TEMA: As Políticas Públicas na Construção do Estado Democrático Importante ao exame de qualquer temática é conhecer seus fundamentos teóricos, pois da compreensão deste imprescindível embasamento conceitual é que se obterá a maximização do potencial de utilidade das concepções teóricas dos autores estudados. Assim, o presente artigo objetiva trazer elementos que contribuam para a compreensão da relação entre políticas públicas e Estados enfocando autores disponibilizados para o apoio teórico do curso. No atual cenário político pelo qual o país vem passando, a sociedade brasileira produziu novas relações entre os indivíduos e o Estado. A participação social ganha mais importância e novos contornos para mudar as relações entre o Estado e a sociedade civil, ou melhor, entre a concepção de Estado e a(s) política(s) que este implementa, em uma determinada sociedade e período histórico, um exemplo é a maior participação popular no processo decisório sobre as políticas públicas sociais. Os desafios da participação não é nada simples nesse período de democratização da sociedade, ou seja, da parte do Estado qualquer iniciativa que pretenda sinceramente enfrentar a questão social necessita agregar a participação ativa da sociedade civil como condição essencial para o desenvolvimento. Segundo Bresser “A sociedade civil engloba todas as relações sociais que estão à margem do Estado mas que exercem algum tipo de influência sobre ele” (pág. 10). Nesse contexto a participação popular da sociedade civil contra os interesses da classe dominante se expressa por intermédio de políticas públicas pela democracia. Especialmente quando se estuda as políticas sociais (usualmente entendidas como as de educação, saúde, previdência, habitação, saneamento etc.) os fatores envolvidos para o alcance de seu “sucesso” ou “fracasso” são complexos, variados, e exigem grande esforço de análise. Torna-se importante aqui ressaltar de acordo com Celina Souza: “Assim, do ponto de vista teórico-conceitual, a política pública em geral e a política social em particular são campos multidisciplinares, e seu foco está nas explicações sobre a natureza da política pública e seus processos. Por isso, uma teoria geral da política pública implica a busca de sintetizar teorias construídas no campo da sociologia, da ciência política e da economia. As políticas públicas repercutem na economia e nas sociedades, daí por que qualquer teoria da política pública precisa também explicar as inter-relações entre Estado, política, economia e sociedade”. Nesse contexto as políticas públicas são compreendidas como as de responsabilidade do Estado no que se refere à implementação e manutenção a partir de um processo de tomada de decisões que envolvem órgãos públicos e diferentes organismos e agentes da sociedade relacionados à política implementada. Portanto, as políticas públicas sociais se referem a ações que determinam o padrão de proteção social implementado pelo Estado, voltadas, em princípio, para a redistribuição dos benefícios sociais visando a diminuição das desigualdades estruturais produzidas pelo desenvolvimento socioeconômico. Historicamente as políticas sociais têm suas origens nos movimentos populares do século XIX, voltadas aos conflitos surgidos entre capital e trabalho, no desenvolvimento das primeiras revoluções industriais. Partindo dessa análise observamos a contribuição de Celina Souza quando diz: “A formulação de políticas públicas constitui-se no estágio em que os governos democráticos traduzem seus propósitos e plataformas eleitorais em programas e ações que produzirão resultados ou mudanças no mundo real”. Ressaltando a dinâmica e movimento próprio do Estado nas sociedades capitalistas modernas o impacto das políticas públicas sociais implementadas pelo Estado sofrem o efeito de interesses diferentes expressos nas relações sociais de poder. Assim entende-se que o processo de definição de políticas públicas para uma sociedade reflete os conflitos de interesses, ou seja, os arranjos feitos nas esferas de poder que perpassam as instituições do Estado e da sociedade como um todo. Segundo Carlos Siqueira: “O caráter mais ou menos democrático do sistema político existente em um país fará com que sua população se transforme ou não em povo, ou seja, no conjunto de cidadãos com direitos políticos efetivos e teoricamente iguais. Nesses termos, o povo pode ser considerado não como o objeto sobre o qual o Estado exerce seu poder, mas como um de seus elementos constitutivos.” Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de políticas públicas sociais de uma nação. É através da produção de conhecimentos que um país cresce, aumentando sua renda e a qualidade de vida dos cidadãos. Embora o Brasil tenha avançado neste campo nas últimas décadas, ainda há muito para ser feito. A escola (Ensino Fundamental e Médio) ou a universidade tornaramse locais de grande importância para a ascensão social e muitas famílias tem investido muito neste setor. Por fim, longe de chegarmos a uma conclusão final sobre a temática estudada a análise teórica sobre as políticas públicas e o Estado possibilitou trazer ao debate a importância das diferentes visões dos autores estudados e a partir dessa perspectiva observamos que a democratização da sociedade brasileira deu origem a novas relações entre a sociedade civil organizada e o Estado. A questão da participação popular ganha maior importância no contexto social e novos contornos, e os desafios são igualmente importantes no processo decisório sobre a implementação das políticas públicas.