INSTITUTO BRASILEIRO DE TERAPIA INTENSIVA MESTRADO PROFISSIONAL EM TERAPIA INTENSIVA ANGELICA MELVILLE DUARTE A GRUPOTERAPIA COMO ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO PARA FAMILIARES DE PACIENTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI Brasília 2014 ANGELICA MELVILLE DUARTE A GRUPOTERAPIA COMO ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO PARA FAMILIARES DE PACIENTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI Tese apresentada ao Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva – IBRATI como requisito para a obtenção do título de Mestre em Unidade de Terapia Intensiva. Orientador: Dr. Douglas Ferrari Brasília 2014 A GRUPOTERAPIA COMO ESTRATÉGIA DE ACOLHIMENTO PARA FAMILIARES DE PACIENTES EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA - UTI Angelica Melville Duarte¹ RESUMO O presente estudo teve como objetivo analisar a importância da grupoterapia como estratégia de acolhimento para familiares de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva – UTI. A Unidade de Terapia Intensiva é caracteriza-se como “sistema de monitorização contínua a pacientes graves ou com descompensação, potencialmente recuperáveis” (CREMESP, 1995). Sendo esta uma unidade de alta complexidade, muitas vezes, torna-se um ambiente de rompimentos de vínculos afetivos e emocionais entre os familiares, propiciando estresse e desequilibro emocional. A terapia é uma prática terapêutica que auxilia o individuo a superar os problemas do seu cotidiano, compartilhando suas dores; angustias; ansiedade, medo; entre outros sofrimentos psíquicos. O desenvolvimento deste estudo foi através de uma pesquisa bibliográfica, de abordagem qualitativa do tipo descritiva. Este estudo mostrou que a realização da Grupoterapia na UTI, contribui no enfrentamento da dor dos familiares e na redução de insegurança, ansiedade e medo, decorrente da internação do paciente. Neste sentido faz-se necessário a atuação de profissionais do intensivismo no acolhimento aos familiares. Palavras-chave: Terapia de Grupo. UTI. Família. ABSTRACT The present study aimed to analyze the importance of group therapy as strategy to host the families of patients in the Intensive Care Unit - ICU. The Intensive Care Unit is characterized as " potentially recoverable system continued to severely ill patients with decompensation or monitoring" (CREMESP , 1995) . Since this is a unit of high complexity often becomes an environment of disruptions of affective and emotional bonds between family , providing stress and emotional imalance . Therapy is a therapeutic practice that helps the individual to overcome the problems of their daily lives , sharing their sorrows, anxieties , anxiety, fear, and other psychological sufferings . The development of this study was through a literature search , qualitative descriptive approach . This study showed that the achievement of group therapy in the ICU, helps in combating the pain of the families and the reduction of uncertainty , anxiety and fear resulting from the admission of the patient . In this sense it is necessary to make the work of professionals in intensive care to family members. Keywords : Group Therapy. ICU. Family ________________ ¹ Psicóloga , especialista em Educação Especial , mestranda pela IBRATI – Instituto Brasileiro de Terapia Intensiva. 1. INTRODUÇÃO A Unidade de Terapia Intensiva (UTI) é destinada a receber pacientes em situação de gravidade, necessitando de tratamento contínuo, com suporte tecnológico avançado, e de equipe multiprofissional que contribuem para melhoria da recuperação a qual os pacientes se destinam. Ao fato de ser uma Unidade restrita, com rotinas de horários e transição de familiares, isto implica no surgimento de sentimentos angustias, de medo quanto ao ambiente e entre outros sofrimentos psíquicos que acometem nos familiares ao adentrarem neste ambiente da UTI. Nesta perspectiva, a grupoterapia é uma estratégia de instrumento importante para as famílias que necessitam compartilhar suas expectativas e medo, proporcionando orientações, apoio e suporte que contribuem para redução do sofrimento e no enfretamento da dor da internação na UTI de todos os envolvidos. A família tem um papel fundamental diante da recuperação do membro familiar, é necessário “conhecer as questões relacionadas com o significado dessa internação e suas implicações na vida e no cotidiano dos familiares, para promover estratégias de intervenção, pois a presença da família tem de ser valorizada” recebendo o acolhimento adequado por parte dos profissionais do intensivismo (BETTINELLI; ERDMANN, 2009). A hospitalização do membro da família na UTI é um processo apreensivo, marcado pelo rompimento do vinculo familiar, está situação causa desequilibro na estrutura e modificações holística em seu cotidiano. Muitas são as dificuldades vivenciadas pela família, que devem ser trabalhadas pela equipe multiprofissionais. Segundo Bachelli e Santos (2004) “grupos com participantes sofrendo da mesma condição facilitam a identificação, a revelação de particularidades, o oferecimento de apoio semelhante, o desenvolvimento de objetivo comum, e a resolução das dificuldades e dos desafios que se assemelham”. Neste sentido, a terapia de grupo na UTI, é uma intervenção essencial para a família, que se encontra fragilizada emocionalmente, totalmente desequilibrada devido ao nível estressante, podendo até levar a uma despersonalização, ou seja, uma sensação da falta de controle de si próprio. Assim, este estudo teve como objetivo identificar a importância da terapia de grupo no âmbito Hospitalar da Unidade de Terapia Intensiva – UTI, uma vez que à atuação do profissional do intensivismo contribui para a melhoria do bem estar da família, tendo como prioridade a atenção aos cuidados da família do paciente internado. 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Analisar a importância da grupoterapia como estratégia para acolhimento aos familiares de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva – UTI. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS Mostrar a importância do trabalho grupal com familiares de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva-UTI; Avaliar a relevância do acolhimento com as famílias no processo saúde/doença; Identificar os fatores emocionais existentes no ambiente da UTI; Analisar a importância da grupoterapia como estratégia de acolhimento aos familiares de pacientes em Unidade de Terapia Intensiva;. Verificar a importância da equipe multidisciplinar na assistência aos familiares na Unidade de Terapia Intensiva –UTI. 3. METODOLOGIA Esse estudo compreende uma pesquisa bibliográfica de abordagem qualitativa do tipo descritiva a partir de diversas fontes como livros, artigos; revistas científicas, dissertações, produções publicadas na base de dados como ‘Biblioteca Virtual em Saúde, LILACS e Sciello para verificar o estado da arte no que se refere ao tema proposto possibilitando a construção de um referencial teórico conciso e conhecimento aprofundado. O período de coleta foi de 05 de março a 20 de setembro de 2014. Durante a pesquisa foram utilizados, em conjunto, com várias combinações entre eles e separadamente as palavras-chave: “UTI”, “família ”, “terapia de grupo”, “acolhimento” , “Intensivismo” e “psicologia na UTI”. 4. O AMBIENTE DA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA – UTI Segundo Villa e Rossi (2002) esta Unidade de Terapia Intensiva é destinada para os atendimentos a pacientes em estado critico, porém recuperáveis, em virtude desta situação as UTIs passaram a surgir pela necessidade de proporcionar melhores condições de recursos físicos, matérias, humanos e cuidados intensivos a estes pacientes. O autor supracitado relata que apesar de ser um ambiente que dispõe de equipamentos apropriados e prestação de assistência especializada contínua para a melhoria da saúde do paciente é entendido como local de “morte”, que gera medo, angústia e estresse, para os pacientes e principalmente aos familiares. Para Bettinelli e Erdmann (2009) o funcionamento, a rotina da UTI torna-se desagradável para a família que vivencia a internação, normalmente é visto como ambiente estranho, por isso a equipe do intensivismo deve realizar acolhimento de escuta sensível, apoio, atenção, comunicação clara e interação , que facilita as relações afetivas e emocionais da família. Os aspectos da vida particular de cada individuo como a cultura, sua história de vida; contexto econômico, psicológico e social; seu estado de saúde; a gravidade da doença entre outros , influenciam como este irá lidar com a internação ou com o ambiente da UTI, um vez que a internação torna-se um ambiente estranho, com diversos procedimentos e exames que tanto o paciente quanto a família desconhecem , desta forma as características de acolhimento dos profissionais do intensivismo são primordiais para aliviar a ansiedade, angústias e todo o impacto que é gerado por este ambiente (RIBEIRO ET.AL, 2007). Nesta perspectiva Campos (2007) afirma que a falta de informação clara e precisa aos familiares e paciente aumenta a ansiedade, angústia e o medo, por isso a importância de grupos no contexto hospitalar, expressar que terão a oportunidade de seus medos, dúvidas sobre os procedimentos adotados pela equipe intensivista e a superação das resistências, gerados pelo ambiente da UTI. A compreensão do funcionamento da UTI é primordial para o paciente e sua família, em virtude o vínculo entre a equipe intensivista, paciente e família é necessário para a recuperação do paciente e para o fortalecimento da família, que fica fragilizada, pois a internação interfere no equilibro familiar (FRIZON ET. AL, 2011). Segundo Beccaria (2008) as formas de comunicações seja elas verbal ou não verbal influenciam diretamente no psicoemocional do paciente e dos familiares, pois estudos apontam que: “Conversar, tocar e ouvir são poderosos instrumentos de curas; muitas vezes são o próprio remédio, os estudos com pacientes em Unidade de Terapia Intensiva mostram que o toque de familiares e membros da equipe de saúde pode alterar o ritmo cardíaco do paciente, que diminui quando seguram sua mão”. Neste contexto do ambiente da UTI, faz-se necessário enfatizar a humanização, ou seja, compreender o paciente como todo, os sentimentos de seus familiares, respeito ao outro, acolhimento do paciente e seus familiares com tratamento digno desde momento da internação e principalmente a preparação para as necessidades emocionais da família. 4.1. A FAMÍLIA DO PACIENTE INTERNADO EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA A internação de um individuo em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) influência diretamente em seus familiares, sendo um momento difícil, a qual gera um desequilíbrio na estrutura familiar (FRIZON ET.AL, 2011). O cenário da UTI causa desespero aos familiares, primeiramente pelo impacto da separação da família com o paciente; pelos equipamentos, e principalmente pela rotina diária , causando o desequilíbrio na estrutura familiar. Este impacto manifesta diferentes sentimentos e reações durante o momento vivenciado de internação (BECCARIA ET.AL, 2008). Os familiares são de suma importância no processo de saúde/doença do seu membro familiar, por isso necessitam de cuidado específico devido os sentimentos e sofrimentos gerados, tais como frequência elevada de estresse; ansiedade; medo, insegurança entre outras necessidades emocionais que acarretam nesse processo (SOARES, 2007). Estudos realizados na UTI de emergência de um Hospital de ensino do noroeste paulista e no Hospital Geral do Estado de Santa Catarina, apontam os sentimentos vivenciados pelos familiares com a internação do paciente bem como a assistência prestada pela equipe multiprofissionais da UTI (SOARES, 2007; FRIZON ET.AL, 2011; BECCARIA ET.AL, 2008). No Hospital Geral de Santa Catarina os estudos apontaram que os principais sentimentos mais vivenciados pelos 18 familiares que participaram da pesquisa foram ansiedade; tristeza; angústia; impotência; medo e desespero. O estudo realizado no hospital paulista com 41 familiares mostrou que os sentimentos mais vivenciados dentre as mais apresentada é a ansiedade; angústia; tristeza e medo. Com relação à assistência prestada a família o estudo apontou que os familiares recebem poucas informações sobre o paciente e a falta de assistência e acolhimento necessários aos familiares. Evidenciou, portanto, que os familiares não recebem apoio necessário para superar o momento vivenciado da internação, pois conforme os estudos “há um descaso de muitos profissionais da equipe da UTI com relação à atenção ao familiar, desconsiderando que precisam ser atendidos em suas necessidades, em especial a de informação e de escuta” (FRIZON ET.AL, 2011; BECCARIA ET.AL, 2008 ). Conforme Bettinelli e Erdmann (2009) a assistência aos familiares do paciente internado permite a construção do vínculo , assim facilita no enfrentamento das emoções, uma vez que é relativo uma ruptura e desestruturações no cotidiano. 5. PSICOTERAPIA De acordo Porchat (1989) o homem é um ser problemático, por sua vez necessita saber lidar com as dificuldades existentes, pois a felicidade é a capacidade do individuo aprender a lidar com os referentes seus problemas, desta forma conceitua a psicoterapia sendo: Um conjunto de conhecimentos teóricos e praticas de tratamento referente à psique humana. Tais praticas são aplicadas de forma sistemática visando a ajudar pessoas que apresentam distúrbios psicológicos nos mais variados graus. A psicoterapia pode também ajudar pessoas que apresentam apenas dificuldades emocionais e existenciais. A esta categoria, aliás, pertence a maioria dos pacientes (PORCHAT, 1989). A psicoterapia é um espaço de reconhecimento, da aceitação, apoio as pessoas que estejam em busca de soluções para os problemas existentes no seu cotidiano, tais como dificuldades emocionais; conflitos interpessoais e crises existenciais (SCARPATO, 2014). 5.1 PSICOTERAPIA DE GRUPO De acordo Cordioli (2009) as psicoterapias de grupo surgiram pela necessidade crescente de pessoas para um atendimento psicoterápico. Assim, a partir de 1905 , houve a primeira experiência iniciada por Pratt, um tisiologista americano que criou em Boston uma aula sobre higiene e os problemas da tuberculose com mais de 50 pacientes tuberculosos. O resultado do método grupal foi satisfatório, pois mostrou melhoria na recuperação física dos pacientes, baseado no apoio recíproco do médico com paciente. Esta contribuição serviu para o desenvolvimento de outros trabalhos grupais como “Alcoólicos Anônimos” iniciada em 1935 e ainda se estende em um número maior de pessoas (ZIMERMAN, 2008). Segundo Guimarães (2009) apesar de existir varias modalidades em psicoterapias de grupos quem vem obtendo resultados positivos, estas “independentemente, o potencial terapêutico e a força para a mudança decorrem da interação entre os membros do grupo”. 5.1.1 A IMPORTÂNCIA E O CONCEITO DE GRUPO O ser humano na maior parte do tempo se encontra em convívio grupal, sendo em sua relação familiar e social. A partir do nascimento, o individuo já estabelece uma relação grupal com os genitores, irmãos, avós e em seguida a interação nas creches, escolas, na vida profissional entre outros, ou seja sempre interagindo em um determinado grupo que se amplia e renova (CORDIOLI, 1998). Conforme Guimarães et al. (2008) “O grupo é uma unidade que se comporta como uma totalidade, ele se organiza a serviço dos membros e se constitui uma nova entidade na qual existe uma identidade grupal”. Desta forma, o ser humano sempre vai estar em grupos, isto é em buscar de uma identidade social. O trabalho em grupo proporciona espaço para a comunicação e a socialização entre os membros que compartilham da mesma experiência, assim um dos objetivos do trabalho grupal é o de “ampliar, a medida do possível, a troca entre os doentes, trabalhando suas angústias e temores frente a hospitalização, doença e morte, buscando oferecer-lhes uma maior capacidade de enfretamento a estas questões (PASQUA; PEDROSO, 2009). O próprio grupo, bem como a aplicação de técnicas e intervenções específicas pelo terapeuta treinado, servem como um instrumento para a mudança. Na terapia essa interação paciente-paciente ou paciente terapeuta possibilita um crescimento, uma mudança, pois eles podem observar o sofrimento do outro e compartilhar suas dificuldades e particularidades da doença, gerado um aprendizado e uma visão diferenciada da doença (YALOM ; VINOGRADOV , 1992). Segundo Cordioli (2009) os grupos são classificados em operativos e psicoterápicos, sendo estes subdivididos em outras ramificações. Os grupos operativos centralizam em uma determinada tarefa, ou seja, não possuem finalidades psicoterápica, já os grupos psicoterápicos estão direcionados a diversas orientações teóricas referente a dinâmica de grupo. Os grupos operativos são os grupos de ensino-aprendizagem; institucionais, comunitários e grupos terapêuticos, já os grupos psicoterápicos estão subdivididos nas seguintes correntes psicodinâmica, sistêmica, cognitivo-comportamental e psicanalítica. De acordo com Oliveira et al. (2010) foi realizado uma pesquisa em 2006 nas UTIs Clínica e Cirúrgica do Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás - UFG, por meio de sessões de grupo de apoio aos familiares de pacientes internados na UTI. Participaram da pesquisa 51 pessoas que possuem membros internados em uma das duas UTIs. Os depoimentos comuns de familiares sobre a experiência compartilhada no grupo e quanto á opinião da intervenção como estratégia de acolhimento relataram: Eu [...] achei ótimo! [...] ali você consegue [...] fazer perguntas, sanar muitas duvidas. [...] pode ajudar a tirar um pouco da angústia. ...fica fácil de entender mais coisa, tem gente competente... explica os horários, tudo...Então, eu fiquei muito satisfeito [...]. [...] a gente fica tão fragilizado [...] que quando você recebe uma atenção, seja de quem for, fica mais aliviado, com esperança. ...isso é super importante! [...] dá uma força pra gente [...] você começa a entender um pouco o que tá acontecendo... Considero importante e admiro muito [...] porque eu acho que o aflito precisa é dessa parte (OLIVEIRA ET.AL, 2010). Conforme os resultados analisados dos depoimentos de familiares sobre a experiência de participação no grupo foi evidenciado de forma positiva o trabalho grupal, pois as necessidades de orientações e de suporte emocional foram atendidas. Nesta perspectiva as necessidades das famílias precisam ser compreendidas diante do processo de internação, por isso é importante à equipe multidisciplinar buscar meios para reduzir o sofrimento dos familiares. Portanto a interação dos profissionais com as famílias deve começar desde momento da internação do membro familiar, oferecendo suporte como atenção, informações e a oportunidade de escuta e fala (SILVEIRA, 2005). É significativa a relevância da grupoterapia uma vez que oferece espaço de ressignificação ao participante, uma comunicação clara e direta e a buscar de alivio para as necessidades emocionais, ou seja, a lidar com suas emoções bem como suas defesas (GALVAN, 2002). CONSIDERAÇÕES FINAIS A internação de um membro familiar em UTI gera reações emocionais como ansiedade; tristeza; angústia; impotência; medo; desespero entre os sentimentos vivenciados conforme identificado no presente estudo. Desta forma foi analisado a importância da terapia de grupo uma vez que proporciona aos familiares alívio aos sentimentos vivenciados. É notável na presente pesquisa a necessidade de uma assistência adequada aos familiares ,haja visto os sentimentos e as fragilidades durante a internação na UTI. Conforme a pesquisa estes sentimentos podem ser minimizados em um espaço de escuta; com orientações e trocas de experiências, monitorados por multiprofissionais, em especial o psicólogo, que possuem técnicas que atende as necessidades existentes no ambiente da UTI. Nesse sentido os profissionais do intensivismo devem atender as necessidades das famílias, estes que contribuem para a recuperação do paciente. O vínculo é um fator primordial nesse processo, a qual favorece no equilibro emocional. Durante a terapia de grupo, os familiares vivenciam experiências significativas que interfere nos fatos vivenciados; oferecem espaço de escuta e comunicação; interação com o grupo; apoio emocional; informações e orientações, possibilitando aos familiares a catarse e diminuição de sofrimentos. Assim é considerada uma das estratégias de suma importância no acolhimento aos familiares de pacientes em UTI. Conforme a revisão da literatura a importância da terapia de grupo com familiares de pacientes internados na UTI é uma estratégia eficiente, ou seja é avaliada positivamente, em virtude de atender as necessidades emocionais das famílias. Contudo, o presente estudo mostrou que é necessário assistência aos familiares de pacientes internados na UTI, oferecendo suporte para o enfrentamento da crise vivenciada. Assim, a atuação da equipe multidisciplinar com grupos possibilita um atendimento integral e humanizado, isto é, a busca de novos caminhos, não voltado no olhar centrado no paciente e na doença. Evidenciou-se no decorrer da pesquisa que ainda são escassos estudos relacionados com a grupoterapia no âmbito da Unidade de Terapia Intensiva, sobretudo com os familiares de pacientes na UTI. REFERÊNCIAS CORDIOLI, A.V. Psicoterapias: Abordagens Atuais. 3.ed. 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