Crédito, Inflação, Juros e Gastos Públicos: por onde fazer o ajuste? Crise fiscal do RS: A Arrecadação de ICMS continua ajudando a “resolver” o problema NOSSA FORÇA AO SEU LADO Crédito e Crescimento Econômico - O saldo total das operações de crédito do sistema financeiro cresceu 33% nos últimos doze meses até fevereiro de 2008. A inadimplência está baixa e, na verdade, até caiu no primeiro bimestre do ano. Essa expansão de crédito gerou uma aceleração contínua do PIB ao longo de 2007. - O crescimento do PIB foi de 4,4% no primeiro trimestre de 2007, passando para 5,4% no segundo trimestre do ano, 5,6% no terceiro trimestre e atingiu 6,2% no último trimestre de 2007. - Os sinais são de que esse processo de expansão acelerada continuou firme em 2008. Os dados do primeiro bimestre mostram que o volume de produção da indústria brasileira cresceu 9,2% e que o volume de vendas do varejo expandiu-se em 11,8% em janeiro de 2008. - É preciso ficar claro que a expansão do crédito ao setor privado (famílias e empresas) não é algo negativo. Muito pelo contrário. O sistema financeiro nacional ficou, por muitos anos, focado em captar recursos da sociedade para o financiamento da dívida pública. Nos últimos dois anos tem havido uma mudança estrutural em favor da expansão do crédito a sociedade. Há excessos em alguns casos específicos (prazos muito longos) mas, no geral, a expansão do crédito é algo positivo. NOSSA FORÇA AO SEU LADO Operações de Crédito com Recursos Livres Total (R$ Milhões) e % do PIB 36 1.000.000 950.000 34 900.000 32 850.000 30 800.000 750.000 28 700.000 26 650.000 600.000 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 24 Em % do PIB Em R$ milhões Fonte: Banco Central do Brasil NOSSA FORÇA AO SEU LADO PIB Trimestral e Despesa de Consumo das Famílias (variação % sobre mesmo trimestre do ano anterior) 10,00 8,6 9,00 8,00 7,00 6,00 5,00 5,8 5,7 6,2 6,0 5,4 5,6 4,4 4,00 3,00 2,00 1,00 0,00 2007 I 2007 II 2007 III 2007 IV Fonte: IBGE No ano de 2007 como um todo, o crescimento do PIB foi de foi de 5,4% e o consumo das famílias expandiu-se em 6,5% NOSSA FORÇA AO SEU LADO Desequilíbrio Entre a Oferta e a Demanda Agregada - A oferta doméstica de bens vem crescendo na esteira da elevação da demanda, mas de forma insuficiente. Uma demonstração clara dessa resposta insuficiente da oferta a elevação da demanda é o rápido crescimento das importações. - Esse desequilíbrio gera conseqüências para a inflação e para as contas externas (principalmente a balança comercial) do país. - No primeiro trimestre de 2008 as importações brasileiras cresceram 44% em relação ao mesmo período de 2008, gerando uma redução substancial do superávit comercial (as exportações cresceram 15,6%). - Essa expansão vigorosa das importações ajuda a “completar” a oferta doméstica de bens e reduz a pressão da demanda sobre os preços. A continuação do elevado desequilíbrio entre oferta e demanda doméstica vai gerar, no médio prazo, uma volta ao problema da “vulnerabilidade externa” que já nos assombrou em 1999 e 2003. - Apesar da expansão das importações, a inflação continua acima da meta para o ano. O IPCA nos últimos doze meses até fevereiro foi de 4,61%. Em um ambiente de excesso de demanda é possível que a inflação continue subindo nos próximos meses. NOSSA FORÇA AO SEU LADO Saldos Comerciais (US$ bilhões FOB) Janeiro/Março – 1999/2008 9,3 10,0 8,3 8,0 8,7 6,1 6,0 3,8 4,0 2,8 1,0 2,0 0,0 0,0 -2,0 -0,8 -0,7 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Fonte: Banco Central NOSSA FORÇA AO SEU LADO Saldo da Balança Comercial (ac. 12 meses em US$ Milhões) 49.000,00 47.000,00 45.000,00 43.000,00 41.000,00 39.000,00 37.000,00 jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 35.000,00 Fonte: Banco Central do Brasil NOSSA FORÇA AO SEU LADO jan/06 fev/06 mar/06 abr/06 mai/06 jun/06 jul/06 ago/06 set/06 out/06 nov/06 dez/06 jan/07 fev/07 mar/07 abr/07 mai/07 jun/07 jul/07 ago/07 set/07 out/07 nov/07 dez/07 jan/08 fev/08 Saldo em Transações Correntes (US$ Milhões) 15000 13000 11000 9000 7000 5000 3000 1000 -1000 -3000 -5000 Fonte: Banco Central do Brasil NOSSA FORÇA AO SEU LADO Por Onde Fazer o Ajuste? - É preciso que a política econômica seja direcionada para uma contenção do crescimento da demanda, de forma a gerar um equilíbrio com a expansão da oferta. Não é necessário “reduzir” a demanda agregada, mas sim reduzir sua taxa de crescimento. - Essa redução no ritmo da demanda agregada pode ser implementada utilizando-se instrumentos de política monetária ou de política fiscal. - A demanda agregada é formada pelos gastos correntes e gastos em investimento das famílias e do governo. - A elevação dos juros pelo Banco Central é uma alternativa para a contenção da demanda, pois afeta os gastos em consumo e investimento das famílias. (política monetária) - Contudo, o ritmo de expansão da demanda agregada pode também ser contido através de uma contenção dos gastos públicos correntes. (política fiscal) - A melhor estratégia seria a utilização da política fiscal (redução no ritmo de crescimento dos gastos públicos correntes ). Mas em caso de omissão do Ministério da Fazenda é provável que o Banco Central eleve os juros para conter o consumo e investimento privados. NOSSA FORÇA AO SEU LADO Arrecadação de ICMS do Rio Grande do Sul - Mensal Arrecadação do ICMS Nominal no mês (1000 R$) 2007 Janeiro 2008 Variação nominal no mês (%) Variação Real no mês (%) IGP-DI IPCA 1.135.878 1.265.623 11,42 2,70 6,56 Fevereiro 901.736 1.138.744 26,28 16,23 20,71 Março 844.381 Abril 988.600 Maio 993.168 Junho Julho Mais de 1 Bilhão? Em janeiro de 2007 ainda havia influência das alíquotas elevadas de ICMS 1.013.389 946.369 Agosto 1.031.507 Setembro 1.027.405 Outubro 1.045.611 Novembro 1.169.635 Dezembro 1.159.999 Fonte: Sefaz, Ipeadata NOSSA FORÇA AO SEU LADO Arrecadação de ICMS do Rio Grande do Sul - Acumulada no Ano Arrecadação do ICMS Nominal acumulado (R$ 1000) Variação nominal acumulada (%) Variação real acumulada (%) 2007 2008 Janeiro 1.135.878 1.265.623 11,42 2,70 6,56 Fevereiro 2.037.615 2.404.368 18,00 8,68 12,81 Março 2.881.996 Abril 3.870.597 Maio 4.863.766 Junho 5.877.155 Julho 6.823.525 Agosto 7.855.033 Setembro 8.882.438 Outubro 9.928.049 Novembro 11.097.685 Dezembro 12.257.685 IGP-DI Fonte: Sefaz, Ipeadata NOSSA FORÇA AO SEU LADO IPCA Evolução da Conta Resgate do Caixa Único (SIAC) 1998-2006 (R$ Bilhões) dez/98 dez/99 dez/00 dez/01 dez/02 dez/03 dez/04 dez/05 dez/06 dez/07 0,00 -0,77 -1,00 -2,00 -1,04 -1,35 -1,73 -1,66 -2,34 -3,00 -2,73 -3,24 -4,00 -4,74 -5,00 - -4,77 Os saque no primeiro ano do Governo Yeda foram de R$ 1,5 bilhão. Nos primeiros dois meses de 2008 o saque foi de apenas 3 milhões. Embora seja um financiamento barato para o governo (os juros são pagos pela a Selic e não há prazo definido para a reposição total dos recursos), a evolução do saldo no Caixa Único revela a continuidade do problema fiscal. A magnitude do aumento do déficit revela o tamanho do problema fiscal. NOSSA FORÇA AO SEU LADO