Slide 1 - FAMEMA

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Paralisia de Bell
Carlos Augusto Mauro
Luís Gustavo da Silva Batalini
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É um termo utilizado para caracterizar aqueles pacientes
com quadro agudo de paralisia facial periférica e sem um
diagnóstico etiológico definido mesmo com investigação
convencional clínica, laboratorial e de imagem.
Descrita pela primeira vez em 1821 pelo britânico Sir
Charles Bell, a paralisia de Bell (PB) consiste na paralisia
do sétimo par craniano (nervo facial) de forma aguda,
sem causa detectável, caracterizada clinicamente desde
paresia facial unilateral e dor retro auricular até
diminuição da sensibilidade gustativa e alterações de
produção lacrimal.
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 Corresponde de 60% a 75% de todas as causas de
paralisia facial.
 Incidência é de 13 a 34 casos por 100.000 pessoas por
ano nos Estados Unidos e de 11,5 a 40,2 casos por
100.000 pessoas por ano na Espanha.
 Incidência é maior em mulheres grávidas (45 casos por
100.000).
 Incidência é maior em pessoas com mais de 70 anos
(53 por 100.000) e menor em indivíduos com menos de 10
anos (4 por 100.000).
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 Inúmeros autores têm demonstrado associação entre Herpes Vírus
Simples (HSV) e PB.
 Alguns autores observaram a associação de infecção oral recente pelo
HSV e desenvolvimento de paralisia facial periférica unilateral e bilateral.
 Estudos de autópsias demonstraram a existência de infecção latente pelo
HSV no gânglio geniculado do nervo facial em indivíduos com PB, existindo,
portanto, fatores que podem estar associados a sua reativação.
 Fatores responsáveis pela reativação de infecções pelo HSV incluem
radiação ultra-violeta, trauma local, coinfecções, exposição ao frio, estresse,
distúrbios do humor e estados de imunossupressão.
 Muitos pacientes com PB associam a paralisia com a exposição brusca
ao frio. Estudos evidenciaram que a paralisia é causada por bloqueio
térmico dos canais de sódio e potássio.
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 Paresia facial súbita
 Dor retroauricular persistente por alguns dias (50%)
 Diminuição da sensibilidade gustativa (30%)
 Diminuição da produção lacrimal (5%)
 Lacrimejamento após um estímulo salivatório, conhecido como
síndrome das lágrimas de crocodilo. (70%)
 Hiperacusia (fonofobia) (15%)
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 É basicamente clínico
 RNM de encéfalo – Demonstra aumento da captação do
nervo facial em alguns de seus segmentos. Também exclui
outras causas de paralisia facial.
 Eletroneuromiografia - Também pode ser útil para
predizer o prognóstico.
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 Paralisia facial central (principal)
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Quando recorrente:
 Miastenia Gravis
 Lesões de Base de Ponte
 Guillain - Barré
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Controverso:
 Grande
parte dos pacientes melhoram parcialmente ou
completamente sem tratamento algum.
 Alguns estudos demonstram resultados satisfatórios com
o uso de corticoterapia
 Aciclovir também tem demonstrado boa resolutividade
quando associado à corticoterapia.
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Pesquisa do vírus herpes simples
na saliva de pacientes com
paralisia facial periférica de Bell
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia; Vol 72; Nº 1; Jan/Fev 2006
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Objetivo: Observar a prevalência do vírus herpes simples tipo I pela técnica de
PCR, na saliva de pacientes com PFP de Bell, relacionando-a com a evolução
clínica destes casos.
Metodologia: Foram avaliados 38 pacientes portadores de Paralisia Facial
Periférica de Bell, que foram submetidos a anamnese, exame médico geral e
otorrinolaringológico e coleta de saliva para detecção do DNA viral pela técnica de
PCR. O grupo controle correspondeu a 10 adultos normais.
Resultados: Foram obtidos positividade para o DNA viral em 11 casos dos 38
avaliados, o que corresponde a 29% da amostra. Este resultado foi
estatisticamente significante se comparado ao grupo controle, no qual não foi
obtido nenhum caso de positividade.
Conclusão: Concluiu-se que a presença do HSV-1 na saliva de pacientes
portadores de PFP de Bell indica que a reativação viral pode ser a etiologia desta
doença. A detecção do vírus na saliva destes pacientes não influencia o
prognóstico da doença.
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Total: 0-80
11(29)
27(71)
38
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 O objetivo do estudo (determinar a prevalência de vírus
herpes simples em pacientes com PB, relacionando com a
evolução clínica) foi atingido.
 Foi um estudo fácil, rápido e barato de ser realizado.
 Demonstrou que a prevalência de vírus herpes simples
em pacientes com PB é maior do que em pacientes não
doentes.
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 Por ser estudo transversal, não é possível avaliar se a
ativação do vírus herpes simples é fator de risco para o
surgimento de PB.
 Esse tipo de estudo é pouco prático na análise de doenças
raras, uma vez que, necessitam de amostras mais numerosas.
 O grupo controle utilizado é de pequena monta e não há
randomização ou preocupação em homogeneizar os grupos.
 O fato de nos estudos transversais só se poder medir a
prevalência, e não a incidência, torna limitada a informação
produzida por esse tipo de estudo no que diz respeito a história
natural da doença e ao seu prognóstico.
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 Trata-se de estudo transversal comparativo que determinou a
prevalência do vírus herpes simples nos pacientes estudados com e
sem PB.
 Apesar do estudo mostrar maior prevalência de vírus herpes simples
na população com PB estudada em comparação com o controle
estudado, não podemos supor que a reativação do vírus é fator de
risco para o surgimento da PB.
 O estudo ideal para indicar que a reativação viral pode ser a
etiologia da PB seria um caso-controle com melhor seleção dos grupos
e comparação das frequências de exposição dos doentes com as dos
não doentes.
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