Cintilografia de Vias Urinárias com 99 mTc -DMSA em Lactente com Malformação do Sistema Urinário Rodrigo Pina e Elisa Hilgemberg Monitores de Medicina Nuclear e Imagem Molecular Universidade Federal Fluminense História Clínica LPT, 10 meses, nascido no Hospital Universitário Antônio Pedro em 12/08/2015, por parto vaginal, hipotônico desde o nascimento, com fáscies sindrômica ( filtro longo, face arredondada), disgenesia do corpo caloso e volumosa hidronefrose à esquerda associada a estenose de junção urétero-pélvica (JUP) ipsilateral. Fenótipo sugestivo de Síndrome de Pallister-Killian, sem confirmação diagnóstica Síndrome de Pallister-Killian Hipotonia Deficit Cognitivo Alopecia areata Hiperpigmentação da pele Filtro labial longo Malformações do SNCConvulsões Hérnia diafragmática Condição não-hereditária. Ocorre por má disjunção do cromossomo 12 durante a formação das células germinativas dos genitores Apresentação em mosaico História Clínica O paciente recebeu alta em 26/08/2015 após estabilização clínica Retornou ao hospital em 23/11/2015 com quadro de picos febris e convulsões de difícil controle, sendo diagnosticada epilepsia grave. Cintilografia de Vias Urinárias – 25/11/2016 Em 25/11/2015 o paciente foi submetido a uma cintilografia das vias urinárias 24 horas após a administração de 1 mCi de 99m Tc – DMSA por via IV •Rim direito: tópico, dimensões preservadas, contornos regulares, com distribuição homogênea do radiotraçador pelo parênquima •Rim esquerdo: tópico, dimensões bastante aumentadas, com limites imprecisos, hipoconcentração do radiotraçador, principalmente na região medial Cintilografia de Vias Urinárias – 25/11/2016 •Função Relativa: -Rim direito: 53,38% -Rim esquerdo: 46,62% Valores de referência: 45-55% •Impressão Diagnóstica: -Rim direito: função tubular preservada. Ausência de cicatriz e/ou retração -Rim esquerdo: função tubular reduzida em grau moderado. Importante dilatação do sistema pielocalicinal Caso Clínico - História Após a realização do exame, foi indicada uma nefrostomia e uma gastrostomia com fundoplicatura No entanto, quadros recorrentes de sepse de foco pulmonar e abdominal impediram a estabilização clínica do paciente para os procedimentos cirúrgicos Em 27/03/2016 o paciente foi submetido a gastrostomia com fundoplicatura, sem intercorrências Cintilografia de Vias Urinárias – 06/05/2016 Em 06/05/2016 o paciente foi submetido a novo estudo cintilográfico das vias urinárias 24 horas após a administração de 1 mCi de 99m Tc – DMSA por via IV •Rim direito: função tubular preservada. Ausência de cicatrizes ou retrações •Rim esquerdo: Não visualizado em topografia habitual Exclusão renal funcional Cintilografia das Vias Urinárias – 06/05/2016 Caso Clínico – Exames Laboratoriais Data 14/05 20/05 29/05 03/06 05/06 09/06 19/06 Hb. 12,2 12,4 11,8 11,6 12,5 11,5 8,5 Leuco. 5.300 6.700 11.700 7.100 11.100 11.500 11.400 3 8 3 3 6 3 Bastões 6 Plaq. 186.000 298.000 293.000 245.000 274.000 315.000 369.000 Na 145 137 132 149 150 143 134 K 3,5 4,3 4,0 2,9 4,1 4,9 4,9 Ureia 18 6 10 9 11 19 13 Creat. 0,28 0,22 0,19 0,23 0,23 0,41 0,39 Caso Clínico Em 06/2016 o paciente foi submetido a nefrostomia esquerda Novo exame cintilográfico foi realizado em 17/06/2016 para avaliar a função renal após o procedimento Cintilografia de Vias Urinárias – 15/06/2016 •Atividade: 1.2 mCi de 99m Tc – DMSA •Função Renal Relativa: -Rim Direito: 64,30% -Rim Esquerdo: 35,70% -Referência: 45-55% Cintilografia de Vias Urinárias – 15/06/2016 Impressão Diagnóstica: -Rim Direito: Função tubular preservada. Há hipoconcentração no polo inferior que sugere cicatriz ou processo infeccioso em atividade. -Rim Esquerdo: Função tubular reduzida em grau acentuado. A hipoconcentração nas regiões medial e superior sugere cicatriz ou processo infeccioso em atividade. Há melhora em relação ao exame de 06/05/2016 -Recomenda-se o controle evolutivo em 6 meses Cintilografia Renal Estática Serviço de Medicina Nuclear e Imagem Molecular Hospital Universitário Antônio Pedro Universidade Federal Fluminense Rodrigo Pina e Elisa Hilgemberg Cintilografia Renal Estática • Visa avaliar a morfologia, córtex e função renal. • Radiofármacos que sofrem filtração glomerular exclusiva ou que sofrem secreção tubular sem fixação cortical renal são inadequados para a aplicação na cintilografia renal estática. • Principal radiofármaco utilizado: 99mTc-DMSA (ácido dimercaptosuccinico) Mecanismo de captação do 99mTc-DMSA Concentração do radiofármaco se dá nas células do túbulo proximal. Pode alcançar essas células diretamente pelo fluxo sanguíneo ou pela reabsorção do filtrado glomerular. Imagem após 2 horas de administração: mostra somente a fixação no córtex renal. Características do DMSA • • • • Biodistribuição: se concentra apenas no córtex. Padrão difusamente homogêneo em cada rim. Com captação similar entre os rins. Sua captação reflete a integridade funcional do córtex renal. • As zonas frias (pálidas) de pouca atividade radioativa corresponderão a zonas do córtex renal com funcionamento alterado. Fatores que diminuem a fixação tubular do DMSA A sua concentração no córtex renal pode estar afetada por alterações no fluxo intra-renal ou na reabsorção tubular. • Desequilíbrio ácido-básico: aumenta a captação hepática do radiofármaco. • Desidratação: aumenta o tempo de clearence. • Síndrome de Fanconi (tubulopatia renal proximal rara onde se observa distúrbio na reabsorção de glicose potássio,sódio,bicarbonato): implica em maior eliminação do radiofármaco. Características do DMSA • Caracterização é melhor feita em imagens com visão posterior. • Ocasionalmente é observada uma menor concentração na face medial dos rins compatível com a posição do sistema pielocalicinal. • Concentração no fígado pode existir, mas deve ser muito menor do que a renal. • Pode ser observado captação em bexiga, principalmente quando as imagens são captadas muito precocemente. Aquisição e processamento da imagem • Não é necessário preparo prévio do paciente. • São administrados cerca de 5 mCi e as imagens são adquiridas após 2horas da injeção do radiofármaco. • As imagens são obtidas em janela anterior e posterior do abdome e imagens oblíquas do abdome. • É possível adquirir as imagens em cortes tomográficos com o SPECT. Cintilografia Renal Estática com DMSA normal Anterior Posterior OPD OPE OAD Posterior Cintilografia Renal Estática com DMSA normal Interpretação da imagem • Deve ser levado em consideração: Posicionamento renal no abdome. Forma renal. Dimensões renais. Intensidade de captação. Padrão de distribuição do radiofármaco. Função renal relativa. Paciente com cicatriz renal e déficit de função tubular no rim esquerdo Pielonefrite • Cintilografia estática irá refletir a disfunção do córtex quando há um processo infeccioso vigente ou quando ocorre perda irreversível de função nos casos crônicos (processo cicatricial renal). • No processo agudo, o exame é realizado na vigência de infecção e no crônico, espera-se de 3 a 6 meses após o término da infecção. Pielonefrite Malformações renais • Rins pélvicos e torácicos (menos comum). • O radiofármaco irá ser encontrado em topografia não habitual e os rins podem apresentar formas variadas. • Exemplos: rim em ferradura (fusão dos polos renais inferiores), ectopia renal cruzada(rim encontra-se fundido ao outro, um por seu polo inferior outro por seu polo superior) Malformações renais Rim em ferradura Obrigado! Contatos •[email protected] •[email protected] •[email protected]