Aula sobre Depressão

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Depressão
Esdras Cabus Moreira
Transtornos do Humor
Síndromes constituídas por grupos de sinais e sintomas que
duram de semanas a meses e representam uma perda do
controle habitual do humor
Humor: estado emocional sustentado
NORMAL, ELEVADO OU DEPRIMIDO
Elevado: expansividade, fuga de idéias, diminuição do sono,
auto-estima elevada e idéias de grandiosidade
Deprimido: perda de energia, sentimento de culpa, dificuldade
de concentração, perda do apetite, pensamentos de morte,
alteração do sono, déficit cognitivo, disfunção sexual.
Distúrbios dos afetos e emoções
Humor: definido como o tônus afetivo do indivíduo, o estado
basal e difuso no qual se encontra a pessoa em
determinado momento
Afeto: defini-se como a qualidade e o tônus emocional que
acompanham uma idéia ou representação mental. Descreve
sentimentos específicos diferentes para os objetos
Emoções: reações afetivas agudas, momentâneas,
desencadeadas por estímulos significativos
As características centrais dos transtornos
depressivos são:
1.
2.
3.
4.
5.
Humor deprimido;
Pensamento negativo
Ausência de prazer;
Energia reduzida;
Lentificação.
As características centrais da mania são:
1. Aumento da atividade;
2. Humor elevado ou irritado;
3. Idéias megalomaníacas.
A depressão é distinta da tristeza por
apresentar cognições depressivas
(sentimento de menos-valia, pessimismo,
culpa), isolamento social, retardo
psicomotor ou agitação, ansiedade e
irritabilidade.
Sintomas biológicos
(melancólicos,
somáticos ou
vegetativos):
alteração do sono,
alteração diurna do
humor, perda do
apetite, perda do
peso, constipação,
perda da libido e
amenorréia.
I.
II.
Sintomas físicos: constipação, fadiga,
dores em qualquer lugar do corpo,
preocupações hipocondríacas.
Outras características: despersonalização,
sintomas obsessivos, ataques de pânico,
sintomas dissociativos e perda da
memória
III. Depressão psicótica: delírios e/ou alucinações
IV. Depressão agitada:agitação proeminente, vista
mais em pessoas de meia-idade ou idosas.
V.
Depressão com retardo: retardo proeminente,
prediz boa resposta ao ECT, no seu estado mais
severo leva ao estupor depressivo.
VI. Estupor depressivo: lentificação do movimento
e a pobreza da fala tão extremos que o paciente
fica sem movimento e mudo.
Depressão atípica:

Humor depressivo com variação e
reatividade para eventos positivos

Aumento do apetite ou aumento do sono

Fadiga extrema e peso nos membros

Ansiedade pronunciada

Aumento da sensibilidade interpessoal
(sensibilidade `a rejeição)
Estados depressivos leves:
• Sintomas menos proeminentes
(neuróticos, no passado) nos quadros
graves: ansiedade, fobia, sintoma
obsessivos e sintomas dissociativos.
Geralmente o humor é pior à noite.
Características biológicas (redução do
apetite, libido e peso) não são freqüentes.
• Quando crônica: distimia
Sintomas necessários para termos critérios de “episódio depressivo” – CID 10
A
• Humor deprimido
• Perda interesse e prazer
• Redução da energia e diminuição da atividade
B
•
•
•
•
•
•
•
Redução concentração
Redução da auto-estima e segurança
Idéias de culpa e fracasso
Pensamentos pessimistas
Idéias auto-destrutivas
Distúrbio do sono
Apetite diminuído
Episódio leve: pelo menos 2 A e 2B
Episódio moderado: pelo menos 2 A e 3B
Episódio severo/: todos de A pelo menos 4 B
Levar em consideração severidade dos sintomas e grau de déficit funcional /////;
Transtorno Afetivo Sazonal
Ocorre na mesma época do ano, geralmente outono
ou inverno
Características:
1. Hipersonia.
2. Aumento do apetite com fissura por carboidratos.
3. Diminuição de energia à tarde.
Depressão Recorrente Breve
Episódios depressivos breves com duração típica de
2 a 7 dias
Não tem duração suficiente para critério de
depressão ou episódio depressivo.
Recorrem cerca de uma vez ao mês.
Prejuízo funcional
Uma mulher de 23 anos retorna para casa após parto da sua
filha. Ela notou ao longo da semana seguinte que estava
mais irritada e não estava dormindo bem. Preocupava-se
com a possibilidade de não ser uma boa mãe e de errar no
cuidado com a filha. Qual o diagnóstico mais provável?
1.
2.
3.
4.
5.
Depressão pós-parto;
Psicose pós-parto;
Transtorno de ajustamento;
Pós-parto blues;
Depressão maior.
Qual a percentagem de depressão pós-parto
em mães pela primeira vez?
1.
2.
3.
4.
5.
<1%
10 a 15%
25 a 30%
35 a 40%
>50%
Um homem de 52 anos procurou médico com queixa de depressão nos
últimos dois meses. Relatou que não estava dormindo bem e que
perdeu 10kg nos últimos seis meses, além de anedonia e anergia. Além
disso, nas últimas quatro semanas, passou a ouvir a voz do seu pai
morto dizendo que ele era uma fracassado e a preocupar-se com seus
órgãos internos, como se eles tivessem sido retirados. Qual das
afirmações é verdadeira?
1.
2.
3.
4.
5.
O paciente deve iniciar o uso de ISRS e antipsicótico;
O paciente apresenta episódio agudo de esquizofrenia;
O paciente sofre de transtorno factício com sintomas psicológicos;
O paciente provavelmente abuso do álcool;
O paciente deve iniciar ISRS.
Mania
• Elevação do humor
• Atividade aumentada
• Idéias megalomaníacas
• Paciente otimista, bem-estar contagiante.
Outros, irritados e raivosos. Redução do
sono.
• Breves episódios de depressão são comuns.
Mania:
1. Fala rápida. Fuga de idéias.
2. Idéias megalomaníacas
3. Delírio de grandeza
4. Delírios persecutórios
5. Insight comprometido
6. A maioria dos pacientes pode exercer algum
controle sobre seus sintomas, principalmente
quando a necessidade de tratamento é colocada.
Necessidade de outros informantes.
Estados Mistos:
1. Sintomas depressivos e maníacos às vezes
ocorrem na mesma hora. Os pacientes que estão
muito ativos ou falantes podem estar vivenciando
pensamentos depressivos profundos.
2. O paciente pode também permanecer poucas horas
deprimido e retornar rapidamente ao estado
maníaco.
Ciclagem Rápida:
Ocorrem pelo menos quatro episódios depressivos,
maníacos ou mistos, no período de um ano.
Características:
1. Ocorrem mais em mulheres
2. Hipotireoidismo concomitante é comum
3. Podem se desencadeados por tratamento
antidepressivo
4. O tratamento com lítio é relativamente
inefetivo.
Critérios para Episódio Depressivo Maior
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o mesmo período de
2 semanas e representam uma alteração a partir do funcionamento anterior; pelo menos um
dos sintomas é (1) humor deprimido ou (2) perda do interesse ou prazer.
Nota: Não incluir sintomas nitidamente devidos a uma condição médica geral ou
alucinações ou delírios incongruentes com o humor.
(1) humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, indicado por relato
subjetivo (por ex., sente-se triste ou vazio) ou observação feita por outros (por ex., chora
muito).
Nota: Em crianças e adolescentes, pode ser humor irritável
(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades
na maior parte do dia, quase todos os dias (indicado por relato subjetivo ou observação feita
por outros)
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta (por ex., mais de 5% do peso
corporal em 1 mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias.
Nota: Em crianças, considerar falha em apresentar os ganhos de peso esperados
(4) insônia ou hipersonia quase todos os dias
(5) agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias (observáveis por outros, não
meramente sensações subjetivas de inquietação ou de estar mais lento)
(6) fadiga ou perda de energia quase todos os dias
(7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada (que pode ser delirante),
quase todos os dias (não meramente auto-recriminação ou culpa por estar doente)
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão, quase todos os dias
(por relato subjetivo ou observação feita por outros)
(9) pensamentos de morte recorrentes (não apenas medo de morrer), ideação suicida
recorrente sem um plano específico, tentativa de suicídio ou plano específico para
cometer suicídio
B. Os sintomas não satisfazem os critérios para um Episódio Misto
C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.
D. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex.,
droga de abuso ou medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex.,
hipotiroidismo).
E. Os sintomas não são melhor explicados por Luto, ou seja, após a perda de um ente
querido, os sintomas persistem por mais de 2 meses ou são caracterizados por acentuado
prejuízo funcional, preocupação mórbida com desvalia, ideação suicida, sintomas
psicóticos ou retardo psicomotor.
Um homem de 25 anos procura o psiquiatra com a queixa de humor
deprimido no último mês. Sua mãe, a quem era muito ligado, falecera há
um mês e desde então vem se sentindo triste, com perda de apetite,
insônia, choro fácil e aumento da sensibilidade. Qual dos seguintes é o
diagnóstico mais provável?
A. Depressão maior
B. Distimia
C. Transtorno do Estresse Pós-traumático
D. Transtorno de Ajustamento
E. Luto não-complicado
Critérios Diagnósticos para Transtorno Distímico
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, indicado por
relato subjetivo ou observação feita por outros, por pelo menos 2 anos. Nota.:
Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, e a duração deve ser de
no mínimo 1 ano.
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características:
(1) apetite diminuído ou hiperfagia
(2) insônia ou hipersonia
(3) baixa energia ou fadiga
(4) baixa auto-estima
(5) fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões
C. Durante o período de 2 anos (1 ano, para crianças ou adolescentes) de
perturbação, jamais a pessoa esteve sem os sintomas dos Critérios A e B por mais
de 2 meses a cada vez.
Uma mulher de 32 anos foi trazida para a enmergência pela polícia após
ser encontrada no meio da rua, nua, como se estivesse comandando o
tráfego local. Na emergência permanecia agitada e inquieta, com
pressão na fala e afeto que alternava entre eufórico e irritado. Seu pai
relata, posteriormente, que este tipo de comportamento é comum na
família. Qual o diagnóstico mais provável?
A. Simulação
B. Estado crepuscular
C. Fuga dissociativa
D. Transtorno bipolar, mania
E. Esquizofrenia
Critérios para Episódio Maníaco
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou
irritável, durando pelo menos 1 semana (ou qualquer duração, se a hospitalização é
necessária).
B. Durante o período de perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes sintomas
persistiram (quatro, se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes em um grau
significativo:
(1) auto-estima inflada ou grandiosidade
(2) necessidade de sono diminuída (por ex., sente-se repousado depois de apenas 3 horas
de sono)
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo
(5) distratibilidade (isto é, a atenção é desviada com excessiva facilidade para estímulos
externos insignificantes ou irrelevantes)
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola ou
sexualmente) ou agitação psicomotora
(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para
conseqüências dolorosas (por ex., envolvimento em surtos incontidos de compras,
indiscrições sexuais ou investimentos financeiros tolos)
C. Os sintomas não satisfazem os critérios para Episódio Misto
D. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar prejuízo
acentuado no funcionamento ocupacional, nas atividades sociais ou
relacionamentos costumeiros com outros, ou para exigir a hospitalização, como
um meio de evitar danos a si mesmo e a outros, ou existem aspectos psicóticos.
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância
(por ex., uma droga de abuso, um medicamento ou outro tratamento) ou de uma
condição médica geral (por ex., hipertiroidismo).
Nota: Episódios tipo maníacos nitidamente causados por um tratamento
antidepressivo somático (por ex., medicamentos, terapia eletroconvulsiva,
fototerapia) não devem contar para um diagnóstico de Transtorno Bipolar I.
Critérios para Episódio Hipomaníaco
A. Um período distinto de humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável, durando
todo o tempo ao longo de pelo menos 4 dias, nitidamente diferente do humor habitual nãodeprimido. B. Durante o período da perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes sintomas
persistiram (quatro se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes em um grau significativo:
(1) auto-estima inflada ou grandiosidade
(2) necessidade de sono diminuída (por ex., sente-se repousado depois de apenas 3 horas de sono)
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo
(5) distratibilidade (isto é, a atenção é desviada com demasiada facilidade para estímulos externos
insignificantes ou irrelevantes)
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos (socialmente, no trabalho, na escola ou sexualmente) ou
agitação psicomotora
(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto potencial para conseqüências dolorosas
(por ex., envolver-se em surtos desenfreados de compras, indiscrições sexuais ou investimentos
financeiros tolos) C. O episódio está associado com uma inequívoca alteração no
funcionamento, que não é característica da pessoa quando assintomática. D. A perturbação do
humor e a alteração no funcionamento são observáveis por outros. E. O episódio não é
suficientemente severo para causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou
ocupacional, ou para exigir a hospitalização, nem existem aspectos psicóticos. F. Os sintomas
não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso, medicamento,
ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo). Nota: Os episódios tipo
hipomaníacos nitidamente causados por um tratamento antidepressivo somático (por ex., medicamentos,
terapia eletroconvulsiva e fototerapia) não devem contar para um diagnóstico de Transtorno Bipolar II..
Critérios para Episódio Misto
A. Satisfazem-se os critérios tanto para Episódio Maníaco quanto para Episódio Depressivo
Maior(exceto pela duração), quase todos os dias, durante um período mínimo de 1 semana.
B. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar acentuado prejuízo no
funcionamento ocupacional, em atividades sociais costumeiras ou relacionamentos com
outros, ou para exigir a hospitalização para prevenir danos ao indivíduo e a outros, ou
existem aspectos psicóticos.
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex.,
droga de abuso, medicamento ou outro tratamento) ou de uma condição médica geral (por
ex., hipertiroidismo).
Nota: Episódios tipo mistos causados por um tratamento antidepressivo somático (por ex.,
medicamento, terapia eletroconvulsiva, fototerapia) não devem contar para um diagnóstico
de Transtorno Bipolar I.
E. Jamais houve um Episódio Maníaco, um Episódio Misto ou um Episódio Hipomaníaco e
jamais foram satisfeitos os critérios para Transtorno Ciclotímico. F. A perturbação não ocorre
exclusivamente durante o curso de um Transtorno Psicótico crônico, como Esquizofrenia ou
Transtorno Delirante. G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma
substância (por ex., droga de abuso, medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex.,
hipotiroidismo). H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Especificar se:
Início Precoce: se o início ocorreu antes dos 21 anos.
Início Tardio: se o início ocorreu aos 21 anos ou mais.
Especificar (para os 2 anos de Transtorno Distímico mais recentes):
Com Características Atípicas
Critérios Diagnósticos para Transtorno Bipolar I, Episódio
Maníaco Único
A. Presença de apenas um Episódio Maníaco e ausência de qualquer
Episódio Depressivo Maior no passado. Nota: A recorrência é definida
como uma mudança na polaridade a partir da depressão ou um intervalo de
pelo menos 2 meses sem sintomas maníacos. B. O Episódio Maníaco não é
melhor explicado por Transtorno Esquizoafetivo nem está sobreposto a
Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou
Transtorno Psicótico Sem Outra Especificação. Especificar se:
Misto: se os sintomas satisfazem os critérios para um Episódio Misto
Especificar (para episódio atual ou mais recente):
Especificadores de Gravidade/Psicótico/de Remissão.
Com Características Catatônicas.
Com Início no Pós-Parto
Critérios Diagnósticos para Transtorno Bipolar II
A. Presença (ou história) de um ou mais Episódios Depressivos Maiores B. Presença (ou história) de
pelo menos um Episódio Hipomaníaco C. Jamais houve um Episódio Maníaco ou um Episódio Misto
D. Os sintomas de humor nos Critérios A e B não são melhor explicados por Transtorno Esquizoafetivo
nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno
Psicótico Sem Outra Especificação. E. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou
prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
Especificar episódio atual ou mais recente:
Hipomaníaco: se atualmente (ou mais recentemente) em um Episódio Hipomaníaco.
Depressivo: se atualmente (ou mais recentemente) em um Episódio Depressivo Maior Especificar (para
Episódio Depressivo Maior atual ou mais recente apenas se este for o tipo mais recente de episódio de
humor):
Especificadores de Gravidade/Psicótico/de Remissão Nota: Os códigos do quinto dígito especificados em
Critérios para Especificadores de Gravidade / Psicótico / de Remissão para Episódio Depressivo Maior
atual não podem ser usados aqui, pois o código para o Transtorno Bipolar II já usa o quinto dígito.
Crônico.
Com Características Catatônicas.
Com Características Melancólicas.
Com Características Atípicas.
Com Início no Pós-Parto Especificar:
Especificadores de Curso Longitudinal (Com ou Sem Recuperação Entre Episódios).
Com Padrão Sazonal (aplica-se apenas ao padrão de Episódios Depressivos Maiores).
Com Ciclagem Rápida
Critérios Diagnósticos para Transtorno Ciclotímico
A. Por 2 anos, pelo menos, presença de numerosos períodos com sintomas hipomaníacos e
numerosos períodos com sintomas depressivos que não satisfazem os critérios para um Episódio
Depressivo Maior.
Nota: Em crianças e adolescentes, a duração deve ser de pelo menos 1 ano.
B. Durante o período de 2 anos estipulado acima (1 ano para crianças e adolescentes), a pessoa não ficou
sem os sintomas do Critério A por mais de 2 meses consecutivos.
C. Nenhum Episódio Depressivo Maior, Episódio Maníaco ou Episódio Misto esteve presente durante os 2
primeiros anos da perturbação.
Nota: Após os 2 anos iniciais (1 ano para crianças e adolescentes) do Transtorno Ciclotímico, pode haver
sobreposição de Episódios Maníacos ou Mistos (sendo que neste caso Transtorno Bipolar I e Transtorno
Ciclotímico podem ser diagnosticados concomitantemente) ou de Episódios Depressivos Maiores (podendose, neste caso, diagnosticar tanto Transtorno Bipolar II quanto Transtorno Ciclotímico)
D. Os sintomas no Critério A não são melhor explicados por Transtorno Esquizoafetivo nem estão
sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico
Sem Outra Especificação.
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (por ex., droga de abuso,
medicamento) ou de uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo).
F. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou
ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
• Um adolescente de 14 anos procurou psiquiatra porque nos últimos 15
meses tem se apresentado irritado e deprimido a maior parte do tempo.
Notou seu dificuldade de concentração. Ele coloca que se sente como
se estivesse sempre deprimido e não tem esperança que as coisas
possam melhorar. Nega ideação suicida ou alucinações. Bom ritmo de
sono e bom rendimento escolar, embora as professoras tenham notado
uma queda na sua concentração. Qual é o diagnóstico mais provável?
A. Depressão maior
B. Transtorno distímico
C. Transtorno do humor secundário a uma condição médica
D. Adolescência normal
E. Ciclotimia
Critérios Diagnósticos para Transtorno do Humor Devido a...
[Indicar a Condição Médica Geral]
A. Uma perturbação proeminente e persistente do humor predomina no quadro clínico e se caracteriza por
um dos seguintes quesitos (ou ambos):
(1) humor depressivo, ou interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as
atividades
(2) humor elevado, expansivo ou irritável
B. Existem evidências, a partir da história, exame físico ou achados laboratoriais, de que a
perturbação é a conseqüência fisiológica direta de uma condição médica geral.
C. A perturbação não é melhor explicada por outro transtorno mental (por ex., Transtorno de Ajustamento
Com Humor Depressivo, em resposta ao estresse de ter uma condição médica geral).
D. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um delirium.
E. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras área importantes da vida do
indivíduo.
Especificar tipo:
Com Características Depressivas: se o humor predominante é depressivo, mas não
são satisfeitos todos os critérios para um Episódio Depressivo Maior.
Com Episódio Tipo Depressivo Maior: se são satisfeitos todos os critérios (exceto
Critério D) para um Episódio Depressivo Maior.
Com Características Maníacas: se o humor predominante é elevado, eufórico ou
irritável.
Com Características Mistas: se há presença de sintomas tanto de mania quanto de
depressão, sem predomínio de nenhum deles.
Nota para a codificação: Incluir o nome da condição médica geral no Eixo I, por ex.,
293.83 Transtorno do Humor Devido a Hipotiroidismo, Com Características
Depressivas; codificar também a condição médica geral no Eixo III (ver Apêndice G
para códigos).
Nota para a codificação: Se os sintomas depressivos ocorrem como parte de uma
demência preexistente, indicar os sintomas depressivos codificando o subtipo
apropriado da demência se algum estiver disponível, por ex., 290.21 Demência do
Tipo Alzheimer, Com Início Tardio, Com Humor Depressivo.
• Um homem de 55 anos de idade procurou psiquiatra com a queixa de
humor deprimido, choro fácil, diminuição da energia, perda de apetite.
Há um mês, foi diagnosticado com câncer. Qual dos seguintes canceres
tem maior probabilidade de levar a este tipo de sintomatologia?
A. Prostático
B. Renal
C. Gástrico
D. Pancreático
Qual é a duração do período de maior risco para o desenvolvimento de
transtorno depressivo após um AVC?
A. Duas semanas
B. Dois meses
C. Seis meses
D. Um ano
E. Dois anos
Qual a prevalência de depressão após AVC?
1.
2.
3.
4.
5.
1 a 2%
10 a 15%
35 a 45%
75 a 80%
90 a 100%
Critérios Diagnósticos para Transtorno do Humor Induzido por
Substância
A. Uma perturbação proeminente e persistente do humor predomina no quadro clínico e se caracteriza por
um dos seguintes sintomas (ou ambos):
(1) humor depressivo ou diminuição acentuada do interesse ou prazer por todas ou quase todas as
atividades
(2) humor elevado, expansivo ou irritável B. Existem evidências, a partir da história, exame físico ou
achados laboratoriais, de (1) ou (2):
(1) os sintomas no Critério A desenvolveram-se durante ou no período de um mês após a Intoxicação ou
Abstinência de Substância (2) o uso de um medicamento está etiologicamente relacionado com a
perturbação C. A perturbação não é melhor explicada por um Transtorno do Humor não induzido por
substância. As evidências de que os sintomas são melhor explicados por um Transtorno do Humor não
induzido por substância podem incluir as seguintes: os sintomas precedem o início do uso da substância
(ou medicamento); os sintomas persistem por um período substancial (por ex., cerca de 1 mês) após a
cessação da abstinência aguda ou intoxicação severa ou são substancialmente excedentes ao que seria de
esperar, dado o tipo ou a quantidade de substância usada ou a duração do uso; ou existem outras evidências
sugerindo a existência de um Transtorno do Humor independente, não induzido por substância (por ex.,
uma história de Episódios Depressivos Maiores recorrentes). D. A perturbação não ocorre exclusivamente
durante o curso de um delirium. E. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social ou ocupacional ou outras áreas importantes da vida do indivíduo. Nota: Este
diagnóstico deve ser feito ao invés de um diagnóstico de Intoxicação com Substância ou Abstinência de
Substância apenas quando os sintomas de humor excedem aqueles habitualmente associados com a
síndrome de intoxicação ou abstinência e quando são suficientemente severos para indicar uma atenção
clínica independente.
Codificar Transtorno do Humor Induzido por [Substância Específica]:
(F10.8 - 291.8 Álcool;
F15.8 - 292.84 Anfetamina [ou Substância Tipo Anfetamina];
F14.8 - 292.84 Cocaína;
F16.8 - 292.84 Alucinógeno;
F18.8 - 292.84 Inalante;
F11.8 - 292.84 Opióide;
F19.8 - 292.84 Fenciclidina [ou Substância Tipo Fenciclidina];
F13.8 - 292.84 Sedativos, Hipnóticos ou Ansiolíticos;
F19.08 - 292.84 Outra Substância [ou Substância Desconhecida]). Especificar tipo:
Com Características Depressivas: se o humor predominante é depressivo.
Com Características Maníacas: se o humor predominante é elevado, eufórico ou irritável.
Com Características Mistas: se há presença de sintomas tanto de mania quanto de
depressão, sem predomínio de nenhum deles. Especificar se ver tabela da seção
Dependência de Substância , localizada em Transtornos Relacionados a Substâncias para
aplicabilidade por substância):
Com Início Durante Intoxicação: se são satisfeitos os critérios para Intoxicação com a
substância e se os sintomas se desenvolvem durante a síndrome de intoxicação.
Com Início Durante Abstinência: se são satisfeitos os critérios para Abstinência da
substância e se os sintomas se desenvolvem durante ou logo após uma síndrome de
abstinência.
Qual o risco na vida de suicídio em pacientes com
transtorno de humor?
A. 1 a 3%
B. 3 a 5%
C. 10 a 15%
D. 20 a 30%
E. 30 a 40%
• Um homem de 42 anos é hospitalizado após ter sido resgatado do alto
de um prédio, onde pretendia suicidar. Ele apresenta transtorno
depressivo maior com características psicóticas. Devido à sua doença
severa e não remissão da ideação suicida, foi recomendado
Eletroconvulsoterapia (ECT). Qual das seguintes afirmações podem
ser abordadas com o paciente?
A. O ECT é somente ocasionalmente efetivo para a depressão maior com
psicose, mas estamos numa situação de emergência e o esforço vale
B. Um antidepressivo vai ser começado no mesmo momento em que
iniciarmos o ECT
C. O paciente deve utilizar lorazepan antes das sessões de ECT
D. ECT tem uma chance > 75% de ser efetivo
E. O paciente irá necessitar de pelo menos 25 sessões
Epidemiologia dos Transtornos do Humor
Transtorno depressivo maior
–
–
–
–
–
–
Prevalência no ano: 2-5%
Prevalência na vida: 4-30% (10-20%)Mulheres: 10-25%
Idade média de início: 27 anos
Freqüência duas vezes maior entre as mulheres, considerando diferentes culturas
Freqüência maior entre desempregados e divorciados
Muita co-morbidade, principalmente com ansiedade e transtorno por uso de
substâncias.
– Estudos recentes sugerem que a depressão é mais prevalente entre 18 e 44 anos
Transtorno distímico: 4%
Transtorno bipolar
– Tipo I: 0,4-1,6%
– Tipo II: 0,5%
– I ou II com ciclagem rápida: 5-15% dos bipolares
Transtorno ciclotímico: 0,4-1,0%
• A prevalência é a mesma para homens e mulheres para o
transtorno bipolar: episódios maníacos são mais comuns em
homens e os depressivos, entre as mulheres.
• Mulheres apresentam mais episódios mistos e mais
freqüentemente são cicladoras rápidas (+ de 4 episódios de
mania no período de 1 ano)
• Idade de início do transtorno bipolar= Média de 30 anos (5 a 50)
• Nenhuma relação entre o estado socioeconômico e transtorno
depressivo
• Transtornos de humor não diferem por raça.
Uma mulher de 32 anos é diagnosticada
com depressão maior. Qual a chance da sua
irmã gêmea idêntica de desenvolver a
mesma doença?
1.
2.
3.
4.
5.
5%
20%
50%
70%
90%
Etiologia
Há conhecimento substancial sobre o papel da genética, das
experiências infantis, do estresse e das dificuldades da vida
na gênese da depressão
I. Fatores Genéticos
1. Agregação familiar
2. Concordância em gêmeos: Bipolar (M) 60 a 70% (D) 20%
Unipolar (M) 46% (D) 20%
Etiologia
II. Personalidade
a) O que parece ser característica da personalidade, seria uma
forma leve da doença
b) Sociotropia (alta necessidade de aprovação)
c) Neuroticismo
Parte do risco genético da depressão toma a forma de
determinados traços de personalidade e estilos cognitivos,
que podem limitar a habilidade de lidar com estresses
específicos da vida
Etiologia
III. Ambiente precoce
a) Privação dos pais: conflito familiar intenso e a falta de
cuidados adequados (mesmo quando não há separação dos
pais
b) Abuso físico e sexual
Etiologia
IV. Fatores Precipitantes
a) Excesso de eventos adversos precedem depressão e
suicídio.
b) Geralmente eventos de perda associam-se à depressão e
ameaça, à ansiedade.
c) Os eventos da vida são menos importantes para quadros
melancólicos e quando há história familiar de depressão
A importância do evento para precipitar diminui com o
aumento do número de episódios depressivos
Etiologia
V. história de vida
a) Teoria psicanalítica (Freud, Melanie Klein e John Bowlby)
B) Teorias cognitivas: infêrência arbitrária, abstração seletiva,
supergeneralização e personalização
Etiologia
VI. Neurobiologia
a) Hipótese monaminérgica para depressão: mudanças na
concentração de monoaminas (5-HT, noradrenalina e
dopamina)
b)Hipótese monaminérgica para mania: atividade
dopaminérgica excessiva (?)
Em indivíduos vulneráveis, a diminuição da função
serotoninérgica, noradrenérgica ou dopaminérgica é
suficiente para causar depressão clínica.
Etiologia
As monoaminas estimulam a expressão genética responsável
pela produção de NEUROTROPINAS, como o FATOR
NEUROTRÓPICO DERIVADO DO CÉREBRO (BDNF),
necessárias para a função e a sobrevivência dos neurônios
do SNC.
Neurogênese entre os dias 5 e 28 em ratos que
utilizaram placebo efluoxetina. Science, 2003; 301:
805-809
Níveis de BDNF em pacientes deprimidos antes e 8 semanas
depois do tratamento com antidepressivos. Eu Arch Psychiatry
Clin Neurosci, 2005; 255(6): 381-386.
Estresse e causas
genéticas produzindo
redução de BDNF. O
tratamento efetivo
reverteria o processo.
Nat Ver Neurosci, 2006;
7(2): 137-151.
Concentrações de cortisol em pacientes deprimidos
e controles sadios. J Clin Endocrinol Metab, 1997;
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Regiões cerebrais relacionadas à depressão
Relação entre o volume hipocampal e dias de depressão nãotratada em mulheres. Am J Psychiatry, 2003; 160(8): 15161518.
Alterações de metabolismo cerebral após ECT bem
sucedido. Am J Psychiatry, 2001; 158(2): 305-308
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