Raciocínio clínico em terapia ocupacional

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Raciocínio clínico em
terapia ocupacional
Aula da disciplina Prática IV
Texto: MIOSHI, E. Proposta de sistematização de
critérios de avaliação e matriz de raciocínio
clínico em terapia ocupacional para o idoso.
Dissertação de mestrado. Faculdade de Medicina da
USP, São Paulo, 2003.
Raciocínio clínico
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Definição: coleta e transformação de dados
sobre pacientes em decisões que tenham
implicações críticas para a qualidade de
suas vidas.
Compreende quatro formas: raciocínio
científico, raciocínio narrativo, raciocínio
condicional e raciocínio pragmático. –
múltiplos aspectos envolvidos.
Raciocínio científico
(procedimental)
Baseado no modelo racional do processamento cognitivo, o
mesmo que se apresenta no método científico de pesquisa.
Forma de raciocínio baseada na doença e na incapacidade.
Inclui:
 escolha de uma teoria de base - paradigma que norteia a
compreensão do sujeito, do processo saúde-doença e de suas
necessidades.
 desenvolvimento de uma forma sistemática de coleta de
dados – avaliação e identificação de problemas ocupacionais –
raciocínio diagnóstico
 criação de hipóteses – procedimentos e propostas de atenção
que possam responder a estes problemas
 testagem destas hipóteses durante o processo terapêutico.
Raciocínio narrativo
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Raciocínio clínico vai além de se ter uma razão ou objetivo
para o tratamento, trata-se de um raciocínio prático
direcionado a uma ação.
O terapeuta necessita ler o contexto do problema a partir do
prisma que o paciente vive. Aproxima-se duma perspectiva
fenomenológica e distancia-se do pensamento científico
clássico.
Valoriza a relação terapeuta-paciente e amplia o foco dado à
vida do paciente para o contexto no qual ela se desenrola.
Lida com a história do sujeito e foca nos processos de
mudança necessários para se alcançar o que é imaginado
para o mesmo. E com o impacto da doença sobre a vida do
sujeito.
Raciocínio condicional
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Capacidade do terapeuta ver o paciente no
contexto presente e exercitar sua
capacidade de antevê-lo em contextos
futuros possíveis.
Vislumbrar possibilidades futuras para o
paciente e assim faça a escolha mais
adequada de tratamento.
Integra o raciocínio científico, o narrativo e
o pragmático.
Raciocínio pragmático
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Aspecto do raciocínio clínico que envolve os
contextos pessoais do terapeuta e os contextos de
sua prática clínica.
Contexto pessoal: repertório de habilidades do
terapeuta, habilidade para perceber a cultura, seus
valores pessoais e crenças, habilidades de
negociação e motivação pessoal, formação pessoal.
Contextos da prática clinica: relações de poder no
contexto em que o terapeuta está inserido, formas
de pagamento da sua atuação, tipos de espaço,
equipamentos e materiais disponíveis, redes sociais
de suporte.
Proposições para
procedimentos
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Conduz avaliação para identificar necessidades, capacidades e
dificuldades em relação ao desempenho de atividades.
Focaliza as capacidades remanescentes do sujeito.
Considera os aspectos físico, cognitivo, emocional, sócio
econômico e cultural
Delineia o contexto atual de atividades do paciente, busca
compreendê-lo e entender ainda como o paciente chegou até
ele.
Identifica a rotina do paciente, se desenvolve atividades
profissionais ou de lazer.
Avalia atividades que desenvolveu, forma de se relacionar
com as mesmas e quais deseja retomar
Identifica desejos do paciente, compara interesses anteriores
e atuais como forma de identificar a maneira com a qual o
paciente lida com os mesmos.
Proposições para
procedimentos
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Identifica relacionamentos do paciente antevendo possibilidades de
inserção.
Aproveita o momento da entrevista inicial para fazer vínculo com o
paciente, assim como observa o ambiente em que a mesma é
realizada.
O diagnóstico médico não muda a forma de avaliar, mas norteia a
identificação de necessidades e dificuldades. Permite que o terapeuta
esclareça dúvidas dos familiares com relação a prognóstico ou
sintomas.
Utiliza instrumentos de avaliação para complementar a avaliação no
sentido de fundamentá-la e transformá-la numa linguagem
compreensível para demais profissionais.
Utiliza avaliação em atividade pra detectar dificuldades no
desempenho das mesmas e para verificar se os relatos conferem.
Também utiliza este recurso para verificar como o paciente se
relaciona com a atividade e com o terapeuta
Proposições para
procedimentos
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Família é fonte de informação quando possível e o
terapeuta verifica o grau de implicação desta no
tratamento e quanto esta pode ser parceira.
Traça objetivos e plano de tratamento em conjunto
com paciente e família.
Realiza orientações a familiares, cuidadores em
termos da rotina do paciente, formas de lidar com
as dificuldades, nas relações que vão se
estabelecendo, no desempenho de atividades e no
manejo com a doença e com o modo de ser
divergente do sujeito.
Exercício de leitura
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Selecione um dos textos de práticas em TO
do livro “Casos, Memórias e vivências em
TO” e identifique no relato do terapeuta em
que momentos este realizou o raciocínio
científico, raciocínio narrativo, raciocínio
condicional e raciocínio pragmático.
De que maneira estas formas de raciocínio
estão conectadas às propostas de atenção
descritas em seus planos de tratamento?
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