ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO AO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM PEDIATRIA DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA -HMIB/SES/DF URTICÁRIA AGUDA E ANAFILAXIA NA EMERGÊNCIA: COMO ABORDAR? { Fernanda de Macêdo Lopes Orientador: Dr. Jefferson Pinheiro www.paulomargotto.com.br Brasília, 26 de novembro de 2014 CONCEITO: Urticária: placas ou pápulas eritemotosas e elevadas, tamanhos variados, isoladas ou coalescentes, que aparecem e desaparecem em diferentes locais de forma fugaz, com prurido associado e pele retornando a normalidade até 24h de início dos sintomas; Urticária aguda: regressão em até 6 semanas Angioedema: edema da derme profunda, subcutâneo e submucoso, associado a dor e prurido local, com resolução até 72h de início do quadro OBS: podem ser sintomas de anafilaxia!!! INTRODUÇÃO Revisão de literatura nacional e internacional utilizando os bancos de dados MEDLINE, LILACS-BIREME e COCHRANE; sendo selecionados artigos publicados nos últimos 10 anos, abordando urticaria e anafilaxia em suas diversas manifestações, complicações e tratamento. A pesquisa bibliográfica incluiu artigos originais, artigos de revisão, editoriais e diretrizes escritos nas línguas inglesa, portuguesa e espanhola, sendo adotadas as normas de formatação do Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria. METODOLOGIA Urticária é um problema comum na faixa etária pediátrica e no prontosocorro infantil, afetando aproximadamente 20% das pessoas em algum momento de suas vidas; 5-6% dos casos acontecem em crianças; 15-20% das crianças terão ao menos um episódio de urticária até a adolescência A incidência de anafilaxia vem aumentado ao longo dos anos A incidência de urticária aguda e anafilaxia é maior em crianças atópicas INCIDÊNCIA ALÉRGENO IgE específica MASTÓCITO SENSIBILIZADO FISIOPATOLOGIA URTICÁRIA ANAFILAXIA • Infecções • Hipersensibilidade a drogas • Alergia alimentar • Causas idiopáticas • Alergia alimentar • Hipersensibilidade a drogas • Látex de borracha • Venenos • Vacinas • Hemoderivados • Conservantes • Aditivos • Causas idiopáticas ETIOLOGIA www.sbd.org.br www.medicinapratica.com.br adr. thaihp.org MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS www.alergiafbbva.es MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Urticária aguda e angioedema: CLÍNICO!!! EXAMES COMPLEMENTARES OU TESTES DIAGNÓSTICOS NÃO SÃO RECOMENDADOS PARA INVESTIGAÇÃO NOS CASOS DE URTICÁRIA AGUDA DIAGNÓSTICO É ALTAMENTO PROVÁVEL QUANDO 1 DOS 3 CRITÉRIOS ABAIXO É PREENCHIDO APÓS EXPOSIÇÃO A UM ALÉRGENO Aparecimento súbito da doença, com envolvimento de pele e∕ou mucosas, juntamente com sintomas de comprometimento respiratório (broncoespasmo, estridor, falta de ar) e∕ou hipotensão ou sintomas associados a órgãos alvo (hipotonia, síncope, incontinência); Dois ou mais dos fatores seguintes, que ocorrem rapidamente após exposição ao alérgeno provável para o paciente: envolvimento mucocutâneo, acometimento respiratório, hipotensão ou sintomas associados a órgãos alvo, sintomas gastrointestinais; Hipotensão após exposição à alérgeno conhecido para determinados pacientes: hipotensão ou queda maior que 30% em lactentes e crianças, pressão arterial sistólica menor que 90 mmHg ou queda superior a 30% em adultos. DIAGNÓSTICO A abordagem terapêutica na urticária é universal e baseada nos mesmos princípios que em outras doenças dependentes de mastócitos; 2/3 dos pacientes com urticária aguda terão sintomas autolimitados, com resolução espontânea; A urticária aguda difere de todos os outros tipos de urticária por ter caráter autolimitado e seu tratamento é geralmente focado no alívio dos sintomas; Objetivos do tratamento: Eliminar o estímulo indutor Reduzir a liberação de mediadores de mastócitos e/ou reduzir seus efeitos nos órgão-alvo ou Induzir tolerância TRATAMENTO ANTI-HISTAMÍNICOS H2 + ANTI-HISTAMÍNICOS H1 CORTICÓIDES URTICÁRIA GIGANTE ANGIOEDEMA 3-5 DIAS DE TRATAMENTO PREDNISONA OU PREDNISOLONA 1MG/KG/DIA TRATAMENTO OBS: Urticária aguda como sintoma isolado não é indicação de internação hospitalar!!! Angioedema de laringe e de língua é considerado emergência médica e deve ser tratado com adrenalina IM pelo risco de obstrução de vias aéreas superiores. TRATAMENTO ANAFILAXIA? Remover o alérgeno ABCDE da reanimação Vias aéreas, Respiração, Circulação, Estado mental e Exposição Diagnóstico – busca por: Início súbito da doença; Risco de morte por problemas na permeabilidade das vias aéreas e/ou respiração e/ou distúrbios circulatórios; Mudança na pele/mucosas Posição: decúbito dorsal com membros inferiores elevados O2 complementar Fase rápida com SF 0,9% ADRENALINA IM Outras drogas: Anti-histamínicos Corticóides Broncodilatadores Vasopressores TRATAMENTO 0,01ml/Kg na diluição de 1:1000 Máximo de 0,3ml em crianças Pode ser repetida 2 ou 3 vezes Monitorização PA A urticária é um problema comum na faixa pediátrica, sendo causa frequente de consultas em pronto-socorro infantil; O tratamento de primeira linha são os anti-histamínicos H1 de segunda geração; Os corticóides estão indicados em casos de urticária gigante e angioedema; Pacientes com sintomas de pele isolados e estáveis durante um intervalo de 2h podem ser liberados para tratamento domiciliar; Se a urticária estiver associada a sintomas sistêmicos ou angioedema de face com obstrução das vias aéreas está indicado o uso de adrenalina IM; A adrenalina ainda é subutilizada e o atraso no início da sua utilização nos quadros de anafilaxia pode levar a um perfil bifásico do quadro, com reaparecimento dos sintomas até 72h após seu início ou levar a criança ao óbito. CONCLUSÃO MUITO OBRIGADA FAMÍLIA HMIB