Gestão e Políticas de Energia Políticas do Ambiente Programa Nacional para as Alterações climáticas Trabalho realizado por: Anabela Piedade Mestrado em Engenharia e Gestão de Tecnologia Gestão e Políticas de Energia 1. Introdução O Ambiente e a ecologia passaram em poucos anos de um quase anonimato para uma ascensão até à primeira linha das preocupações das sociedades de hoje. E porquê? Serão só de hoje? A diferença É que, hoje, a influência das sociedades humanas no ambiente é num grau muito superior ao que resultava do seu estado civilizacional e tecnológico do passado. Gestão e Políticas de Energia O impacto no ambiente e na natureza generalizou-se, globalizouse, e atingiu níveis e tipos antes inexistentes. O lado positivo é precisamente a crescente consciência que se vai impregnando nas mentes dos seres humanos, o que conduziu à inadequação e caducidade do modelo de desenvolvimento que ainda vigora: aquele em que o crescimento económico é um objectivo em si mesmo. Devido a estas premissas e métodos insustentáveis, emerge um novo paradigma, um novo modelo: o do desenvolvimento sustentável. Em que a criação de riqueza só é válida com um melhor ambiente e mais qualidade de vida. Aquele em que os interesses e bem estar das gerações actuais não é obtido comprometendo os interesses, bem estar e opções dos vindouros. Gestão e Políticas de Energia O termo Desenvolvimento Sustentado «Our Common Future», « Relatório de Brundtland» em 1987 - «WCED – World Comission on Environmentand Fdevelopment» Gro Harlem Brundtland (ex primeira - ministra norueguesa) Diversos factores contribuíram para o interesse no Relatório e no tema do Desenvolvimento Sustentado , nomeadamente a sua preocupação em introduzir, nas estratégias desenvolvimento, critérios de justiça social e de protecção do ambiente. A demonstração de interesse pelo tema surge também nas Nações Unidas, que promoveram uma Conferência em 1972, em Estocolmo, subordinada ao tema Human Environment.. Gestão e Políticas de Energia Em 1980, a União Internacional para a Conservação da Natureza publica um documento intitulado «World Conservation Strategy» - «Desenvolvimento Sustentado». Esta problemático é enquadrada, ao nível mundial no Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas (IPCC) Painel •1988 – Assinatura da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas. •1992 – Cimeira da Terra / Rio de Janeiro •1997 - Protocolo de Quioto •2001 Conferência de Marraquexe Gestão e Políticas de Energia Em 1992 - «Earth Summit»/ Conferência do Rio ··Resultados práticos - Agenda 21 - para a mudança •Reuniu delegados de 178 países, entre os quais cerca de 100 chefes de Estado, 7000 jornalistas e 1500 representantes de Organizações não Governamentais. •Ratificada, posteriormente até finais de Setembro de 2001, por 185 países •Disponibilizou diversos documentos que foram assinados pelos países representados como a Agenda 21 (Plano de acção para a transição rumo ao desenvolvimento sustentável e inclui medidas concretas, a nível de financiamento, tecnológico e de aplicação institucional sob supervisão das Nações Unidas), Convenção sobre o clima (efeito de estufa), Convenção sobre a Biodiversidade (direito de acesso internacional a espécies biológicas e a transferência de biotecnologias) e a Declaração do Rio (resultado do compromisso que se estabeleceu entre as nações do Norte e do Sul). Gestão e Políticas de Energia • No n.º 2 art.º 4 alega que o conjunto de países incluídos no anexo I (países industrializados) devem estabilizar as suas emissões de GEE, até 2000 aos níveis de 1990. Protocolo de Quioto •Estratégia de cooperação global adequada ao combate à tendência de crescimento insustentável das emissões de 6 gases causadores do efeito de Estufa •Signatários – Portugal e os países União Europeia. •Assinado por 84 países (mais a EU) e ratificado por 43 (até finais de Outubro de 2001) •Consensos negociais, suportados por textos jurídicos, sobre a forma organizacional de combater, eficazmente, os problemas ambientais •Apurar metodologias e ferramentas, responsabilidades de cada país, em função do seu referencial geográfico e estádio de desenvolvimento social e económico. Gestão e Políticas de Energia •Promoção da qualidade ambiental para as gerações vindouras. •Impõe redução de gases a 39 países industrializados no horizonte de 2010 Em 2005 de acordo com o n.º 2 do artigo 3º - Portugal deverá demonstrar o seu progresso quanto à redução de GEE . Meta de redução de emissões para alguns países, no âmbito da Conferência de Quioto Meta de redução - Austrália - + 8% - Canadá - - 6% -União Europeia – - 8% - Japão - -6% - Federação Russa - 0% - Estados Unidos - - 7% Gestão e Políticas de Energia Ao nível da Comunidade Europeia, os objectivos são também diferentes de cada estado membro, em função do estado de desenvolvimento económico. Relativamente a Portugal, conseguiu-se a permissão de por cento( em relação a 1990) no horizonte 2012. A posição portuguesa • pretende assegurar o crescimento da economia nacional, •contributo para um aumento da racionalização dos recursos energéticos •alteração nos nossos padrões de desenvolvimento industrial e social. •medidas concretas para a redução da emissão de gases estufa, •introdução, em 1997, do gás natural em Portugal, o qual exige a reconversão dos sistemas de queima existentes. •introdução de inovações tecnológicas de âmbito mais alargado que promovam uma significativa melhoria na eficiência energética dos processos industriais. Gestão e Políticas de Energia A título exemplificativo, pode referir-se o potencial de desenvolvimento para aplicações de sistemas de co-geração, os quais podem ainda ser combinados com sistemas de produção de frio através do ciclo frigorifico de absorção, contribuindo significativamente para a racionalização energética em Portugal e, em particular, em áreas que tradicionalmente se encontram pouco desenvolvidas a este nível, como a climatização de edifícios. Portugal revela o seu envolvimento e responsabilidade plena na resolução das questões ambientais globais, num quadro de Política Internacional Multilateral. PNAC – Programa Nacional para as Alterações Climáticas, iniciativa do Governo Português Gestão e Políticas de Energia Alguns países da EU já elaboraram e aprovaram os seus Programas Nacionais, entre eles a França, Holanda, Irlanda e Reino Unido. PNAC tem medidas Pme PeM (Pequenas e medias Empresas). Efeito de Estufa o clima é fortemente influenciado por mudanças nas concentrações atmosféricas de diversos gases que retêm parte da radiação infravermelhos proveniente da superfície da terra. Existe Efeito de Estufa Natural, sem o qual a temperatura média da superfície da terra seria negativa ( -18º centígrados ) e o Planeta seria inabitável. Os gases identificados como responsáveis pelo aumento do Efeito de Estufa são: •dióxido de carbono (CO2), • metano(CH4) •oxido nitroso (N2O). Gestão e Políticas de Energia •O ozono (O3) presente na estratosfera como na troposfera, importante para o efeito de estufada sua distribuição espacial e temporal. •O SF6 é o gás com maior Potencial de Aquecimento Global (PAC), considerado no Protocolo de Quioto, o mais usado nos sistemas de transmissão e distribuição de electricidade. •Outros gases como os óxido de azoto(NOX), dióxido de enxofre(SO2), hidrocarbonetes (HC) e os monóxidos de carbono (CO) que, não sendo GEE, influenciam ciclos químicos na atmosfera com consequências positivas ou negativas no efeito estufa. •O objectivo de cada país deve ser alcançado no período de cumprimento 2008 – 2012, sendo calculado como uma média desses 5 anos. As reduções de emissões dos 3 GEE mais importantes(CO2, Ch4, N2O) devem efectuarse, relativamente, aos quantitativos de 1990. Enquanto, em relação aos restantes gases (HFC´s, PFS´s e SF6) a base poderá ser 1995. Gestão e Políticas de Energia Os países signatários têm flexibilidade na forma como poderão reduzir as suas emissões. Para além do desenvolvimento de PeM nacionais, o Protocolo prevê 3 mecanismos adicionais para atingir o objectivo geral de redução: o Comércio de Emissões, a Implementação Conjunta e o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo. Conferência de Marraquexe - 7 a 9 de Novembro de 2001 O Acordo concluído em Marraquexe é «histórico», pois ele desbloqueia o Protocolo de Quioto, primeira tentativa à escala planetária para controlar as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), mas terá um fraco impacto sobre o clima nos próximos dez anos, segundo afirmam os cientistas. Gestão e Políticas de Energia •Os ecologistas do Greenpeace classificaram o Acordo de « batalha difícil com um magro resultado», num comunicado tornado público logo após o terminar da reunião. Jornal Diário de Notícias -42ºC •A secretária de Estado dos EUA para os Assuntos Gerais, Paula Dobriansky «provámos aqui, como provámos em Bona que os EUA não tem a intenção de desencorajar o trabalho dos outros países acerca do Protocolo de Quioto. No entanto protegeremos os interesses legítimos dos EUA.» •«Os EUA anunciaram em Março que nunca ratificariam o protocolo , por o acharem demasiado restritivo para a sua economia.» A ratificação é um passo importante: a adesão de 55 países que detêm 55% das emissões de CO2 dos países industrializados é necessária para a entrada em vigor do Protocolo. A recusa dos EUA tornou tudo mais 161ºPor isso se gerou a difícil, pois logo se lhe aliaram a Rússia e o Japão. necessidade de fazer concessões, sobretudo a Moscovo. Gestão e Políticas de Energia •Assim, a Rússia obteve em Marraquexe uma margem maior dos famosos «poços de carbono», que ainda suscitam grandes dúvidas aos cientistas. Esses «poços» permitirão negociar margens de poluição substanciais. -42ºC •O objectivo futuro é alargar esta base de emissões aos países em desenvolvimento e fazer regressar os EUA ás negociações, pois eles representam um quarto das emissões mundiais. As negociações para fazer entrar no jogo o Sul (que engloba a Índia e a China), cujas emissões ultrapassarão as do Norte dentro de 20 anos, deverão começar em 2005. • Por isso se gerou a necessidade de fazer concessões, sobretudo a Moscovo. 161º Gestão e Políticas de Energia 2010 3% 12% 1% 1% Indústria 18% 36% 9% 2% 39% 7% 1990 10% 10% -42ºC Transportes Doméstico Serviços Resíduos Agricultura e Pescas 23% PFC, HFC,SF6 29% 161º Gestão e Políticas de Energia Conclusão Em Setembro de 2002 realizar-se-á mais uma grande Cimeira -42ºC promovida pelas Nações Unidas. Desta vez será Joanesburgo,cidade que acolherá delegações de todo o planeta. O tema será a avaliação do percurso efectuado na última década, tendo como ponto de partida a Cimeira da Terra sobre o desenvolvimento Sustentável. «Estamos ainda longe de ter construído os consensos necessários para nos sustentabilidade real» lançarmos no 161º caminho da