HA DDT DIVISÃO DE DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR VIGILÂNCIA DA DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (DCJ) Palestra ministrada por Maria Bernadete de Paula Eduardo II FÓRUM ESTADUAL DE NÚCLEOS HOSPITALARES DE EPIDEMIOLOGIA 2 de dezembro de 2005 DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (DCJ) • Desordem neurodegenerativa humana de rápida progressão, fatal, considerada doença priônica, descrita pela primeira vez nos anos 20, na Alemanha, por Hans Gerhard Creutzfeldt e Alfons Jakob. • Encefalopatia espongiforme transmissível em que predominam demência, mioclonias, sinais piramidais, extrapiramidais e cerebelares, com óbito ocorrendo geralmente após um ano do início dos sintomas. • Pode afetar qualquer idade, mais freqüentemente entre 50 e 70 anos de idade (80%). ETIOLOGIA • Partícula proteinácea com capacidade infectante, denominada prion. • Os prions são constituídos por uma isoforma anormal de uma proteína presente no cérebro e que é codificada por um gene localizado no braço curto do cromossomo 20. • Mutações em diferentes códons deste gene Célulanormal infectada resultam em conversão da proteína (PrPc) Célula normal sc) em seu isômero que gene PrP gene patológico PrP (PrP PrP consequentemente se acumula no PrP cérebro. PrP mRNA c mRNA PrPc Martins, VR . Seminário, SVS,2005 PrPsc CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DOENÇAS PRIÔNICAS • Atingem animais e o homem, e distinguem-se das demais doenças infecciosas por um conjunto de características específicas: • Infecção predominante no sistema nervoso central (SNC). • Não causa reação inflamatória. • Detectam-se depósitos extra e intracelulares de uma proteína anormal e presença de pequenos vacúolos na substância cinzenta, além de astrogliose e perda neuronal. • Tecido com vacúolos aspecto microscópico relativamente típico de “esponja” - Encefalopatias Espongiformes. • Pode ser transmitida a outros animais, natural ou experimentalmente, ou entre seres humanos, acidentalmente, principalmente, se o material infectante é de origem encefálica. • Existe barreira inter-espécies - a transmissão entre animais de espécies diferentes é geralmente mal sucedida. Quando ocorre, manifesta período de incubação mais longo do que entre indivíduos da mesma espécie. CARACTERÍSTICAS GERAIS DAS DOENÇAS PRIÔNICAS • O agente é extremamente estável, não perde a infectividade quando são aplicados os procedimentos que inativam ácidos nucleicos, como radiações ionizantes e ultravioleta e, resiste a extremos de temperaturas como congelamento, secagem, aquecimento, cozimento, pasteurização e esterilização. • Estas doenças podem ser simultaneamente hereditárias e transmissíveis. Por exemplo, a inoculação de tecido encefálico de indivíduos com doença priônica autossômica dominante pode transmitir a doença a animais e, acidentalmente, a outros seres humanos. VARIANTE DA DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (vDCJ) • Nova variante da DCJ (vDCJ): afeta predominantemente pessoas jovens, < 30 anos, com quadro atípico, sintomas iniciais psiquiátricos ou sensoriais proeminentes e com anormalidades neurológicas tardias (cerca de 6 meses a 2 anos após os sintomas psiquiátricos), incluindo ataxia, demência e mioclonia tardias, com duração da doença de 6 meses a 1 ano e meio até o óbito. • Depois do aparecimento de sintomas neurológicos a doença progride para um acometimento cognitivo global, movimentos involuntários, incontinência urinária e imobilidade progressiva, cegueira cortical, disfagia, levando ao aumento da dependência, falta de contato e comunicação e outras complicações. DOENÇAS PRIÔNICAS Doença Modo Transmissão Quadro Clínico Grupos afetados Início dos Sintomas Evolução Alterações Neuropatológica s Kuru Canibalismo Ataxia e tremor, limitação motora Mulheres e crianças Nova Guiné 4 a 40 anos 1 ano Espongiose leve de massa cinzenta, perda neuronal GSS Familiar autossômica dominante Parente de 1º grau Demência Síndrome cerebelar Rara/e mioclonias Homens e mulheres 40 anos 5 anos Placas de prion multicêntricas cerebelares IFF Familiar autossômica dominante Insônia fatal Sonhos vívidos e agitação onírica Distúrbios neurovegetativos Homens e mulheres 40 anos Degeneração grave e astrogliose em núcleos talâmicos e aterações no códon 178/M129 Fonte: Zeidler et al. 1 ano ou mais DOENÇAS PRIÔNICAS DCJ Esporádica – não determinada Mutações nos genes da proteína (5 a 10%) Iatrogênica (adquirida) Demência precoce Mioclonias Sinais piramidais/extr apiramidais e cereberalres vDCJ Adquirida – . Carne contaminada com prion EEB . Transfusão de sangue Sintomas Homens e psiquiátricos e mulheres sensoriais comuns Anormalidades neurológicas – 6 a 2 anos após sintomas psiquiátricos Demência tardia Fonte: Zeidler et al. Homens e 50-70 anos Placas de príon mulhrese (1/1 1 ano (média – vacúolos em milhão massa cinzenta 8 meses) pessoas/ano) subcortical/córt ex cerebral e cerebelar < 30 anos 6m a 2 a (média 13 meses) Placas “floridas” TESTES DIAGNÓSTICOS • 1. Exames de sangue de rotina: exames de rotina hematológica e bioquímica, incluídos os marcadores de processo inflamatório são comumente normais na DCJ e outras encefalites espongiformes transmissíveis. Em 1/3 dos casos de DCJ os testes para as funções hepáticas podem apresentar variações moderadas (elevação das transaminases). • 2. Eletroencefalografia (EEG): um importante auxiliar no diagnóstico de DCJ (“típico”) e vDCJ (não típico) – 60 a 80% dos casos apresentam atividade periódica curta; – EEGs devem ser feitos durante a evolução do quadro até ser obtido o padrão “característico” ou para acompanhar/descartar outras causas que geram esse padrão, como doenças metabólicas. – Este padrão de EEG não foi relatado na vDCJ e tem sido raramente descrito na DCJ iatrogênica. – O EEG é de valor para o diagnóstico da DCJ dentro de um contexto clínico correto, pois pode aparecer em outras doenças como Doença de Alzheimer, Encefalopatias metabólicas e tóxicas (drogas), Doença do corpo de Lewy, Demência na AIDS, Abcesso cerebral múltiplo, etc.. Fonte: Zeidler et al. TESTES DIAGNÓSTICOS • 3. Neuroimagem: principal função do exame é excluir outras patologias. – TC é comumente normal em 80% das DCJ, podendo ser encontrada alguma atrofia, especialmente em doença prolongada. – RM pode mostrar atrofia cerebral, cujo grau tende a aumentar com a duração da doença. Estudos sugerem que de 60 a 80% dos casos de DCJ apresentam hipersinal em núcleo caudado e putâmen. Hipersinal da área pulvinar (tálamo) tem sido descrita em 90% dos casos de vDCJ. – Um grande número de doenças podem apresentar essas alterações (Doença de Wilson e citopatias mitocondriais. Hipometabolismo parece relacionado à perda de função neuronal. – SPECT (Single photon emission computed tomography) – perfusão anormal (utilidade do exame a ser estabelecida). Fonte: Zeidler et al. • TESTES DIAGNÓSTICOS 4. Liquor: – ausência de células inflamatórias, leve aumento de proteínas (0,5-1,0g/l) em 1/3 dos casos. – Teste da proteína 14-3-3/Western blotting – marcador de morte neuronal (positivo em mais de 90% de casos de DCJ e 50% na vDCJ - polimorfismos). – Outras doenças com resultados positivos para 14-3-3: Herpes simplex e encefalites virais; AVC; Hemorragia subarracnóide; hipóxia com danos cerebrais; intoxicação por barbitúricos /encefalopatia metabólica; glioblastoma; meningite carcinomatosa/metástases de cancer de pulmão; encefalopatias paraneoplásicas e degeneração corticobasal. – Outros testes em avaliação – Proteína Tau (proteínas microtúbulos associadas/emaranhado de neurofibrilas/D. Alzheimer) e S100b (marcador de ativação astrocítica). • 5. Análise genética – sequenciamento genético da PrP (polimorfismos). Martins, VR . Seminário, SVS,2005 • 6. Biópsia de cérebro – do córtex frontal não dominante/com anestesia (5% podem não fornecer o diagnóstico). Não recomendada. Instrumentos usados em neurocirurgia em pacientes com DCJ devem ser destruídos; se o reuso é inevitável, emergir em NaOH 2N (1 h) ou hipoclorito 5% por 2 hora, lavar e autoclavar a 134º C por uma hora. • Necrópsia – análise do cérebro – diagnóstico de confirmação (cuidados de biossegurança específicos). CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO PATOLÓGICO • DCJ [Esporádica, Iatrogênica ou Familiar (doença em parente de primeiro grau ou associada a mutação de gene PrP)]: – Encefalopatia espongiforme em massa cinzenta subcortical e/ou córtex cerebelar e/ou cerebral; e/ou – Encefalopatia com imunoreatividade à proteína priônica PrP (placa e ou difusão sináptica e/ou presença vacúolos) (testes imunohistoquímicos). • GSS: – (caso anterior em família; ataxia progressiva hereditária e/ou demência e uma entre a variedade de mutações genéticas de PrP): – Encefalopatia com placas multicêntricas. • IFF: – (Em membros de uma família com mutação no códon 178/metionina códon 129). – Degeneração talâmica com mudanças espongiformes variáveis em cérebro. • Kuru: – Encefalopatia espongiforme em população de Nova Guiné. • vDCJ : – Encefalopatia espongiforme com abundante deposição de PrP, em placas de fibrilas de PrP cercadas por um halo de vacúolos espongiformes (“placas floridas”, semelhantes a margaridas) e outras placas PrP, e depósitos amorfos pericelulares e perivasculares especialmente proeminentes em camadas moleculares cerebelar. FUNDAMENTOS PARA A VIGILÂNCIA SENTINELA DA DOENÇA DE CREUTZFELDT-JAKOB (DCJ) • Aparecimento de casos de vDCJ (nova variante da DCJ) no Reino Unido e países da Europa: associada ao consumo de carne de gado contaminado com a Encefalite Espongiforme Bovina, representa um risco para todos países do mundo, ainda não bem quantificado. • A Organização Mundial de Saúde (OMS) propõe uma vigilância global da DCJ como forma de detectar precocemente a vDCJ. • A implantação de uma Vigilância Sentinela da DCJ, para detecção precoce da vDCJ, embasa-se na notificação e busca ativa de casos suspeitos de DCJ em todas as suas formas e na integração do sistema de vigilância epidemiológica, serviços de neurologia e laboratórios, incluindo exames neuropatológicos e investigações clínicas, biologia e epidemiologia molecular e outros estudos para determinação dos fatores de risco. • A Vigilância Epidemiológica da DCJ iniciou-se no Estado de São Paulo no ano de 2000, sendo notificada com base no art. 64 do Código Sanitário – Lei 10.083/98 como agravo inusitado de importância em saúde pública (FE específica). • Em 14 de julho de 2005, a DCJ passou a constar da lista de doenças de notificação compulsória em todo o território nacional, segundo a Portaria SVS/MS N.º 33, incluída recentemente na lista de DNC/ESP. VIGILÂNCIA SENTINELA DA DOENÇA DE CREUTZFELDTJAKOB (DCJ) E OUTRAS DOENÇAS PRIÔNICAS Serviço Médico/Setor Clínica, EEG, RM, Outros CASO SUSPEITO Notificação Confirmado Vigilância Epidemiológica NVEHosp/Municipal/Regional Proteína 14-3-3 DDTHA-CVE SVS Provável Busca Ativa FMUSP Paciente vivo Investigação epidemiológica Testes genéticos em Serviço Médico e Domicílio Insto. Ludwig Aplicar a nova Ficha Epidemiológica (SINAN) Providenciar outros testes laboratoriais Exame patológico Óbito cérebro/Necrópsia SVO FMUSP Possível DCJ vDCJ Encerramento do caso Estatística Rastreamento dos fatores de risco Caso Autóctone/ÑAutóctone Atuação conjunta SVS/ANVISA/MAPA VIGILÂNCIA SENTINELA DA DOENÇA DE CREUTZFELDTJAKOB (DCJ) E OUTRAS DOENÇAS PRIÔNICAS • Assessorias e referências no ESP: • VE DDTHA/CVE – Coordenação Estadual do SVE DCJ • Discussão clínica do caso - Dr. Ricardo Nitrini (FMUSP) • Exame Neuropatológico (Biópsias/Necrópsias) – Dr. Sérgio Rosemberg (FMUSP) • Exame proteína 14-3-3 – Dr. Hélio Rodrigues (FMUSP) • Testes genéticos – Dra. Vilma Martins (Insto Ludwig de Pesquisa sobre o Câncer) • DCJ ESPORÁDICA: DEFINIÇÃO DE CASO • Caso confirmado: – (biópsia de cérebro ou necrópsia e/ou Teste Imunocitoquímico ou Western Blot da PrP protease-resistente e/ou presença de fibrila associada a scrapies. • Caso Provável: – – Demência progressiva; e Pelo menos duas das quatro características clínicas: • Mioclonia; • Distúrbio visual ou cerebelar; • Disfunção piramidal ou extrapiramidal; • Mutismo acinético, e • EEG característico durante a doença de qualquer duração e/ou • Líquor positivo para a proteína 14-3-3 e ou ressonância magnética sugestiva e duração clínica até o óbito < 2 anos; • Investigação de rotina mostrando que não há a possibilidade de um diagnóstico alternativo. • Caso Possível: – – Demência progressiva; e Pelo menos duas das quatro características clínicas: • Mioclonia; • Distúrbio visual ou cerebelar; • Disfunção piramidal/extrapiramidal; • Mutismo acinético, e • Nenhum EEG ou EEG não característico; e • Duração da doença até o óbito < 2 anos. Fonte: Zeidler et al. DEFINIÇÃO DE CASO • DCJ FAMILIAR Com o propósito de vigilância inclui-se nesta definição a GSS e a IFF: – Caso confirmado ou provável de DCJ mais caso confirmado ou provável de DCJ em parente de primeiro grau; e/ou – Desordens neuropsiquiátricas mais doença específica com mutação do gene PrP. • DCJ IATROGÊNICA – Síndrome cerebelar progressiva em indivíduos que receberam hormônios derivados de pituitária de cadáveres humanos; ou – DCJ com exposição a risco reconhecido, por ex., neurocirurgia com enxerto de dura mater. Fonte: Zeidler et al. DEFINIÇÃO DE CASO • VARIANTE DA DCJ • Caso confirmado: confirmação neuropatológica • Suspeito: paciente com desordens psiquiátricas progressivas com pelo menos cinco das seis características no Quadro 1 e todos os critérios estabelecidos no Quadro 2. – Quadro 1 • • • • • • – Sintomas psiquiátricos precoces Parestesias/disestesias precoces e persistentes Ataxia Tremores/distonia ou mioclonias Demência Mutismo acinético Quadro 2 • Ausência de história de exposição iatrogênica • Duração clínica da doença > 6 meses • Início dos sintomas < 50 anos • Ausência de mutação do gene PrP • EEG não característico • Ausência de diagnósticos alternativos • Ressonância Magnética mostrando hipersinal bilateral anormal de córtex e núcleos de base nas seqüências de DP e T2. Fonte: Zeidler et al. VARIANTE (vDCJ) I A. Transtorno neuropsiquiátrico progressivo B. Duração da doença > 6 meses C. Sem outra alternativa diagnóstica D. Sem história de exposição iatrogênica E. Sem história familiar de doença priônica II A. Sintomas psiquiátricos precocesa B. Sintomas sensoriais persistentesb C. Ataxia D. Mioclonia ou coréia ou distonia E. Demência III. A. EEG não típico de DCJ esporádicac ou não realizado B. Hipersinal no pulvinar na RM IV. Confirmação neuropatológicad aDepressão, ansiedade, apatia, isolamento, confusão. dolorosos e disestesias cCompexos periódicos trifásicos generalizados em cerca de 1 seg. aCaracterística espongiforme, extensa deposição de prion com placas floridas em cérebro e cerebelo. bSintomas CONFIRMADO IA e IV comprovação neuropatológica de vDCJ PROVÁVEL I e 4 ou 5 de II e III A e III B POSSÍVEL I e 4 ou 5 de II e III A Impreciso Improvável Adaptado de: Hester JT Ward. 2002 e Nitrini, R.Excluído III Simp. Int. VE DTHA, 2005 (aula). Tabela 1 - Distribuição de Casos e Óbitos de DCJ no Estado de São Paulo - 1990 a 2005* 1990-1994 1995-1999 2000-2004 2005* Total SÃO PAULO 10 9 8 3 30 OUTROS MUNICÍPIOS OUTROS ESTADOS TOTAL 11 5 10 4 30 0 0 1 0 1 21 14 19 7 61 Fonte: DDTHA/CVE-SES/SP (VE, AIH, SEADE) (*)2005 - Dados preliminares Incidência casos/ano esperada ESP = 40 casos/ano Tabela 2 - Distribuição de casos de DCJ por Fontes Oficiais de Registro, 1990-2005, ESP Tabela 4 - Distribuição de casos de DCJ por sexo,1990-2005, ESP 40 30 20 10 0 50 40 30 20 10 0 M Intern AIH Atest. Ó bito SEADE F VE Casos Casos Tabela 3 - Distribuição de casos de DCJ por serviços de saúde notificantes, 1990-2005, ESP Tabela 5 - Distribuição de casos de DCJ por faixa etária,1990-2005, ESP 12 40 10 30 8 20 6 10 4 0 HC FMUSP O utros Hosp. Públ. C onsultório 2 0 C asos Fonte: DDTHA/CVE-SES/SP (VE, AIH, SEADE) (*)2005 - Dados preliminares 3539 4549 5559 6569 Casos 7579 8589 Ign. Distribuição geográfica de países que registraram pelo menos um caso confirmado de BSE - 1989-2005 ** Fonte Mapa: OIE http://www.oie.int/ (*) Nenhum caso registrado de BSE no Brasil (Fonte: Ministério da Agricultura). • Nosso endereço: • http://www.cve.saude.sp.gov.br <Doenças Transmitidas por Água e Alimentos > • Telefones: – DDTHA - 11 3081-9804/3066-8234 • E-mail: • [email protected] OBRIGADA!