Pós-Fordismo - Grupos.com.br

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O Fordismo e sua crise
Maurício Serva, a
partir de texto de
Alain Lipietz e Alain
Bihr
Modelo de desenvolvimento
segundo Teoria da Regulação

Modo de organização do trabalho

Regime de acumulação

Modo de regulação
Modo de organização do
trabalho
Princípios gerais que governam a
organização do trabalho, não só
dentro de cada empresa, mas
também a divisão do trabalho
entre empresas. Setores e regiões
mais avançados inspiram a
evolução dos outros.
Regime de acumulação
Lógicas e leis macroeconômicas
que traduzem as condições de
produção (produtividade,
mecanização) e as condições de
uso social da produção (consumo
familiar, investimentos, despesas
governamentais, comércio
exterior).
Modo de regulação
Mecanismos de ajustes de
conflitos dos indivíduos aos
princípios coletivos do regime de
acumulação. Não institucionais
(costume, conformação);
institucionais (regras de mercado,
legislação social, moeda, redes
financeiras). Estes últimos podem
vir do Estado, do mercado ou do
âmbito semi-público.
Fordismo como modelo de
desenvolvimento 1945-1975)

Modo org. trabalho:
- taylorismo com alta mecanização
- subcontratação entre empresas

Regime de acumulação:
- setor secundário como carro-chefe da economia
- produção/consumo em massa
- repartição regular do valor agregado (o
“compromisso fordista”), pleno emprego
- taxa de lucro estável, uso capacidade instalada

Modo de Regulação:
- legislação social, convenções coletivas
- Estado-providência, Estado forte e democrático
- moeda de crédito emitida em função das
necessidades com supervisão dos bancos centrais
Paradigma social do
fordismo (1)

É eficiente:
- produção dirigida por tecnocratas (hierarquia e
autoritarismo)
- taylorismo estendido e aperfeiçoado

É normal:
- “compromisso fordista” para pleno emprego

É desejável:
- medidas compensatórias do Estadoprovidência
Paradigma social do
fordismo (2)

Sentido do desenvolvimento:
- progresso técnico = avanço tecnológico gerido por
trabalhadores intelectuais
- progresso social = poder aquisitivo e consumo
- Estado como fiador do interesse geral

Síntese:
- produtivismo e consumismo
- individualismo e competição social
- identidade social pelo mercado de trabalho
- “solidariedade administrativa”
- sociedade burocrática
- predomínio da racionalidade instrumental
Crise do Fordismo
Causas internas:




Ganhos de produtividade decrescentes
Crise do Taylorismo
Quebra do compromisso fordista (sociedades
duais também no I Mundo)
Limites ecológicos do crescimento
Causas externas:




Competitividade do Japão e da Europa
Choque do Petróleo 73
Crise de regulação por parte do Estado
Neoliberalismo (flexibilização)
Pós-Fordismo: Passagem da produção em
massa para a produção flexível
(1980-1990)
Organização do Trabalho
Princípios Gerais
Otimizar a produtividade
global dos fatores
Integração entre setores
(p&d, produção e venda)
Produzir o que se vende
Produção diferenciada
Inserção da demanda no processo
produtivo (cliente)
Descentralização da decisão
Alianças, redes e parcerias
Sub-contratação
Relação de Trabalho
Estímulo ao trabalho em equipe
Necessidade de alta qualificação
Lealdade à profissão
Partilha de resultados
Empowerment
Formas múltiplas de redes
industriais

“Pós-fordismo” como conjunto de
soluções singulares:
Trabalho flexível numa rede de firmas
independentes capazes de reagir a
mudanças no mercado mundial
(conjunto de firmas ou desintegração de
grandes empresas)
Organização Industrial




Ampliação do setor de serviços (56,3%
da população empregada nos países da
OCDE em 1981)
Fortalecimento da economia informal e
dos pequenos negócios (distritos
industriais)
Produção em pequenos lotes, subcontratação e deslocamento
Novas tecnologias produtivas: softwares,
robótica, etc.
Consumo




Tempo curto de vida útil dos
produtos
Indução de necessidades
Estética pós-moderna:
efemeridade, diferença,
espetáculo, moda
A era do descartável
Economia





Mercado de ações global
Mercado futuro de mercadorias e
até de dívidas
Mobilidade geográfica de fundos
Empreendimento de papéis
Lógica financeira prevalece
sobre a lógica produtiva
Empresa




Novas práticas de reestruturação:
reengenharia, qualidade total,
downsizing, terceirização
Novas práticas competitivas: fusões,
aquisições e alianças estratégicas
O intangível: responsabilidade social,
imagem e ética empresarial, gestão do
conhecimento
O empreendedorismo, a empregabilidade
e a renovação do conceito de trabalho
Estado

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Crises na finanças públicas
Idéia do “Estado mínimo”
Teoria do “new public
management”
Cortes em programas sociais
Privatização massiva
Novas formas de governança
Redes e parcerias com setor
privado e sociedade civil
Consequências sociais e no
mercado de trabalho
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

Níveis altos de desemprego
estrutural
Destruição e reconstrução
rápida de habilidades
Ganhos modestos de
salários reais
Enfraquecimento do poder
sindical
Níveis de emprego: central e
periféricos
Crise social e institucional
O debate: o pós-fordismo
é um novo modelo de
desenvolvimento? (1)

Argumento neoliberal: o pósfordismo é um novo modelo, pois
estabelece uma nova estrutura de
produção e um novo paradigma
sócio-cultural baseado na idéia de
globalização.
O debate: o pós-fordismo
é um novo modelo de
desenvolvimento? (2)


Argumento contrário: malgrado as
inovações produtivas, o pós-fordismo é
apenas a expressão da crise do
fordismo.
Argumentação de Alain Bihr:
- transformações constituem um modelo incoerente,
próprio da crise do fordismo
- apenas estratégias de adaptação à crise, e não de
saída global da crise
- transformações agravam a crise e não a solucionam,
não há uma regulação global de fundo
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