A Dependência Química na
Atenção Básica
Antonio Sergio Almeida Fonseca
Centro de Saúde Escola
Germano Sinval Faria
ENSP/Fiocruz
Julho 2008
O que é Atenção Básica?
Conceitos
Função central e núcleo principal do Sistema
Nacional de Saúde;
Primeiro nível de contato com o sistema →
“Porta de Entrada” responsável pela
continuidade do cuidado e pela integralidade.
Engloba um conjunto de ações de promoção,
prevenção, diagnóstico, {...}, dirigida à
população de territórios delimitados, pela qual
assumem responsabilidade (Brasil, 2007)
Constitui “local responsável pela organização
do cuidado à saúde [...] ao longo do tempo”
(Starfield, 2002)
Conceitos
O que é dependência a uma droga?
O uso e a necessidade, tanto física quanto
psicológica, de uma substância psicoativa, apesar
do conhecimento de seus efeitos prejudiciais à
saúde.
Existência de um padrão de auto-administração
que, geralmente, resulta em tolerância,
abstinência e comportamento compulsivo
para consumir a droga”.
Fonte: OMS e Associação Americana de Psiquiatria
Dependência a uma Droga
Classificado e abordado como agravo;
Grupo de transtornos mentais e de
comportamento decorrentes do uso de
substância psicoativa da CID
10ª revisão, OMS 1997.
Conceitos
O que são drogas psicoativas ?
São substâncias naturais ou sintetizadas que ao
serem ingeridas produzem alterações no SNC,
modificando, assim, estado emocional e
comportamental;
Por serem psicoativas produzem prazer, o que
pode induzir ao abuso e dependência.
Diagnóstico de Dependência
Presença de 3 ou mais sintomas no último ano.
1.
Forte desejo para consumir (compulsão);
2.
Dificuldade de controlar o uso em termos de início,
término ou nível de consumo(falta de controle);
3.
Reações físicas com a retirada como: ansiedade,
distúrbio do sono, depressão e convulsões
(abstinência);
4.
Necessidade de doses maiores (tolerância);
5.
Abandono progressivo de outros prazeres e interesses
e aumento de tempo para uso e/ou se recuperar dos
efeitos (relevância);
6.
Persistência no uso apesar das conseqüências (perda da
crítica).
Ação das Drogas
no S.N.C.
DROGAS DEPRESSORAS - diminuem a atividade mental.
Afetam o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais
lenta. Essas drogas diminuem a atenção, a concentração, a
tensão emocional e a capacidade intelectual. Ex.
tranqüilizantes, álcool, cola, morfina, heroína.
DROGAS ESTIMULANTES - aumentam a atividade mental.
Afetam o cérebro, fazendo com que funcione de forma mais
acelerada. Ex. nicotina, cafeína, anfetamina, cocaína, crack
DROGAS ALUCINÓGENAS - alteram a percepção,
provocando distúrbios no funcionamento do cérebro,
fazendo com que ele passe a trabalhar de forma
desordenada, numa espécie de delírio. Ex. LSD, ecstasy,
maconha.
O Cuidado na Atenção Básica
Promoção da Saúde;
Prevenção;
Diagnóstico Precoce e Tratamento;
Reabilitação.
Promoção da Saúde
Contrabalançar Autonomia x Proteção;
Risco Coletivo x Direito Individual;
Intersetorialidade e os múltiplos saberes;
Hábitos de Vida, a cultura local e seus
valores;
A interferência da propaganda;
A questão lúdica da droga.
Prevenção
Conceito de risco, fatores de risco e população de
risco;
Dimensionamento do problema na área de atuação
e as prioridades para intervenção, planejamento;
Atividades nos domicílios, na comunidade e seus
aparelhos, nas escolas, nos ambientes de trabalho e
nas unidades de saúde;
A questão legal e os limites de uso;
Uso
/
Abuso
/
Dependência.
Diagnóstico e Tratamento
Utilização de protocolos testados e/ou
roteiros adaptados, pela alta prevalência,
sempre pesquisar;
Estratégias para os principais problemas:
1.
2.
3.
4.
Tabagismo;
Alcoolismo;
Benzodiazepínicos;
Drogas Ilícitas.
Tabagismo
A nicotina como droga
Propriedades psicoativas;
Padrão de auto administração;
Compulsão;
Tolerância farmacológica;
Síndrome de abstinência.
Por que as pessoas continuam a
fumar?
“ Para relaxar, pelo sabor, para preencher o tempo, para
fazer alguma coisa com as mãos. Mas na maioria dos
casos, as pessoas fumam porque sentem que deixar de
fumar é muito difícil. ”
Phillip Morris:apresentação interna, 1984
“Nicotina causa dependência. Portanto nosso negócio é
vender nicotina, uma droga que causa dependência e é
efetiva no alívio do estresse.”
Addison Yeaman, Brown & Williamson,
17 de julho de 1963
Ciclo da dependência da nicotina
Uso para prazer, melhora
da performance e
regulação do humor
Tolerância e dependência
física
Uso para automedicação de sintomas
de abstinência
Abstinência de nicotina
produz sintomas
Benowitz NL. Med Clin North Am. 1992; 76: 423.
Dependência psicológica
“Deixando de fumar privaria o espetáculo de seu
interesse, a comida de seu sabor, o trabalho
matinal de sua vivacidade e frescor. A vida se
tornaria empobrecida.”
“Para deixar de fumar seria necessário reduzir o
cigarro a não mais do que ele mesmo: uma erva
que se queima”
Jean Paul Sartre
Tabagismo – Enfoques para o
Tratamento na ABS
Lugar que a droga ocupa na vida do tabagista
(Crenças);
A dependência do tabaco envolve riscos à vida do
fumante, o que sugere uma intervenção breve;
Na dependência do tabaco, o indivíduo não “se
submete” ao tratamento, participa do processo;
Deixar de fumar é o primeiro passo, o segundo é
manter, e o que possibilita o alcance dessas metas
é a mudança de comportamento.
Abordagem Cognitiva
Comportamental
Modelo de intervenção centrado na mudança de
crenças e comportamentos que levam um
indivíduo a lidar com uma determinada situação.
É o eixo central do tratamento, com ou sem o
apoio medicamentoso.
Ministério da Saúde - MS
Instituto Nacional de Câncer - INCA
Coordenação de Prevenção e Vigilância - Conprev
Divisão de Programas de Controle do Tabagismo e outros Fatores de
Risco de Câncer
Por Que Esta Abordagem No
Tratamento Do Tabagista ?
Participação ativa do paciente e do profissional de
saúde;
Orienta-se em metas que visam resolução do
problema;
Utilizada com eficácia no tratamento de outras
dependências químicas;
Visa ter um tempo limitado;
As sessões são estruturadas;
Ajuda o paciente identificar, avaliar e reestruturar
os pensamentos;
Não invalida que outros trabalhos sejam realizados
em seguida, após intervenção na “crise”.
Postura na Abordagem do
Fumante
Empatia
Respeito
Acolhimento
Tratar Individualmente ou em
Grupo?
Optar por tratamento em grupo porque o
Programa usa esta interação para incentivar e
apoiar as mudanças, sem estimular a
dependência.
Optar por tratamento individual nas seguintes
situações:
Transtorno Psiquiátrico.
Características de personalidade.
Opção do paciente por individual.
Apoio Medicamentoso
Objetivos
Minimizar os sintomas da síndrome de
abstinência.
Deve ser sempre utilizado com a
abordagem cognitivo-comportamental.
Teste de Fagerström
1) Quanto tempo após acordar você fuma o
primeiro cigarro?
Dentro de 5 minutos = 3
Entre 6-30 minutos = 2
Entre 31-60 minutos = 1
Após 60 minutos
=0
2) Você acha difícil não fumar em lugares
proibidos como igrejas, cinemas, ônibus, etc?
Sim = 1
Não = 0
Teste de Fagerström
3) Qual o cigarro do dia que traz mais satisfação?
O primeiro da manhã= 1
Outros
=0
4) Quantos cigarros você fuma por dia?
Menos de 10
=0
De 11 a 20
=1
De 21 a 30
=2
Mais de 31
=3
5) Você fuma mais freqüentemente pela manhã?
Sim = 1
Não = 0
Teste de Fagerström
6) Você fuma mesmo doente, quando precisa ficar
de cama?
Sim
=1
Não
=0
Grau de Dependência:
0 - 2 pontos = muito baixo
3 - 4 pontos = baixo
5 pontos
= médio
6 - 7 pontos = elevado
8 - 10 pontos= muito elevado
Situações Potenciais para o Uso
do Apoio Medicamentoso
Fumantes de 20 ou mais cigarros por dia;
Quem fuma o 1º cigarro até 30 minutos após
acordar e fuma, no mínimo 10 cigarros por dia;
Teste de Fagerström igual ou maior do que
“score” 5;
Quem tentou parar com abordagem cognitivocomportamental, e não conseguiu devido aos
sintomas de abstinência insuportáveis;
Alcoolismo
Estatísticas no Brasil e no mundo
sugerem uma prevalência de
5-10%
da população adulta;
9 - 32% dos leitos ocupados em hospitais
gerais no Brasil apresentam padrão de
consumo abusivo de álcool;
Alta prevalência X Baixo registro
diagnóstico.
As Bebidas Alcoólicas
O etanol (álcool etílico ) é uma substância psicoativa
com capacidade de produzir alterações no SNC,
modificando o comportamento de quem usa e por ter
efeito prazeroso, induz à repetição;
São obtidas a partir de dois processos : fermentação
e destilação;
O teor alcoólico é medido em graus Gay-Lussac (GL)
que equivale ao volume em ml de etanol / 100 ml da
bebida;
CERVEJA : 4 - 5 graus GL
VINHO : 8 - 14 graus GL
DESTILADAS : 40 - 50 graus GL
Contra-indicação Absoluta ao
Uso de Álcool
Indivíduos que manejam veículos ou máquinas
industriais;
Gestantes principalmente no primeiro trimestre;
Mulheres em fase de aleitamento;
Crianças;
Pacientes em uso de determinadas medicações com
efeito sobre o SNC ou com comprovada reação
adversa desta associação.
Diagnóstico de Alcoolismo
Deve ser investigado em todos os indivíduos que
procurem atendimento, em face da alta prevalência;
Investigar quadros clínicos que possam estar
associados ao alcoolismo;
Utilizar as 4 perguntas abaixo - questionário Cage :
1.
Alguma vez sentiu que deveria diminuir ou parar de beber ?
2.
As pessoas o/a aborrecem porque criticam o seu modo de
beber ?
3.
Você se sente culpado/a pela maneira com que bebe ?
4.
Costuma beber pela manhã para diminuir o “nervosismo” ou
a ressaca ?
Duas respostas afirmativas - altamente indicativo de alcoolismo.
Tratamento do Alcoolismo
Três fases :
1. Abordagem;
2. Desintoxicação;
3. Manutenção.
Abordagem ao paciente e sua família :
Postura do profissional de saúde abordando a
questão como um real problema de saúde;
Fazer correlações dos problemas do paciente como
uso do álcool;
Informação da reversibilidade do quadro.
A Desintoxicação – Onde
Tratar?
Fatores para tomada de decisão:
Intensidade do quadro;
Nível das complicações clínicas e psíquicas;
Nível da aceitação do paciente a sua realidade;
Nível da retaguarda familiar e assistencial
existente.
Roteiro para o Tratamento do
Alcoolismo na ABS
Identificar se existe dependência;
Identificar distúrbios de personalidade e
“deficit”de inteligência;
Identificar necessidades de tratamento de outros
diagnósticos psiquiátricos associados;
Avaliar a dinâmica familiar, apoio ou
dificuldades;
Identificar possibilidades de adaptação social e
problemas ocupacionais;
Identificar e tratar complicações clínicas.
Dependência aos
Benzodiazepínicos (BZDs)
Amplamente prescritos no tratamento dos
transtornos ansiosos durante todos os anos 70,
como uma opção segura e de baixa toxicidade.
O consumo em larga escala ao final dos anos 70
permitiu a detecção de potencial risco de
dependência entre os usuários.
Hoje os BDZs possuem indicações precisas para
controle da ansiedade e co-adjuvante dos
principais transtornos psiquiátricos, mas
continuam sendo prescritos de modo
indiscriminado.2
Epidemiologia do Uso de BZD
50 milhões de pessoas fazem uso diário de BZDs,
mais em mulheres > 50 anos, com problemas
médicos e psiquiátricos crônicos.
Os BZDs são responsáveis por cerca de 50% de
toda a prescrição psicotrópicos.
Atualmente 10% dos adultos recebem prescrições
de BZDs, a maioria destas feitas por clínicos e
estima-se que todo clínico tenha
clientes
dependentes de BZDs.
50% gostariam de parar o uso, e 30% pensam que
o uso é estimulado pelos médicos.
Problemas no Uso de BZDs
Sonolência excessiva diurna (“ressaca”)
Piora da coordenação motora fina;
Piora da memória (amnésia);
Tontura, zumbidos;
Quedas e risco de acidentes no trânsito;
Reação Paradoxal, excitação, agressividade e
desinibição, mais freqüente em crianças, idosos e
deficientes mentais;
Anestesia Emocional, indiferença afetiva a eventos
da vida;
50% de quem usa por mais de um ano, usam por 5
a 10 anos.
Custos sócio-econômicos do uso
por 1 ano ou mais
Risco aumentado de acidentes: no tráfego, em casa,
no trabalho;
Risco aumentado de overdose em combinação com
outras drogas;
Risco aumentado de tentativas de suicídio,
especialmente em depressão;
Risco de atitudes anti-sociais e contribuição para
problemas na interação interpessoal;
Redução da capacidade de trabalho, desemprego;
Custo com internações, consultas, exames.
Sinais Menores da Síndrome de
Abstinência por BDZ
Tremores, Sudorese e Palpitações;
Letargia;
Anorexia, Náuseas e Vômitos;
Sintomas gripais;
Cefaléia e Dores musculares;
Insônia, Irritabilidade e Dificuldade de
concentração;
Inquietação, Agitação e Pesadelos;
Prejuízo da memória;
Despersonalização/desrealização.
Sinais Maiores da Síndrome de
Abstinência por BDZ
Convulsões
Alucinações
Delirium
Tratamento da Dependência a
BZD
A melhor técnica é a retirada gradual da
medicação;
Reduzir um quarto da dose por semana até a
retirada, em torno de 6 a 8 semanas;
Retirar 50% da dose nas primeiras 2 semanas;
Substituir por BZDs de meia-vida longa como o
Diazepam ou Clonazepam;
Medidas não-farmacológicas, suporte
psicológico
Dependência de Drogas Ilícitas
- Cocaína
Ingerida ou aspirada, a cocaína age sobre o
sistema nervoso periférico, inibindo a reabsorção,
pelos nervos, da norepinefrina
Assim, ela potencializa os efeitos da estimulação
dos nervos.
A cocaína é também um estimulante do sistema
nervoso central, agindo sobre ele com efeito
similar ao das anfetaminas.
O efeito da cocaína pode levar a um aumento de
excitabilidade, ansiedade, elevação da pressão
sangüínea, náusea e até mesmo alucinações.
Por que a cocaína vicia?
A dependência à cocaína está relacionada as suas
propriedades psicoestimulantes e ação anestésica
local.
A dopamina e outros neurotransmissores “são as
recompensas” do cérebro e o aumento gerado
pelo bloqueio de recaptação feito pela cocaína,
pode ser responsável pelo grande potencial de
dependência da droga.
A cocaína causa um excesso de neurotransmissor,
fato biológico cuja correlação psicológica é uma
sensação de magnificência, euforia, prazer,
excitação sexual, a "Sindrome de Popeye.
Evolução para a Dependência
Emagrecimento, insônia, sangramento do nariz e
corisa persistente, lesão da mucosa nasal e tecidos
nasais, podendo inclusive causar perfuração do
septo podem surgir em alguns meses ou mesmo
semanas.
Doses elevadas consumidas regularmente causam
palidez, suor frio, desmaios, convulsões e parada
respiratória.
Afeta especialmente as áreas motoras, produzindo
agitação intensa.
A ação no corpo é breve, durando cerca de meia
hora, e a droga é rapidamente metabolizada pelo
organismo.
Síndrome de Abstinência à
Cocaína
O uso prolongado da cocaína pode fazer com que
o cérebro se adapte a ela, de forma que ele começa
a depender da droga para funcionar normalmente
diminuindo os níveis de dopamina no neurônio.
Se o indivíduo parar de usar cocaína, já não existe
dopamina suficiente nas sinapses e então ele
experimenta o oposto do prazer - fadiga, depressão
e humor alterado.
Tratamento da Síndrome de
Abstinência à Cocaína
Ao contrário da gravidade do quadro, os sintomas
de abstinência subseqüentes à interrupção do uso
de cocaína em pacientes com dependência de
cocaína não complicada, são relativamente leves e
progressivamente reduzidos no primeiro mês, sem
tratamento medicamentoso.
Medidas não-farmacológicas, suporte psicológico.
Tratamento da Intoxicação
Aguda
Os pacientes com intoxicação aguda por cocaína
devem ser observados e monitorados em um
serviço de emergência até a remissão dos
sintomas.
Os principais objetivos do tratamento são a
redução da irritabilidade do sistema nervoso
simpático e dos sintomas psicóticos, enquanto
acelera-se a excreção da droga.
Diazepam ou haloperidol são preferíveis para o
tratamento da agitação, mas pode haver
necessidade de contenção física.
Dependência de Drogas Ilícitas
- Maconha
Os usuários de doses elevadas de canábis podem
desenvolver uma dependência física caracterizada
por sintomas de abstinência leve e tolerância.
Entretanto, na prática clínica é mais fácil
evidenciar o padrão de uso compulsivo entre os
usuários “pesados” de canábis.
Aliás, o padrão de uso compulsivo é mais comum
nos usuários das preparações com maior
concentração de delta-9-THC (por ex. “haxixe”).
Evidências para a dependência
de maconha
A crença a respeito de que a maconha não levava à
tolerância e que não havia sintomas de abstinência foi
mudado com um estudo em 1976.
Doses de THC foram ministradas a voluntários por 4
semanas, ao fim destas relatavam que "a maconha era
muito mais fraca."
A síndrome de abstinência tem se apresentado com
inquietude, ansiedade, disforia, irritabilidade, insônia,
anorexia, tremores musculares, aumento dos reflexos,
alterações de batimentos cardíacos, pressão sanguínea,
suores e diarréia.
A síndrome pode aparecer em torno de 10 horas de
abstinência e atingir seu pico por volta das 48 horas e só
diminuem após 3 semanas.
Tratamento do abuso de
maconha
O abuso da maconha deve ser tratado como
o das outras drogas, com o suporte
psicológico daqueles que os cercam
(amigos, família, etc.) e de profissionais da
área de saúde.
Programas de prevenção auxiliam as
pessoas a se tornarem mais seguras e não
usarem as drogas como forma de escapar de
seus problemas.
Ecstasy
O metileno-dioxi-metanfetamina (MDMA),
conhecido como ecstasy, é um tipo de anfetamina
que, diferentemente das outras, pode produzir
efeitos parecidos aos provocados pelos
alucinógenos (tem dois componentes, um com
efeito estimulante e outro alucinógeno).
O comprimido pode conter efedrina, ketamina (um
anestésico de uso veterinário), cafeína e cocaína,
além do MDMA.
Efeitos do Ecstasy
Os efeitos podem começar em até uma hora e
durar até seis e alguns podem continuar por 32
horas.
Em dose baixa, 1 comprimido, causa:
Bem-estar e afetuosidade com outras pessoas;
Ansiedade e paranóia (medo de ser machucada);
Aumento na pressão sanguínea e da temperatura
corporal;
Sudorese intensa e desidratação;
Náuseas;
Ranger de dentes ou aperto da mandíbula.
Efeitos do Ecstasy em Altas
Doses – mais de 2 comprimidos
Alucinações (visual, olfativa, tátil ou auditiva);
Sensação de que está flutuando;
Falar ou fazer coisas inadequadas ao contexto;
Vômitos;
Perda do apetite;
Depressão após cessar a intoxicação (pode ocorrer
mesmo em pequenas quantidades);
Sensação de dores musculares;
Dificuldade de concentração, principalmente após
cessar a intoxicação
Ecstasy e Dependência
Não existe evidência científica de dependência por
ecstasy.
Os dois únicos casos descritos na literatura foram
de usuários de múltiplas drogas.
Algumas combinações podem ser perigosas, como
consumir outras anfetaminas, ou cocaína, que
potencializam os efeitos sobre o coração e também
podem aumentar a ansiedade e a paranóia.
Misturar com outros alucinógenos pode causar
psicose.
Para refletirmos
“A gente não se liberta de um hábito
atirando-o pela janela: é preciso fazêlo descer a escada, degrau por
degrau”
Mark Twain