Curso Nacional de Atualização em Pneumologia – SBPT 2012 Tratamento da dor oncológica Dr Guilherme Costa Mestre em Pneumologia - UNIFESP Especialista em Pneumologia – SBPT Coordenador da Comissão de Câncer – SBPT 2011-2012 [email protected] PARABÉNS !!!! Manual de condutas clínicas no câncer de pulmão Definição Dor – sensação subjetiva desagradável de intensidade variável lesão real ou potencial Associação Internacional para estudo da Dor (IASP - 1986 Dor - benefício Alarme Defesa Proteção Aspectos somáticos Neoplasia Aspectos Espirituais Liberdade Morte DOR TOTAL Amor Aspectos Psicológicos Medo Ansiedade Depressão Aspectos sociais Financeiro Relacionamentos Origem Dor Oncológica - multifatorial Envolvimento Tecidual e neural da radioterapia Síndromes paraneoplásicas DOR Neuropatia induzida pela quimioterapia Dor no pós-operatório The management of cancer pain. Judith A. Paice and Betty Ferrell . CA Cancer J Clin 2011;61;157-182; Controle do tratamento oncológico Objetivo: Aumentar sobrevida Reduzir sintomas clínicos Otimizar qualidade de vida Lung cancer – Chest 2007 Early Palliative Care for Patients with Metastatic Non–Small-Cell Lung Cancer N Engl J Med 2010;363:733-42. Prevalência da dor oncológica Países em desenvolvimento – alta 56% - dor moderada a severa 69% - comprometem atividades habituais OMS – 80% dos pacientes no mundo são inadequadamente tratadas The management of cancer pain. Judith A. Paice and Betty Ferrell . CA Cancer J Clin 2011;61;157-182; Sintomas e sinais CHEST 2007; 132:149S–160S Prevalência da dor oncológica Diagnosticado recentemente – 25% Sob tratamento oncológico – 33% Doença avançada – 75% Dor crônica tratamento completado – 33% The management of cancer pain. Judith A. Paice and Betty Ferrell . CA Cancer J Clin 2011;61;157-182 Fisiopatogenia – Dor X câncer de pulmão Parede torácica Músculos Osso Pele Pleura parietal Nervos intercostais Nervo frênico – ombro Pleura Visceral Metástases Radiologia Como avaliar a Dor?? Avaliação da dor - 3 passos Localização Repercussão Intensidade Atividades pessoais Duração Atividades domésticas Características da dor Atividades intelectuais, lazer, sociais, etc. Fatores agravantes e alívio Tratamento prévios The management of cancer pain. Judith A. Paice and Betty Ferrell . CA Cancer J Clin 2011;61;157-182; 1º passo – Avaliação da tipo de dor Nociceptiva somática Metastases osséas Infiltração de partes moles Neuropática Pós-qxt Infiltração neural Nociceptiva visceral Metástases hepática Pleuropulmonar Associação Internacional para estudo da Dor (IASP - 1986 Dor neuropática Início: tempos depois da injúria Características: Queimação, pressão, sensação ao toque, formigamento, sensação de calor ou frio Dor dinâmica Dor produzida por estímulos outros Manual de tratamento da DOR. Fauzia F. Naime 1ª edição 2009 2º passo - Modalidades de tratamento Tratamento específico da dor Medicamentoso (opiódes, anticonvulsivantes, bifosfonados, corticóides) Radioterapia paliativa Bloqueios sensitivos Tratamento oncológico Quimioterapia Radioterapia Cirurgia - Qualidade de vida - Melhora dos sintomas - Sobrevida Meta-Analysis of Psychosocial Interventions to Reduce Pain in Patients With Cancer J Clin Oncol 30:539-547. © 2012 3º passo - Intensidade da dor Fonte: OMS Tratamento clínico da dor Entre 1 a 3 – intensidade - leve Entre 4 a 6 – dor moderada Entre 7 a 10 – dor severa FONTE: OMS Como tratar a dor?? Severa Moderada Leve Opiódes fracos + adjuvantes Analgégico Não-opióde + Adjuvantes Morfina Metadona Fentanil DOR Fonte: OMS Opiódes fortes + adjuvantes Codeína Tramadol Tratamento farmacológico da Dor Opíodes + antidepressivos + anticonvulsivantes + neurolépticos Terapia adjuvante Laxantes Antieméticos Corticóides Bifosfonatos FONTE: OMS Equivalência de doses Droga Dose EV Dose VO Meia-vida Intervalo Morfina 10 30 2-3 h 4 a 6 hs Morfina LS 30 - 12-24 hs 12 hs Metadona 5-10 10-20 12-190 hs 4-12 hs Tramadol 100 mg 3-4 6 hs Codeína 200 120 3-4 4-6 hs Fentanil adesivos 50 µg/h = 180mg/dia morfina 3 dias Início do tratamento DROGA DOSE INTERVALO Morfina 5 – 10 mg cada 4 ou 6 hs Codeína 30 mg Cada 4 ou 6 hs Metadona 5 mg Cada 8 ou 12 hs Fentanil 25 - 50µg 3 dias (72 horas) The management of cancer pain. Judith A. Paice and Betty Ferrell . CA Cancer J Clin 2011;61;157-182; Dor neuropática Dor em queimação, contínua e mal delimitada em um determinado segmento do corpo; Ex: Antidepressivos triciclícos Paroxismos de dor intensa em choque; Ex: Anticonvulsivantes The management of cancer pain. Judith A. Paice and Betty Ferrell . CA Cancer J Clin 2011;61;157-182; Recomendações de prescrição Via oral: preferência Intervalo: manter sem dor Individualizar: dose do paciente Orientação aos efeitos colaterais e urgências Seguimento: Ajuste da dose e associações Manual de tratamento da DOR. Fauzia F. Naime 1ª edição 2009 Metástases ósseas Prospective, Observational Study of Pain and Analgesic Prescribing in Medical Oncology Outpatients With Breast, Colorectal, Lung, or Prostate Cancer Inicial 30 dias J Clin Oncol 30. © 2012 Erros no tratamento da DOR Opiofobia Paciente Seguimento • • • • Associação de opiódes fracos e fortes Doses inadequadas Receio de dependência medicamentosa Medicar quando houver DOR • Natureza subjetiva e multidimensional da dor • Ansiedade e depressão • Erro na avaliação intensidade da dor • Dor faz parte da doença Evidence-Based Standards for Cancer Pain Management. J Clin Oncol 26:3879-3885. © 2008 Efeitos colaterais Constipação Náuseas/vômitos Sedação/confusão mental Retenção urinária Depressão respiratória Evidence-Based Standards for Cancer Pain Management. J Clin Oncol 26:3879-3885. © 2008 Conclusão: Dor é freqüente e multifatorial Inadequadamente tratada Associação de medicamentos Seguir:Controle adequado da dor Evitar: Opiofobia Obrigado !! “ Tolerar um paciente com dor é um erro médico grave”