Slide 1 - Professor Jarbas

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Colégio e Curso Qualidade
Máxima
Turma:1211
Nomes: Jéssica Santos
Natielle Araujo
Rozana Sena
Yasmin Ane
Nº: 08
Nº: 11
Nº: 12
Nº: 17
Professor: Jarbas Junior.
Introdução
Nos últimos anos o assunto “células-tronco” tem sido
muito debatido, e é objeto freqüentemente exposto
na mídia. Como a maioria das grandes novidades, esta área
está sendo superestimada se for considerada a realidade
atual, entretanto não há dúvidas de que as suas
potencialidades são enormes, e pode-se esperar um novo tipo
de Medicina a partir da evolução dessas pesquisas. Na
verdade, o que se tem hoje é uma série de perspectivas e os
resultados obtidos nas experiências em animais de pequeno
porte não podem, ainda, ser extrapolados para a espécie
humana. Experiências clínicas têm, entretanto, mostrado
resultados alentadores.
Os diferentes tecidos são formados por células com
características diversas. Por exemplo: o tecido
muscular está constituído por células especializadas em
contração, os miócitos. O tecido ósseo está constituído por
osteoblastos, o tecido nervoso por neurônios, e assim por
diante.
Quando uma das primeiras células do embrião sofre uma
mitose e se divide, as duas células resultantes têm a mesma
constituição genética e as mesmas características. A
embriogênese progride com a contínua multiplicação das
células, aumentando o número das mesmas e o tamanho do
embrião. O interessante é que dentro da célula mais primitiva,
o zigoto, existe informação suficiente para que, na medida em
que essas células forem se dividindo, aos poucos ocorra uma
diferenciação, originando diferentes linhagens que formarão
diferentes tecidos como: muscular, ósseo, nervoso, etc.
No interior do núcleo desta célula primitiva existe
uma bagagem gênica completa, com capacidade de
transmitir as informações necessárias para toda a
vida do futuro ser que esta célula originará. Em um
determinado momento, nesta contínua série de
divisões mitóticas, inicia um processo denominado
diferenciação celular. Este processo é de extrema
importância pois permitirá que novas linhagens
celulares passem a existir e já iniciem a estruturação
de um complexo organismo. Este fenômeno de
diferenciação celular permite, em última análise, que
a célula resultante da divisão seja diferente da
antecessora.
Durante muito tempo, os biólogos ensinavam a
mitose como sendo a divisão de uma célula em duas
exatamente iguais. Há relativamente pouco tempo,
com os novos entendimentos propiciados pela moderna
biologia celular, foi sendo definido um novo tipo de mitose. A
mitose assimétrica. O conhecimento desta mitose assimétrica
permitiu a ideação de um tipo de célula com características
especiais. Esta célula ao se dividir origina uma célula que se
diferencia e outra que mantém as mesmas características da
original. Desta maneira, ela pode se diferenciar em outra, ao
mesmo tempo em que pode manter suas características
primordiais. Esta manutenção de características permite, no
organismo adulto, que haja um grupo de células que ainda
mantêm características ancestrais, ou precursoras, ou tronco.
Por essa razão são denominadas células-tronco.
Este fato, que constantemente está ocorrendo em
nosso organismo, possibilita um processo reparatório
fantástico, fazendo-nos prever sua utilização em
oportunidades diversas. Este fenômeno da
diferenciação, ou não, das células no processo
divisório, acrescido da existência, no adulto, de
células precursoras, permite uma multiplicidade de
situações que necessita avaliação detalhada, objeto
desta revisão inicial.
Existem na atualidade discussões éticas de grandes
proporções que necessitam ser abordadas ao se
estudar as células-tronco. Serão avaliadas
pormenorizadamente no decorrer desta análise.
FUNDAMENTOS TEÓRICOS
Após a fecundação, a célula formada é
denominada zigoto. O zigoto é uma célula
totipotencial, ou seja, tem a capacidade de originar
todo o indivíduo, com a sua complexa estruturação
diferenciada.
Depois das primeiras divisões celulares, as células
resultantes são também totipotenciais. Se estas
células se separarem, a continuidade de
desenvolvimento de cada uma independentemente
dará origem a gêmeos idênticos ou univitelinos,
provando sua totipotencialidade.
No decorrer da embriogênese, na medida em que ocorrem
sucessivas mitoses vai se formando um conjunto celular
denominado blastocisto. O grupamento celular central deste
conglomerado apresenta células com capacidade de gerar
qualquer outra célula, e por isto são consideradas
pluripotenciais.
A diferença essencial entre uma célula totipotencial e outra
pluripotencial é o fato de que a primeira (totipotencial) poderia
até originar um novo indivíduo, enquanto que a segunda
(pluripotencial) não teria essa capacidade. Ambas, têm a
capacidade de gerar qualquer outra célula.
Tanto as células totipotenciais como as pluripotenciais são
células-tronco. Durante o desenvolvimento embrionário elas
serão as células-tronco embrionárias. Por outro lado, no
indivíduo adulto, as células que mantêm as características
pluripotenciais são as células-tronco adultas.
Na atualidade, a identificação, a separação, o isolamento e a cultura das
células-tronco já é uma realidade. Este fato permite que se possa inferir seu
aproveitamento terapêutico.
Existem vários questionamentos quanto às células-tronco. Onde estariam
“guardadas” no organismo adulto? Quando entrariam em funcionamento
(divisão)? Que agentes poderiam ser indutores desse processo divisional?
A potencialidade dessas células poderia ser aproveitada em um processo
reconstrutivo?
Com finalidade meramente didática e especulativa imagine-se, por
exemplo a revolução em termos médicos que os seguintes feitos poderiam
desencadear: células-tronco ou células isoladas seriam implantadas em
determinada área e estimuladas a iniciar sua multiplicação, reconstruindo
um órgão perdido. Desta maneira, um braço, ou uma perna ou um fígado ou
mesmo um coração, (pelo menos teoricamente) poderiam ser construídos.
É indispensável, entretanto, a percepção de que a realidade atual é
completamente diversa. Acredita-se que um longo período ainda será
necessário para a concretização desses sonhos. O controle do estímulo à
divisão e diferenciação dessas células ainda está longe de ser uma rotina
nos laboratórios. Quanto à utilização de células-tronco adultas, ou
embrionárias, várias discussões éticas poderiam ser estabelecidas.
O uso de células-tronco adultas seria definido como a
retirada de um grupo de células-tronco de determinada região
do organismo de um paciente e seu aproveitamento no próprio
individuo. A medula óssea do individuo adulto é uma zona
extremamente rica nessas células e, por isso, freqüentemente
usada como fonte de células-tronco transplantadas para o
mesmo indivíduo.
Quanto ao uso de células-tronco embrionárias, várias
discussões podem entrar em cogitação. Nesta situação, a
retirada das células é realizada em embriões com poucos dias
de desenvolvimento. Esta retirada é feita na maioria das vezes
com o sacrifício do embrião, o que estabelece um dilema ético.
Grandes discussões têm sido realizadas sobre este dilema.
Grupos religiosos, de especialistas em ética e de cientistas
estão há bastante tempo discutindo de maneira mais ou menos
veemente este problema.
O sacrifício do embrião doador destas células totipotenciais,
ou mesmo pluripotenciais, cria uma situação extremamente
delicada e de difícil consenso.
Por estas razões apontadas, esta revisão do possível
aproveitamento dessas células, a partir desse momento passa
a ser exclusivamente direcionada ao estudo das células-tronco
adultas. Como foi afirmado anteriormente, as células-tronco
adultas estão distribuídas em várias regiões do organismo, e
mantêm sua potencialidade reprodutiva.
Reiterando essa afirmativa: como estas células mantêm esta
capacidade durante toda a vida do individuo, a qualquer
momento poderiam tornar-se utilizáveis em relação à
necessidade de seu aproveitamento em um determinado
processo regenerativo.
Na medula dos ossos longos existe um nicho de
células-tronco com constância e em quantidade
suficiente para aproveitamento. Por outro lado, a
retirada destas células pode ser realizada com
relativa facilidade por uma punção de osso ilíaco. Em
laboratório estas células podem ser separadas por
centrifugação, e pipetagem.
Uma vez separadas, estas células pluripotenciais
são injetadas de novo no organismo. Por sua
pluripotencialidade elas têm a capacidade de migrar
pela corrente circulatória, e aderir em zonas onde
haja a necessidade de reparação. Inicia-se então um
processo regenerativo cuja magnitude está sendo
clareada no momento atual.
PERSPECTIVAS DE
APROVEITAMENTO CLÍNICO
Várias áreas da Medicina estão em período experimental de
aproveitamento de células tronco. Uma resenha das principais
e mais consistentes experiências com o seu aproveitamento
será apresentada a seguir:
* Neoangiogênese
A formação de novos vasos sangüíneos a partir do uso de célulastronco
está sendo cada vez mais evidenciada. Em revascularização de retalhos
existem vários trabalhos pioneiros em andamento. No Serviço de
Cirurgia
Plástica da Santa Casa de Porto Alegre, coordenado pela equipe da
disciplina de Cirurgia Plástica da Fundação Faculdade Federal de
Ciências
Médicas de Porto Alegre, está aprovado pela CONEP um trabalho
pioneiro
de revascularização de retalhos com a utilização de células-tronco.
Cardiologia
A equipe da UFRJ desenvolve, também, trabalhos
na linha de tratamento de cardiopatias, em parceria
com o Hospital Pró-cardíaco, no Rio de Janeiro.
Nesses estudos, foram realizados os transplantes
de células-tronco adultas em 20 pacientes que
aguardavam o transplante cardíaco. Do total de
transplantados, 16 pacientes foram estudados por um
longo prazo, demonstrando que a terapia celular
trouxe consideráveis melhoras Clínicas.
Neurologia
Em 2002, foram apresentados resultados de experimentos
em ratos adultos, com células-tronco isoladas do sistema
nervoso central transplantadas, que apontaram a possibilidade
de tratamentos futuros para doenças neurodegenerativas.
Outras linhas de pesquisa com células-tronco também
apresentam resultados promissores, entre elas a do
tratamento de lesões traumáticas em que se utiliza uma
injeção local de células-tronco medulares. Um estudo feito
pela equipe do Departamento de Ortopedia e Traumatologia
da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
(USP), conseguiu recriar impulsos elétricos entre a região
lesada e o cérebro, pela aplicação de células-tronco
medulares.
Ortopedia
As aplicações das células-tronco estendem-se, também, à
engenharia biotecidual, que utiliza o rápido potencial de
crescimento apresentado pelas células-tronco para a obtenção
de tecidos, tais como ossos, pele e cartilagem, que são
cultivados e reimplantados nos pacientes em casos de lesões.
Este procedimento já é realizado no Hospital das Clínicas da
UFRJ, pela equipe do pesquisador Radovan Borojevic. A
equipe trabalha também em estudos envolvendo o tratamento
de grandes lesões ósseas, as quais não têm possibilidade de
regeneração espontânea. Nesses casos, são utilizadas
células-tronco medulares injetadas em matrizes ósseas
humanas, que permitem que as células-tronco se
diferenciemem células ósseas, promovendo a regeneração do
tecido lesado.
Endocrinologia
Estudos têm sido realizados em pacientes com diabete tipo 1.
Essa doença é causada pela redução de disponibilidade ou
perda de sensibilidade à insulina, hormônio que regula os
níveis de açúcar no sangue e é secretado pelo pâncreas. A
partir de células pancreáticas de órgãos doados, os
pesquisadores conseguiram a maturação in vitro de células
tronco de ilhotas. Dos 38 pacientes que se submeteram ao
transplante, após um ano, 33 estavam livres da terapia com
insulina. São relatos isolados entretanto de extraordinária
importância se for analisada a possibilidade de cura dessa
doença. Fica clara a necessidade de cautela no entendimento
destas extraordinárias possibilidades de uso.
PROJEÇÕES FUTURAS
No Serviço de Cirurgia Plástica da Santa Casa de Porto
Alegre, coordenado pela equipe da disciplina de Cirurgia
Plástica da Fundação Faculdade Federal de Ciências
Médicas de Porto Alegre, foi criado um projeto de estudos
continuados sobre células-tronco. Denominado GESC (Grupo
de Estudos Stem Cells), o grupo tem uma periodicidade
quinzenal de reuniões, onde são realizados seminários sobre
o assunto. A presença da pesquisadora e internacionalmente
conhecida profª dra Nance Nardi, como integrante e
orientadora do grupo, tem permitido importante evolução do
conhecimento na área. Os planos incluem um centro de
pesquisa clínica e de difusão do conhecimento sobre células
tronco.
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