Ana Carla Conceição Bárbara Fernandes da Silva Bruna Paola Fontolan Emmanuel Roveri Karen Lidiane B. Oliveira INTRODUÇÃO A Infecção de Trato Urinário (ITU): Patologia infecciosa bacteriana mais comum Primeiro ano de vida- acometimento maior em meninos Maior número de malformações congênitas Válvula de uretra posterior INTRODUÇÃO Durante toda infância Fase pré-escolar Meninas mais acometidas por ITU, 10 a 20 vezes mais que os meninos. Fase adulta Mulheres são mais acometidas por ITU, 48% das mulheres apresentam ITU pelo menos uma vez ao longo da vida; 3% são recorrentes. INTRODUÇÃO Maior susceptibilidade à ITU em mulheres: •Uretra mais curta, •Maior proximidade do ânus com o vestíbulo vaginal e uretra. Susceptibilidade menor em homens: • Maior comprimento da uretra; • Maior fluxo urinário; • Fator antibacteriano prostático. “A partir da 5ª e 6ª idade, a presença do prostatismo, torna o homem mais suscetível à ITU.” DEFINIÇÃO “Infecção do trato urinário (ITU) é a colonização microbiana da urina e a invasão tecidual de qualquer estrutura do trato urinário.” A ITU é classificada em não complicada e complicada: CLASSIFICAÇÃO: Não complicada -Ocorre em paciente com estrutura e função de trato urinário normais -Adquirida fora do ambiente hospitalar Complicada -Causas obstrutivas (tumores, urolitíase, corpos estranhos) -Anátomofuncionais (bexiga neurogênica,cistos renais) -Metabólicas (insuficiência renal, diabetes, transplante renal) -Uso de catéter de demora ou qualquer tipo de instrumentação PATOGENIA *Freqüência dos germes causadores variam de acordo com o local onde foi adquirido Intra ou extra hospitalar *Difere em cada ambiente hospitalar PATOGENIA Germes gram-negativos Entéricos: Escherichia coli Klebsiella Enterobacter Acinetobacter Proteus Pseudomonas Germe gram-positivo: “Staphylococcus Saprophyticus” * 2ª causa mais freqüente de ITU não complicada FATORES PREDISPONENTES DO HOSPEDEIRO QUE PARTICIPAM NA PATOGENIA DA ITU: Obstrução do Trato Urinário; Refluxo vésico-ureteral; Cateterização Urinária; Gravidez; Diabetes mellitus; Relação Sexual/Métodos Contraceptivos; Prostatismo; Menopausa; Idade avançada; Transplante Renal (35% a 80% nos 3 primeiros meses/ 45% são recorrentes). ESPECTRO CLÍNICO: Cistite: “Infecção do trato urinário (Baixo)” Pielonefrite (PN) aguda: “Infecção de trato urinário (alto)” “Clinicamente a PN apresenta sintomas mais exuberantes e sistêmicos que a cistite” QUADRO CLÍNICO Cistite: Disúria Polaciúria Pode apresentar “febre baixa” e “Hematúria” Urgência miccional Dor em baixo ventre Pielonefrite: Presença de dor lombar Febre alta Calafrios Náuseas DIAGNÓSTICO Sedimento urinário: Exame microscópico realizado após centrifugação da urina Urocultura: A urina deve ser obtida a partir do jato médio, e colhida através de técnica asséptica, não em vigência de antibioticoterapia. Exames de Imagem Mais comum nos casos de ITU complicada “ Identificação anormalidades que predisponham à ITU” Ultra-som Exames de Imagem Urografia Excretora Exames de Imagem Uretrocistografia Miccional Exames de Imagem Cintilografia com ácido dimercaptosuccínio (DMSA) Exames de Imagem Cistoscopia ou uretrocistoscopia Exame endoscópio das vias urinárias baixas Diagnóstico de tumor de bexiga, uretra e patologias vesicais Tomografia Computadorizada TRATAMENTO Cistite e ITU não complicada (agentes antimicrobianos orais) - Sulfonamidas (associação Sulfametaxazol-Trimetoprim) 1cp 12/12 ou 2 cp de 12/12; - Nitrofurantoína (Macrodantina),dose 100 mg 6/6; TRATAMENTO - Quinolonas: ácido nalidíxico 500mg, 8/8, ácido pipemídico 400mg, 12/12hs; - “Novas” Quinolonas: Norfloxacina 400 mg,12/12. Ciprofloxacina 250 mg, 12/12 (Pielonefrite); - Cefalosporinas: Mais utilizada de 1ª geração por via oral Cefalexina 250 mg 6/6, 2ª geração o Cefaclor 250 mg, 12/12 TRATAMENTO Tetraciclinas – Infecções por Clamydia Trachomatis (Síndrome uretral e prostatite) Duração do Tratamento: Dose única 3 dias (Mais adequados)- “Atenção a recorrência” Duração de 7 dias (Homem) /10-14 dias (Infecções “altas” ou “complicada”) PROFILAXIA Indicada mulheres com ITU recorrentes Drogas mais utilizadas são: Nitrofurantoínas, sulfametaxazol-Trimetoprim, antigas Quinolonas (ác.Pipemídico e ác.nalidíxico) Dose sugerida: - 01 cp à noite ao deitar - 3 vezes por semana (3 a 6 meses) - Atividade Sexual (01 cp após) PROFILAXIA Aumento da ingestão de líquidos, Urinar em intervalos de 2 a 3 horas; Urinar sempre antes de deitar ou após o coito; Evitar o uso de diafragma ou preservativos associados a espermicida; Evitar banhos de espuma ou aditivos químicos na água do banho; Aplicação vaginal de estrógeno em mulheres pós-menopausadas. PROFILAXIA Hospital (Catéter vesical): - Conhecer e ter segurança para realizar o cateterismo vesical dentro da técnica específica, - Usar técnica correta para lavagem das mãos e assepsia; - Manipular o sistema fechado de drenagem do catéter com segurança e observar se não está desconectado ou com alguma obstrução; PROFILAXIA - Utilizar técnica e equipamentos estéreis para realizar o cateterismo vesical; - Verificar o nº da sonda (menor calibre, evitando maior risco de infecção por falha técnica); - Evitar manipular ou tracionar a sonda desnecessariamente ; PROFILAXIA - Trocar o circuito do sistema fechado caso tenha sido violado; - Providenciar para que o coletor esteja sempre em local limpo; - Promover a higiene do meato urinário diariamente dentro da técnica asséptica; PROFILAXIA “Evitar ao máximo a sondagem, ou o cateterismo vesical, utilizando outros meios que possam auxiliar o paciente”. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS - Heilberg IP, Schor N.Abordagem Diagnóstica e Terapêutica na Infecção do Trato Urinário-ITU. Rev Assoc Med Bra 2003;49: 109-16. - Koch VH, Zuccolotto, SMC. Infecção do Trato Urinário.Em Busca das Evidências.Jornal da Pediatria 2003;79-Supl.1/s97-106. - Santos NCM.Enfermagem na Prevenção e Controle da Infecção Hospitalar.4. ed.rev-São Paulo:Iátria,2010. - Lucchetti G, Silva AJ, Ueda SM, et al.Infecções do Trato Urinário:Análise da Frequência e do Perfil de Sensibilidade dos Agentes Causadores de Infecções do Trato Urinário em Pacientes com Cateterização Vesica Crônica.Bras Patol Med Lab 2005;v.41 /n.6: 383-9.