Dependência Quimica Mitos e Verdades

Propaganda
Dependência Química
Mitos e Verdades
Curso Anual de
Tratamento da Dor
Crônica e Oncológica
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Coordenação de Atividades Educacionais
Divisão da Saúde da Comunidade – SAM
Programa de Tratamento da Dor e Cuidados Paliativos
Profª. Magda Vaissman, MD, PhD
Problemas encontrados
Dificuldade da equipe de saúde trabalhar com os critérios
diagnósticos para uso, abuso e dependência de drogas
Não inclusão nos currículos das áreas de saúde matérias sobre
dependência de drogas seja na graduação ou na pós-graduação
Mídia alarmante em relação aos perigos da dependência química
Associação consumo de drogas/ narcotráfico / violência= guerra às
drogas
Não entendimento pelos formuladores de programas e políticas dos
conceitos básicos de redução da demanda e da oferta e a
estratégia de redução de danos
Medo de indução de adicção iatrogênica
Outros problemas (no mundo)
Baixa prioridade de combater a dor
Falta de treinamento
Legislação altamente restritiva
MITO DA ADICÇÃO
Pacientes que não possuem história
prévia de uso de drogas, raramente se
tornam adictos ao usarem opióides.
NÃO CONFUNDIR ADICÇÃO COM
TOLERÂNCIA OU DEPENDENCIA
FÍSICA
ABUSO OU USO NOCIVO DE SUBSTANCIAS
PSICOATIVAS
CID 10 – USO NOCIVO
Padrão de uso de SPA, que está causando dano à saúde. O
dano pode ser físico e mental.
DSM-IV- ABUSO
Padrão de uso de substâncias, levando a prejuízo ou sofrimento
manifestado por um ou mais dos seguintes sintomas:
 Uso recorrente da SPA, resultando num fracasso em cumprir
obrigações importantes relativas ao seu papel na escola, trabalho ou
em casa;
 Uso recorrente da substância em situações nas quais isso representa
um perito físico;
 Problemas legais recorrentes relacionados ao uso de SPA;
 Uso continuado da SPA apesar de problemas sociais ou interpessoais
persistentes ou recorrentes causados ou exacerbados pelos efeitos
do álcool.
 B. Os sintomas jamais satisfazem os critérios para dependência de
substância para esta classe de substância
Critérios para se considerar uma pessoa dependente de drogas–
pelo menos 3 dos seguintes sinais e sintomas ao longo dos últimos
12 meses: (Edwards, CID10, DSM IV)
1.
Forte desejo ou compulsão de consumir algum tipo de droga
2. Consistência subjetiva da dificuldade na capacidade de controlar a
ingestão de drogas em termos de início, término ou nível de consumo
3. Uso de substâncias psicoativas para atenuar sintomas de
abstinência, com plena consciência da efetividade de tal estratégia
4.
Estado fisiológico de abstinência
5. Evidência de tolerância, necessitando doses crescentes de
substância requerida para alcançar os efeitos originalmente produzidos
6. Estreitamento do repertório de consumo, quando o indivíduo passa
a consumir drogas em ambientes não propícios, a qualquer hora, sem
motivo especial, etc.
7. Negligência progressiva de prazeres e interesses outros em favor do
uso de drogas
8. Persistência no uso de drogas, a despeito de apresentar clara
evidência de manifestações danosas
9. Evidência de que o retorno ao uso da substância, após um período
de abstinência, leva a uma reinstalação rápida do quadro anterior
O Diagnóstico da Dependência de Drogas
Tolerância ou dependência fisiológica:
a)tolerância
b)sintomas de abstinência
Perda do controle no uso da substância
a)Usar a substancia mais tempo do que o esperado ou em grandes
quantidades
b)desejo persistente ou esforços para interromper o consumo ou
controlar o uso
Saliência ou persistência no uso contínuo
a)Gastar muito tempo pra conseguir / consumir/ recuperar.
b)Uso continuado apesar das conseqüências adversas
c)deixar ou reduzir atividades sociais, ocupacionais ou recreacionais
Model Guidelines for the Use of Controlled
Substances for the Treatment of Pain
Federation of State Medical Boards
ADICÇÃOsíndrome de comportamento neurocomportamental
com influências genéticas que resultam em
dependência psicológica no uso de substâncias
para obter efeitos psíquicos caracterizado pelo uso
compulsivo apesar do dano causado.
sinônimo de “dependência de drogas” ou de
Dependência psicológica
Pseudoadicção
Padrão de comportamento de aparente
busca da droga quando paciente está com
dor em função de estra recebendo
quantidades insuficientes de medicação e
pede maior quantidade para se aliviar e
pode ser interpretada como adicção.
Abuso de Substancia
Uso de qualquer substancia para fins
não terapêuticos ou uso de
medicação com outras finalidades
que não aquelas para as quais foi
prescrito o medicamento.
Dependência Física
Dependência física de uma substância
controlada é um estado fisiológico de
neuroadptação caracterizada pela
emergência de síndrome de abstinência
por interrupção abrupta ou quando um
agonista é administrado.
A dependência física é um resultado
esperado do uso de opióides e não pode
ser igualada a adicção
TOLERÂNCIA
Estado fisiológico resultante do uso
regular de uma droga, em que há
necessidade de se aumentar a dose para
produzir o mesmo efeito ou observa-se
um efeito reduzido com a dose constante.
Riscos desta confusão adicção e
dependência física
Pacientes com CA não receberem doses
adequadas de opióides e sofrerem
desnecessariamente.
Redução da Demanda = Redução do Consumo
Busca enfocar o consumo e persuadir as
pessoas a não usarem substâncias por
meio de mensagens de educação em
saúde (p.ex: não fumar cigarros, parar de
fumar na gravidez)
Objetiva a redução entendendo que o
dano está de acordo com a dose por cada
evento ou acumulalitiva
Visão reducionista ou proibicionista
Redução de Danos= Redução de Riscos
As intervenções visam minimizar os danos e não
necessariamente objetivam número menor de usuários
e/ou menos consumo
Admite-se que muitas pessoas continuarão a usar drogas e
buscam modos de mudar maneiras pelas quais as drogas
são usadas, reduzindo os danos que fazem a si mesma ou
a outros. Por ex: leis e regulamentos sobre
comportamentos apropriados durante o consumo de
drogas(álcool e transito) programas de trocas de seringa,
aconselhamento de redução de riscos, consumo mais
seguro de drogas,buscar ambientes menos perigosos,
produtos mais seguros e consumo ais seguro
Redução de danos é uma redução dos riscos, busca atingir
formas de consumo e os comportamentos associados
Case
M. homem, 50 anos, funcionário publico
Data da 1ª consulta: agosto de 2000
QP: vim fazer redução de danos
HDA: Vem fazendo uso de Nalbufina injetável há 3 anos e quer ajuda
pois está “caro” demais manter o uso e diz não acreditar mais no
sentido da vida, pois só através dos opiáceos poderia prosseguir
vivendo. Diz sentir um intenso vazio e uma vida sem sentido.” pelo
menos através da química a vida fica mais bonita”.
AP: desenvolvimento sem anormalidades,na infância inicia o uso de
opiáceos através de xaropes antitussígenos. Como adulto jovem vive
dois anos em Londres , onde toma contato com a heroína fazendo
uso semanal da droga. Episódios depressivos levam-no a iniciar o
uso da nabulfina. Antes tentou várias outras drogas que não o
satisfizeram e antidepressivos sem resultado clinico. Um tratamento
psicoterápico sem êxito.
Case
Evolução:
Paciente em tratamento psiquiátrico há 3 anos, destes 1
ano de psicoterapia motivacional
Inicialmente foi imediatamente trocada a Nalbufina
injetável( 3 amp/dia) pelo equivalente em oxicodona
Tentou-se metadona,mas o paciente não se adaptou.
Queixava-se que lhe deixava de “barato” e de “mal estar”.
Há cerca de 18 meses está em uso contínuo de derivado
da morfina (Dimorf®), 7comprimidos diarios de 40 mg.
M está adaptado ao trabalho, sem sintomas depressivos,
possui planos para o futuro, vem mensalmente ao
consultório sem nunca ter falatado a um agendamento
Discussão
Diagnóstico Psiquiátrico
Conduta de redução de danos
Como seria a RD com o paciente
com dor crônica? aplicar-se-iam os
mesmos princípios?
Prof.Dra.Magda Vaissman
Av. Nª Sª de Copacabana 978/303
Email: [email protected]
www.magdavaissman.com.br
Tel: 21-2521-9497, 21-9985-3104
Download