O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE MUDANÇAS CLIMÁTICAS; O AQUECIMENTO GLOBAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS - UMA SÍNTESE Aquecimento global é o processo de aumento da temperatura média dos oceanos e do ar perto da superfície da Terra que ocorre desde meados do século XIX e que deverá continuar no século XXI, causado pelas emissões humanas de gases de efeito estufa (GEE), e amplificado por respostas naturais a esta perturbação inicial, em efeitos que se autorreforçam em realimentação positiva. As tendências atuais de emissões de gases de efeito estufa (GEE) superam o pior cenário estabelecido pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas/IPCC em seu quarto relatório de 2007. Emissões antropogênicas por combustíveis fósseis aumentaram em 38% desde o ano base de 1990; a taxa de crescimento das emissões de GEE passou de 0,9% ao ano entre 1990 e 1999 para 3,5% ao ano entre 2000 e 2007; e a temperatura global tende a subir entre 1.8°C e 4°C até 2100. Os impactos projetados pelo IPCC afetarão regiões de formas e em escalas distintas, colocando em risco a agricultura, os recursos hídricos, os ecossistemas e a saúde da população, que também serão afetados pelo aumento da ocorrência de eventos climáticos extremos. Os cenários para o Brasil e América Latina estimam com alta confiança um aumento nas temperaturas e ondas de calor até o final do século e com média confiança aumentos nos níveis de precipitação pesada ou aridez em diferentes partes da região. O estilo de vida, hábitos de consumo e a urbanização de grande parte da população mundial representam em média mais de 80% das emissões mundiais de gases de efeito estufa (GEE). Iniciativas que reduzam as emissões em áreas urbanas têm o potencial de contribuir para o alcance das metas globais de redução de emissões, estabelecidas para limitar o aumento da temperatura global a 2°C. Observa-se que, nos países em desenvolvimento, a pressão sobre os recursos naturais vem aumentando significantemente em decorrência da aceleração da urbanização, ausência de planejamento e da degradação do meio ambiente. O ritmo acelerado do esgotamento de recursos e das mudanças climáticas impõem novas responsabilidades à capacidade das nações de fornecer ambientes sustentáveis e de qualidade para o bem-estar de seus cidadãos. As populações urbanas estão cada vez mais sob risco de crises ambientais causadas pelas mudanças climáticas que são ampliadas em ambientes marginais e por restrições de recursos. As cidades são consideradas um dos principais epicentros das mudanças ambientais globais, uma vez que nelas ocorrem atividades altamente consumidoras de energia, e, portanto, emissoras de gases de efeito estufa (GEE), responsáveis pelo aquecimento global. Considerando que a urbanização é uma tendência mundial – 50 % das pessoas, em média, vivem em cidades no mundo sendo que, na América Latina, esse percentual é ainda maior, ultrapassando os 84% - e que as áreas urbanas geram cerca de dois terços das emissões mundiais de CO2, com mais de 60% de toda a energia sendo consumida em cidades, especialistas apontam a importância da mudança urgente de hábitos e padrões de consumo, com foco na redução, no reuso e na reciclagem de produtos, no uso de energias renováveis e limpas, como a energia solar e a eólica, no investimento em meios de transporte com uso de combustíveis menos intensivos em GEE e no fomento das redes para caminhamento a pé e/ou com uso de bicicletas, entre outros, para mitigação dos efeitos negativos das mudanças climáticas.