INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU FERTILIDADE DO SOLO, INCIDÊNCIA DE PRAGAS E DOENÇAS EM GOIABEIRA (Psidium guajava L.) BABICZ, Eloize¹ [email protected] CALDATO, Carla¹ [email protected] CAUS, Rubens¹ [email protected] KRAUSE, Jiovani¹ [email protected] SANTOS, Odair José dos ¹ [email protected] SEXTO, Paloma² [email protected] MATTEI, Greice² [email protected] CAMILLO, Maristela Fiess² [email protected] MEIRELES, Ronaldo Bernardon² [email protected] ¹ Discentes do Curso (nome do Curso), Nível Y 2016/1- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. ² Docentes do Curso (nome do Curso), Nível Y 2016/1 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. RESUMO: A goiabeira (Psidium guajava L.), pertence à família Myrtaceae e tem um fruto suculento, perfumado e amplamente apreciado por brasileiros, apresentando grande rentabilidade, pois é um alimento com grande valor nutritivo. O objetivo do trabalho é avaliar a fertilidade do solo, a incidência de pragas e severidade de doenças na cultura. Primeiramente foi realizada a amostragem do solo para analise química, seguido de avaliação entomológica da presença de pragas nas plantas, e por último a coleta de folhas e frutos da cultura para o isolamento fitopatológico. Os resultados obtidos neste trabalho mostram que o solo cultivado tem pH adequado, saturação de bases alta, portando não necessita de calagem por a goiabeira ser uma planta resistente a condições adversas. As doenças encontradas no isolamento do meio de cultura foram Alternária, Dreschelera, Fusarium, Pectobacterium, e Penicillium, porem não são estes os patógenos causadores das principais doenças da goiabeira que são mancha da goiabeira e a atracnose. As goiabeiras estão bastante estragadas por pragas secundárias (formigas), mas também apresentam indícios de estragos por suas pragas principais que são a broca das mirtáceas, o besouro da goiabeira, o percevejo da verrugose, a mosca-das-frutas e o psílidio. Palavras-chave: goiabeira, fertilidade, fitopatologia, entomologia. ABSTRACT: The guava (Psidium guajava L.) belongs to the Myrtaceae family and has a juicy fruit, fragrant and widely appreciated by Brazilians, showing great profitability because it is a food with high nutritional value. The objective is to evaluate the fertildade soil, the incidence of pests and disease severity in culture. We first carried out soil sampling for chemical analysis, followed by entomological evaluation of the presence of pests in plants, and finally the collection of leaves and fruits of culture to phytopathological isolation. The results of this work show that the cultivated soil has adequate pH, high base saturation, carrying not require liming for the guava is a plant resistant to adverse conditions. The diseases found in isolation from the culture medium were __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Alternaria, Dreschelera, Fusarium, Pectobacterium, and Penicillium, however these are not the pathogens of major diseases of guava that are stain guava and atracnose. The guava trees are quite spoiled for secondary pests (ants), but also exhibit evidence of damage by its major pests which are the bit of mirtáceas, the beetle guava, the bedbug scab, fly to the fruit and psílidio. Keywords:guava , fertilidade , plant pathology , entomology. 1 INTRODUÇÃO A goiabeira (Psidium guajava L.), pertence a família das Mirtáceas, é uma fruta suculenta, perfumada e bastante apreciada pelos brasileiros (GOMES, 2007). Originária da América Central, possivelmente na área formada entre o México e o Peru, sua presença em terras brasileiras datam de 1587 (VIANA, 2011). No Brasil, encontra-se na goiabeira uma grande rentabilidade, pois é um alimento de grande valor nutritivo, possuindo sais minerais, como fósforo e cálcio, e rica em vitaminas, principalmente em vitamina C e fibras (PEREIRA, 1995). O Licopeno, carotenóide recentemente pesquisado, que confere a cor vermelha aos alimentos e está presente na goiaba vermelha brasileira em níveis elevados, é um poderoso antioxidante que mantém as células jovens por mais tempo, prevenindo vários tipos de doença (NETO, 2002). A planta é uma árvore de pequeno a médio porte podendo atingir de 3 a 8 metros de altura. Possui característica tortuosa e esgalhada de casca lisa e delgada que se desprende em lâminas, quando velha. É uma planta que exige um clima de temperatura média de 25 ºC, para seu ótimo desenvolvimento, precipitação de no mínimo 600 mm por ano, sendo ideal de 1000 a 1600 mm por ano (NETO, 2002). Entre os meses de janeiro e abril ocorre a safra natural de goiabas, sendo o pico da produção em fevereiro, épocas em que o produto alcança os menores preços no mercado, e a oferta varia tanto em volume quanto em qualidade (HOJO, 2007). A goiabeira, durante as diferentes fases de seu desenvolvimento, pode sofrer ataques de pragas e doenças, que podem aparecer devido ao manejo, as condições ambientais de temperatura e umidade atmosférica (NETO & SOARES, 1996). O objetivo do trabalho foi avaliar a incidência e severidade de doenças e pragas, além da amostragem e análise de solo na cultura da goiabeira. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 2 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Referencial Teórico A amostragem do solo é a primeira e principal etapa de um programa de avaliação da fertilidade do solo, pois é com base na análise química da amostra do solo que se realiza a interpretação e que são definidas as doses de corretivos e de adubos ao produtor e danos ao meio ambiente (AMARAL, 1969). Para que a amostra do solo seja representativa, a área amostrada deve ser a mais homogênea possível. Assim, a propriedade ou a área a ser amostrada deverá ser subdividida em glebas ou talhões homogêneos. A amostra composta deve ser formada de 10 a 30 amostras simples por gleba para obter-se um resultado coerente. Nesta subdivisão ou estratificação, levam-se em conta a vegetação, a posição topográfica (topo do morro, meia encosta, baixada, etc.), as características perceptíveis do solo (cor, textura, condição de drenagem, etc.) e o histórico da área (cultura atual e anterior, produtividade observada, uso de fertilizantes e de corretivos, etc.) (COSTA, 1983). A classificação de doenças tomando por base a natureza dos patógenos define os grupos de doenças causadas por fungos, por bactérias, por vírus, etc. Bergamim Filho, Kimati & Amorin, (1995) afirmam que as doenças de plantas devem ser atribuídas a mudanças anormais nos seus processos fisiológicos, decorrentes de distúrbios na atividade normal de seus órgãos. Já Carvalho (1978) diz que doença de planta é um processo dinâmico, no qual hospedeiro e patógeno, em íntima relação com o ambiente, se influenciam mutuamente, do que resultam modificações morfológicas e fisiológicas. Para quantificar doenças devem ser avaliados os sintomas e sinais, e principalmente a incidência e severidade, para fazer a identificação da quantidade de determinada população de patógenos. Incidência é a contagem de plantas doentes ou de órgãos doentes, através do número e/ou porcentagem (frequência) de folíolos, folhas, ramos infectados, sem levar em consideração a quantidade de doença em cada planta ou órgão individualmente, este método quantitativo é o método mais utilizado para medição de doenças (AMORIM, 1995). Severidade determina a porcentagem da área de tecido doente, através da medição direta da folha afetada, usando medidores de área em computador, medição automática, chaves descritivas, diagramáticas e sensores remotos, é um método de avaliação quantitativo e qualitativo (AZEVEDO, 1997). __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 3 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU A Antracnose é considerada uma das mais graves doenças em frutos de goiabeira, sendo causada pelo fungo Colletotrichum gloesosporioides. O patógeno pode afetar as folhas em qualquer fase de seu desenvolvimento, desde os ramos novos até as flores e frutos. Durante as estações mais chuvosas ocorre o crestamento dos ramos, que apresentam a coloração púrpura, tornando-se mais escuros, secos e quebradiços. Os sintomas são notados nas folhas e frutos através da percepção de áreas mais ou menos circulares e de cor escura (Figuras 1 e 2) (GONZAGA NETO & SOARES, 1994). Figura 1: Folha de goiabeira com Antracnose Figura 2: Fruto de goiabeira com Antracnose Fonte: BABICZ, Eloize, Getúlio Vargas/RS Fonte: SANTOS, Odair dos, Tapejara/RS A alta umidade favorece o desenvolvimento das doenças, na área em que o fruto é atacado, não ocorre o acompanhamento do crescimento do fruto e então ele se rompe. A infecção causada pela Antracnose não penetra na polpa do fruto, mas sim, torna o fruto inútil para o mercado de consumo natural. A temperatura ideal em que ocorre esta infecção é de 22 °C a 25 °C (JUNQUEIRA, 2000). Já na temperatura de 30 °C favorece crescimento, esporulação e germinação do patógeno. Quando a temperatura diminui, o crescimento é reduzido proporcionalmente atingindo a mínima de 4,5 °C. Em locais onde a umidade é inferior a 50%, o crescimento do fungo é retardado ou ele fica paralisado (FRUPEX, 1996). O fungo cria sua sobrevivência nos ramos infectados das plantas, sendo nas folhas, ou em ramos caídos naturalmente no chão do pomar, a doença atinge outros pomares ou plantações a longa distância através de mudas infectadas. Da mesma forma acontece com os frutos depois de armazenados, que podem ser comercializados em lugares muitos distantes do seu lugar de origem, e carregar o patógeno que pode-se desenvolver em outras culturas (SAMPAIO, 1975). __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 4 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Não há refêrencias sobre cultivares de goiaba com algum tipo de resistência C. gloesosporioides. As mudas devem ser produzidas longe de pomares com a incidência de antracnose para garantir que estas estejam livres das doenças (AMORIM, 1995). Para prevenir essas doenças o ideal é adotar algumas práticas de manejo adequadas, começando pela vistoria constante do pomar, eliminar e queimar todos os órgãos que apresentem sintomas de doenças nas plantas, como ramos e folhas caídos no solo, podar corretamente para que tenha maior ventilação e raios solares, assim diminuindo a umidade no interior da planta, evitar a adubação que contenha excesso de nitrogênio, e ainda tomar cuidando na hora de ensacamento dos frutos, porque pode facilitar o estabelecimento do fungo (MEDINA, 1988). O manejo segundo Pereira,(1995) é feito por meio de fungicidas protetores, com óxido cruposo e oxicloreto de cobre, já no início do aparecimento dos sintomas, ou com fungicida sistêmico como a mistura comercial tebuconazol + trifloxistrobina, também aplicado no início dos sintomas, podendo repetir a aplicação do período de 15 dias, uma ou duas vezes. A mancha-de-Phyllosticta é provocada pelo fungo Phyllosticta psidiicola. Trata-se de um patógeno de importância secundária para a cultura da goiaba, no entanto ele vem promovendo problemas na pós-colheita. Os sintomas inicialmente são caracterizados por minúsculos pontos amarelos que evoluem rapidamente na superfície dos frutos formando lesões escuras e circulares, espalhando-se podendo atingir até 2,5 cm de diâmetro (Figura 3). Sobre estas lesões emergem picnídios, e abaixo e em seu entorno, a polpa desenvolve uma podridão-mole (TOZZETO, 1995). Figura 3: Mancha-de-Phyllosticta na goiaba. Fonte: Embrapa Cerrados, Planaltinas/DF, 2001. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 5 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Nas folhas os fungos provocam a formação de manchas-necróticas, de coloração parda e de formato irregular, estas lesões possuem diâmetro de 3 mm e 6 mm, posteriormente podem coalescer. No centro dessas lesões ocorre o desenvolvimento de picnídios, na forma de pontuações pretas e salientes (SALVAIA & AMORIM, 2009). Condições de temperatura em torno de 25 °C e molhamento intermitente de 6 e 10 horas favoreceram a germinação dos conídios e formação de apressórios do fungo. O mesmo resultado foi obtido também com o aumento da idade dos frutos de goiaba inoculados (ESCANFERIA, 2007). Em viveiro, quando necessário, recomenda-se a aplicação de óxido cruposo para o controle da doença. Como forma de controlar as doenças pós-colheita, vem sendo utilizadas práticas culturais visando reduzir o inoculo no campo como, o tratamento químico de prevenção. O armazenamento sob condições refrigeradas ou atmosfera controlada (3% O2, 8% CO2, a 12°C) também tem o efeito positivo no manejo desse fungo, já que não há fungicidas registrados para o tratamento desta em pós-colheita (PICCININ, PASCHOLATI & DI PIERO, 2005). Entomologia a ciência que estuda os insetos sob todos os seus aspectos e relações com o homem, as plantas e os animais. Segundo Buzzi, (1978) os insetos estiveram de uma maneira ou de outra, relacionados com o homem, ao ponto de se poder afirmar que a sobrevivência do homem depende do equilibro deste grupo de animais, pois e de conhecimento público que o maior inimigo dos insetos são os próprios insetos. Sendo assim o desequilíbrio de uma parte do sistema formado pelos insetos, pode afetar vários setores da nossa sociedade como a produção agrícola e florestal. Durante o seu desenvolvimento, a goiabeira é atacada por diversos insetos, que provocam diferentes tipos de danos. No Brasil, já foram registrados mais de cem espécies de insetos que atacam goiabeiras (MARICONE & SOUBIHE SOBRINHO, 1961). Entre eles, há pragas-chave e as pragas secundárias ou esporádicas. A classificação das pragas podem variar conforme a região. Como principal praga, considera-se aquela que, com frequência, provoca danos econômicos, exigindo medidas de controle. Praga secundária é aquela que, embora cause danos à cultura, raramente provoca prejuízos econômicos. (PEREIRA & BORTOLI, 1998). __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 6 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU 2 MATERIAS E MÉTODOS 2.1 Fertilidade do solo A coleta de solo foi realizada no mês de março, na área de pomares do campus III da Faculdade Ideau, Getúlio Vargas, Rio Grande do Sul, Brasil. O clima da região é classificado como Cfa subtropical úmido (Koppen, 1936), com chuva bem distribuída durante o ano e temperatura média do mês mais quente superior a 22º C. O solo é classificado como Latossolo Vermelho distrófico típico (STRECK, KÄMPF & DALMLIM, 2002). A área escolhida foi da goiabeira, pois foi a cultura escolhida para coleta de dados. Inicialmente foi feito a limpeza superficial do local, sendo a 1 metro ao redor da planta, onde circundam as raízes. Após, com a pá de corte foi colhida uma fatia do solo de 0-40 cm de profundidade e colocada em um balde, feitas 10 subamostras e misturadas até formarem uma mistura homogênea, desta retirando-se apenas 500 g de solo. A amostra de 500 g foi colocada em um saco plástico e identificada, e em seguida levada ao laboratório de solos do campus III da Faculdade Ideau para análise química. 2.2. Fitopalotogia No mês de março de 2016, no Laboratório de Fitopatologia do campus II da Faculdade Ideau, Getúlio Vargas/ RS, foi realizada aula prática para confecção de meio de cultura, utilizando uma batata descascada, e em seguida foi pesada totalizando 85 g, foi cozida em 250 mL de água posteriormente coada retirando o líquido da mesma. Foi pesado 8,5 g de Dextrose e 8,5 g de ágar representando 10% de cada em relação a batata, neste momento adicionados a outra quantidade de 250 mL de água destilada, sendo misturado no erlenmayer em movimentos circulares por 5 minutos até dissolver bem o ágar, a seguir foi vedado a tampa com papel alumínio e com uma borrachinha para fixação, a seguir foi colocado no autoclave pré-aquecido para esterilizar, deixando-se por 15 minutos a 121°C. Após retirado o meio de cultura, limpou-se as caixas gerbox e todos os outros materiais com álcool 70%, sendo que em seguida, verteu-se o líquido até cobrir o fundo, com a presença da lamparina para evitar contaminação com o meio externo, posteriormente levadas na geladeira para conservação. Ainda no mês de março de 2016, no campus III da Faculdade Ideau, Getúlio Vargas/RS, foram coletadas de 7 plantas de goiabeira, 5 folhas de cada parte, sendo superior, mediana, inferior e frutos. Após, recortou-se das folhas as manchas foliares. Dos frutos, foram retirados pedaços da casca de onde haviam necroses; logo após, no fruto foi feito uma __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 7 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU assepsia com uma mistura 1:50% de hipoclorito e 50% com água destilada uma vez, e três vezes com água destilada; as folhas foram imersas com uma mistura 2:50% de álcool 70% e 50% de água destilada, uma vez e imersa novamente com a mistura 1, e lavadas por três vezes em água destilada. Após, foram colocadas nos discos de papel germitest para secagem das mesmas, quando secas adicionadas aleatoriamente as partes recortadas com manchas no meio de cultura, para sua possível germinação. 2.3 Entomologia No mês de março, foi feita uma visita na área experimental das goiabeiras para analisar-se quais as pragas que estariam prejudicando a cultura. As plantas foram observadas, e após foram fotografados os danos causados pelas pragas e os insetos que estavam presentes no momento em que foram avaliadas. 3 RESULTADOS E ANÁLISE 3.1 Fertilidade do solo Interpretando os atributos da análise de solo (Tabela 1), observa-se que o solo é classificado como Classe 2 e a matéria orgânica é baixa, o que pode ser em função do histórico do local, pois anteriormente era pastagem principalmente de ovinos e com pouca manutenção de palha, posteriormente com o revolvimento do solo houve uma incorporação da MO existente e além disso não houve a implantação de uma cultura que fornecesse grande volume de cobertura morta, que poderia ser transformada em MO. A matéria orgânica (MO) seria formada de organismos, resíduos de vegetais e de animais, em decomposição. A matéria orgânica do solo é a principal reguladora da CTC. O carbono (C) orgânico participa com 58% na composição da matéria orgânica do solo. Para obter-se o teor de MO%, multiplica-se o teor de carbono por 1,724. Dividindo-se o teor de carbono por 20 teremos uma estimativa do teor de nitrogênio (N) no solo. Os solos contêm carbono cerca de duas vezes superior a da atmosfera e cerca de três vezes superior à presente na vegetação (NATALE & PRADO, 2006). A CTC tem valor adequado para o solo da região, sendo a maior porcentagem da CTC formada por Ca e Mg, com valores muito altos e parecidos em relação ao K, que poderia ser maior. Os elementos Ca e Mg totalizam 18 da soma de bases 19,7 que compõem a CTC. Raij (1969) afirma que a capacidade de troca de cátions (CTC) é uma característica fundamental __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 8 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU dos solos. Indica a quantidade de íons positivos que um solo é capaz de reter em determinadas condições. É um bom indicador da atividade coloidal, daí a sua importância para a caracterização de unidades de solos. Tabela 1: Atributos da análise de solo em 0-40 cm de profundidade sob goiabeira. Argila Matéria Sat. de pH S H 2O mg/dm3 P K Ca Mg CTC Orgânica Alumínio -------------%------------ ---mg/L--- ------cmol(c)/L------ 53 2,0 0,5 6,7 5,2 4,9 79 9,4 8,6 19,7 Classe Baixo Muito Alto Alto Baixo Médio Alto Alto Alto 2 Baixo A goiabeira tem uma grande tolerância à acidez do solo, desenvolvendo-se em solos com percentagem de saturação por alumínio com até 5%, sendo que na analise do solo (Tabela 1) foi encontrado 0,5 % o que torna este solo apto a cultura (FURLANI,1989). Todavia, pesquisas realizadas por Martinez Jr. & Pereira (1986), demonstram que a goiabeira revela alta demanda por nutrientes, o que, requer maior atenção no acompanhamento técnico para a elaboração de programas de correção da acidez e de suprimento de nutrientes. Os macronutrientes mais exigidos pela goiabeira são o N, K, F, S, Ca e Mg. Os macronutrientes são os elementos que a planta necessita em quantidades elevadas, e os micronutrientes em quantidade muito pequena. Os primeiros elementos são tomados do ar (CO2 e oxigênio) e da água (H2O) a única função do fosfato no metabolismo é a formação de ligações, pirofosfato, as quais permitem a transferência de energia. O potássio está envolvido no crescimento meristemático, fitohormônios que estão envolvidos no crescimento de tecidos meristemáticos, é importante para a manutenção da quantidade de água nas plantas. A absorção de água pela célula e pelos tecidos é frequentemente consequência da absorção ativa do potássio. O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos depende inteiramente do fluxo do mesmo sobre a taxa de assimilação de CO2 e não promove somente a translocação de fotossintetizados recém-produzidos, mas também tem um efeito benéfico na mobilização de material estocado (NATALE & PRADO, 2006). Apesar de suas baixas concentrações dentro dos tecidos e dos órgãos das plantas, os micronutrientes têm a mesma importância dos macronutrientes para a nutrição delas. Nessas baixas concentrações, os micronutrientes são fundamentais para o crescimento e o __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 9 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU desenvolvimento das plantas. Entre os micronutrientes destaca-se o manganês e o ferro, seguido do zinco, cobre e boro. Estes micronutrientes atuam agindo como constituintes das paredes celulares (B) e das membranas celulares (B, Zn), como constituintes de enzimas (Fe, Mn, Cu), como ativadores de enzimas (Mn, Zn) e na fotossíntese (Fe, Cu, Mn) (EPSTEIN & BLOOM, 2004). Em relação aos valores dos micronutrientes, pode-se perceber que estão com valores de médio a alto (Tabela 2), estando portanto num nível de disponibilidade bom para a planta (MENGEL & KIRKBY,2001). Os micronutrientes Cu, Mn, Zn e B estão particularmente envolvidos na fase reprodutiva do crescimento das plantas e, consequentemente, na determinação da produtividade e da qualidade da cultura colhida (MARSCHNER, 1995). A função fisiológica do boro difere da dos outros micronutrientes, pois este ânion não foi identificado em qualquer composto ou enzima específica. As principais funções são atribuídas ao boro são: metabolismo de carboidratos e transporte de açúcares através das membranas; síntese de ácidos nucléicos (DNA e RNA) e de fitohormônios; formação de paredes celulares; divisão celular. As principais funções atribuídas ao ferro são: ocorre em proteínas e encontrase principalmente nos cloroplastos; complexos orgânicos de ferro estão envolvidos no mecanismo de transferência de elétrons (NATALE & PRADO, 2006). Tabela 2: Micronutrientes do solo sob goiabeira, analisada com base em 0-40 cm de profundidade. Amostra 0-40 Mn Zn Fe Cu B 12,1 1,9 3 1,3 0,31 Alto Alto Medio Alto Alto Segundo o valor do pH de 6,7 obtido na analise de solo (Tabela 3) pode-se concluir que não há necessidade de calagem, porque está com um pH adequado para a cultura da goiabeira, pesquisas de Prado e Natale, (2004) afirmam que a goiabeira é uma planta pouco exigente em fertilidade do solo, podendo desenvolver-se em solos com pH de 4,5 a 8,0, com faixa ótima de desenvolvimento entre 5,0 e 6,5, MÔRO, et.al, (2003) afirma que na implantação do pomar de goiabeiras, o cálculo da necessidade de calagem deve estar próxima de uma saturação por bases 65%, sendo que na analise presente encontra-se um valor de saturação de bases de 92,38%. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 10 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Tabela 3: Saturação de Bases e Calgem do Solo. Amostra Ph Sat. Bases (V%) Necessidade de calagem 0-40 cm 6,7 92,38 Não Acidez trocável ou alumínio trocável, refere-se a quantidade de alumínio adsorvido nas cargas negativas do solo (CTC), que esta bloqueando as cargas e mantendo o equilíbrio com a solução do solo. Há uma quantidade de Al no solo, sendo que a grande maioria faz parte da estrutura dos colóides. O alumínio pode ser liberado para a solução se a matéria orgânica for destruída pelo combate microbiano. Acidez não trocável, refere-se a quantidade de hidrogênio ligado por ligações de coordenação aos grupo funcionais dos colóides orgânicos (MO) e inorgânicos (argila e óxidos). Esse hidrogênio só se dissocia quando adiciona óxido no solo. Assim quanto mais adicionar óxido no solo, mais hidrogênio se extrai o que torna obrigatório citar o pH da solução. Poder tampão significa a resistência do solo à mudança de pH (SANTOS, et.al, 2016). 3.2 Fitopatologia A goiabeira é atacada por uma ampla diversidade de doenças fúngicas e de bacterioses, considerando que as principais doenças são a mancha da goiabeira e a antracnose, porém na análise de incidência e severidade feita no laboratório, os resultados de patógenos (Figura 4) obtidos foram os seguintes Alternaria, Dreschlera, Fusarium, Pectobacterium e Penicillium, ambas nas folhas e frutos da Goiabeira. As doenças mais destacadas são Alternária e Pectobacterium nas folhas, e Penicillium no fruto. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 11 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Porcentagem de incidência de doenças 90% 80% 80% 80% 80% 70% 60% 60% 50% 40% 30% 20 % 20% 20% 15% 10% 10% 5% 0% 0% 0% Bipolaris Dreschlera 0% Alternária Fusarium Pectobacterium Penicilium Patógenos causadores das doenças Fruto/R1 Folha/R2 Figura 4: Incidência de doenças bacterianas e fungicas em folhas e frutos da goabeira. A presença de Alternária na plantação é elevada, apresentando 80% de incidência nas folhas por serem um dos fungos mais prejudiciais na maioria das frutífetas, afetam plântulas, folhas, caules, hastes, flores e os frutos. Na goiabeira é popularmente conhecida como “mancha alternária”, é um fungo que é classificado em um nível de alta incidência, pois sobrevivem na cultura no meio de restos culturais, e além desta forma de sobrevivência, existe uma possibilidade do patógeno permanecer viável nos solos na forma de micélio, esporos ou clamidósporos (DOMINGUES & TOFOLI, 2010) A Pectobacterium foi a doença bacteriana de maior incidência, tanto nas folhas (80%) como no fruto (60%), essa bactéria provoca podridão mole em uma gama de plantas. O processo da doença é iniciado com a penetração da bactéria na planta através de ferimentos naturais ou mecânicos. Simultaneamente com a penetração, ocorrendo produção de enzimas pectolíticas, que representarão parte do ciclo patogênico das pectobaterium. Tem crescimento entre 28-30º C. As colônias em nutrientes ágar são branco-acinzentados (BERGAMIN FILHO, et al.1995). A Drechslera que é um fungo somente de folhas, apresentou a incidência de 15% nas folhas de goiabeira, seus sintomas iniciais são manchas circulares pequenas, de cor roxa. Estas lesões avançam para uma coloração cinza. No estágio de manchas na folha, a doença normalmente não causa danos significativos à planta. Porem, ao aumentar a temperatuda pode __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 12 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU ocorrer infecção na coroa, perfilhos e raízes, partes da planta que eventualmente assumem coloração palha e morrem. Esta é conhecida como a fase de apodrecimento da doença (GHINI & KIMATI, 2000). A identificação de espécies de Fusarium sp. é baseada na morfologia dos macro e microconidios, conidióforos, clamidosporos e na disposição dos conidios. Marcante é o fato das características morfológicas sofrerem influência do ambiente e das condições nutricionais do substrato. Espécies de Fusarium sp. incluem importantes fitopatógenos, causadores de murchas, podridões, morte de plântulas, aborto de flores, podridões de armazenamento e outras doenças. Algumas espécies são produtoras de importantes micotoxinas (EDWARDS, 2004). A presença de insetos também pode aumentar a infecção dos cereais por Fusarium sp. através dos seguintes mecanismos: comprometer a proteção externa dos grãos e os tecidos da planta, permitindo que as hifas do fungo penetrem e tenham acesso aos grãos divulgando os esporos do fungo nos grãos (JOUANY, 2007). Segundo resultados encontrados na analise de incidência (Figura 4), o percentual de Fusarium sp. é baixo, tendo este fungo causado poucos danos representativos a planta. O Penicillium causa várias doenças, nos frutos o sintoma inicial é uma mancha circular de aspecto encharcado com ligeira descoloração da superfície do fruto, que evolui para podridão mole, que torna-se coberta com um crescimento branco (MENEZES & ASSIS, 2004). Esse fungo também causa a podridão de sementes. Estes patógenos podem sobreviver no solo ou no interior das sementes e grãos, podendo causar problemas e intoxicações em seres humanos e animais. O gênero Penicillium ataca diversas culturas de importância econômica. Estes fungos provocam descolorações nas sementes, redução na germinação, perda da matéria seca, produção de micotoxinas e alteração do valor nutricional. Entretanto, deve ser por este motivo que a incidência de Penicillium no fruto é tão elevado (80%) (Gráfico 1), por causa do fungo ter permanecido presente na planta desde sua fase inicial, mantendo-se no solo e na planta, e levando as folhas e aos frutos principalmente (FIGUEIREDO, 2001). 3.3 Entomologia __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 13 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Avaliando as plantas de goiabeira, pode-se observar que houve um elevado ataque de formigas na plantação, considerando que as formigas são classificadas como pragas secundárias, causando apenas danos na fase inicial de desenvolvimento da planta, portanto com isso, não encontrou-se embasamento em artigos que se referem aos danos causados pela formigas. Entretanto, neste caso por serem mudas de pequeno porte, obteve-se um nível de dano mais elevado, pois as folhas estão bastante estragadas (Figuras 5 e 6), prejudicando o desenvolvimento normal da planta. Figura 5: Danos causados por pragas na Goiabeira Figura 6: Danos causados por pragas na Goiabeira Fonte: BABICZ, Eloize, Getúlio Vargas/RS,2016. Fonte: BABICZ, Eloize, Getúlio Vargas/RS,2016. Para obter-se um controle efetivo no campo é fundamental identificar os insetos agressores, reconhecendo seus danos e sintomas na cultura. Entre as pragas que causam mais danos econômicos na cultura da goibabeira, destacam-se: Broca das Mirtáceas (Timocratica albella) Amplamente conhecida como “broca de goiabeira”, esta lagarta de mariposa mede de 25 a 35 mm de comprimento, destrói ramos e tronco, a partir de seu ataque é possível notar no tronco e nos ramos aglomerações de excrementos e pedaços de cascas ligadas entre si por fios de seda. O controle deve ser realizado anualmente, raspando-se a superfície do tronco com escovas ou luvas grossas, de forma a expor o inseto, que deve ser destruído caso encontrado, após faz-se um pincelamento no tronco com solução de tratamento (BARBOSA et al., 2001). Besouro da Goiabeira (Costalimaita ferruginea vulgata) __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 14 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU O besouro ataca as folhas novas, deixando-as cheias de orifícios, os brotos também podem ser atacados. O período de maior ataque é quando a goiabeira inicia as brotações, seu controle pode ser feito através de pulverização com inseticidas organofosforados ou carbonatos (SOUZA, 2001). Percevejo da Verrugose (Monalonium annulipes) Estes insetos causam graves danos desde botões florais até frutos desenvolvidos, porém antes do início da maturação. Inicialmente observam-se manchas aquosas, irregulares, com cerca de 1 mm de diâmetro, há uma reação do próprio fruto, de modo a cicatrizar estas lesões. Os tecidos da parte central da lesão ficam necrosados e permanecem na superfície do fruto como um ponto, duro, que atinge de 2 a 5 mm de diâmetro, podendo ser destacado manual ou naturalmente. Estas lesões, dependendo da intensidade e da época de surgimento, podem-se desprender do fruto ou permanecer depreciando. O controle deve ser feito com inseticidas fosforados não sistêmicos (VIANA, 2011). Mosca-da-fruta Segundo CENTEC, 2004 a mosca-das-frutas é a mais frequente praga da goiabeira, podendo causar perdas de até 100% dos frutos, é causada por dois insetos: a Anastrepha fraterculus e Ceratitis capitata. Por meio do ovopositor a fêmea perfura os frutos e efetua a postura, as larvas novas passam a viver no interior dos frutos, tornando-o imprestável. No local onde são depositados os ovos, pode ocorrer contaminação por fungos ou bactérias, tornando os frutos impróprios tanto para consumo in natura quanto para a industrialização. Os frutos atacados amadurecem prematuramente e passam por um processo de podridão generalizada. Para a realização de seu controle várias medidas são indicadas, desde a proteção dos frutos através de ensacamento, com iscas envenenadas ou em pulverizações em área total (ZUCCHI, 1998). Psilídio (Triozoida limbata) Os psilídeos são insetos sugadores de seiva, medindo, quando adultos, aproximadamente 2,0 mm de comprimento. Por conta das toxinas injetadas por esse inseto durante a alimentação, as folhas atacadas apresentam enrolamento das bordas, tornando-se deformadas e desenvolvem, posteriormente, uma coloração amarelada ou avermelhada, ganhando um aspecto necrosado (BARBOSA et al., 2001). Além de todas estas, ainda tem as pragas que são consideradas secundárias, por não causar danos econômicos a cultura, e que estão sob um controle maior, destas pragas podem __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 15 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU ser consideradas: nematóides, cochonilhas, trips, percevejos, cupins, formigas, abelhas, entre outras (ZUCCH, 1998). Ao observar as plantas pode-se perceber a presença de outros insetos (Figura 7) como o percevejo, a joaninha, e besourinho, ambos se alimentando das folhas, insetos que são pragas de culturas próximas, mas que também mesmo que de forma mínima causam alguns danos a cultura. Figura 7: Pragas nas mudas de Goiabeira na área experimental da Faculdade Ideau. Fonte: BABICZ, Eloize, Getúlio Vargas/RS, 2016. 4 CONCLUSÃO Após finalizar este artigo, pode-se concluir que a cultura da Goiabeira é uma planta resistente a diversos tipos de solo e ambientes, o que torna ela uma planta com alta tolerância de condições adversas. Porém na analise percebe-se que seu índice de matéria orgânica, e de fósforo estão relativamente baixos, mas o pH de 6,7 esta alto e favorável , juntamente com a saturação de bases de 92,38 que esta extremamente alta, portanto não há necessidade de calagem. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 16 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU Essa cultura pode ser atacada por diversas doenças, mas as que trazem mais danos são a Mancha da Goiabeira e a antracnose. Nas analises fitopatológicas, encontrou-se nos isolamentes doenças fúngicas e bacterianas, sendo encontrada na analise das folhas a incidência de Alternária, Dreschelera, Fusarium, Pectobacterium, e Penicillium, sendo com maior severidade Alternária e Pectobacterium, ambas com 80%. E no isolamente de fruto, encontrou-se com maior severidade o Penicillium com 80%, seguido de Pectobacterium com 60 %. Estes patógenos encontrados não são os causadores das principais doenças que afetam a cultura, mas também precisam de um cuidado expressivo. Sobre pragas que atacam a cultura da goiabeira, são citadas como as principais, a broca das mirtáceas, o besouro da goiabeira, o percevejo da verrugose, a mosca-das-frutas e os psílideos, estas são doenças consideradas pragas chaves, porque podem causar danos econômicos a cultura, entretanto nas mudas de goiabeira na área experimental pode-se observar que elas foram atacadas por formigas que são consideradas pragas secundárias, nas goiabeiras elas só causam danos nos estágios iniciais, portanto o cuidado com elas, ainda consideradas mudas é importantíssimo. REFERÊNCIAS AMARAL, E. Novo índice de intensidade de infecção. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.4, p.1-2, 1969. AMORIM, L. Avaliação de Doenças. Manual de Fitopatologia: Princípios e conceitos. São Paulo, Editora Agronômica Ceres Ltda., v.1, cap.32, p.645-671. 1995. AZEVEDO, L.A.S. Manual de quantificação de doenças de plantas. São Paulo,114p. 1997. BARBOSA, F. R.; NASCIMENTO, A. S. ;OLIVEIRA, J. V. ; ALENCAR, J. A.; HAJI, F. N. P..).Goiaba: fitossanidade. Brasília, DF: EmbrapaInformação Tecnológica; Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 29-54. 2001. BARBOSA, F. R.; HAJI, F. N. P.; ALENCAR, J. A. de; MOREIRA, W. A.; GONZAGA NETO, L. Psilídeo da goiabeira: monitoramento, nível de ação e controle. Petrolina: Embrapa Semi-Árido, 2001. BERGAMIM FILHO, A.; KIMATI, H.; AMORIN, L. Manual de fitopatologia: princípios e conceitos. 3. Ed. São Paulo, SP: Ceres, V. 1. P.919 . 1995. BUZZI, Z. J. Introdução ao estudo da entomologia geral. Curitiba - PR, 1978. CARVALHO, P.C.T. Importância das doenças de plantas. In: GALLI, F. (Coord.). Manual __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 17 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU de fitopatologia: princípios e conceitos. 2. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1978. v.1, p.1525. CENTEC, Produtor de goiaba. Fortaleza, p 48. 2004. COSTA, M.P. Efeito da matéria orgânica em alguns atributos do solo. Piracicaba, Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, p.137.1983. DOMINGUES R.J.; TOFOLI, J.G. Alternarioses em hortaliças: sintomas, etiologia e manejo integrado, 2010. EDWARDS, S. G. Influence of agricultural practices on Fusarium infection of cereals and subsequent contamination of grain by trichothecene mycotoxins. Toxicology Letters, 153, 29–35.2004. EPSTEIN, E.; BLOOM, A. J. Mineral nutrition of plants: principles and perspectives. 2. ed. Sunderland: Sinauer Associates, 2004. ESCANFERIA, M. E. Pré-penetração de guignardia psidii em goiaba: influencia da temperatura, duração do molhamento, idade dos frutos e concentração de etileno e dióxido de carbono. 2007. 85 f. Dissertação (Mestrado). Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz. Piracicaba-SP, 2007. FIGUEIREDO, M.B. Métodos de preservação de fungos patogênicos. Biológico 63:73-82. 2001. FURLANI, P.R. Efeitos fisiológicos do alumínio em plantas. Piracicaba.Anais. Campinas, Fundação Cargill, p.73-90. 1989. FRUPEX. Goiaba para exportação: procedimentos de colheita e pós-colheita. Brasília, DF: Ministério da Agricultura, Abastecimento e Reforma Agrária/Secretaria de Desenvolvimento Rural – SDR. Programa de Apoio á Produção e Exportação de Frutas, Hortaliças, Flores e Plantas Ornamentais – FRUPEX. Embrapa – SPI, 1996. GOMES, R. P. Fruticultura brasileira. Câmara Brasileira do Livro. Nobel: São Paulo.pg 243.2007. GONZAGA NETO, L.; SOARES, J.M. Goiaba para exportação: aspectos técnicos da produção. Brasília: MAARA-SDR-FRUPEX / Embrapa- SPI, 1994. GHINI, R. & KIMATI, H. Resistência de fungos a fungicidas. Jaguariúna: Embrapa Meio Ambiente, 78p. 2000. HOJO, H. R. Produção e qualidade dos frutos da goiabeira 'Pedro Sato' submetida a diferentes épocas de poda. v.42, n.3. Brasília: Pesquisa Agropecuária Brasileira, 2007. JOUANY, J.P. Methods for preventing, decontaminating and minimizing the toxicity of mycotoxins in feeds. Animal Feed Science and Technology 137, 342–362.2007. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 18 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU JUNQUEIRA, N. T. V. Doenças e pragas. In: MANICA, I. (Org.). Goiaba. Porto Alegre, RS,v. 1, p. 225-270.2000. MARSCHNER, H. Mineral nutrition of higher plants. 2. ed. New York: Academic Press, 1995. 889 p. MARICONE, F. A. M.; SOUBIHE SOBRINHO,J. Contribuição para o conhecimento de alguns insetos que depredam a goiabeira (Psidium guajava L.). Piracicaba: USP-EsalqInstituto de Genética, 57 p. 1961. MARTINEZ, J.R. ; PEREIRA, F.M. Respostas da goiabeira a diferentes quantidades de N, P e K., Brasília. Brasília, Sociedade Brasileira de Fruticultura, 1986. MEDINA, J.C. Goiaba: cultura, matéria-prima, processamento e aspectos econômicos. 2.ed. Campinas: ITAL, 1988. 120p. MENEZES, M. ; ASSIS, S.M.P. Guia prático para fungos fitopatogênicos. 2ª. Ed. Recife PE. Imprensa Universitária, UFRPE, 2004. MENGEL, K.; KIRKBY, E. A. Principles of plant nutrition. 5. ed. Dordrecht:Kluwer Academic Publishers, 2001. 849 p. MÔRO, F.V.; NATALE, W.; DAMIÃO, C.F.F.; PRADO, R.M. Morfologia de frutos de goiabeira (Psidium guajava L.). Revista Brasileira de Fruticultura, v.25, n. 1, p.32-34,2003. NATALE, W., PRADO, R. de M. Fertirrigação em goiabeira. In: Fertirrigação: teoria e prática..) 1 ed. Piracicaba, v.1, p.494-535, 2006. NETO, P. A. Goiaba Vermelha, fonte de riqueza à saúde, ao trabalho e às nações. São Paulo: Goiabrás, 2002. NETO, L G; SOARES; J.M. Goiaba para exportação. Aspecto técnico da Produção. Brasília Embrapa – SPI, 1996. PEREIRA, F. M.; BORTOLI, S. A. Pragas de fruteiras tropicais de importância agroindustrial. Brasília, DF: Embrapa-SPI; Fortaleza: Embrapa-CNPAT, 1998. p. 119-130. PEREIRA, F.M. Cultura da goiabeira. Jaboticabal: FUNEP / FCAV-UNESP, 1995. 47p. PICCININ, E.; PASCHOLATI, S. F.; DI PIERO, R. M. Doenças da goiabeira. (Ed.). Manual de fitopatologia: doenças das plantas cultivadas. 4. Ed. São Paulo, SP: Ceres, v. 2. P. 401405.2005. PRADO, R. M.; NATALE, W. Calagem na nutrição de cálcio e no desenvolvimento do sistema radicular da goiabeira. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, DF, v. 39, n. 10, p. 1007-1012, 2004. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 19 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU RAIJ, B.V. A capacidade de troca de catíons das frações orgânica e mineral em solos. Seção de Agrogeologia, Instituto Agronômico. Nº 8. Vol.8, Campinas, 1969. SALVAIA, A.; AMORIM, L. Determinação de períodos de molhamento favoráveis á germinação de Guignardia psidii, agente causal da pinta preta na goiaba. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA USP, 14, 2009. SAMPAIO, A.S. O gorgulho das goiabas. O Estado de São Paulo, São Paulo, Suplemento Agrícola, p.1033. 1975. SANTOS, D.; SILVA, L.; CERRETA, C.; BRUNETO, G. Manejo e fertilidade do solo: acidez do solo. Santa Maria. Disponível em < http://w3.ufsm.br/solos/antigo/PDF/manejo%20e%20fertilidade%20zootecnia/Resumo%20A ula%202-Acidez%20e%20calagem%20do%20solo.pdf > acesso em: 22 de maio de 2016. SOUZA, O. P., Cultura da goiabeira. Rio de Janeiro: Pesagro, 2001. STRECK, E. V.; KÄMPF, N.; DALMOLIN, R. S. D. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre : Emater/RS – UFRGS, 2002. TOZETTO. L. J. Caracterização, biologia e controle em pós-colheita de Guignardia psidii Ulalasa & Rawal [Phyllosticta psidicola (Petr) Van der Aa]: agente causal de podridão de frutos da goiabeira. 1995. 115 f. Tese (Mestrado). Universidade de Brasília, Brasília, DF, 1995. VIANA, V. Goiaba cultivo e manejo. São Paulo, 2011. ZUCCHI, R. A. Moscas-das-frutas no Brasil: taxonomia, distribuição geográfica e hospedeiros. Campinas,1998. __________________________________________________________________________________________ Mostra de Iniciação Científica e Mostra de Criação e Inovação – ISSN: 2316-1566 – Getúlio Vargas – RS – Brasil 20