MICOBACTÉRIAS TUBERCULOSE E HANSENÍASE Tipos de MICOBACTÉRIAS • • • • • • • M.tuberculosis M. bovis M. leprae M.ulcerans M. xenopi M. marinum M. simiae M. avium intracelulare M.fortuitum M.chelonae M. szulgai M. kansasii M. scrofulaceum TUBERCULOSE • Aspectos históricos 1882- Robert Kock identifica o agente etiológico, corando-o com fucsina-anilina – "Bacilo de Kock" Há 100 anos: na Europa, a tuberculose era responsável por 1 a cada4 óbitos Há 60 anos: descoberta a estreptomicina (1944). A tuberculose agora tinha cura. Há 15 anos: reemergência da tuberculose nos países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, nunca havia sido controlada. 1993: OMS declara tuberculose emergência global. 1998: decifrado o genoma do Mycobacterium tuberculosis. CARACTERÍSTICAS MORFOCULTURAIS • Bastonetes aeróbios obrigatórios, com grânulos de volutina, difícil coloração e descoloração . BAAR • Técnica de Ziehl Nielsen • Oxida compostos de carbono • Tensão de CO2 • Tg= 18 horas • Formas saprófitas crescem mais rápido,formam + ou – pigmentos e são menos resitentes a álcool ácido resistência que as formas patogênicas. CLASSIFICAÇÃO Ordem Actinomycetales, gênero Mycobacterium. Espécies: M. tuberculosis: humanos M. bovis: bovinos M. africanum: humanos (não existe no Brasil) M. avium: aves Bacilo álcool-ácido resistente – BAAR- (não descora pelo álcool clorídrico quando corado pela fucsina). Moderadamente resistente ao calor, à dessecação e a diversos desinfetantes. • • • • CULTIVO 1-meio sintético simples 2-meio de dubos 3-orgânico ou complexo –Lowenstein Jensen • RESISTÊNCIA química e física- aspecto serpentiforme • PAREDE –lipídeos, proteinas e polissacarídeos Agar Lowenstein Jensen – 8sem Agar Midellbruck 1 dia após luz M. tuberculosis M. kansasii TUBERCULOSE • PATOGENIA & PATOLOGIA • O risco da doença depende da dose infecciosa e da competência imunológica do paciente. • Ocorre pela instalação e multiplicação dos microrganismos virulentos mas não produtores de toxina, adquiridos por inalação ou aspiração de perdigotos ou ingestão de leite e derivados contaminados. • TUBERCULOSE ORAL E PULMONAR SINTOMAS pode ter sangue no escarro ou tosse com sangue puro febre suor excessivo à noite perda de peso perda do apetite fraqueza Cansaço fácil PATOLOGIA • Exsudativa- complexo de Gohn • Produtivo - tubérculo Lesões crônicas nos ápices dos pulmões. disseminação- corrente sanguínea , linfática, TGI, bronquios. Localização intracelular- quimioterapia Fenômeno experimental de KOCH 1.Foco primários: pulmão/linfonodos mediastínicos ou linfonodos mesentéricos/ faríngeos. 2.Reação inflamatória granulomatosa com necrose de caseificação A primeira resposta é inespecífica e ineficiente, com o passar dos dias, macrófagos derivados de monócitos do sangue se acumulam no foco inflamatório. Inicialmente estes macrófagos "não treinados" são incapazes de destruir os bacilos, não conseguindo completar a fagocitose. Com o passar dos dias há o desenvolvimento de uma resposta imunológica mediada por células T e os macrófagos tornam-se eficientes na destruição dos bacilos. Muitos macrófagos sofrem modificações, sendo chamados de células epitelióides, devido à sua vaga semelhança com as células epiteliais. Alguns macrófagos fundem-se entre si, dando origem às células gigantes do tipo Langhans. Em torno deste acúmulo de células, há linfócitos e fibroblastos. A este arranjo nodular damos o nome de granuloma. Com o aparecimento do fenômeno da hipersensibilidade (10 a 14 dias), ocorre uma forma peculiar de necrose no centro do granuloma, chamada de necrose caseosa. Evoluções • Calcificação –Complexo primário A tendência na maioria dos indivíduos é para a cura espontânea da lesão. Com o passar do tempo a lesão vai se tornando menos celular, envolta por fibrose densa, ocorrendo até mesmo a calcificação da lesão. Bacilos podem permanecer viáveis no interior destas lesões por muitos anos. É o chamado nódulo de Ghon ou Complexo primário. EVOLUÇÃO • LIQUEFAÇÃO DO CÁSEO formação de caverna, metástase, generalização (tuberculose miliar). • IMUNIDADE • • • • • • DIAGNÓSTICO LABORATORIAL: Material Isolamento Bacterioscopia Teste de sensibilidade a drogas. Teste tuberculíneo –Teste MANTOUX • TRATAMENTO TRATAMENTO • Em bovinos: Não deve ser realizado (riscos epidemiológicos) • Em humanos: rifampicina, isoniazida, pirazinamida, estreptomicina, etambutol, etionamida. Tratamento tríplice (RIP) por 6 meses. •Por que a cura da tuberculose é lenta? • EPIDEMIOLOGIA • Fonte ser humano único reservatório natural, trato respiratório, contato familiar exposição maciça interpessoal por aerossóis, leite não pasteurizado, onde não há controle da tuberculose bovina. • Distribuição mundial • Não tem incidência sazonal • Maior incidência nos países subdesenvolvidos • Classe II ( correio semanal,mais acessível) PREVENÇÃO • MEDIDAS DE SAÚDE PÚBLICA para detecção precoce, educação do público das formas de transmissão, tratamento preventivo e imediato com INH, informando dos efeitos diversos como hepatite ,febre e erupção tendo que interromper e procurar o médico. • ERRADICAÇÃO DA TUBERCULOSE BOVINA • TRATAMENTO DE INDIVÍDUOS ASSINTOMÁTICOS • IMUNIZAÇÃO • RESISTÊNCIA DO HOSPEDEIRO • fatores inespecíficos que convertem assintomáticos em doença( corticóides,desnutrição , gastrectomia, drogas imunossupressoras, AIDS etc. • Nestes casos deve submeter os pacientes a quimioprofilaxia com INH. • Descontaminação concorrente –ar com UV , mais ventilação. • TAXA de mortalidade aumenta com a idade. Ocorre mais em homens que em mulheres; pobres; zona urbana • TESTE PPD ou MANTOUX – tuberculíneo- 0,1 ml intradérmico- im. Cel 48h- maior que 10 mm é considerado forte reator ( vacina, infecção , doença) Micobacterium tuberculosis HANSENÍASE • Agente etiológico- HANSEN- 1873-74 em lepromas • 1879- NEISSER-descreveu o bacilo em vários tecidos e órgãos estimulados,a lepra. • CARACTERÍSTICAS • Não cultivavel em laboratórios em meios artificiais • Coloração de Ziehl Nielsen- apresentam menor álcool ácido resistência que os bacilos da tuberculose. Manifestações clínicas • A forma clínica depende da resistência imune do hospedeiro avaliada pelo TESTE de MITSUDA. Hanseníase indeterminada: forma inicial, evolui espontaneamente para a cura na maioria dos casos e para as outras formas da doença em cerca de 25% dos casos. Geralmente, encontra-se apenas uma lesão, de cor mais clara que a pele normal, com diminuição da sensibilidade. Mais comum em crianças. Hanseníase tuberculóide: forma mais benigna e localizada, ocorre em pessoas com alta resistência ao bacilo. As lesões são poucas (ou única), de limites bem definidos e um pouco elevados e com ausência de sensibilidade (dormência). Ocorrem alterações nos nervos próximos à lesão, podendo causar dor, fraqueza e atrofia muscular. Hanseníase borderline (ou dimorfa): forma intermediária que é resultado de uma imunidade também intermediária. O número de lesões é maior, formando manchas que podem atingir grandes áreas da pele, envolvendo partes da pele sadia. O acometimento dos nervos é mais extenso. Hanseníase virchowiana (ou lepromatosa): nestes casos a imunidade é nula e o bacilo se multiplica muito, levando a um quadro mais grave, com anestesia dos pés e mãos que favorecem os traumatismos e feridas que podem causar deformidades, atrofia muscular, inchaço das pernas e surgimento de lesões elevadas na pele (nódulos). Órgãos internos também são acometidos pela doença. A hanseníase pode apresentar períodos de alterações imunes, os estados reacionais. Na hanseníase borderline, as lesões tornam-se avermelhadas e os nervos inflamados e doloridos. Na forma virchowiana, surge o eritema nodoso hansênico: lesões nodulares, endurecidas e dolorosas nas pernas, braços e face, que se acompanham de febre, mal-estar, queda do estado geral e inflamação de órgãos internos. Estas reações podem ocorrer mesmo em pacientes que já terminaram o tratamento, o que não significa que a doença não foi curada. Hanseníase tuberculóide reacional Hanseníase dimorfa Hanseníase dimorfa tuberculóide em reação Hanseníase Virchowiana H. Tuberculóide com mal perfurante plantar Hanseníase dimorfa em reação CARACTERÍSTICAS • MATERIAL :raspado de pele , de septo nasal, mucosa. • Se apresenta em feixes paralelos ou em massas globulares. • Alta incidência na atualidade • Comunicação às autoridades sanitárias • Requerendo isolamento do paciente • Áreas endêmicas-regiões da América latina, Ásia, África e Europa. • Localização do bacilo- células endoteliais e células mononucleares. PATOGENIA • Transmissão: pele aberta, exsudato nasal,vias respiratórias , leite materno. • Crianças em contato com adultos doentes. • Período de incubação- 2 a 3 anos- 30 anos, menor período – 7 meses- instalação insidiosa. • Doença de progressão lenta, atraída pelos locais frios do corpo; pele , mucosa do nariz, lábio , língua, terço anterior do palato mole e duro, úvula, perfura palato, ossos da mão, olhos e testículos. Requer tratamento prolongado PAT O LO G IA • Nodulares ou LEPROMATOSA-grandes massas de tecido de granulação, de progressão rápida , malígna e aguda,células como histiócitos e macrófagos com bactérias se X e a pressão da membrana , rompendo e disseminando associado a resistência orgânica ( I.C ), pele infiltrada por céls. Supressoras. Acometimento simétrico dos nervos, causam mutilação e deformação. Teste com a lepromina negativo ( micros se encontram na maior parte na lesão. • As lesões cutâneas são máculas pálidas e anestesiadas. PATO LO G IA • TUBERCULÓIDE-comprometimento nervoso assimétrico, razoável resistência orgânica, imunidade celular íntegra, presença de LT aux.,curso não progressivo, lento e benigno; teste com lepromina positivo( raros bacilos na lesão), reabsorção óssea, encurtamento dos dedos, mão em garra, lesões cutâneas maculares. • Lesões no nariz, face , mucosa,lábio, boca, nasofaringe, palato perfurado. MANIFESTAÇÕES GERAIS • Anemia, manifestações oculares e sistêmicas, linfadenopatia . • DIAGNÓSTICO LABORATORIAL • Material de lesão- lóbulo da orelha_biópsia, raspado de pele e mucosa do nariz. • BACTERIOSCOPIA-Ziehl Nielsen • TESTE DE MITSUDA - prognóstico CONTROLE E PREVENÇÃO • 1- Identificação e tratamento de pacientes • 2-Filhos de pais contaminados devem ser tratados com quimioprofilaxia- dapsona-até que o tratamento dos pais se tornem não infectantes. • 3-experimentalmente BCG- a lepra tuberculóide em crianças e vacina com Micobacterium leprae para contatos familiares e possivelmente para contatos comunitários em regiões endêmicas • 4- Desinfecção concorrente- exsudato nasal, limpeza terminal. • 5-Segregação- hospitais colônias, doméstico • 6- Controle dos contactantes de 6 a 12 meses • 7- Notificação compulsória- Classe II B • 8- Educação da população • 9- Não há quarentena TRATAMENTO • SULFONAS- subcutânea- dapsona, promin, sulfetrona. • RIFAMPICINA- suprime crescimento e as manifestações do micobacterium. • CLOFAZIMINA- oral- para pacientes com lepra resistente a sulfa • ESTREPTOMICINA