HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

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TRATAMENTO DA DOENÇA DE PEYRONIE COM
REMOÇÃO DA PLACA E ENXERTO DE
SUBMUCOSA DE INTESTINO PORCINO –
EXPERIÊNCIA INICAL DO HOSPITAL DOS
SERVIDORES DO RIO DE JANEIRO (HSE-RJ)
Vaimberg, R; Sousa. KDM; Campos, RMC; Correia, JAP, R Vaz, FP
HOSPITAL DOS SERVIDORES DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
1. Introdução
A Doença de Peyronie, caracterizada por uma placa
fibrótica que causa deformidade peniana, tem incidência
estimada em mais de 7% na população masculina. Sua
causa continua desconhecida, embora várias teorias já
tenham sido formuladas.
Entretanto, há várias
modalidades de tratamentos cirúrgicos. Recentemente,
mais uma ferramenta foi adicionada ao armamento
cirúrgico: o enxerto acelular de submucosa jejunal porcina.
Descreveremos aqui nossa experiência inicial com o uso
dessa técnica.
2. Objetivos
Descrever os resultados iniciais do Serviço de Urologia
do Hospital Servidores do Estado do Rio de Janeiro de 10
pacientes
com
Doença
de
Peyronie
tratados
cirurgicamente com o uso de enxerto de submucosa
jejunal porcina, e compará-los com a bibliografia.
1210
4. Resultados
Seis casos (60%) tiveram grande melhora, com
correção de mais de 80% da curvatura e recuperação da
atividade sexual. Um paciente (10%) com melhora da
curvatura de passando de 60 graus para 20 graus, ficando
com a ereção mantida inicialmente. Dois (20%) casos
permaneceram com curvatura significativa. Dois (20%)
casos tiveram comprometimento da ereção prejudicando a
atividade sexual. Um deles já fazia uso de auto-injeção
intra-cavernosa – a opção de uso de prótese era a melhor
solução, mas o paciente de 65 anos preferiu tentar a
cirurgia corretiva com o Surgisis®. Em todos os casos, foi
realizada a liberação do feixe nervoso dorsal, provocando
alterações da sensibilidade distal e da glande, que
regrediram no período de 6 a 10 meses.
3. Materiais e Métodos
Dez pacientes com Doença de Peyronie, com
deformidade severa do pênis (todos com curvatura maior
que 60º), foram tratados cirurgicamente com a incisão da
placa fibrótica peniana e enxerto de submucosa jejunal
porcina - Surgisis®.
Doença de Peyronie: Resultado final intra e pós operatório
Doença de Peyronie: Avaliação pré e peri-operatória
Doença de Peyronie: Mensuração da placa, liberação do feixe
nervoso distal e inserção do enxerto.
5. Discussão
Embora vários tipos de cirurgia e vários tipos de enxerto
já tenham sido experimentados para a correção da Doença
de Peyronie, não há consenso ainda quanto a uma única
técnica que seja considerada ideal para todos os pacientes
com curvatura clinicamente significante. Para que um
enxerto seja considerado como uma boa opção, deve ter
uma retração mínima, provoque a menor resposta
imunológica possível, seja fácil de usar, esteja prontamente
disponível e que seja barato. O enxerto em questão reúne
quase todos esses requisitos. Em nossa experiência inicial,
os resultados foram muito bons, comparáveis com a
bibliografia pesquisada. Entretanto, é necessário um maior
tempo de acompanhamento e uma maior casuística para
nos certificar dos resultados a longo prazo.
6. Conclusões
Enxertos de mucosa de intestino delgado de porcos
produzem bons resultados para o tratamento da Doença de
Peyronie. O manejo técnico do enxerto e sua colocação
são fáceis, e a ausência de reações adversas fazem desse
enxerto uma boa opção de tratamento. Ainda é necessário
um maior número de casos e acompanhamento mais longo
para confirmação dos resultados.
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