratório (células ciliadas e não-ciliadas, globets cells e
células basais).
c – Desenvolvimento pós-natal da TA e suas estruturas:
Na criança, a TA é mais horizontalizada, menor e mais propícia à invasão. O desenvolvimento do
tecido glandular é maior no período pós-natal, diminuindo acentuadamente com o crescimento da TA Outro
fator importante é a posição supina, que aumenta a possibilidade de refluxo e dessa forma a incidência de
otite média em crianças.
d – Fisiologia e Patologia: a TA tem 3 funções principais em relação à orelha média:
1. Proteção contra secreção e gradiente de pressão da nasofaringe;
2. Drenagem e clearance de secreção da orelha média para a nasofaringe;
3. Ventilação da orelha média para equalização da sua pressão com a pressão atmosférica.
Tuba fisiologicamente ideal = abertura ativa e intermitente (contração do MTVP durante a deglutição
e bocejo), mantendo a pressão da orelha média próxima à do ambiente.
e – Fatores imunológicos:
- Sistema imune secretor da mucosa da orelha média semelhante à mucosa do restante do trato respiratório.
- Alergia: a influência da alergia na etiologia da otite média vem sendo estudada. A resposta alérgica no
mínimo predispõe o paciente à efusão da orelha média, já que causa congestão e obstrução da tuba auditiva.
Orelha Interna ou Labirinto
É formada por estruturas neuroepiteliais (células ciliadas, células de sustentação e membrana
gelatinosa), labirinto membranoso (ductos preenchidos por endolinfa) e labirinto ósseo.
A cóclea é responsável pela audição, e o vestíbulo e os canais semicirculares pelo equilíbrio.
Fisiologia
O som é uma energia vibratória que penetra no MAE e incide na MT, sendo transmitido aos
ossículos. Essa vibração sonora é traduzida para energia elétrica na orelha interna, que é enviada ao sistema
nervoso central com todas suas características de intensidade, freqüência e harmonia, atingindo o cérebro no
giro temporal transverso anterior, quando o som é reconhecido.
Semiologia da Audição
Semiologia física: inspeção; palpação; otoscopia; exame da tuba auditiva (insuflação de ar – Valsalva,
Politzer e sonda de Itard), cateterismo, exames radiológicos (radiografia simples, tomografia
computadorizada e ressonância nuclear magnética).
Semiologia da audição: exame pelos diapasões, audiometria tonal liminar, audiometria por via aérea e por
via óssea, logoaudiometria, imitânciometria, impedanciometria, reflexos timpânicos, audiometria de tronco
cerebral, eletrococleografia, otoemissões.
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