A corte portuguesa no Brasil - Governo do Estado de Pernambuco

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Ciências Humanas e suas
Tecnologias - História
Ensino Médio, 2º Ano
A Corte portuguesa no Brasil:
o Reino Unido
História, 2º Ano do Ensino Médio
A corte portuguesa no Brasil: o reino unido
A CORTE PORTUGUESA NO
BRASIL: O REINO UNIDO
Imagem: Debret, Jean Baptiste, 1768-1848 / public domain
História, 2º Ano do Ensino Médio
A corte portuguesa no Brasil: o reino unido
A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX
• Grandes transformações econômicas políticas e sociais ocorreram na
Europa no final do século XVIII e início do século XIX;
• Na Inglaterra, se iniciava o processo de Revolução Industrial. No começo
do século XIX, o país ostentava o posto de nação mais rica. Tinha a melhor
marinha mercante e de guerra, e já dominava um vasto território colonial;
• A Revolução Francesa dava os últimos golpes no Antigo Regime,
substituindo o Absolutismo monárquico e os privilégios feudais pelos
princípios liberais na economia e na política;
• A Portugal e aos demais países europeus restava ficar entre as exigências e
as ameaças militares do imperador francês Napoleão Bonaparte e a
dependência econômica em relação a economia inglesa.
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A corte portuguesa no Brasil: o reino unido
A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX
• O ano de 1789 é marcado pelo inicio da
Revolução Francesa. Houve a destruição social
e política dos vestígios feudais e a tomada do
poder pela burguesia;
• Em 1791 é lançada a nova Constituição, que
afirma a posição social dominante da
burguesia francesa; o rei Luis XVI é executado.
• Para pôr fim à corrupção e à incompetência do
governo instalado, a burguesia decidiu dar um
golpe e apoiar o general Napoleão Bonaparte;
• Em 1804, foi criado o Império, espécie de
monarquia vitalícia. Apesar de haver
Constituição,
Napoleão
governou
despoticamente. Por algum tempo, a
prosperidade resultante das reformas internas
e o êxito das guerras permitiram a
continuidade do regime.
Imagem: Jacques-Louis David (1748–1825) /
public domain
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A corte portuguesa no Brasil: o reino unido
A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX
• O
imperador
francês,
Napoleão Bonaparte, havia
colocado em prática uma
política
militar
expansionista, com intuito
de estender seu domínio
sobre toda a Europa;
• Com o objetivo de quebrar a
resistência da Inglaterra,
Napoleão tentou sufocá-la
economicamente proibindo
os países europeus de
comercializarem com os
ingleses, ao decretar, em
1806,
o
Bloqueio
Continental.
Imagem: Alex:D / public domain
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A corte portuguesa no Brasil: o reino unido
A EUROPA, COMEÇO DO SÉCULO XIX
• A Inglaterra capitalista e vários reinos absolutistas europeus unem-se para
tentar destruir o governo revolucionário francês;
• Lavrado em 1806, o documento que criava o Bloqueio Continental
estabelecia que todos os portos da Europa deveriam fechar suas portas
para as embarcações inglesas;
• Portugal se encontrava numa situação bastante difícil, sofrendo pressões
tanto dos ingleses quanto dos franceses;
• Em 1807, França e Espanha assinavam o Tratado de Fontainebleau,
decidindo invadir Portugal e dividir entre si suas colônias;
• Preferindo aliar-se aos ingleses, o reino de Portugal assinou uma
convenção secreta, na qual ficava decidida a transferência do governo
português para o Brasil;
• Enquanto os ingleses se comprometiam a defender o território lusitano
contra a França, a Coroa Portuguesa entregava sua esquadra e garantia a
abertura dos portos brasileiros para os ingleses.
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A corte portuguesa no Brasil: o reino unido
Imagem: Autor desconhecido / disponibilizado
por Dornicke / public domain
A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807
“Era uma cena impressionante, mas nem de longe lembrava os
tempos heroicos, quando a esquadra de Vasco da Gama partiu do mesmo
cais, singrando as águas do mesmo rio para navegar mares desconhecidos e
descobrir terras distantes. Em 1807, o espírito de aventura dera lugar ao
medo. Em vez de empreender e conquistar, a elite portuguesa fugia sem ao
menos tentar resistir aos invasores franceses.”
Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.
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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807
• A esquadra portuguesa, que saiu do porto de Lisboa, era integrada pelo
seguinte número de embarcações: oito naus, três fragatas e três brigues, e
duas escunas;
• Após a partida, os navios da esquadra portuguesa, escoltados pelos
ingleses, dispersaram-se devido a uma forte tempestade;
• Entre 10 a 15 mil pessoas acompanharam o príncipe regente na viagem ao
Brasil;
• O grupo incluía: nobres, conselheiros reais, cozinheiros, militares, juízes,
comerciantes, médicos, clérigos, damas de companhia, todos
acompanhados por suas famílias;
• O povo português reagiu de forma indignada, com demonstrações de
choro, desespero e revoltas;
• A bagagem real incluía além do tesouro real, cerca de 80 milhões de
cruzados, e os arquivos da monarquia portuguesa. Porém, com a pressa,
todos os livros da Biblioteca real foram deixados na costa portuguesa,
sendo embarcados para a colônia meses depois.
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A FUGA DA FAMÍLIA REAL PORTUGUESA, NOVEMBRO DE 1807
Desmenbramento da
frota por tormentas na
costa da Ilhha da
Madeira
Portugal
Açores
Madeira
Canárias
Cabo Verde
Brasil
Os navios que levam a
Familia Real ancoram em
Salvador, antes de seguir para
o Rio de Janeiro.
Imagem: Hoshie / public domain
Depois de
abastecer nas ilhas
de Cabo Verde, o
resto da frota
segue diretamente
para o Rio de
Janeiro
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A FAMILIA REAL PORTUGUESA
Dom João VI - Nascido em Lisboa em1767, era filho
segundo da rainha D. Maria I, e de seu marido e tio D.
Pedro III. Casou-se com a princesa espanhola, D. Carlota
Joaquina de Bourbon. Em 1788 foi declarado herdeiro do
trono, por ter falecido seu irmão primogênito, o príncipe
D. José. Tendo enlouquecido a rainha sua mãe, teve de
assumir a regência do reino no dia 1 de Fevereiro de
1792.
Princesa Carlota Joaquina - Filha primogênita do rei da
Espanha, Carlos 4°, e de sua esposa, nasceu em abril de
1775. Com apenas dez anos, casou-se por procuração
com o príncipe de Portugal, D. João, em um acordo de
aliança entre os dois países. Possuía um temperamento
forte e voluntarioso, o que dificultava a sua relação com
outras pessoas. Comenta-se que, durante a lua de mel,
teria agredido o seu marido com uma dentada para que
o casamento não fosse consumado.
Imagem: Manuel Dias de Oliveira / public domain
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A FAMILIA REAL PORTUGUESA
Dona Maria I, de Portugal - nasceu em Lisboa em 1734, e era filha do
rei José I. Ocupou o trono português até 1816. Era chamada de “A Piedosa” por
ser uma pessoa de profunda religiosidade. No Brasil, ficou conhecida como
Dona Maria, a Louca, devido a sua doença mental que veio a tona após o
falecimento de seu primeiro filho.
Imagem: Joseph Fortuné-Séraphin
(1834-1912) / public domain
Layraud
E os filhos do príncipe regente, futuros herdeiros do trono português D. Pedro, D. Miguel, Maria Izabel, Maria Teresa, Maria da Assunção, Ana de
Jesus, Maria Isabel, Maria Francisca e Isabel Maria.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
Chegada da família real portuguesa em
Salvador, janeiro de 1808
Imagem: Henry L'Évêque (1768-1845) / public domain
• No dia 22 de janeiro de 1808, chegava a
Salvador a família real portuguesa;
• Foram apenas 34 dias em Salvador. O
breve tempo, porém, não impediu dom
João de tomar decisões fundamentais
para destravar a economia brasileira e
promover o crescimento da cidade;
• o príncipe regente provocou uma
verdadeira revolução na economia
brasileira, ao decretar a abertura dos
portos às nações amigas de Portugal;
• Era o fim do monopólio comercial
português com o Brasil;
• A medida permitiu que navios
mercantes estrangeiros atracassem
livremente nos portos brasileiros.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
•
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•
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•
•
Após sair de Salvador, o rei foi para o Rio de Janeiro,
lá chegando em 08 de março de 1808,
transformando a cidade em residência fixa da corte
portuguesa;
instituiu alguns ministérios, entre eles o da Guerra,
da Marinha, da Fazenda e do Interior;
Em 10 de setembro de 1808, imprimiu-se o
primeiro jornal do país, a ‘Gazeta do Rio de
Janeiro’;
Fundou o primeiro Banco do Brasil, criou a Real
Academia Militar, a Academia de Belas Artes,
incentivou a instalação de manufaturas, incentivou
a vinda de uma Missão Artística Francesa em 1816,
a criação da Real Biblioteca, do Jardim Botânico e
do Museu Real, posteriormente, o Museu Nacional;
Criou duas escolas superiores de medicina: uma em
Salvador e outra no Rio de Janeiro.
Litoral fluminense
Imagem: Jean-Baptiste Debret (1768–1848) / public
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
D.João VI, Carlota Joaquina e seus filhos hospedaram-se, temporariamente, no
Paço Imperial, um casarão localizado no centro da cidade que se transformaria na sede
oficial do governo, até sua partida.
Imagem: Louis Compte / public domain
O fluxo de mercadorias inglesas fez com que os navios se multiplicassem nos
portos. A corte portuguesa causou um verdadeiro caos na cidade. O Rio de Janeiro passou
por um rápido processo de urbanização. Charcos foram drenados, ruas ampliadas e
calçadas construídas. Novos bairros foram incorporados à cidade. O número de escravos
tendia a aumentar cada vez mais.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
• A cobrança pela proteção inglesa veio sob a forma da criação de vários
acordos entre as duas coroas;
• Os mais famosos são os Tratados de 1810, ou de Comércio e Navegação,
Aliança e Amizade, que estipulava novas taxas alfandegárias aos produtos
ingleses, no valor de 15%;
• Estes tratados também davam o direito aos ingleses de
extraterritorialidade, ou seja, os cidadãos ingleses, mesmo morando no
Brasil continuariam sob tutela e defesa das leis britânicas;
• Além de dar permissão para que os navios ingleses pudessem navegar em
águas brasileiras;
• Determinava a proibição da Santa Inquisição no Brasil e a gradual extinção
do tráfico negreiro;
• Consolidava-se a preponderância inglesa. A Igreja católica, os
comerciantes reinóis e os proprietários se sentiram prejudicados.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
• Após a derrota napoleônica, sacramentada na famosa Batalha de
Waterloo, na Bélgica, as monarquias europeias se reuniram em Viena, na
Áustria, para discutir a redefinição do mapa político do Velho Continente alterado em razão das Guerras Napoleônicas.;
• Dois princípios acabaram norteando os trabalhos do Congresso: o
princípio da restauração e legitimidade e o princípio do equilíbrio de
poder e fronteiras geográficas;
• Segundo os princípios adotados pelo Congresso de Viena, a Casa de
Bragança, que reinava em Portugal antes da invasão napoleônica, seria
restaurada. Porém, João de Bragança, D. João VI, estava no Brasil, não em
Portugal. E o Brasil era somente uma colônia, não tendo o mesmo status
político que o reino.
• como consequência do estabelecimento da Casa de Bragança e da capital
do Império Português no Rio de Janeiro, no referido ano de 1808, D. João
VI estabeleceu a nova designação de Reino Unido para as suas coroas;
• Os domínios portugueses da época ficaram a partir de então oficialmente
designados como Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves;
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
Imagem: Jean baptiste Debret / public domain
• Com a decisão de permanecer no
Brasil, D. João neutralizou qualquer
tentativa de emancipação política,
mas, em compensação, provocou
enorme insatisfação em Portugal;
• Enquanto a América espanhola
obteve a independência por meio de
lutas mais ou menos sangrentas, a
presença da Corte no Brasil favoreceu
a ruptura colonial sem grandes
convulsões sociais;
• A manutenção do Estado e da luxuosa
vida cortesã exigia o aumento dos
tributos existentes e a criação de
outros,
pois
os
impostos
alfandegários, a principal fonte de
recursos, haviam diminuído.
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“Tudo isso contribuiu para que o entusiasmo dos primeiros dias da
chegada logo se dissipasse. A colônia brasileira ganharia muito com a vinda
de D. João, a começar pela sua independência, mas os problemas e o custo
dos primeiros anos da família real no Rio de Janeiro foram enormes. Era
preciso alimentar e pagar as despesas de uma corte ociosa, corrupta e
perdulária. Isso aconteceu de duas formas. A primeira foram as listas de
subscrição voluntária, que os ricos e poderosos da colônia assinaram de muito
boa vontade porque tinham a certeza de obter em trocas rápidas e generosas
vantagens. Como se verá (...), muita gente se enriqueceu com a chegada da
família real. A segunda foi o aumento indiscriminado de taxas e impostos, que
o povo todo pagou sem conseguir avaliar de imediato que benefícios teria
com isso. No longo prazo, o descontentamento resultante se tornaria
incontrolável.”
Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.
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A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL
• Vieram juntamente com a Família Real cerca
de 15000 pessoas que eram sustentadas
pelo governo. A maioria passou a ocupar os
principais postos na administração;
• O governador de Pernambuco, assim como
os das outras províncias, era obrigado a
enviar grandes somas de dinheiro para o Rio
de Janeiro;
• A Influência da Independência dos EUA, da
Revolução Francesa e da Independência de
algumas colônias espanholas incentivaram
os pernambucanos a se revoltarem contra as
cortes instaladas no Rio de Janeiro;
• A chamada Revolução Pernambucana
eclodiu em 6 de março de 1817, influenciada
pelas ideias Iluministas, propagadas pelas
sociedades maçônicas.
Bandeira da Revolução
Pernambucana
Imagem: Tonyjeff / public domain
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• no momento da Insurreição, os produtores nordestinos sofriam com a
flutuação do açúcar e do algodão no mercado internacional;
• Após conquistarem a cidade de Recife e derrotarem as tropas defensoras de
Portugal, os revoltosos formaram um governo provisório composto por cinco
membros;
• difundiram o movimento em outras capitanias do Brasil e em algumas nações
europeias;
• a cidade do Recife foi cercada por embarcações que interromperam a
comunicação da capitania com outras regiões;
• Os lideres acabaram sendo presos e executados.
Imagem:
Autor
Desconheciado
/
http://www.brasilescola.com/upload/e/Rev%20Pe
rnambucana%20-%20BRASIL%20ESCOLA.jpg
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Imagem: Oscar Pereira da Silva
(1865–1939) / public domain
A REVOLUÇÃO DO PORTO, 1820
Iniciado na cidade do Porto no dia 24 de Agosto de 1820, cuja burguesia
mercantil se ressentia dos efeitos da elevação do Brasil a categoria de Reino Unido de
Portugal e Algarves. Entre as suas reivindicações, exigiam o imediato retorno da Corte para
o reino, visto como forma de restaurar a dignidade metropolitana, o estabelecimento, em
Portugal, de uma Monarquia Constitucional, e a restauração da exclusividade de comércio
com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).
O movimento vitorioso teve como consequências o retorno da Corte, à exceção
de Dom Pedro I que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente, a Portugal no
ano de 1821 e, diante do progressivo aumento da pressão para a recolonização do Brasil,
este proclamou a sua independência em 1822.
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O RETORNO DA FAMÍLIA REAL A PORTUGAL
Pressionado pelos súditos em Portugal, D. João VI anunciou sua
partida e, através de um decreto, entregou a seu filho D. Pedro a regência do
Brasil. Pressentindo a inevitável independência, teve o cuidado de
recomendar ao regente: “Pedro, se o Brasil se separar, antes seja para ti, que
me hás de respeitar, do que para algum desses aventureiros.”
O embarque da família real ocorreu em meio a grande agitação.
Espalhara-se a notícia de que os navios que conduziriam a Corte estavam
repletos de ouro, que o tesouro do Banco do Brasil teria sido saqueado. A
agitação teria sido maior, não fosse a ordem de dispersão violenta da
população que se dirigia ao porto, feita pelo próprio D. Pedro.
Imagem:
Autor
Desconhecido
/
http://4.bp.blogspot.com/_MNjvTyDyXgc
/TQ9zSEBL2tI/AAAAAAAABXQ/mCkW
n93f3dw/s1600/fuga_D_joao_VI.jpg
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“Dom João partiu do Rio de Janeiro em 26 de abril. Sua comitiva
incluía cerca de 4000 portugueses – um terço do total que o havia
acompanhado na fuga para o Rio de Janeiro, treze anos antes. Conta-se que o
rei embarcou chorando de emoção. Se dependesse apenas de sua vontade,
ficaria no Brasil para sempre. Porém, uma vez mais, aquele rei gordo,
bonachão, sossegado, solitário e indeciso e, muitas vezes, medroso, curvavase ao peso das responsabilidades que a História lhe impunha (...).
O retorno da corte deixou o Brasil à míngua, às vésperas de sua
Independência. Ao embarcar, D. João VI raspou os cofres do Banco do Brasil e
levou embora o que ainda restava do tesouro real que havia trazido para a
colônia em 1808.”
Fragmentos retirados do livro ‘1808’, de Laurentino Gomes.
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ATIVIDADES
1. (UDESC 2009) O ano de 2008 assinala os duzentos anos da chegada da Família Real
ao Brasil. Sobre isso assinale a alternativa correta.
A) A monarquia que chegava ao Brasil representava, em realidade, boa parte dos
ideais da Revolução Francesa e do liberalismo europeu daquele período.
B) As motivações da vinda da Família Real para o Brasil estão relacionadas mais à
realidade europeia do período do que à ideia de desenvolvimento de um Brasil
monárquico e posteriormente independente de Portugal.
C) Foi incentivada a manifestação pública de nossos problemas, seguindo as práticas
liberais e laicas da monarquia portuguesa.
D) Chegando ao Brasil, o monarca trabalhou muito para a ampliação da cidadania.
E) A política de terras foi imediatamente implementada e, em 1810, o Brasil realizava
sua primeira reforma agrária.
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2. Sobre a vinda da Coroa Portuguesa para o Brasil, é correto afirmar que:
A) O bloqueio continental decretado por Napoleão Bonaparte foi a gota d´água para
a mudança da sede da corte.
B) Apesar da vinda da família real para o Brasil, o monopólio comercial de Portugal
continuou.
C) A abertura dos portos brasileiros às nações amigas beneficiou principalmente à
Inglaterra.
D) O tratado de 1810 estabelecia que a taxa alfandegária sobre produtos portugueses
vendidos para o Brasil subiria para 30%.
E) A abertura dos portos beneficiou o desenvolvimento industrial do Brasil.
3. Explique o que era o Bloqueio Continental
4. Exponha duas ações tomadas por Dom João VI assim que chegou a terras
brasileiras.
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5. (UFPB 2008) Há quase 200 anos, em 29 de novembro de 1807, zarpava de Portugal uma
esquadra conduzindo a Família Real portuguesa para a sua Colônia americana, onde chegou
em janeiro de 1808. Esse acontecimento teve muitos desdobramentos para o processo de
autonomização política do Brasil. Sobre esse acontecimento e alguns de seus efeitos
históricos, assinale V ou F:
( ) A fuga da Família Real portuguesa insere-se no bojo da disputa de hegemonia econômicopolítica entre a Inglaterra e a França, sendo Portugal um país-satélite nesse jogo. A
transmigração para o Brasil, já cogitada pela realeza lusitana em outras ocasiões, foi uma
engenhosa solução para que D. João não cedesse às pressões de Napoleão para que
Portugal apoiasse a França contra a Inglaterra.
( ) Uma das primeiras medidas tomadas pelo Príncipe Regente D. João, após sua chegada ao
Brasil, foi a reafirmação do exclusivo colonial para a metrópole, consolidando o poder da
burguesia comercial portuguesa. Essa medida causou revolta na elite agrária colonial
nortista, especialmente a paraibana, que tinha expectativas de melhores condições de
comercialização para seus produtos mediante uma política econômica liberal.
(
) A instalação do Estado português na Colônia significou a interiorização da metrópole,
criando um centro de decisão (Rio de Janeiro) mais próximo dos súditos coloniais. Esse
núcleo de poder possibilitou a aglutinação de algumas províncias (o chamado Sul: Minas
Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo), que polarizaram a construção da futura unidade política
brasileira, com certa secundarização das províncias do Norte (hoje Nordeste).
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GABARITO
1. B
2. C
3. Foi uma medida imposta por Napoleão Bonaparte a todas as nações que
integravam a Europa Continental. Pelo decreto, nenhuma nação europeia deveria
firmar relações comerciais com a Inglaterra, maior potência industrial existente
naquela época. Os países que contrariassem tal medida seriam militarmente
invadidos pelas tropas de Napoleão Bonaparte.
4. Ao desembarcar no Brasil. Dom João VI estabeleceu a liberação dos portos
brasileiros para outras nações estrangeiras. Além disso, desapropriou uma série de
propriedades no Rio de Janeiro que serviriam para o abrigo dos membros da corte
e da Família Real de Portugal.
5. V, F, V
A CORTE PORTUGUESA NO BRASIL: O REINO UNIDO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, Luís César Amad e MELLO, Leonel Itaussu Almeida. História do Brasil. 11ª ed.
São Paulo, Ed. Scipione, 1999
VICENTINO, Claúdio. História Geral e do Brasil. Vol.2. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione,
2010
FERREIRA, João Paulo Hidalgo e FERNANDES, Luiz Estevam de Oliveira. Nova História
Integrada: ensino médio, vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Companhia da Escola,
2005
BARBEIRO, Heródoto; CANTELLE, Bruna Renata e SCHNEEBERGER, Alberto. História: de
olho no mundo do trabalho. Vol. Único. 1ª ed. São Paulo, Ed. Scipione, 2004
AZEVEDO, Gislaine Campos e SERIACOPI, Reinaldo. História em movimento: ensino
médio, vol. 2. São Paulo, Ed. Ática, 2010
GOMES, Laurentino. 1808: como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte
corrupta enganaram Napoleão e mudaram a história de Portugal e do Brasil. São
Paulo, Ed. Planeta do Brasil, 2007.
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Alex:D / public domain
5
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9
Hoshie / public domain
10
Manuel Dias de Oliveira / public
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Acesso
29/08/2012
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