KARL MARX “...um homem da grande espécie intelectual, como cada século produz dois ou três” Friedrich Engels Núcleo analítico central: O TRABALHO. HOMEM X TRABALHO X NATUREZA O HOMEM NÃO SUBSISTE SEM O TRABALHO, SEM A NATUREZA: É UMA DIMENSÃO ONTOLÓGICA DO SER HOMEM QUESTÕES FUNDAMENTAIS a desigualdade social é reflexo da desigualdade econômica. a desigualdade social é estrutural; é uma dimensão ontológica da sociedade capitalista a sociedade se estrutura de forma piramidal, sendo o topo da pirâmide o ápice do poder social. As pessoas não conhecem ou não sabem que sociedade está estruturada dessa forma PONTOS CENTRAIS E SINTÉTICOS DO PENSAMENTO DE KARL MARX, SEGUNDO ARON 1º ponto – deve-se analisar a sociedade não a partir do quê os homens pensam sobre ela, mas a partir de sua base material Os homens entram em determinadas relações, necessárias, que são independentes de suas vontades. Convém em outros termos, seguir o movimento da história, analisando as estruturas das sociedades, as forças de produção e a relações de produção, e não tomando como origem da interpretação a maneira de pensar dos homens. Há relações sociais que se impõem aos indivíduos, feita a abstração de suas preferências, e a compreensão do processo histórico fica condicionada pela inteligência dessas relações supra-individuais. 2º ponto- toda sociedade possui uma base material e constrói interpretações que justificam sua estrutura social Em toda a sociedade podem-se distinguir a base econômica, ou infra-estrutura, e a superestrutura. A infraestrutura constituise essencialmente por forças e relações de produção, enquanto na superestrutura figuram as instituições jurídicas e políticas, ao mesmo tempo que as maneiras de pensar, as ideologias, as filosofias. 3º ponto – a contradição e o conflito são princípios inerentes ao processo de mudança e transformação da sociedade dialética O propulsor do movimento histórico é a contradição em certos momentos do devir, entre forças e relações de produção. As forças de produção são, ao que parece, basicamente a capacidade de determinadas sociedades de produzir, capacidade que está em função dos conhecimentos científicos, do aparelho técnico, da organização, inclusive, do trabalho coletivo. (....) A dialética da história se constitui pelo movimento das forças produtivas, entrando essas em contradição, em certas épocas revolucionárias, com as relações de produção, isto é, ao mesmo tempo as relações de propriedade e a distribuição de rendas entre os indivíduos ou grupos da coletividade. 4. Ponto – a luta de classes torna-se o motor propulsor das mudanças que se desenvolvem por meio do conflito e a contradição entre forças produtivas e relações sociais de produção Nessa contradição entre forças e relações de produção, é fácil introduzir a luta de classes, basta considerar que nos períodos revolucionários, isto é os períodos de contradição entre forças e relações de produção, uma classe apega-se às relações de produção antigas, que se tornam um entrave para o desenvolvimento das forças produtivas e , pelo contrário, uma outra classe, progressista, representa novas relações de produção que, em vez de serem um obstáculo na via do desenvolvimento das forças produtivas, favorecem ao máximo o crescimento dessas forças. 4. 4. Ponto – a luta de classes torna-se o motor propulsor das mudanças que se desenvolvem por meio do conflito e a contradição entre forças produtivas e relações sociais de produção Continuação. Na sociedade capitalista a burguesia está ligada à propriedade privada dos instrumentos de produção e, com isso, a uma certa divisão da renda nacional. Por outro lado, o proletariado, que constitui o outro polo da sociedade representa uma outra organização da coletividade, se torna em certo momento da história, o representante de uma nova organização da sociedade, organização que será mais progressiva que a organização capitalista. Essa nova organização vai marcar uma fase ulterior do processo histórico, um desenvolvimento mais avançado das forças produtivas. 5. Ponto – o ápice do conflito se define na Revolução como um decurso inevitável Essa dialética das forças e das relações de produção sugere uma teoria das revoluções. De fato, as revoluções não são acidentes políticos, mas expressão de uma necessidade histórica. As revoluções preenchem funções necessárias e se produzem quando lhe dão as condições. As forças de produção devem desenvolver-se no seio da sociedade capitalista; as relações de produção socialistas devem amadurecer no seio da sociedade atual, antes de se produzir a revolução que há de marcar o fim da préhistória. 6. Ponto Dentro dessa interpretação histórica, Marx não distingue apenas infra e super estrutura, mas opõe a realidade social e a consciência: não é a consciência dos homens que determina a realidade; pelo contrário, é a realidade social que determina a sua consciência. Daí, então, uma concepção de conjunto, segundo a qual se deve explicar a maneira de pensar dos homens pelas relações sociais em que estão integrados. 7. Ponto MODOS DE PRODUÇÃO: Para Marx existem 4 modos de produção distintos: A) o antigo - escravidão C) o feudal - servidão D) o capitalismo - salário 1- dialética e materialismo Dialética- Hegel: conflito e contradição – negação e superação do ser (mesmo) TESE = SER = PURA POTENCIALIDADE ESSE RACIOCÍNIO É APLICADO TANTO À AQUISIÇÃO DE CONHECIMEN TO QUANTO À EXPLICAÇÃO DOS PROCESSOS HISTÓRICOS E POLÍTICOS O QUAL DEVE MANIFESTAR NA REALIDADE ATRAVÉS DA ANTÍTESE = NÃO SER NA CONTRADIÇÃO ENTRE TESE E ANTÍTESE SURGE SÍNTESE = VIR A SER 1- dialética e materialismo A verdadeira contradição dialética possui duas características principais: 1. Nela, os termos contraditórios não são dois positivos contrários ou opostos, mas dois predicados contraditórios do mesmo sujeito, que só existem negando um ao outro. Em lugar de dizer quente-frio, doce-amargo, material-espiritual, natural-cultual, devemos compreender que é preciso dizer: quentenão quente, frio-não frio, doce-não doce, amargonão amargo, material-não material, espiritual-não espiritual, natural-não natural, cultural não-cultural 1- dialética e materialismo A verdadeira contradição dialética possui duas características principais: 2. O negativo (o não X: não doce, não frio, não material, não cultural, etc) não é um positivo contrário a outro positivo, mas é verdadeiramente negativo. Se eu disser, por exemplo, “o caderno não é “arvore”, esse não não é um verdadeiro negativo, pois o caderno e a árvore continuam como dois termos positivos. Esse não, escreve Hegel, é mera negação externa. Nesta, qualquer termo pode ser negação de qualquer outro 1- dialética e materialismo O negativo é uma negação interna, como aquela que surge se eu disser: “a canoa é a não-árvore”, pois, aqui o ser da canoa, a sua realidade , é a negação da realidade da árvore, a canoa é a árvore negada como árvore. Não tenho uma árvore que virou uma canoa, mas uma árvore que deixou de ser árvore porque transformada em canoa. A negação interna é aquela na qual um ser é a supressão de seu outro, de seu outro negativo. 1- dialética e materialismo Método analítico da realidade social: materialismo histórico- dialético; “Aplicada aos fenômenos historicamente produzidos, a ótica dialética cuida de apontar a contradições constituídas da vida social que resultam na negação e superação de uma determinada ordem.” p. (30). A análise da vida social deve, portanto, ser realizada através de uma perspectiva dialética que, além de procurar estabelecer as leis de mudança que regem os fenômenos, esteja fundada no estudo dos fatos concretos, a fim de expor o movimento real no seu conjunto. 1- dialética e materialismo Conflito e contradição são elementos inerentes à realidade social; dessa forma, por meio na negação e da superação essa realidade vai sendo destruída, construída e reconstruída. O mundo é resultado da ação humana no decurso histórico. A materialidade é o fundamento da vida. Materialismo histórico: “as relações materiais que os homens estabelecem e o modo como produzem seus meios de vida formam a base de todas as suas relações.” (p.31). 1- dialética e materialismo Os processos ligados à produção são transitórios, como as idéias, concepções, gostos, crenças, categorias do conhecimento e ideologias os quais, gerados socialmente dependem do modo como os homens se organizam para produzir. Portanto, o pensamento e a consciência são, em última instância, decorrência da relação homem/natureza, isto é, das relações materiais. (p.32) A forma como a sociedade pensa é decorrência da forma como estão estruturadas as relações materiais e por decorrência, as sociais 2 – necessidades: produção e reprodução A forma como os homens produzem sua materialidade explica a forma como produzem suas relações sociais. a premissa da análise marxista da sociedade é, portanto, a existência de seres humanos que , por meio da interação com a natureza e com outros indivíduos, dão origem à sua vida material. 2 – necessidades: produção e reprodução Na busca de satisfação de suas necessidades básicas, o homem precisa interagir com a natureza. No entanto, diferentemente dos animais, os homens transcendem a mera satisfação e produz também relações sociais. Passam a atribuir sentidos e significados à materialidade produzida. O materialismo histórico é um método de análise da vida econômica, social, política e intelectual que estuda historicamente esse processo de produção das satisfações físicas do homem e a produção das relações sociais que derivam dessa interação com a natureza. 3- forças produtivas e relações sociais de produção “Ao produzir para prover-se do que precisam, os seres humanos procuram dominar as circunstâncias naturais, e podem modificar a fauna e a flora. Para isso, organizam-se socialmente, estabelecem relações sociais. O ato de produzir gera também novas necessidades, que não são, por conseguinte, simples exigências naturais físicas, mas produtos da existência social.” (p. 33) 3- forças produtivas e relações sociais de produção Forças produtivas e relações sociais de produção são conceitos que permitem uma análise das estruturas sociais estabelecidas historicamente. São conceitos interdependentes FORÇAS PRODUTIVAS: exprimem o grau de domínio humano sobre a natureza: ◦ A) bens ◦ b) tecnologias ◦ c) processos modos de cooperação; ◦ d) divisão técnica do trabalho ◦ e) habilidades e conhecimentos ◦ f) instrumentos ◦ g) matéria – prima 3- forças produtivas e relações sociais de produção “portanto, as forças produtivas são o resultado da energia prática dos homens, mas essa mesma energia está determinada pelas condições em que os homens se encontram colocados, pelas forças produtivas já adquiridas pela forma anterior a eles, que eles não criaram e que é produto da geração anterior. Isso cria uma conexão na história dos homens. 3- forças produtivas e relações sociais de produção Relações sociais de produção: refere-se à formas estabelecidas de distribuição dos meios de produção e do produto, do tipo de divisão do trabalho social numa dada sociedade e em um período histórico determinado. RELAÇÕES SOCIAIS DE PRODUÇÃO: exprimem o modo como os homens se organizam entre s para produzir, que formas existem naquela sociedade para a apropriação de ferramentas, terras, tecnologias, fontes de matérias-primas e energia, quem toma decisões que afetam a produção. ESTABELECEM A DIVISÃO SOCIAL 3- forças produtivas e relações sociais de produção ◦ FORMAS DE PRODUÇÃO DE DISTRIBUIÇÃO DO PRODUTO: A) distribuição dos instrumentos de produção B) distribuição dos membros da sociedade pelos diferentes gênerosDO deTRABALHO produçãoEXPRESSA OS A DIVISÃO SOCIAL MODOS DE SEGMENTAÇÃO DA SOCIEDADE, OU SEJA, DESIGUALDADES SOCIAIS MAIS ABRANGENTES E CORRESPONDE À ESTRUTURA DE CLASSES DA SOCIEDADE (P.35) TRABALHO MANUAL X INTELECTUAL INDUSTRIAL X COMERCIAL X AGRÍCOLA TRABALHO NO CAMPO X CIDADE 3- forças produtivas e relações sociais de produção EM RESUMO, O CONCEITO DE FORÇAS PRODUTIVAS REFERE-SE AOS INSTRUMENTOS E HABILIDADES QUE POSSIBILITAM O CONTROLE DAS CONDIÇÕES NATURAIS PARA A PRODUÇÃO, E SEU DESENVOLVIMENO É EM GERAL CUMULATIVO. O CONCEITO DE RELAÇÕES SOCAIS DE PRODUÇÃO TRATA DAS DIFERENTES FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DA PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO, DE POSSE E TIPOS DE PROPRIEDADE DOS MEIOS DE PRODUÇÃO, BEM COMO E QUE SE COSTITUEM NO SUBSTRATO PARA A ESTRUTURAÇÃO DAS DESIGUALDADES EXPRESSAS NA FORMA DE CLASSES SOCIAIS. O PRMEIRO TRADA DAS RELAÇÕES HOMEM/NATUREZA E O SEGUNDO DAS RELAÇÕES ENTRE OS HOMENS NO PROCESSO PRODUTIVO. (P.36) 4 – Estrutura e Superestrutura “São os homens que produzem as suas representações, as suas idéias, etc., mas os homens reais, atuantes, e tais como foram condicionados por um determinado desenvolvimento das suas forças produtivas e do modo de relações que lhe corresponde, incluindo até as formas mais amplas que estas possam tomar” SUPERESTRUTURA (SISTEMAS IDEOLÓGICOS – BASE IMATERIAL) E S T R U T a) bens b) tecnologias U c) processos modos de cooperação; d) divisão técnica do trabalho habilidades e conhecimentos Re)f) instrumentos – prima A g)h) matéria trabalho a) b) c) d) e) f) g) h) Ideologias políticas Concepções religiosas Códigos morais e estéticos Sistemas legais, Sistemas de ensino Sistemas de comunicação Conhecimento filosófico e científico Representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida. BASE OU INFRAESTRUTURA ( SISTEMA ECONÕMICO – PRODUTIVO – BASE MATERIAL) 4 – Estrutura e Superestrutura Na produção da vida, os homens geram também outra espécie de produtos que não têm forma material: a) b) c) d) e) f) g) h) Ideologias políticas (formas de Estados) Concepções religiosas Códigos morais e estéticos Sistemas legais (relações jurídicas) Sistemas de ensino Sistemas de comunicação Conhecimento filosófico e científico Representações coletivas de sentimentos, ilusões, modos de pensar e concepções de vida. Essas formas de agir e pensar derivam da base material da sociedade, da base econômica, que é expressa por meio do conceito de modo de produção; 4 – Estrutura e superestrutura Na produção social de sua existência, os homens estabelecem relações determinadas, necessárias, independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a um determinado grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência. Em certo estágio de desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes, ou, o que é a sua expressão jurídica, com as relações de propriedade no seio das quais tinham movido até então. Das formas de desenvolvimento das forças produtivas, estas relações transforma-se no seu entrave. Surge, então, uma época de revolução social. A transformação da base econômica altera, mais ou menos rapidamente, toda a imensa superestrutura (p. 38) 4 – Estrutura e Super estrutura “A situação econômica é a base, mas os diversos fatores da superestrutura- as formas políticas da luta de classes e seus resultados, as Constituições que, uma vez ganha a batalha, são redigidas pela classe vitoriosa, etc.. As formas jurídicas, e mesmo os reflexos de todas reais no cérebro dos participantes, as teorias políticas jurídicas, filosóficas, as idéias religiosas e o seu desenvolvimento ulterior até serem convertidas em sistemas dogmáticos – exercem igualmente a sua ação sobre o curso das lutas históricas e, em muitos casos, determinam predominantemente sua forma. 4- Estrutura e Super estrutura IDEOLOGIA: é difícil encontrar na ciência social um conceito tão complexo, tão cheio de significados, quanto o conceito de ideologia. Nele se dá uma acumulação fantástica de contradições, de paradoxos, de arbitrariedades, de ambiguidades, de equívocos e mal-entendidos, o que torna extremamente difícil encontrar o seu caminho nesse labirinto. (Michael Lövy) Ideologia: pontos importantes: O conceito de ideologia não vem de Marx: ele simplesmente o retomou. Foi um termo “inventado” – literalmente por Destutt de Tracy (1801). Destutt de Tracy e seu grupo entram em conflito com Napoleão, que os chamou de ideólogos: são metafísicos, que fazem abstração da realidade, que vivem em um mundo especulativo Ideologia: pontos importantes Quando Marx, na primeira metade do século XIX, encontra o termo em jornais, revistas e debates, ele está sendo utilizado em seu sentido napoleônico, isto é, considerando ideólogos aqueles metafísicos especuladores. O conceito de ideologia I aparece como equivalente à ilusão, falsa consciência, concepção idealista na qual a realidade é invertida e as idéias aparecem como motor da vida real. Para Marx, claramente, ideologia é um conceito pejorativo, um conceito crítico que implica ilusão, ou se refere à consciência deformada da realidade que se dá através da ideologia dominante: as idéias das classes dominantes são as ideologias dominantes na sociedade: qualquer concepção da realidade social ou política, vinculada aos interesses de certas classes sociais Ideologia: pontos importantes Como todas as ideologias ou utopias, ou visões de mundo são produtos sociais, todas elas tem que ser analisadas em sua historicidade, no seu desenvolvimento histórico, na sua transformação histórica. Portanto, essas ideologias ou utopias, ou visões de mundo tem que ser desmistificadas na sua pretensão a uma validade absoluta. Uma vez que não existem princípios eternos, nem verdades absolutas, todas as teorias, doutrinas e interpretações da realidade, tem que ser vistas na sua limitação histórica 5 –Classes sociais e estrutura social Ponto de partida: apropriação por não-produtores (pessoas, empresas ou o Estado) de uma parcela do que é produzido socialmente. O trabalho é ontológico do ser humano. É o surgimento de um excedente da produção que permite a divisão social do trabalho assim como a apropriação das condições de produção por parte de alguns membros da comunidade os quais passam, então a estabelecer algum tio de direito sobe o produto ou sobre os próprios trabalhadores. A existência de classes sociais vincula-se a circunstâncias históricas específicas, quais sejam, aquelas em que a criação de um excedente possibilita a apropriação privada das condições de produção. Dessa forma, o materialismo histórico descarta as interpretações que atribuem um caráter natural, inexorável, a esse tipo particular de desigualdade. Classes sociais: modelo dicotômico ◦ Proprietários ou possuidores dos meios de produção. ◦ Despossuídos dos meios de produção. Pirâmide social no capitalismo vigente, com suas barreiras à ascensão social. A1 – chamada “a nova aristocracia”. É a A1 A2 A3 B1 B2 B3 C1 C2 C3 elite dominante, constituída pelos mais ricos: principais acionistas ou proprietários de grandes bancos, grupos financeiros e corporações multinacionais. A1, A2 e A3 – CLASSE ALTA OU CLASSE DOMINANTE. B1, B2 e B3 – CLASSES MÉDIAS (ALTA, MÉDIA E BAIXA). C1, C2 e C3 – CLASSES BAIXAS (ALTA, MÉDIA E BAIXA) OU CLASSES SUBALTERNAS (OU DOMINADAS). C3 – os excluídos ou miseráveis: aqueles que estão abaixo da linha da pobreza, ou seja, que ganham até um salário mínimo por mês. Essa classe social está em crescimento nos países capitalistas mais excludentes, incluindo-se nesse grupo, o Brasil. São ainda mais pobres que os pobres (C2 e C3). (Sarandy, 2003). Seguindo a pirâmide anterior, podemos estabelecer uma distribuição de poder na sociedade conforme a seguinte dinâmica: CAMADAS SOCIAIS Poder poder militar cultural Acadêmico poder poder poder Poder Poder religioso econômico político sindical HIERARQUIAS SOCIAIS 5 – Classes sociais e estrutura social “ o ponto de partida é que a produção é a atividade vital do trabalhador, a manifestação de sua própria vida, e através dela o homem se humaniza”. 5 - Classes sociais e estrutura social “Os indivíduos que constituem a classe dominante possuem, entre outras coisas, uma consciência, e é em consequência disso que pensam; na medida em que dominam enquanto classe e determinam uma época histórica em toda a sua extensão, é lógico que esse indivíduos dominem em todos os sentidos, que tenham, entre outras, uma posição dominante como seres pensantes, como produtores de idéias, que regulamentem a produção e a distribuição dos pensamentos de sua época; as suas idéias são portanto, as idéias dominantes de sua época.” 6. Luta de classes Ponto essencial: todos os grupos são classes sociais? não ..a história das sociedades cuja estrutura produtiva baseia-se na apropriação privada dos meios de produção pode ser descrita como a história das lutas de classe CLASSES EM SI: conjunto de membros de um sociedade que são identificados por compartilhar determinadas condições objetivas, ou a mesma situação no que se refere à propriedade dos meios de produção CLASSES PARA SI: classes que se organizam politicamente para a defesa consciente de seus interesses, cuja identidade é construída também do ponto de vista subjetivo 6. LUTAS DE CLASSE Dado que as classes dominantes sustentam-se na exploração do trabalho daqueles que não são proprietários nem possuidores dos meios de produção – a relação entre elas não pode ser outra, senão conflitiva, ainda que apenas potencialmente. A consciência de classe conduz, na sociedade capitalista, à formação de associações políticas (sindicatos, partidos) que buscam a união solidária entre os membros da classe oprimida com vistas à defesa de seus interesses e ao combate aos opressores 7. A economia capitalista A unidade analítica mais simples da sociedade capitalista e a expressão elementar de sua riqueza é a mercadoria, forma assumida pelos produtos e pela própria força de trabalho, e composta por dois fatores: a) Valor de uso b) Valor de troca 7. A economia capitalista a) Valor de uso: a mercadoria tem a propriedade de satisfazer as necessidades humanas, sejam as do estômago ou as a fantasia, servindo como meio de subsistência ou de produção. Por ser útil, ela tem um valor de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que não se consome nunca se torna mercadoria.