Fisiologia do Sistema Cardiovascular

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Fisiologia do Sistema
Cardiovascular
Caroline Pouillard de Aquino
Introdução

Coração: formado por 2 bombas (coração;
órgãos periféricos)

Câmaras (átrios e ventrículos)
Fisiologia do músculo cardíaco

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-
Coração= 3 tipos de músculo:
Atrial
Grande capacidade de contração
Ventricular
Fibras excitatórias e condutoras
Contração fraca;
Apresentam descargas elétricas rítmicas automáticas (potenciais de ação);
Representam o sistema excitatório que controla os batimentos rítmicos
Anatomia fisiológica do músculo cardíaco




Músculo cardíaco= estriado, possui miofibrilas
típicas com filamentos de actina e miosina, as quais
deslizam lado a lado durante a contração
Coração: composto por 2 sincícios: atrial e
ventricular, separados por tecido fibroso que
circunda a abertura das valvas A-V
Potencial de ação não atravessa esse tecido
fibroso. Ele é conduzido dos átrios para os
ventrículos por um sistema especializado de
condução: feixe A-V
Essa divisão em 2 sincícios permite que os átrios se
contraiam antes dos ventrículos
Sistema excitatório e condutor do coração


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Nodo sinusal (sinoatrial ou S-A): onde é gerado o
impulso rítmico normal
Vias internodais: conduzem o impulso do nodo S-A
ao nodo atrioventricular (A-V)
Nodo A-V: onde o impulso é retardado antes de
passar para os ventrículos
Feixe A-V: conduz o impulso dos átrios para os
ventrículos
Ramos D e E do feixe de fibras de Purkinje:
conduzem o impulso cardíaco para todas as partes
dos ventrículos
Sistema excitatório e condutor do coração
Nodo sinoatrial (Marca-passo cardíaco)



Situado na parede póstero-lateral superior
do átrio direito, imediatamente abaixo e
pouco lateral à abertura da veia cava
superior
Difunde o potencial de ação para toda a
parede do músculo atrial e, por fim, até o
nodo A-V
Controla a frequência dos batimentos do
coração
O nodo A-V e o retardo da condução do
impulso dos átrios para os ventrículos



O sistema condutor atrial se organiza para
que o impulso cardíaco não se propague dos
átrios aos ventrículos muito rapidamente.
Isso permite que os átrios se contraiam e
esvaziem seu conteúdo nos ventrículos,
antes que comece a contração ventricular
Os responsáveis por esse retardo da
condução do impulso dos átrios para os
ventrículos são o nodo A-V e suas fibras
condutoras adjacentes
Transmissão rápida no sistema de Purkinje
ventricular

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
A condução do nodo A-V, pelo feixe A-V para os
ventrículos é feita pelas fibras de Purkinje
especializadas
São fibras muito calibrosas, as quais conduzem o
potencial de ação quase que instantaneamente por
todo o restante do músculo ventricular
Exceto pelas fibras do feixe A-V, átrios e ventrículos
são completamente separados por uma barreira
fibrosa, a qual funciona como isolante
O feixe A-V se divide nos ramos D e E
Potencial de ação no músculo cardíaco
Abertura de canais de 2 tipos:
1- canais de sódio rápidos (semelhantes aos
dos músculos esqueléticos)
2- canais de cálcio lentos (canais de cálciosódio): se abrem mais lentamente e
permanecem abertos por mais tempo,
permitindo entrada de íons cálcio e sódio e
prolongando o período de despolarização.
Obs: Os íons cálcio também ativam o processo
de contração muscular

Potencial de ação no músculo cardíaco

Quando os canais de cálcio-sódio lentos se
fecham, o influxo de cálcio e sódio cessa e a
permeabilidade da membrana para os íons
potássio aumenta rapidamente. A perda
rápida de potássio do interior da fibra
provoca o retorno imediato ao potencial de
repouso, encerrando o potencial de ação.
O ciclo cardíaco



O conjunto dos eventos cardíacos que ocorre
entre o início de um batimento e o início do
próximo é denominado ciclo cardíaco
Cada ciclo é iniciado pela geração do
potencial de ação no nodo sinusal (S-A)
O ciclo cardíaco consiste no período de
relaxamento (diástole), durante o qual o
coração se enche de sangue, seguido pelo
período de contração (sístole)
Função dos átrios
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
O sangue flui de forma contínua, vindo das grandes
veias para os átrios.
Cerca de 80% do sangue flui diretamente dos átrios
para os ventrículos, mesmo antes da contração
atrial.
A contração atrial representa os 20% adicionais de
sangue, suficientes para encher os ventrículos
Quando
os
átrios
deixam
de
funcionar
adequadamente, a diferença dificilmente é notada,
a menos que o indivíduo se exercite (sinais agudos
de insuficiência cardíaca podem aparecer,
principalmente a falta de ar)
Função dos ventrículos- Enchimento


Durante a sístole ventricular, grandes
quantidades de sangue se acumulam nos
átrios, uma vez que as valvas A-V são
fechadas
Assim, quando a sístole ventricular termina,
as pressões moderadamente altas que se
desenvolveram nos átrios durante esse
período, forçam a abertura das valvas A-V,
originando o período de enchimento rápido
ventricular
Função dos ventrículos- Esvaziamento

Período
de
contração
isovolumétrica
(isométrica): Imediatamente após o início da
contração ventricular, sua pressão sobe, fazendo
com que as valvas A-V se fechem. É necessário
mais 0,02 a 0,03 segundos para que as válvulas
semilunares (aórtica e pulmonar) se abram. Neste
período, os ventrículos se contraem, mas não há
esvaziamento. A tensão aumenta no músculo, mas
ocorre pouco ou nenhum encurtamento das fibras
musculares.
Função dos ventrículos- Esvaziamento

Perído de Ejeção: Quando a pressão no
interior do ventrículo esquerdo aumenta até
pouco acima de 80 mmHg, as valvas
semilunares se abrem e o sangue é lançado
nas artérias .
Período de relaxamento isovolumétrico
(isométrico)

Período
de
relaxamento
isovolumétrico
(isométrico): Ao final da sístole, o relaxamento
ventricular se inicia, reduzindo as pressões
intraventriculares D e E. As altas pressões nas
artérias (aorta e pulmonar) causa o fechamento das
valvas aórtica e pulmonar. Durante o período de
relaxamento,
as
pressões
intraventriculares
diminuem rapidamente. As valvas A-V se abrem
para iniciar um novo ciclo de bombeamento
ventricular.
Funcionamento das valvas



Valvas A-V (tricúspide e mitral): evitam o refluxo de
sangue dos ventrículos para os átrios durante a
sístole.
Valvas semilunares (aórtica e pulmonar): impedem
o refluxo do sangue das artérias para os ventrículos
durante a diástole.
Essas valvas abrem e fecham passivamente, isto é,
se fecham quando um gradiente de pressão
retrógrada força o sangue de volta, e se abrem
quando um gradiente de pressão para diante leva o
sangue à frente.
Valvas cardíacas
Relação entre os sons cardíacos e o
bombeamento



À auscultação: Não se escuta a abertura das
valvas, só o seu fechamento, pois os folhetos
valvares e os líquidos que as banham vibram sob
influência da variação abrupta da pressão,
originando os sons.
1º som cadíaco (bulha): Quando os ventrículos se
contraem, ouve-se o som do fechamento das valvas
A-V. Essa vibração tem timbre baixo e duração
relativamente longa.
2º som cardíaco (bulha): Ao final da sístole, as
valvas aórtica e pulmonar se fecham rapidamente,
ouvindo-se um estalido.
Regulação do bombeamento cardíaco
Em repouso: 4 a 6 L de sangue bombeados/min
(débito cardíaco)
 Exercício: 4 a 7 vezes essa quantidade
 Meios de regulação do volume bombeado:
1- Regulação cardíaca intrínseca, em resposta às
variações no aporte de sangue em direção ao
coração (retorno venoso). Conhecido como
mecanismo cardíaco de Frank-Starling.
2- Controle da frequência cardíaca e da força de
bombeamento pelo SNA (nervos simpáticos e
parassimpáticos (ou vagos)

Tipos de circulação
Circulação
Pulmonar:
VD- Pulmões- AE
 Circulação
Sistêmica
(Grande
circulação ou
circulação
periférica):
VE- tecidos- AD

Partes funcionais da circulação





Artérias: Transportam sangue, sob alta pressão,
para os tecidos. Paredes espessas.
Arteríolas: Pequenos ramos finais do sistema
arterial; liberam o sangue para os capilares
Capilares: Fazem a troca de líquidos, nutrientes,
eletrólitos e hormônios entre o sangue e o líquido
intersticial
Vênulas: Coletam o sangue dos capilares e
coalescem
gradualmente,
formando
veias
progressivamente maiores.
Veias: Funcionam como condutos para transporte
de sangue das vênulas de volta ao coração.
Paredes finas.
Teoria básica da função circulatória
1- A intensidade (velocidade) do fluxo
sanguíneo para cada tecido corporal é,
quase sempre, controlada precisamente em
relação às necessidades teciduais. Os
microvasos, em cada tecido, monitoram as
necessidades teciduais (como
disponibilidade de oxigênio e acúmulo de gás
carbônico).
Teoria básica da função circulatória
2- O débito cardíaco é controlado,
principalmente, pela soma de todos os fluxos
teciduais locais.
3- Em geral, a pressão arterial é controlada de
modo independente do fluxo sanguíneo local
ou do débito cardíaco. Ou seja, as ações do
SNA e a função renal são responsáveis pelo
controle e normalização da PA.
Pressão sanguínea



Medida em mmHg
Representa a força exercida pelo sangue
contra qualquer unidade de área da parede
vascular.
No adulto jovem saudável, a pressão arterial
sistólica é de cerca de 120 mmHg e a
diastólica de 80 mmHg. A diferença entre
essas 2 pressões (aproximadamente 40
mmHg) é chamada de pressão de pulso.
Pressão sanguínea
Fatores que afetam a pressão de pulso:
1- Débito sistólico cardíaco
2- Complacência (distensibilidade) da árvore arterial
 A pressão de pulso na velhice aumenta até duas
vezes o normal, pelo endurecimento das artérias
(arteriosclerose), o que reduz sua complacência.
 Qualquer condição da circulação que afete o débito
cardíaco e a complacência arterial afetará a pressão
de pulso.

Métodos clínicos para as medidas das
pressões sistólica e diastólica
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Método auscultatório (indireto):
Precisão de cerca de 90%
O estetoscópio é posicionado na artéria braquial
O manguito é inflado sobre a parte superior do
braço
Quando a pressão do manguito for suficiente para
fechar a artéria durante parte do ciclo da PA, poderá
ser ouvido um som a cada pulsação. Estes sons
são conhecidos como sons de Korotkoff.
Métodos clínicos para as medidas das
pressões sistólica e diastólica

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A pressão no manguito inicialmente encontra-se
acima da PA sistólica. A artéria permanece
colapsada , não havendo ejeção de sangue. Os
sons de Korotkoff não são ouvidos.
A pressão do manguito é gradualmente reduzida.
Imediatamente antes que a pressão do manguito
caia abaixo da pressão sistólica, o sangue começa
a fluir pela artéria, ouvindo-se sons “secos” em
sincronia com os batimentos cardíacos. Assim que
esses sons começam a ser ouvidos, o nível de
pressão indicado pelo manômetro conectado ao
manguito equivale à pressão sistólica.
Métodos clínicos para as medidas das
pressões sistólica e diastólica
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
À medida que a pressão no manguito é
reduzida, a qualidade dos sons de Korotkoff
se altera. Por fim, quando a pressão no
manguito cai até o nível da pressão
diastólica, a artéria não é mais fechada. O
som fica abafado e desaparece em seguida.
Deve-se observar a pressão no manômetro
quando os sons de Korotkoff adquirem a
característica
abafada.
Essa
pressão
corresponde à pressão diastólica.
Método auscultatório
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