as psicoses periódicas maníaco-depressivas

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Crises Maníacas
e
Psicoses Periódicas ManíacoDepressiva
Alunas: Ana Paula Ribeiro
Bruna Vieira
Cristina Barreto
Fernanda Toledo
Janaína Campos
AS CRISES MANÍACAS
Mania é um estado de superexcitação
das funções psíquicas caracterizado
pela exaltação do humor e pelo
desencadeamento das pulsões instintoafetivas, que podem se manifestam
também no terreno psíquico, psicomotor
e neurovegetativo.

Histórico


Até o século XIX era empregado em um setor
nosográfico muito vasto, a ponto de ser usado
como sinônimo de “loucura”.
A partir dos trabalhos de classificação de Pinel
(1802), de Esquirol (1816), e principalmente,
após 1850, que a noção de mania foi
compreendida como uma crise, na qual a
forma “franca e aguda” foi integrada à psicose
periódica ou maníaca-depressiva.
I – O ACESSO MANÍACO
A. Circunstância de aparecimento




O acesso aparece em geral entre 20 e 50
anos.
indivíduo que tenha freqüentemente
antecedentes similares em sua família
possua pícnico (pessoas com face
arredondada ou em forma de escudo
pentagonal, com importante desenvolvimento
do tecido adiposo, gorduroso, enfim, pessoas
com a conformação corporal “atarracada”)
informações quanto a um acesso anterior.
B. Formas de começo
pode ser caracterizado por uma fase
depressiva ou por um estado
premonitório de exaltação emocional.
 Quando o doente já teve outros
acessos, pode haver sinal-sintoma que
alerte a uma próxima recaída.
 o inicio pode ser brutal e sem
pródromos: a crise interrompe de modo
súbito.

C. O período de estado
1º A apresentação:
 o porte é desalinhado e extravagante.
 Seu rosto é animado, alegre ou furioso,
os olhos são brilhantes, lançados
olhares provocadores ou entendidos.
 Fala sem cessar, a agitação é
marcante.
 O contato com o doente é bastante fácil.
2º Excitação psíquica e fuga de idéias: há uma
impressão de uma aceleração e exaltação de
todos os processos psíquicos.








Aceleração das representações mentais
Associação de idéias é superficial e rápida
Impotência da atenção
Percepções não estão fundamentalmente
alteradas.
Orientação permanece correta.
A memória participa da excitação psíquica geral.
Imaginação se encontra exaltada.
Linguagem falada e escrita é um fluxo contínuo de
palavras, de frases mal encadeadas e rápidas.

FUGA DE IDÉIAS: é o sintoma principal
desta excitação psíquica. Trata-se de
uma exaltação do ser psíquico por
inteiro, e esta exaltação faz o maníaco
girar e saltar em uma dança frenética
provocada pela exuberância de suas
tendências instinto-afetivas
desenfreadas
3º A exaltação do humor:
A expansividade e a hipertimia,
manifestando-se pela euforia e pelo
otimismo.
 Tonalidade afetiva instável.
 Manifestações de violência, irritação e
agressividade furiosa.
 Excitação erótica quase sempre está
presente.

4º A excitação psicomotora e o jogo:
o maníaco experimenta uma
necessidade de atividade.
 Os movimentos são inadaptados,
ultrapassando a sua finalidade.
 A característica dominante é o jogo:
representação de cenas, imitação,
tomando, assim, emprestado elementos
do mundo exterior.

D. Evolução

A duração atual de uma crise varia de
alguns dias a algumas semanas,
habitualmente curada, porém recidiva
com freqüência
II. AS FORMAS CLÍNICAS
A. Formas Semiológicas

1º Hipomania: Chamado de forma benigna,
atenuada ou menor da excitação maníaca.
Geralmente, trata-se de um estado habitual de
exaltação e de mobilidade de humor, de
hiperatividade quase sempre confusa, que torna o
relacionamento conflituoso com esses indivíduos.

2º Mania delirante e alucinatória: Formas com
desestruturação mais profunda da consciência em
que há “experiências delirantes” cujas
características são as mobilidade, alterações,
apresentando um mínimo de organização.

3º A mania subaguda ou furor
maníaco: caracteriza-se por uma
agitação com acentuada obnubilação da
consciência. Recusa de alimentos e
sinais orgânicos graves de esgotamento

4º Estados mistos maníacodepressivos: características de
estados mistos.
B. Formas Evolutivas
1º As Manias Crônicas:




Após diversas crises pode-se organizar um
comportamento maníaco crônico.
Observada mais em mulheres de segunda
idade. Podem se prolongar com a involução
senil.
Pode resultar após muitos anos em
cronicidade simples, remissão periódica
As manias Crônicas levantam o problema de
sua relação com a hipomania constitucional.
2º Evoluções novas de formas tratadas
pelos neuropléticos:
Crises com sintomatologia mais frusta e
recidivante.
A intermitência das crises tende a se
tornar uma remissão simples, por isso o
interesse pelos sais de Lítio.
C. Formas Etiológicas
1º Crise Maníaca Senil e pré-senil:

Por distúrbios orgânicos, podem ocorrer
crises maníacas mais ou menos típicas.

Pode constituir o início de uma
demência senil pura ou arteriopática.
2º Crise maníaca tóxica: Álcool, cocaína,
anfetamina, cortisona, cicloserina e
haxixe.
3º Crise maníaca pós-traumática: Após
fase de coma e pode curar ou evoluir
para demência pós-traumática.
4º Estados maníacos nas afecções do
diencéfalo e da região hipotalâmica:
Alteração hipertímica do humor,
predominando a agressividade, cólera,
e mais raramente, a excitação eufórica.
5º Estados Maníacos nas síndromes
endócrinas:
Hiperfoliculinemia, hiperluteinemia,
hipertiroidismo, alterações hipofisárias e
supra-renais.
Principalmente durante tratamento com
a cortisona e o A. C. T. H.
III. Diagnóstico
É fácil porém deve-se fazer distinção com:
Confusão mental agitada
 Episódios de agitação dos epiléticos
 A agitação catatônica

IV. Resumo dos problemas
psicopatológicos
L. Binswanger (1932)
Modalidade regressiva qualitativa dos
conceitos quantitativos da concepção
clássica.
 Liberação e arrebatamento endiabrado
dos desejos desenfreados ou
orgiásticos. Para psicanalistas como
Freud e Abraham, as necessidades
tornam-se “devoradoras”, onde as
pulsões se liberam principalmente as
orais pré-genitais.

Henri Ey
Aspecto negativo ou regressivo:
Distúrbios leves das funções de síntese:
atenção embotada, percepção prematura,
etc..
Alteração da lucidez
Desestruturação temporal ética da
consciência
Aspecto positivo:

Comportamento de jogo

Ficção e fabulação

Liberação de pulsões

“Diminuído na estrutura ponderada e
equilibrada de sua consciência o
maníaco se libera em uma espécie de
dilatação de sua existência, projetandose além da impossibilidade presente e
volatilizando até ao extremo a
possibilidade de sua potência de
otimismo e de ilusão.” (H. Ey)
V. Tratamento por Henry Ey
A. Tratamento domiciliar de uma
crise de excitação maníaca simples
Drogas neurolépticas:
Grupo das butirofenonas:
haloperidol,
bemperidol,
haloanisone associado, em geral, com a
levomepromazina ou com a clorpromazina
Levomepromazina associado ou não a um
barbitúrico
Sais de lítio associado a terapia neuroléptica ou
eletrochoques
Regime alimentar hipotóxico
Supressão de excitantes como:
 Álcool
 Chá
 Café
 Tabaco
Recomendado no início do tratamento
uma purgação drástica.
B. Tratamento em meio hospitalar
1º Condições Gerais:
Geralmente as crises maníacas geralmente necessitam
de internação.
2º Quimioterapia:
Medicamentos psicodepressores.
3º Terapia de choque:
Indicados quando a crise ultrapassa várias semanas.
Devem ser administrados de 2 a 3 vezes ao dia.
4º Sais de lítio:
Podem ocorrer anomalia renal ou cardíaca.
Prolonga as remissões dos ciclos maníaco-depressivos.
5º Tratamento etiológico:
síndrome maníaca é sintomática
Desafio diário!
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Então virei uma hipomaníaca constante. Gastava
tanto que até hoje não me recuperei das dívidas.
Trabalhava tanto, que virei destaque da seção (saí da
primeira seção). Malhava tanto que não engordava
mais. Saía tanto que já não sabia o que era ficar em
casa. A excitação psíquica era tanta que eu vivia
desmaiando.
 Mas para evitar os desmaios o Neurologista passou
um anti-epilético, que eu não sabia, mas funciona
como estabilizador de humor. Voltei a ficar normal,
mas como eu estava engordando e não desmaiava
mais fiz um acordo com o neurologista: vamos
suspender o remédio, se eu voltar a desmaiar volto a
tomar. O médico relutou, mas como eu não arredava
o pé da decisão, ele topou.
 Depois de um tempo, já não tomava nada, nem o
antidepressivo nem o anti-epilético. Foram uns
meses de normalidade, uns meses de melancolia e
finalmente depressão. Voltei aos antidepressivos e
aos desmaios.




De alguma forma, eu sabia quando as
coisas começaram a ficar diferentes. O
modo de ver a vida, capacidade cognitiva,
excitação psíquica, depressão, perda de
capacidade de se envolver amorosamente
(dois ex casamentos) ou mesmo
socialmente (muitos ex amigos)...
Preciso manter uma rotina diária meio
rigorosa para ficar bem: horário para
dormir, malhar todo dia, horário dos
remédios... Nem sempre eu consigo.
Estou marcada no trabalho como
irresponsável e desinteressada. Não
consigo me livrar desses estigmas.Preciso
me esforçar muitíssimo mais para
conseguir um pouquinho de
reconhecimento.
AS PSICOSES PERIÓDICAS
MANÍACO-DEPRESSIVAS
HISTÓRICO
1854 – J. P. Falret: Loucura circular,
reprodução sucessiva e regular do
estado maníaco e
do estado
melancólico e um intervalo lúcido.
 1854 – Baillarger: Loucura de dupla
forma, sucessão de dois períodos, um
de excitação e outro de depressão.
 1883 – Ritti: noção de doença única,
sucessão de crises de mania ou de
melancolia em um mesmo indivíduo.

HISTÓRICO
1899 – Kraepelin: agrupou todas as
psicoses descritas em uma doença
fundamental e as classificou no quadro de
loucura maníaco-depressiva.
 Considerava uma psicose essencialmente
endógena.
 Os psiquiatras culturalistas acreditam que
a propensão à crises é produzida pelas
experiências infantis e determinam a
personalidade pré-psicóticas ou prémaníaco-depressiva.

DOIS PROBLEMAS SEMPRE EM
DISCUSSÃO
1.
O problema nosográfico de sua
delimitação em relação às psicoses de
evolução crônica.
2.
O problema etiológico relativo à
melancolia de involução, às manias e
às melancolias sintomáticas e às
formas reativas.
AS CONDIÇÕES DE
APARECIMENTO
A idade média da primeira crise – antes
dos 40 anos.
 O sexo feminino seria o mais afetado.
 O papel da raça – nenhuma relação
significativa foi estabelecida.
 Condições sociais e econômicas – mais
freqüente
nas
camadas
socioeconômicas mais altas.

AS CRISES E SUA EVOLUÇÃO
CLÍNICA
a)
b)
c)
d)
e)
As crises isoladas de mania ou de
melancolia.
As crises de mania remitente – sem
intervalo lúcido.
As crises de mania intermitente –
intervalo lúcido prolongado.
As crises de melancolia remitente.
As crises de melancolia intermitente.
AS CRISES E SUA EVOLUÇÃO
CLÍNICA
f)
g)
h)
As evoluções de dupla forma circular –
sem retorno a normalidade.
As evoluções de dupla forma
intermitente – as crises são separadas
por um período de retorno ao estado
normal mais ou menos longo.
As evoluções periódicas alternadas –
alternância das crises após um período
de retorno a normalidade mais ou
menos longo.
AS CRISES E SUA EVOLUÇÃO
CLÍNICA
Duração média das crises: segundo
Kraepelin de cinco a seis meses.
 Duração das remissões: apresenta
grandes variações, tendem a se
encurtar à medida que as crises se
repetem.
 Evoluções temíveis: repetição freqüente
das crises, passagem a cronicidade,
aparecimento de um certo grau de
debilidade intelectual.

Etiologia e Patogenia das
psicoses maníacodepressivas ou Transtorno
Afetivo Bipolar

Classicamente conhecida como uma
patologia do tipo “endógeno”: importante
papel atribuído à herança genética e aos
fatores biológicos e hormonais.

Hoje, tem-se a noção de um caráter prépsicótico da personalidade, que deve ser
determinado por fatores endógenos. O
estado psicótico propriamente dito seria
então desencadeado por fatores
exógenos.
Fatores endógenos

Herança genética: A psicose maníacodepressiva depende incontestavelmente
de fatores genéticos.
 Biótipo: Existe de fato uma correlação
significativa entre o biótipo pícnico
kretschmeriano e a psicose maníacodepressiva: 64% de maníacodepressivos são de biotipologia pícnica.
Fatores exógenos: os
fatores etiológicos
orgânicos e psíquicos
Os fatores precedentes (herança e
constituição) determinam o limiar de
reação patológica. Porém os fatores
exógenos como as condições biológicas
acidentais, os choques emotivos e
fatores culturais são também fatores
etiológicos complementares
particularmente importantes.
As lesões cerebrais


O grande problema da atualidade (em discussão
há mais de 40 anos) é o da relação dessas crises
com a patologia do diencéfalo:
o diencéfalo interviria não apenas na expressão,
mas nos próprios fenômenos afetivos?
o diencéfalo interviria apenas nas expressões
motoras e vegetativas, e não nos afetos?
O sistema límbico: muitos são os experimentos
que lhe atribuem grande importância no que se
refere ao equilíbrio dos movimentos pulsionais de
desejo, de medo, de avidez, de excitação e de
depressão.

O hipocampo também é frequentemente
relacionado a reações de furor e medo.
Segundo Passouant e Cadilhac (1960), a
estimulação posterior do hipocampo
produziria comportamentos em que a cólera
e a satisfação se sucedem.
Fatores hormonais
A tireóide:
As síndromes da tireóide
podem causar estados
confusionais ou
estuporosos, mas nunca
crises maníacodepressivas autênticas.
 A hipófise:
Há cerca de 20 anos, temse feito observações sobre
as manias associadas a
uma síndrome de
acromegalia ou a tumores
hipofisários. Embora seja
bem difícil precisar o papel
da hipófise na etiologia
das crises maníacodepressivas, ele não está
excluído.

Glândulas sexuais:
Desde há muito tempo tem-se notado as relações
entre as crises maníaco-depressivas e as etapas
sexuais da puberdade, menstruação, puerpério,
menopausa. Porém, essas relações ainda são
obscuras.
 Córtex da supra-renal:
A administração terapêutica de cortisona provocou
estados de excitação com euforia, com aparência
mais ou menos maníaca e excepcionalmente
estados depressivos. Porém, parece bem difícil
atribuir um papel às secreções supra-renais na
gênese das crises maníaco-depressivas.

As perturbações metabólicas

Modificações como a elevação da taxa de
glicemia estaria ligada a uma excitabilidade
exagerada da região hipotalâmica.
 Pode-se também relacionar a essas
perturbações metabólicas as constatações
clínicas das crises maníaco-depressivas
quando dos tratamentos para
emagrecimento.
Fatores tóxicos

Numerosas substâncias tóxicas podem
promover quadros clínicos de mania.
Por exemplo, o álcool, o haxixe, a
cocaína, o protóxido de nitrogênio, as
anfetaminas.
As perturbações do
metabolismo na psicose
maníaco-depressiva

Dois grandes mediadores químicos são as
serotoninas e as catecolaminas (adrenalina
e noradrenalina).
 Nos indivíduos afetados pela depressão
endógena, encontramos um aumento da
eliminação desses dois mediadores.
Medicamentos como a reserpina e os
inibidores da monoamino-oxidase atuam sobre
o metabolismo da serotonina

Reserpina:
Libera serotonina a
nível do sistema
nervoso.

Inibidores da
monoamino-oxidase
(I.M.A.O.)
Diminuem a velocidade
de degradação da
serotonina
Os choques emotivos e os
fatores psíquicos:

Provavelmente, a psicose não é nunca
totalmente endógena, podendo ser também
mais ou menos reativa, não só aos fatores
orgânicos já citados mas também aos
fatores afetivos.
Os fatores culturais:

Sociopsiquiatras americanos atribuem
uma grande importância à cultura. Essa
importância se deve aos resultados que
chegaram com estudos de psiquiatria
comparada e sobre a distribuição
ecológica diferente da psicose maníacodepressiva e das psicoses
esquizofrênicas.


Segundo esses estudiosos, as culturas integradas
aos valores morais e à tradição poderiam mais
facilmente conduzir aos tipos de relações familiares
propícios ao desenvolvimento de uma
personalidade pré-maníaco-depressiva. Os outros
fatores sociais e culturais são principalmente o
nível econômico, a estabilidade social, as
imigrações, etc.
E. Stainbrook (1954), por meio de um estudo
antropológico comparado, concluiu que “as
sociedades com estrutura familiar extensa tendem
a apresentar uma incidência de reação depressiva
mais baixa que as sociedades com estrutura
familiar mais restrita, de forma conjugal”. Em uma
família extensa as ocasiões de grandes frustrações
seriam rarefeitas e as reações interpessoais mais
flexíveis, mais diversificadas e melhor ajusatadas.
Conclusão sobre a etiologia e
patologia das psicoses
maníaco-depressivas:
A crise de mania ou de melancolia está em
íntima relação com o sistema da
personalidade; ela se desenvolve na própria
existência do paciente como uma expressão
dos dramas mais profundos de sua história.
CASO CLÍNICO

Identificação da examinanda: M.B.A.,
senhora de 61 anos, filha de G.P.A. e
de A.B.C., nascida em 18/12/1934, em
São Paulo, SP.
Antecedentes Pessoais
Não há registro de complicações
neuropsiquiátricas na infância. Casou-se
com 19 anos de idade, teve quatro filhos e
oito gestações, três abortos espontâneos e
um provocado (feto morto in útero).
 Fez tratamento psicanalítico por dois anos
e com parapsicólogos.
 Após separar-se do marido sofreu o
primeiro internamento psiquiátrico.
 Depois foi novamente internada, várias
vezes.

Antecedentes Pessoais

Usava bebidas alcoólicas socialmente,
não havendo história pregressa de
crises
convulsivas,
toxicomania,
desmaios, traumatismo craniano. Tem
hábitos tabágicos.
Entrevista com as filhas
A mãe antes das internações começa a
perder a noção dos fatos, dos limites,
não tem horários, não dorme, começa a
fazer as coisas e não termina.
 Sempre foi muito excêntrica.
 Quando não está em crise costuma ser
muito ordeira.
 As crises ocorrem uma vez por ano.
 Já ocorreram dez internações.

Entrevista com o
companheiro

“Não vejo nada de anormal nela, ela é
uma artista. No meu conceito tudo isso
não passa de uma grande farsa, por
interesses materiais”.
Antecedentes hereditários

O avô materno suicidou-se com tiro de
revólver.Um tio, irmão da mãe, é
alcoólico crônico. Uma tia, irmã da mãe
tentou o suicídio. O filho faleceu após
contrair AIDS.
Exame Psíquico






Comparece aos exames trajando-se bem,
adequada. Discretamente maquiada.Está
calma, atenta e orientada globalmente.
Curso e conteúdo do pensamento
normais. Não apresenta idéias delirantes.
Afetividade, no momento, conservada, mas
com
pequenas
manifestações
de
indiferença.
Não há alucinações.
Falhas de memória.
Humor alterado.
Conclusões Clínicas
É portadora de Psicose maníacodepressiva monopolar.
 Episódios de mania intercalados por
períodos de normalidade.
 Atualmente, pelo tratamento que vem
recebendo, não está em crise e não
apresenta alterações psicopatológicas
dignas de nota.

TRANSTORNOS DE HUMOR
EPISÓDIOS MANÍACOS





Marca registrada: humor elevado, expansivo ou
irritável;
Alteração do humor: euforia  irritabilidade;
Ingestão excessiva e frequente de álcool;
Jogo patológico, tendência a despir-se em lugares
públicos, roupas e joias de cores berrantes em
combinações incomuns e desatenção a pequenos
detalhes;
Impulsividade geralmente acompanhada por um
senso de convicção/determinação.
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
A.
B.
Um período distinto de humor anormal e persistentemente elevado,
expansivo ou irritável;
Durante o período do transtorno de humor, pelo menos três dos
seguintes sintomas persistiram (quatro, se o humor for apenas irritável)
e estiverem presentes em grau significativo:

Auto-estima inflada ou grandiosidade;

Necessidade de sono diminuída (por ex., sente-se repousado após
apenas três horas de sono);

Mais loquaz do que o habitual ou pressão para continuar falando;

Fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos
estão acelerados;

Distratibilidade (isto é, atenção é muito facilmente desviada por
estímulos externos sem importância ou irrelevantes); Aumento na
atividade dirigida a metas (socialmente, no trabalho, escola ou
sexualmente) ou agitação psicomotora;

Envolvimento excessivo em atividades prazerosas que têm um alto
potencial para conseqüências dolorosas (por ex., a pessoa engajase em compras irrefreadas, indiscrições sexuais ou investimentos
financeiros insensatos);
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS
C.
D.
E.
F.
Perturbação do humor suficientemente grave para causar
acentuado prejuízo no funcionamento profissional ou nas
atividades sociais habituais ou relacionamentos sociais com
outras pessoas, ou para exigir hospitalização de modo a
impedir dano a si mesmo ou outrem;
Em nenhum momento durante o transtorno houve delírios ou
alucinações por mais de suas semanas, na ausência de
sintomas de humor proeminentes (isto é, antes dos sintomas
de humor se desenvolverem ou após terem cessado);
Não
sobreposto
a
esquizofrenia,
transtorno
esquizofreniforme, transtorno delirante ou transtorno psicótico
SOE;
Não se pode estabelecer que um fator orgânico iniciou e
manteve o transtorno. Nota: Tratamento antidepressivo
somático (por ex. drogas, ECT) que aparentemente precipite
um distúrbio de humor não deve ser considerado um fator
etiológico orgânico.
MANIA EM ADOLESCENTES
Frequentemente
diagnosticada
como
sociopatia ou esquizofrenia;
 Psicose, abuso de álcool ou drogas,
tentativas de suicídio, problemas escolares,
meditações filosóficas, sintomas obsessivocompulsivos, queixas somáticas múltiplas e
irritabilidade acentuada;
 Comportamentos anti-sociais;
 Sintomas graves e persistentes.

EXAME DO ESTADO MENTAL
Aparência geral;
Humor, afeto e
sentimentos;
 Perturbações perceptivas;
 Processos de pensamento;
 Impulsividade, suicídio e
homicídio;
 Orientação e memória;
 Julgamento e insight;
 Confiabilidade.


DIAGNÓSTICO (DIFERENCIAL)





Causas neurológicas e médicas potenciais de sintomas
depressivos;
Agentes farmacológicos desencadeantes (tratamento ou
abstinência com/de antidepressivos);
Dificuldade diagnóstica em relação a transtornos que podem
apresentar-se com depressão, transtornos de personalidade
borderline , nascisista, histriônico e anti-social;
Episódio maníaco x episódio depressivo;
Diretrizes clínicas:






Hilaridade, exaltação e humor contagiante;
Humor maníaco, taquilalia e hiperatividade;
Início mais rápido;
História familiar de transtornos de humor;
Psicofarmacoterapia – timolépticos – + intervenções terapêuticas
LÍTIO
Referências Bibliográficas
- EY, Henry; BERNARD, P; BRISSET, C. Manual de
psiquiatria. 5. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: [19--?)
1257 p.
- KAPLAN, Harold I; SADOCK, Benjamin J.; GREBB,
Jack A. Compendio de psiquiatria: ciencias do
comportamento e psiquiatria clinica. 7.ed. Porto
Alegre: Artes Medicas, 1997. 1169p.
- PALOMBA, Guido. Intervalos Lúcidos, volume II, n° 2.
março/abril, 2000.
- http://lunabipolar.blogspot.com/ acessado dia 17 de
abril de 2010
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