Gastrenterites: Inflamação da mucosa intestinal causando diarréia, náusea, vômito e dor abdominal. Eliason & Lewan, 1998. Incidência: cerca de 1 bilhão de casos/ano crianças com menos de 5 anos. Diarréia aguda: mortalidade de 800.000 casos/ano (crianças < 5 anos de idade). WHR, 2005 Causas de Gastrenterites na Infância Países Desenvolvidos Em Desenvolvimento Vírus associados a Gastrenterites Rotavírus Norovírus Astrovírus Adenovírus entéricos ROTAVÍRUS • 1973: Bishop et al. • 1977: Linhares et al. Brasil Família: Reoviridae Gênero: Rotavírus Partícula Viral: esférica sem envelope 70nm de diâmetro capsídeo de simetria icosaédrica (triplo capsídeo viral) - Genoma: 11 segmentos de RNA dupla fita Rotavírus: Estrutura e Genoma Core: VP1 VP2 VP3 Capsídeo interno: VP6 (grupos A a G) Capsídeo externo: VP7 (G) VP4 (P) – espículas Sensíveis à protease Ptns Não- estruturais NSP1-NSP5 *NSP4: enterotoxina viral Rotavírus: Classificação em Grupos A B VP6 7 Grupos: C D E F G VP6: classificação em grupos testes diagnósticos humanos Rotavírus do Grupo A: Classificação binária Genótipos P (25) G (15) VP4 4 VP7 9 Humanos : Genótipos Comuns: G1P[8], G3P[8], G4P[8], G2P[4], G9 Propriedades físico-químicas Resistentes à pH ácido, álcool 70%, detergentes orgânicos, ao meio extracelular por semanas. Sensíveis à hipoclorito de sódio 3%, álcool 92%, formol, UV, beta-propriolactona. Rotavírus: Transmissão Transmissão: fecal-oral, respiratória e fômites Eliminação: 1 trilhão de partículas/g de fezes Dose Infectante: 10 partículas Idade da primeira infecção: 0 a 24 meses Período de incubação: 24 a 48 horas A distribuição dos Rotavírus no Brasil tem características sazonais nas regiões tropicais (RJ,SP,PR), mas não nas equatoriais (AM,PA). Ciclo de replicação dos Rotavírus Lise mediada pela NSP4 Rotavírus: Patogênese e manifestações clínicas Infecção limitada à mucosa intestinal, quase sempre Processo diarréico natureza osmótica NSP4: ”enterotoxina viral” A. Vilo normal (delgado e longo) B. Vilo atrofiado, epitélio destruído, hiperplasia das criptas de Rotavírus: Diagnóstico laboratorial Detecção do antígeno viral: Ensaio imunoenzimático Aglutinação em latex Detecção do genoma viral: símio grupo A em humanos - Eletroforese em policrilamida...RNA com 11 segmentos gênicos -Isolamento do vírus em cultura de células RV gp A Genotipagem: Reação em cadeia pela polimerase (RT-PCR) Rotavírus: Diferentes genótipos - Mutações - Duplicação ou deleção no genoma - Reestruturação (reassortment) 4 7 8 9 Rotavírus: Profilaxia • Vacina atenuada de vírus humano (RotaRix® – cepa RIX4414) com especificidade para G1P[8] – via oral; • Vacina reestruturada bovina-humana pentavalente (RotaTeq®) com especificidade G1, G2, G3, G4 e P8.- via oral Ambas estão no PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Brasil – para crianças até 1ano de idade. Importante queda na mortalidade e no número de casos graves. Efeitos adversos: intussuscepção Norovírus: 1972: Kapikian e col. por ME detectaram os NV surto de GE em escola primária de Norwalk, EUA 1990: Família: Caliciviridae Gênero: Norovirus Norwalk like virus small round structured viruses Sapovirus Vírus Sapporo Partícula Viral: - esférica (calix = taça) sem envelope 30nm de diâmetro capsídeo de simetria icosaédrica: VP1 e VP2 - Genoma: RNA fita simples (+) Kapikian, 2000. Epidemiologia dos NV Via de transmissão: fecal-oral, aerossóis contaminados com vômito ... Transmissão eficiente devido à alta infecciosidade Surtos em hospitais, clínicas, escolas, navios, restaurantes. Sazonalidade controversa Prevalência: 6% - 23% Acomete todas as faixas etárias NV: Diagnóstico laboratorial Detecção de NV pela PCR ME: difícil identificação morfológica EIE -protocolo descrito pelo “Centers for Disease Control and Prevention”. Mon 432-434: GI Mon 431-433: GII RT-PCR Seqüenciamento 213 pb Astrovírus humanos (HAstV): 1993: Família: Astroviridae Gênero: Mamastrovirus Partícula Viral: - esférica (astro = aspecto de estrela com 5 ou 6 pontas) sem envelope 28 nm de diâmetro capsídeo de simetria icosaédrica: VP1 e VP2 - Genoma: RNA fita simples (+) Surtos em hospitais, escolas - Sazonalidade: controverso - Prevalência: 10% em crianças hospitalizadas até 5 anos 30% em creches (crianças até 3 anos de idade) HAstV: Diagnóstico laboratorial PCR -protocolo descrito ME: difícil (10% partículas aspecto estelar) por Noel et al. (1995), iniciadores Mon 269 – 270. EIE RT-PCR Sequenciamento Caracterização molecular 449 pb Prevalência das infecções por HAstV, NV, RV e AdV Amostras de crianças hospitalizadas no RJ