LICENCIATURA EM PILOTAGEM – EAD ELECTRICIDADE: Campo Eléctrico Aula – 3 Docente: Moisés João Chambule 1 CAMPO ELÉCTRICO Conceito de campo eléctrico. Linhas de força. Cálculo de campos eléctricos. Electrização por indução. Campo Eléctrico Campo, de uma maneira geral, é uma grandeza que pode ser associada à posição. Campo eléctrico é a região que está sob influência de uma carga eléctrica, manifestada através da força eléctrica que actua sobre uma carga de teste colocada neste campo. Define-se intensidade do campo eléctrico E no ponto P, como a força F exercida pela carga q sobre a carga de teste q0. Assim, o campo eléctrico no ponto P: F E q0 O módulo do campo eléctrico para uma carga puntiforme será: Ei k qi 1 qi 2 2 40 ri ri 3 Campo eléctrico resultante num ponto P, devido ao campo eléctrico de N cargas geradoras: N N kq ER Ei E1 E2 ...... EN 2i ri 0 i 1 i 1 r i0 A unidade de campo eléctrico, no S.I., é o newton por Colombo (N/C). Linhas de Campo Eléctrico As linhas de campo eléctrico constituem um auxílio para visualizar o campo. A linha de campo é traçada de tal maneira que sua direcção e sentido em qualquer ponto são os mesmos que os do campo eléctrico nesse ponto. A figura a seguir mostra alguns exemplos de linhas de campo. 4 Exemplos de Linhas de Campo Eléctrico (a) Partícula com carga positiva; (b) Partícula com carga negativa; (c) Dípolo; (d) Duas partículas com mesma carga positiva; (e) Duas partículas com cargas +2q e -q; (f) Disco carregado uniformemente. Exemplo 1: Determinar o campo eléctrico sobre a mediatriz de um segmento de recta carregado. O módulo do campo eléctrico do elemento de carga será: K o dx K o dq ou dE dE 2 2 r r K o dx ou ainda dE 2 pois 2 x y r 2 x2 y2 O elemento vectorial dE é o somatório das componentes dE x e dE y . 6 dEy dE cosj dE x dEseni e ou simplesmente dE x dEsen e dE y dE cos Integrando ao longo de todo o segmento obtêm-se L 2 L 2 E x dE x dEsen 2 dEsen L 2 e 0 L 2 L 2 L 2 0 E y dE y dE cos 2 dE cos 7 Devido a simetria, o valor de Ex é zero (0). Então E resume-se apenas a Ey. L 2 L 2 dx E E y 2 dE cos 2 K o cos 2 2 x y 0 0 Resultado: Campo eléctrico sobre a mediatriz 2 K E .sen ou y 2k o E y L 2 l 2 y2 2 8 Exemplo 2 : Campo eléctrico de uma linha infinita. Se o segmento de recta carregado for muito comprido de modo que y<<L, o ângulo θ da figura no exemplo anterior é aproximadamente igual a 90°. Então 2k o 2k o pois sen 1 E sen 0 2 y 2 y Exemplo 3: Campo eléctrico sobre o eixo de um anel de cargas. 9 O campo eléctrico dE devido ao elemento dq tem uma componente dEx na direcção do eixo do anel e uma outra componente perpendicular dEy . Devido a simetria pode se ver da figura que o somatório das componentes perpendiculares ao eixo é nula. Assim dE resume-se a dEx, cujo módulo é dE x dE cos x Sendo cos e r 2 x 2 a 2 r O campo total é igual a Ex x Ko x 2 a 2 3 dq 2 x K o Qx 2 a 2 3 2 10 Exemplo 4: Campo eléctrico sobre o eixo de um disco uniformemente carregado. Um disco de raio R uniformemente carregado com a carga Q pode ser analisado como um conjunto de anéis de carga, cada qual com um raio a, uma espessura da e com uma carga dq dA , onde dA é a área do anel e σ a densidade superficial de carga. Q A área dA do anel é dA 2ada e a densidade 2 R Em analogia com o elemento do campo K xdq dE de um anel de cargas, x a K x 2 ada teremos dE x o e como campo total do disco 3 o x x 2 a2 2 2 3 2 2 11 aR Ex a 0 K o x2a x 2 a2 3 2 da ou E x K o x aR x 2 a 3 2 2 2ada a 0 Introduzindo o radicando x 2 a2 no diferencial, teremos o seguinte resultado: E x 2K o 1 x2 R2 x 12 Exemplo 5 : Campo eléctrico nas vizinhanças de um plano infinito carregado. 1) Fazendo R tender a infinito ou x tender a zero, teremos E x 2K o . ... X > 0; Isto significa que o campo de uma distribuição plana infinita de cargas eléctricas é uniforme, isto é, o campo não depende de x. 2) Na outra face do plano, para os valores negativos de x o campo aponta na direcção de x negativos, então E x 2K o ... X < 0. 13 CONDUTORES E ISOLANTES Há materiais no interior dos quais os electroes podem se mover com facilidade. Tais materiais são chamados condutores. Um caso de interesse especial é o dos metais. Nos metais, os electroes mais afastados dos núcleos estão fracamente ligados a esses núcleos e podem se movimentar facilmente. Tais eletroes são chamados electroes livres. Há materiais no interior dos quais os electroes têm grande dificuldade de se movimentar. Tais materiais são chamados isolantes. Como exemplo podemos citar a borracha, o vidro, ebonite, etc. ELETRIZAÇÃO POR INDUÇÃO Na Figura 16 representamos um corpo A carregado negativamente e um condutor B, inicialmente neutro e muito distante de A. Aproximemos os corpos mas sem colocá-los em contacto (Figura 17). A presença do corpo eletrizado A, provocará uma separação de cargas no condutor B (que continua neutro). Essa separação é chamada de indução. Se ligarmos o condutor B à Terra (Figura 18), as cargas negativas, repelidas pelo corpo A escoam-se para a Terra e o corpo B fica carregado positivamente. Se desfizermos a ligação com a Terra e em seguida afastarmos novamente os corpos, as cargas positivas de B espalham-se por sua surperfície (Figura 19). Na Figura 20 repetimos a situação da Figura 17, em que o corpo B está neutro mas apresentando uma separação de cargas. As cargas positivas de B são atraídas pelo corpo A (força ) enquanto as cargas negativas de B são repelidas por A (força ). Porém, a distância entre o corpo A e as cargas positivas de B é menor do que a distância entre o corpo A e as cargas negativas de B. Assim, pela Lei de Coulomb, o que faz com que a força resultante seja de atração. De modo geral, durante a indução, sempre haverá atração entre o corpo eletrizado (indutor) e o corpo neutro (induzido). INDUÇÃO EM ISOLANTES Quando um corpo eletrizado A aproxima-se de um corpo B, feito de material isolante (Figura 21) os electroes não se movimentam como nos condutores mas há, em cada molécula, uma pequena separação entre as cargas positivas e negativas (Figura 22) denominada polarização. Verifica-se que também neste caso o efeito resultante é de uma atração entre os corpos . Um exemplo dessa situação é a experiência em que passamos no cabelo um pente de plástico o qual em seguida é capaz de atrair pequenos pedaços de papel. Pelo atrito com o cabelo, o pente ficou eletrizado e assim é capaz de atrair o papel embora este esteja neutro. Foi este tipo de experiências que originou o estudo da electricidade. Na Grécia antiga, a cerca do ano 600 AC, o filósofo grego Tales observou que o âmbar, após ser atritado com outros materiais era capaz de atrair pequenos pedaços de palha ou fios de linha. A palavra grega para âmbar é eléktron. No século XVI, o inglês William Gilbert (1544-1603) introduziu o nome electricidade para designar o estudo desses fenômenos. O MEU MUITO OBRIGADO 5/31/2017 20