ASPECTOS PSICOTERAPÊUTICOS DO PÚBLICO NUMA SESSÃO DE TEATRO ESPONTÂNEO NA MODALIDADE PLAYBACK (PUIC) Ciências Humanas. PEDROSO, Lenemar Nascimento (PUIC); PEREIRA, Elisângela; ALMEIDA, Viviane Oliveira (Orientadora). Curso: Psicologia/Psicodrama. Campus: Tubarão (SC). INTRODUÇÃO RESULTADOS O programa do curso de Psicologia da Unisul contempla as disciplinas de Psicodrama I e II. O Psicodrama é uma das abordagens da Psicologia que tem como técnica terapêutica o método de ação. Ele trabalha com várias perspectivas psicoterapêuticas, como a Psicoterapia de Grupo, o Psicodrama (grupal, bi-pessoal, casal e familiar), o Sociodrama e o Teatro Espontâneo. O Teatro Espontâneo proporciona o resgate da espontaneidade e criatividade do ser humano, pois com o passar do tempo o indivíduo cristaliza-se em conservas culturais através do meio em que vive embotando papéis e situações. Com o envolvimento e a participação no Teatro Espontâneo, o indivíduo pode vivenciar outros papéis que até então não era possível, assim como tem a oportunidade de refletir sobre sua vida, seus relacionamento, viver, reviver e reinventar histórias reais ou fantasiosas. O Teatro Espontâneo é utilizado na Sociatria como um recurso altamente terapêutico. (SALAS, 2000). Antes do espetáculo, indagou-se ao público se gostava de teatro. O resultado foi unânime, onde todas das pessoas entrevistadas afirmaram gostar de teatro. Outra questão observada foi que mesmo não tendo assistido a um espetáculo do grupo “Improviso da Trupe”, e poucos sabiam que se tratava de um espetáculo de teatro espontâneo terapêutico com alunos de Psicologia da UNISUL. Antes da apresentação o público na sua maioria apresenta sentimentos considerados prazerosos como felicidade, bem-estar, com expectativas em relação ao que vai ocorrer. Mas encontra-se também uma parte do público que inicia a apresentação com sentimentos como cansaço, ansiedade, apreensão. Quando foram indagados sobre como está sua vida, no momento do espetáculo, aparecem diversas situações, oscilando entre a melhor fase da vida até tumultuada ou triste. A última pergunta, antes da apresentação, foi em relação às expectativas do público, onde observa-se que a grande maioria tem dentre elas uma variação entre reflexão, aprendizado, descontração, ver atuação do grupo no palco. Esse fato supõe que o público visa sentimentos prazerosos. Após o espetáculo, com base nas respostas do público, conclui-se que a maioria tiveram uma percepção positiva em relação ao espetáculo, o que faz pensar que o trabalho que o grupo de teatro “Improviso da Trupe” desenvolve tem um efeito terapêutico. De forma geral, o público relatou que se sente bem após assistir o espetáculo, o que pressupõe que saíram melhor do que chegaram. Houve uma transformação de sentimentos, pois chegaram cansados e com a vida muito agitada e saem se sentindo melhores e reflexivos. Assim o método Playback demonstra o seu efeito terapêutico. Sendo assim, nota-se que as percepções são variadas, onde alternam entre estar pensativo e não perceber modificação, mesmo assim prevaleceu certa mudança dos sentimentos e percepção do público. OBJETIVOS GERAL: -Descrever os aspectos terapêuticos do público de uma sessão de Teatro Espontâneo na modalidade de Playback Theatre. ESPECÍFICOS: - Levantar as possibilidades terapêuticas do teatro Espontâneo no estilo Playback; - Identificar os sentimentos do público antes e após a apresentação do Playback; - Descrever as percepções e sensações do público da sua vida a partir da sessão de teatro espontâneo estilo Playback; - Avaliar o projeto de extensão com Teatro Espontâneo se consegue atingir seus objetivos em relação ao público (comunidade). METODOLOGIA O projeto terá como método a pesquisa quantitativa de descrição, exploratória. Será realizada através de um estudo de campo. O tipo da pesquisa terá como objeto deste estudo o grupo teatral extensionista do curso de Psicologia de Tubarão “Improviso da Trupe”. - A população: serão todos os sujeitos que participarem como público de uma sessão de teatro espontâneo na modalidade de Playback. - Amostra: serão 10% do público das apresentações realizadas no período de outubro a dezembro de 2008 do grupo teatral do curso de Psicologia Unisul – Tubarão “Improviso da Trupe”. Os sujeitos serão escolhidos aleatoriamente, que passarão por uma entrevista antes de participarem da sessão do teatro espontâneo e uma outra ao final desta. - Processo de levantamento de registro: serão aplicadas duas entrevistas semiestruturadas, o público será entrevistado antes e após o espetáculo. - Técnicas de coleta de dados: duas entrevistas a serem realizadas antes e após o espetáculo. - Instrumentos: entrevista com a utilização de um gravador para melhor alcance dos dados. - Método de Análise: será realizada pelo método de análise de conteúdo. CONCLUSÕES De forma geral, observa-se que a maioria do público que assiste à um espetáculo no modelo Playback de Teatro Espontâneo revive ou relembra experiências de sua vida, por meio das histórias dramatizadas. Algumas pessoas da platéia não conseguem detectar necessariamente o que alterou na sua percepção atual, apenas reconhecem que algo mudou, o que os leva à reflexão. Alguns se sentem mais alegres e leves, e outros (minoria) não percebem modificação na sua percepção. A relação que o espetáculo, realizado pelo “Improviso da Trupe”, busca estabelecer com o público diz respeito a um teatro que procura revelar o social. O destaque no trabalho sobre a percepção, sensação e sentidos demonstra uma preocupação do grupo em retomar certos “vínculos” humanos que, hoje em dia, podem estar ofuscados diante da dinâmica social/urbana. Neste sentido, ao refletir sobre o que o grupo de teatro “Improviso da Trupe” propõe ao público, observa-se que a proposta do grupo em trabalhar sensações e percepções pode ser percebida a partir da identificação, talvez distorcida, da percepção e sensação que o cotidiano produz. Dessa forma, conclui-se que o Playback tem um efeito positivo e terapêutico para seu público, pois possibilita uma cena vivida ser representada no palco. BIBLIOGRAFIA AGUIAR, Moysés. Teatro espontâneo e Psicodrama. São Paulo: Agora, 1998. BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992. REÑONES, Albor Vives. Do playback theatre ao teatro de criação. São Paulo: Àgora, 2000. SALAS, Jo. Playback theatre: uma nova forma de expressar ação e emoção. Tradução Ângela Bernardes e Antônio Ferrara. São Paulo: Ágora, 2000. Apoio Financeiro: Unisul