ROTINAS A rotina, conforme definição do Ministério da Saúde, é o conjunto de elementos que especifica a maneira exata pela qual uma ou mais atividades devem ser realizadas. É a descrição sistematizada dos passos a serem dados para a realização das seqüência de execução. Uma rotina institui sobre o que deve ser feito, quem deve fazer e onde. ELABORAÇÃO • A rotina é especifica de cada unidade, ou seja, a linguagem e a descrição das ações deverão estar em acordo com o preparo de quem irá executá-la. • Há necessidade da identificação precisa da rotina, devendo esta expressar exatamente o conteúdo e a unidade a que se refere. COMO DEVE SER A ROTINA • • • • • • • Deve conter as seguintes informações: Nome da organização de saúde; Nome da unidade a que se destina; Título da rotina; Normas inerentes à rotina, quando couber; Identificação do agente da ação; Ações a serem realizadas; Outras informações necessárias. TIPOS DE ROTINA • Existem três tipos principais de rotina: de coluna, textual e fluxograma. A escolha de um ou outro tipo deve recair sobre a que melhor se adapte ao assunto a ser tratado e a quem vai consultá-la. • A rotina na forma de colunas oferece rápida visualização da informação necessária, facilitando sua consulta. É composta de três colunas básicas: o agente (quem), ação (o quê) e observação (onde). • Os agentes: um único elemento (podendo neste caso ser colocado numa norma); ou elementos da equipe de enfermagem e da equipe multidisciplinar. • É importante salientar que todos os agentes participam da elaboração da rotina, principalmente, quando pertencentes à equipe multidisciplinar. • Neste tipo de rotina, pode ser acrescentada uma coluna para a enumeração seqüencial das ações (optativa). ESCABIOSE A escabiose é uma infestação cutânea causada por um ácaro, Sarcoptes scabiei, cujas lesões altamente pruriginosas, são provocadas pela fêmea e seus produtos. O quadro clínico inicia-se 2 a 6 semanas após o contágio e as lesões ocorrem principalmente no espaço interdigital, punho, axilas, cintura, joelho, cotovelo e planta dos pés. Nos homens, a localização característica são os genitais, onde formam-se lesões endurecidas e elevadas no pênis e na bolsa escrotal. Nas mulheres, é comum nos mamilos serem afetados pela doença. Nos bebês, o acometimento das plantas dos pés e palmas das mãos é frequente. O parasita escava túneis sob a pele onde a fêmea deposita seus ovos que eclodirão em cerca de 7 a 10 dias dando origem a novos parasitas. Apresenta evolução crônica, visto que cada fêmea vai liberar cerca de 40 a 50 ovos e é preciso eliminar todos os ácaros para a cura. Mas, embora tenha uma evolução crônica, é uma doença que não mata e tem bom prognóstico Pacientes idosos, debilitados, com deficiência neurológica ou imune (ex. AIDS) apresentam a forma crostosa, também chamada norueguesa, altamente contagiosa pela grande quantidade de ácaros em suas lesões (acima de um milhão). As lesões tipicamente causam espessamento, coloração acinzentada, descamação, hiperqueratose e crostas, que podem cobrir todo o corpo, especialmente joelhos, cotovelos, nádegas, couro cabeludo, orelhas e leito ungueal. Pelo comprometimento imune o prurido é menos intenso ou pode até estar ausente. Surtos de sarna norueguesa já foram descritos em vários hospitais, inclusive no Brasil. COMO SE ADQUIRE? É transmitida pelo contato direto entre pessoas, e os ácaros por ficarem protegidos dos escabicidas tópicos pela camada hiperqueratótica, isto é, super espessada, em condições de descamação. Podem contaminar roupas de uso pessoal ou de cama, cortinas, assoalho, paredes, móveis, brinquedos, permanecendo infectantes por longos períodos causando epidemias em escolas, quartéis, hospitais e outras comunidades fechadas. Pode ser considerada uma DST, pois boa parte das transmissões ocorre em relações sexuais. A doença também é bastante transmitida entre mãe e filho lactante. O ácaro é capaz de perfurar e penetrar a pele em questões de minutos. Isso leva a uma coceira intensa que, geralmente piora durante a noite, associada a lesões de pele causadas pela penetração do ácaro e pelas coçaduras. TRATAMENTO Quando diagnosticamos um caso de escabiose, os outros componentes da família também devem ser examinados, porque todos os indivíduos acometidos devem ser tratados. Troca de roupa de cama bem como das roupas do corpo durante o tratamento, não sendo necessário ferver as mesmas (orientar para que as roupas sejam bem lavadas e passadas com ferro bem quente). Uso de Escabicidas (loções) por 3 noites seguidas, repetido após uma semana. Em adultos, a loção é passada por todo o corpo (do pescoço para baixo), durante a noite, retirando-se pela manhã (banho). Em crianças, para evitar que elas durmam com a loção, pode-se passar durante o dia e deixar por um período de 4 a 6 horas, após o qual se retira (banho). Podem ser usado os sequintes Escabicidas: Benzoato de benzila - 25%; Monossulfiran - 25%; ; Deltametrina; Pasta d`água com enxofre - 5 a 10%, 2 a 3 vezes por dia (usada para crianças ou gestantes). Quando a infestação é muito intensa, pode-se utilizar medicação sistêmica (Tiabendazol sistêmico) e, atualmente, a ivermectina. ROTINA TEXTUAL A rotina textual é descrita – o próprio nome diz como um texto, podendo seguir os mesmos tópicos da rotina de colunas. Hospital Amigo de Deus Setores de Internação Rotina de controle em surto de escabiose envolvendo pacientes e profissionais de saúde. Normas: 1- Desenvolver um estudo sobre a escabiose e suas manifestações clínicas 2- Listar os cuidados de enfermagem aos clientes acometidos pela escabiose 3- Destacar as principais ações a serem desenvolvidas pelos profissionais de saúde para prevenir a disseminação da escabiose no ambiente hospitalar. Ações: • Todos os profissionais expostos a pacientes infestados recebem um escabicida profilático (permetrin a 5%) e caso desenvolvessem os sintomas da doença, são tratados com esta mesma droga, juntamente com seus familiares; • Afastamento do serviço até 24 horas após o tratamento e recomendação a lavagem de suas roupas de cama e de uso pessoal; • Na persistência dos sintomas pode ser empregado lindane e na ausência de resposta a esta nova droga pode ser introduzida a ivermectina por via oral; • Na persistência dos sintomas foi empregado lindane e na ausência de resposta a esta nova . droga foi introduzida a ivermectina por via oral • Solicitar a limpeza vigorosa de carpetes, cadeiras e outras superfícies expostas; • Orientar todos os profissionais que atendem os pacientes para observar a presença de sinais ou sintomas da doença; • Executar a profilaxia e tratamento em todos os setores; • Pacientes com prurido ou exantema pruriginoso ficam em quartos privativos e para sua manipulação as precauções de barreiras recomendadas pelo CDC devem ser utilizadas, como o uso de luvas de canos longos, a fim de proteger também o antebraço. • Casos confirmados recebem tratamento tópico em duas aplicações durante uma semana (permetrin 5%) e ivermectina (0,2 ml/Kg); • Isolamento deve ser mantido pelo menos por oito dias, até 24 horas após o segundo tratamento tópico; • Criação de um sistema específico para vigilância, notificação, tratamento e profilaxia; • Informações sobre escabiose e seu tratamento devem ser fornecido a todos envolvidos através de boletins internos, jornais e televisão. CONSIDERAÇÕES FINAIS 1. O caso índice, altamente infestado, pode 2. 3. passar desapercebido durante internação. Pacientes altamente infestados dificilmente eliminam os ácaros com uma única aplicação da droga. Profissionais de saúde com grande contato com pacientes infestados apresentam grande possibilidade de contaminação, disseminando o agente. 4. As precauções com barreira, recomendadas pelo CDC, parecem ser insuficientes para conter os surtos desta forma especial de escabiose, havendo necessidade de manter as precauções também no intervalo entre as duas aplicações habituais do esquema tópico. Os pacientes devem ficar em quartos privativos, serem manipulados com precauções de contato, empregando-se luvas de cano longo. 5. Os profissionais de saúde têm facilidades para a auto medicação, subestimando a notificação dos casos.