Prof. Roosevelt de Carvalho Wanderley INTRODUÇÃO O Histórico é o instrumento mais importante para o diagnóstico das cefaléias: Intensidade Duração Características Localização Irradiação Velocidade Circunstâncias Horário de instalação Freqüência das crises de dor Fatores desencadeantes Fatores atenuantes Fatores agravantes (sono, jejum, atividades físicas, emoções, menstruação,etc.) Variações climáticas Sintomas associados ( antes, durante e após) Progressão dos sintomas Impacto da dor nas atividades físicas Ocorrência em familiares POR QUE A CEFALÉIA ? MECANISMOS DAS CEFALÉIAS: >Vasodilatação >Inflamação >Contração (tensão) >Pressão ÁREAS DO ENCÉFALO QUE SÃO SENSIVEIS: >Artérias do círculo de Willis >Artérias durais >Duramater na base do crânio >Seios venosos >Estruturas inervadas pelos Vº, IX º e Xº pares EPIDEMIOLOGIA Incide em cerca de 40% das crianças até os 7 anos e em 75% dos adolescentes; Prevalência de 1,4 a 18,5% das crianças e adolescentes; Mais freqüentes nas meninas; Mais freqüentes após os 13 anos; Apenas 5,0 a 13,0% são de natureza orgânica destes, 1,0% intracraniana; CLASSIFICAÇÃO ( Segundo a IHS - Intenational Headache Society - 2003, Roma) I – Cefaléias primárias 1. Enxaqueca 2.Cefaléia de tensão 3. Cefaléia em salvas e outras cefalalgias trigêmino-autonômicas 4. Outras cefaléias primárias II – Cefaléias secundárias 5. Cefaléia p/ trauma cefálico e/ou cervical 6. Cefaléia p/ doença vascular craniana ou cervical 7. Cefaléia intracraniana não vascular 8. Cefeléia devido a uso ou retirada de substância 9. Cefaléia p/ infecção 10. Cefaléia p/ transtorno da homeostase 11. Cefaléia p/ afecções de estruturas do crânio ou da face 12. Cefaléia p/ transtornos psiquiátricos III. Neuralgia cranianas, dor facial primária e central, e outras cefaléias 13. Neuralgias cranianas e causas centrais de dor facial 14. Outras cefaléias, neuralgias cranianas, dor facial primária ou central CEFALÉIAS PRIMÁRIAS (Enxaqueca, Cefal. de tensão, Cefal. em salvas, e Outras cefal. primárias) Enxaqueca: Resulta de distúrbio vascular com contração e/ou dilatação paroxísticas, latejante e unilateral, história familiar em 70 a 80% dos casos e mais freqüente na adolescência e no sexo feminino. (Vem de ¨jaqueca¨- Árabe, mesmo que ¨migraña¨- Espanhol) Classificação: Enxaqueca sem aura Enxaqueca com aura típica Enxaquecas periódicas da infância (vômitos cíclicos, enxaqueca abdominal e vertigem paroxística benígna da infância) Enxaquaca retiniana Enxaqueca complicada Enxaqueca provavel Cefaléia de tensão: de contração muscular, mais em adolescentes, em forrma de cinta, por contração dos músculos do pescoço e couro cabeludo, pode persistie por semanas com variações na sua intensidade sem prejudicar as atividades diárias. Psicogênicas ?. Cefaléia em salvas: Mais freqüente nos meninos, após os 10ª anos, com dor periorbitária, não pulsátil, noturna que pode generalizar-se a todo o hemicrânio, lacrimejamnto, rubor facial e rinorréia ( Sínd. De Horner transitória). Ocorre 1 a 3 vezes ao dia com remissão dentro de 1 ano. CEFALÉIAS SECUNDÁRIAS ( Cefaléias de Tração e Cefaléias por inflamação) Cefaléias de tração: São raras, associadas a patologias intracranianas graves, resulta de tração, distorção ou peso sobre estruturas sensíveis à dor em caso de tumor, abscesso, hidrocefalia ou após punção lombar. As relacionadas a tumores são crônicas, progressivas, de manhã ao levantar, exacerba-se pela mudança de posição, tosse ou manobra de Valsalva. Cefaléias por inflamação: As sinusites representam cerca de 13%. A otite média tem dor mais na área da mastoide. O astigmatismo, fotofobia, vícios de refração e estrabismos podem relacionar-se com cefaléia principalmente à tarde ou à noite, após leituras. As neurites ópticas e retrobulbar podem ser causa na adolescência. Problemas dentários e de articulação têmporo-mandibular dão dor mais frontal e temporal DIAGNÓSTICO CLÍNICO DAS CEFALÉIAS Em cerca de 80 a 90% das cefaléias uma cuidadosa história já poderá fornecer um correto diagnóstico, sobretudo quando sabemos que as causas orgânicas são raras e o exame físico geralmente resulta normal. No exame geral devem ser incluídos: Medida da pressão arterial, Medida da circunferência craniana, Hipersensibilidade dos músculos da região cervical, Percussão do seios da face, Pesquisa de sinais meníngeus e Exame das articulações têmporo-mandibulares. O seguite questionário pode oferecer suficientes informações para um diagnóstico específico: 1.Idade no início 2.Pródromos( mal estar geral, auras visuais, outros) 3.Características ( frequência, localização, duração, tipo, hora do dia) 4 Severidade ( interrompe atividades do dia) 5.Sintomas autonômicos associados ( palidez, náuseas/vômitos, dor abdominal) 6.Déficits neurológicos asociados ( durante, após, localização) 7.O que faz melhorar 8.O que faz piorar 9.Fatores desencadeantes(estresse, escola, família,exercícios físicos, alimentos, poluentes, medicamentos, bebidas, andar de ônibus, privação de sono, saltar horários de alimentação,variações no clima prisão de ventre,menstruação) 10. História familiar(enxaqueca, cefaléia de tensão,doença psiquiátrica, doença neurológica) DIAGNÓSTICO DAS CEFALÉIAS Exames complementares Nos poucos casos em que a anamnese dirigida e o exame físico específico sugerem anormalidades indicam-se alguns exames complementares. Na maioria das cefaléia crônicas, entretanto, eles não são necesários Quando indicados poderão ter valor: 1. Hemograma com VHS 2. Glicemia 3. Sumário de urina 4. RX dos seios da face e/ou RX da coluna cervical 5. RX da articulação têmporo-mandibular 6. Eletroencefalograma 7. Avaliação psicodinâmica 8. Exame do líquor 9. Tomografia computadorizada do encéfalo 10. Ressonância nuclear magnética do encéfalo TRATAMENTO Sintomático: a. Nas enxaquecas: analgésicos (acetaminofen -15mg/Kg) + Repouso b. Nas cefaléias de tensão: Analgésicos + Relaxantes musculares: Mioflex, Dorilax, Tandrilax (carisoprodol+acetaminofen – compr.) Dorflex (orfenadrina + dipirona – 20mg/Kg – gotas) c. Nas formas severas e refratárias: associar Ciproheptadina (Periatin, similares- 0,2mg/Kg) Profilático: a. b. c. d. Apoio Psicodinâmico Nas enxaquecas: Divalproato de sódio (Depakote 20 mg/Kg) Nas cefaléias de tensão: Imipramina (Tofranil 2 mg/Kg) Nas cefaléias em salvas: Propranolol- (0,25 mg/Kg – 2X ao dia)