Física I 2009/2010 Aula 06 Forças e Movimentos IV Movimento Circular Sumário Movimento circular • Movimento circular uniforme • Movimento relativo a uma dimensão Movimento relativo a duas dimensões Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 2 Movimento Circular Uniforme Existe movimento circular uniforme quando um objecto se move numa trajectória circular com velocidade de módulo constante A aceleração não é nula porque a direcção do movimento está constantemente a variar Esta variação da velocidade está relacionada com uma aceleração O vector velocidade é sempre tangente à trajectória do objecto Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 3 Variação da Velocidade no Movimento Circular Uniforme O vector velocidade varia apenas em direcção O diagrama vectorial apresenta = vvff- vi vi DDv v Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 vi vf Dr rf ri vi Dv vf 4 A Aceleração Centrípeta No movimento circular uniforme a aceleração é perpendicular à trajectória em cada ponto A aceleração aponta sempre para o centro da trajectória circular Daí a designação de aceleração centrípeta Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 5 A Aceleração Centrípeta O módulo do vector aceleração centrípeta é dado por v2 aC r A direcção do vector aceleração centrípeta varia continuamente, de forma a estar sempre a apontar para o centro da trajectória Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 6 A Aceleração Centrípeta No ponto p a velocidade é v vx i v y j vy p r -v sin i v cos j vx p i j r Diferenciando esta equação, em ordem ao tempo, com r e v constantes, obtemos v dyp v dxp dv a i + j dt r dt r dt Mas dyp dt v y v cos e dxp dt vx v sin Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 7 A Aceleração Centrípeta Então v 2 v2 a cos i sin j r r de onde v2 v2 2 2 a a a cos sin r r 2 x e ou tan 2 y ay ax tan v / r cos v 2 / r sin 2 e a tem a direcção de r Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 8 O Período do Movimento Circular Uniforme O período, T, é o intervalo de tempo necessário para uma revolução completa O módulo da velocidade da partícula é o perímetro da trajectória dividido pelo período 2 r O período é, portanto, T v Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 9 A Aceleração Tangencial No movimento circular, em geral, o módulo da velocidade pode também variar Neste caso, existe aceleração tangencial diferente de zero Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 10 A Aceleração no Movimento Circular (caso geral) A componente tangencial do vector aceleração dá origem à variação do módulo do vector velocidade da partícula at dv a ar at at a dt A componente radial (ou centrípeta) do vector aceleração dá origem à variação da direcção do vector velocidade ar v2 ar aC r Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 11 A Aceleração no Movimento Circular (caso geral) Componente tangencial : at Componente radial: dv dt v2 ar aC r Módulo da aceleração : a a a 2 r 2 t Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 12 A Aceleração no Movimento Circular (caso geral) Podemos definir os seguintes vectores unitários ur e u ur tem a direcção e sentido do u u ur raio vector é tangente à trajectória circular A aceleração é v2 a at ar u ur dt r dv Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 13 Movimento Circular Uniforme Uma força, Fr , aponta para o centro da trajectória circular Fr Esta força está associada à aceleração centrípeta, ac Aplicando a 2.ª Lei de Newton na direcção radial, obtém-se Fr ' v2 F mac m r Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 14 Movimento Circular Uniforme Uma força que dá origem a uma aceleração centrípeta tem a direcção radial e aponta para o centro da circunferência Provoca uma variação da direcção do vector velocidade Se essa força desaparecer, o corpo passará a mover-se numa trajectória rectilínea tangente à circunferência Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 15 Força Centrípeta A força que dá origem à aceleração centrípeta é denominada força centrípeta Não é um novo tipo de força, denomina apenas o efeito que uma determinada força tem É uma força que actua de forma a fazer variar apenas a direcção da velocidade, dando origem a um movimento circular Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 16 Movimento Circular com Trajectória Horizontal O módulo da velocidade do corpo depende da massa do corpo e da tensão da corda Fr A força centrípeta é a tensão da corda 2 v T m r Fr ' e v Tr m Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 17 m O Pêndulo Cónico O corpo está em equilíbrio na direcção vertical e executa movimento circular uniforme na direcção horizontal T v é independente de m v Lg sin tan mg Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 18 Curva Horizontal A força de atrito estático é a força centrípeta fe O valor máximo do módulo da velocidade a que o carro pode efectuar a curva é dado por n v e gr fe Repare-se que este valor não depende da massa do carro Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 mg 19 Curva Horizontal fc Centro Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 Carro 20 Curva inclinada A inclinação destina-se a fazer com que o carro efectue a curva sem recorrer à força de atrito entre a estrada e os pneus n A força centrípeta é a componente horizontal da força normal que a estrada exerce no carro v2 tan rg mg Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 21 O Rotor A força de atrito estática equilibra o peso fe Eixo central A força centrípeta é a força normal que a parede do cilindro exerce no corpo v mg gR e Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 22 O “Loop” É um exemplo de uma trajectória circular vertical N x No ponto mais baixo da trajectória, o módulo da força dirigida para cima que exercida no corpo tem de ser superior ao módulo do peso deste mg mg v2 N mg1 rg Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 23 O “Loop” No ponto mais alto da trajectória circular, o módulo da força exercida no corpo pode ser inferior ao módulo do peso do corpo N v2 N mg 1 rg Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 . 24 mg O Movimento em Referenciais Acelerados Num referencial acelerado (portanto não inercial) surge uma força fictícia Uma força fictícia parece actuar num corpo como uma força real, mas não é possível identificar um segundo corpo que origine esta força fictícia Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 25 A Força “Centrífuga” No referencial da passageira (b), uma força parece empurrá-la para a porta Do ponto de vista do referencial ligado à Terra, o carro aplica uma força à passageira apontando para a esquerda À força dirigida para fora dá-se o nome de força centrífuga É uma força fictícia que resulta da aceleração associada à variação da direcção da velocidade do carro Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 26 Forças Fictícias, exemplos Ainda que as forças fictícias não sejam forças reais, podem ter efeitos reais Exemplos: Os objectos dentro do carro escorregam Sentimo-nos empurrados para fora de uma plataforma em rotação Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 27 Forças Fictícias, exemplos Exemplos: A força de Coriollis é responsável pela rotação de sistemas meteorológicos e das correntes oceânicas Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 28 Forças Fictícias em Sistemas Lineares a O observador inercial (a) vê F F x T sin ma y T cos mg 0 O observador não inercial (b) vê F 'x T sin Fficticia 0 F ' y Observador inercial T mg Observador não inercial Fficticia T T cos mg 0 Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 mg 29 Forças Fictícias em Sistemas em Rotação n n T Observador não inercial T Fficticia mg mg Observador inercial De acordo com o observador inercial (a), a força de atrito entre a plataforma e o corpo é a força centrípeta mv 2 T r O observador não inercial (b) vê T Fficticia Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 mv 2 T 0 r 30 Velocidade Relativa Dois observadores que se movem um em relação ao outro em geral não estão de acordo no que respeita aos resultados de uma experiência Por exemplo, para os observadores A e B da figura a bola descreve trajectórias diferentes Trajectória, de acordo com o observador A Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 Trajectória, de acordo com o observador B 31 Velocidade Relativa, caso geral O sistema de referência S está em repouso O sistema de referência S ’ move-se com velocidade u em relação a S Isto significa também que S se move com velocidade u em relação a S ’ r r' Definimos t = 0 como o instante em que as duas origens coincidem Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 ut u 32 Equações da Velocidade Relativa As posições, observadas nos dois sistemas de referência, estão relacionadas através da velocidade relativa r r ' ut Derivando esta equação (das posições), obtemos a equação que relaciona as velocidades, observadas nos dois sistema de referência Estas são as equações de transformação de Galileu v v ' u Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 33 A Aceleração em Sistemas de Referência Diferentes A derivada da equação das velocidades dá origem à equação das acelerações A aceleração de uma partícula medida por um observador num determinado sistema de referência é igual à aceleração medida por outro observador num sistema de referência que se move com velocidade constante em relação ao primeiro. Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 34 Problema Na figura um avião move-se para leste, estando apontado para sudeste devido à existência de um vento constante que sopra para nordeste. A velocidade do avião em relação ao ar tem módulo 215 km/h, fazendo com ângulo θ com a direcção oesteleste. O vento tem velocidade de módulo 65.0 km/h em relação ao solo, numa direcção que faz um ângulo de 20º com a direcção sulnorte. vAT vVT vAV vAT vVT vAV Qual é o módulo da velocidade do avião em relação ao solo e qual é o valor do ângulo θ ? Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 35 Problema Vamos definir os sistemas de referência: S é o sistema ligado à Terra vAT é a velocidade do avião em relação à Terra (a S) S’ é o sistema ligado ao ar (vento) vAV é a velocidade do avião em relação ao ar (a S’) vVT é a velocidade do ar em vAT vVT vAV vAT vVT vAV relação à Terra (de S’ em relação a S) Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 36 Problema Utilizamos agora as relações entre as velocidades: v v ' u ou, no nosso caso, vAT vAV vVT No sistema de eixos da figura vAT vVT vAV vAV vAV cos i vAV sin j vAT vVT vVT sin 20º i vVT cos 20º j vVT vAV e, portanto, vAT vAV cos vVT sin 20º i vAV sin vVT cos 20º j Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 37 Problema Mas sabemos que vAT tem a direcção e sentido do eixo dos x. vAT Consequentemente vAT vAV cos vVT sin 20º 0 vAV sin vVT cos 20º e vVT vAV vAT v sin VT cos 20º vAV vAT vVT vAV Substituindo os valores dados, vVT 65.0 km/h 18.0 m/s vAV 215 km/h 59.7 m/s 18.0 m/s arcsin cos 20º 16.5º 59.7 m/s vAT 59.7 cos16.5º 18.0sin 20º 63.4 m/s 228 km/h Física I 2009-10 - 1.º S - Aula06 38