entrar - Sulfhi

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Elaborado por: Ana Carvalho
4º Ano
MICF
A dose faz o veneno.
- Paracelsus, dritte defensio, 1538
O que é?
Aplicações/Impacto positivo
Casos recentes de intoxicação
Quais os riscos?
Futuro fármaco?
Como causa toxicidade?
Curiosidades
Prevenção/Actuação em caso de acidente
Glossário/ Abreviaturas
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Toxicologia Mecanística no ano lectivo 2010/2011.
Este trabalho tem a responsabilidade pedagógica e científica do Prof. Doutor Fernando Remião
(Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto).
Bibliografia
Sulfureto de hidrogénio (nome IUPAC)
Início
Sinónimos mais usados:
Algumas propriedades:
hidreto de enxofre; hidrogénio
sulfuretado; ácido hidrossulfúrico;
ácido sulfídrico; gás sulfídrico;
Estado físico (condições ambientais normais): gás/
CAS # 7783-06-4
*Altas concentrações (na
ordem dos 100 ppm ou
superiores) podem paralisar
o nervo olfactivo, inibindo a
percepção do seu odor
gás comprimido liquefeito (recipientes)
Cor: incolor
Odor característico: de ovos podres
Odor detectável a partir de*:
ar: 0.0005–0.3 ppm
água: 0.000029 ppm
Sabor: adocicado
Limites de explosão (volume % em ar): 4.3-46
Temperatura de auto-ignição: 260 ºC
Ponto de fusão: -85.49 °C
Ponto de ebulição: -60.33 °C
Densidade de vapor relativa (ar = 1.00): 1.19 g/cm
3
Peso Molecular: 34.08 g/mol
Fórmula estrutural e molecular do sulfureto de hidrogénio.
Fontes bibliográficas: [29], [15], [51], [35], [37]
Nota: 1 ppm = 1.40 mg/m3
seguinte
Sulfureto de hidrogénio
Início
Fontes de H2S: Naturais; Antropogénicas;
Saber mais
Para a população em geral:
H2S ocorre naturalmente: associado a manifestações
vulcânicas (ex: sulfataras; nascentes termais naturais);
minas; dissolvido na água (ex: pântanos; lagos; mar; aqui
tal como no ar atmosférico, em níveis tipicamente baixos);
H2S é libertado por um grande número de indústrias:
celulósica/ papel/ petrolífera; instalações de tratamento
de esgotos/ de processamento de gás natural/ de produção
de energia geotérmica; produção de suínos (tratamento
do estrume);
Fonte de exposição mais provável: inalação de ar contaminado
seguinte
Fontes bibliográficas: [15]
Sulfureto de hidrogénio
Início
Síntese endógena de H2S nas células de mamíferos.
O H2S existe no Homem!
É gerado por algumas bactérias comensais, na
boca (uma das causas de mau hálito) / tracto
gastro-intestinal (um dos gases associado à
flatulência) durante o metabolismo de
aminoácidos sulfurados (ex: cisteína).
Foram descritas
concentrações de 1-4
ppm, até 18 ppm!
Foram descritas
concentrações de
0.001-0.1 ppm.
É produzido pelas células de mamíferos;
Pois o H2S, tal como o monóxido de
azoto, é um
gasomediador/gasotransmissor, cujas
concentrações plasmáticas fisiológicas
no Homem, serão < 1 μM.
Legenda:
Adaptado de :[55]
Fontes bibliográficas: [55], [40], [51], 24, [15]
seguinte
Sulfureto de hidrogénio
Início
Fontes de H2S: Naturais; Antropogénicas;
Para a populações particulares :
Profissionais/ residentes próximos de
produzido/ usado, incluindo locais de:
locais em que o H2S seja
Fabrico de seda artificial (viscose), de borracha sintética, de
derivados do petróleo, de corantes, de couro, de açúcar; Preparação do ácido
sulfídrico, sulfuretos ou compostos orgânicos sulfurados; Emprego do ácido
sulfídrico como desinfectante (na agricultura); Trabalhos em fossas de
putrefacção de matadouros; Exumação de cadáveres; Tratamento de águas
residuais, aterros sanitários; Indústria metalúrgica.
Saber
mais
População com maior
risco de intoxicação
por H2S
Quais os riscos?
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [51], [20], [33]
Aplicações/impacto positivo
Início
Exemplos de importância/
impacto positivo:
Exemplos de aplicações do H2S:
Produção de enxofre, H2SO4;
Redução biológica (com Desulfotomaculum
sp. e Desulfovibrio sp., por exemplo*) da acidez
e elevado teor em metais de águas;
Em
Portugal
também?
Saber
mais
Monitorização da qualidade de águas;
Terapêutica? (em estudo)
Indústria metalúrgica/ farmacêutica….
* VER: Redução dissimilativa de sulfato
Fontes bibliográficas: [36], [28], [39], [40], [8], [38],[15], [37]
Saber mais
seguinte
Riscos
Início
As consequências da exposição ao H2S dependerão de vários factores incluindo:
Dose
Duração da exposição
Tipo de exposição (ex: inalação; ingestão; pele...)
Exposição concomitante a outros tóxicos (ex: fumo de cigarro)
…
Idade
Sexo
Dieta
Estado de saúde
Classificação da União Europeia relativa à embalagem/rotulagem de H2S:
T+:
Muito
tóxico
F+:
Extremamente
Inflamável
N:
Perigoso
para o
ambiente
Frases R (risco):
12 - Extremamente inflamável
26 - Muito tóxico por inalação
50 - Muito tóxico para organismos aquáticos
Fontes bibliográficas: [15], [29]
seguinte
Riscos
Início
Efeitos conhecidos do H2S na saúde de: a)Humanos; b)Animais
Efeito
a)
Sistémico
Via de exposição
Inalação
Oral
Derme
Legenda:
b)
Estudos existentes.
Sistémico
Inalação
Oral
Derme
Adaptado de :[15]
Fontes bibliográficas: [15], [32], [22]
seguinte
Riscos
Início
O H2S decompõem-se por acção do calor originando gases tóxicos (óxidos de enxofre).
Reage violentamente com oxidantes fortes, com perigo de fogo ou explosão.
De acordo com o NIOSH: IDLH (H2S) = 100 ppm.
Via de exposição
Via mais provável
Inalação
Pele
Olhos
Ingestão
Fontes bibliográficas: [15], [29], [4]
Sintomas mais comuns
Dor de cabeça; tonturas; tosse; edema pulmunar; dor de garganta;
náuseas; respiração difícil; inconsciência (descritos para
concentrações superiores a 500 ppm); morte (para teores muito
elevados) ex: Caso 1.
Sintomas não necessariamente imediatos.
Poucos dados disponíveis em Humanos.
Queimaduras (quando liquefeito).
Vermelhidão, dor e queimaduras graves nos olhos
Sem dados disponíveis em Humanos.
Em porcos: verificou-se diarreia e perda de peso.
seguinte
Riscos
Início
Nota:
Relação: nível de exposição/ concentração de H2S/ sintomas prováveis
Dose
Resposta
Alguns estudos
sugerem que:
Baixo
as crianças serão mais
susceptíveis a níveis
altos de exposição;
Moderado
0-10
ppm
Irritação de olhos, nariz
e garganta
10-50
ppm
Dores de cabeça,
tonturas, náuseas e
vómitos, tosse,
dificuldades respiratórias
grávidas serão uma
subpopulação sensível,
com risco para o feto
Alto
Adaptado de :[25]
Fontes bibliográficas: [15], [29], [51], [32], [17], [22], [25]
>50
ppm
Irritação severa do tracto
respiratório, Irritação
ocular com conjuntivites
agudas, choque,
convulsões, coma, morte
seguinte
Riscos
Início
Não se verificaram efeitos na saúde de indivíduos expostos ás concentrações de H2S
nas quais tipicamente (em resultado de fontes naturais,
ex:
redução dissimilativa de sulfato) está presente no ar atmosférico
(0.00011–0.00033 ppm). Em áreas não poluídas verificam-se teores inferiores.
Em áreas urbanas foram descritos níveis de H2S < 0.001 ppm.
Evidências de várias estudos sugerem que o H2S produzido por algumas bactérias presentes
tracto gastro-intestinal, poderá ter um papel na etiologia de colites ulcerativas.
Níveis muito superiores foram detectados em áreas próximas de fontes naturais de
H2S ou, nas/áreas próximas, de indústrias das quais ocorre a sua libertação.
Daí a importância de adoptar nestes locais medidas de prevenção de acidentes e
cumprir recomendações/ legislação disponível, referentes aos limites de H2S.
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [29], [36]
Riscos
Início
Atendendo à existência de regulamentos e directrizes relativas ao H2S, acredita-se
que, pelo menos nos países industrializados, os indivíduos que possuem tais profissões
de risco, não são habitualmente sujeitos a uma exposição ocupacional que ponha em
risco a sua saúde
Os inúmeros relatos de exposições acidentais laborais, associadas a
concentrações que variaram de 100-12 000 ppm, têm resultado:
de fugas de gás industrial a partir de fluxos com níveis elevados de H2S;
da acumulação lenta e insidiosa de H2S em áreas baixas (ex: acidente associado ao H2S de
origem biológico gerada a partir de esgotos e fossas – Caso 2 );
seguinte
Fontes bibliográficas: [29], [22]
Riscos
Início
Exemplos de Directrizes e Regulamentos relativas ao H2S
Recomendações da OMS:
Directriz da qualidade da água para consumo
Humano: atendendo aos níveis de H2S nela presentes,
sem recomendações específicas.
Directriz da qualidade do ar (estipulada para um
tempo médio de 24 horas): 0.15 mg/m3.
Obtido, admitindo que:
LOAEL (H2S) = 15 mg/m 3(para o qual se verifica irritação ocular);
Recomendando um UF = 100 (tendo em conta o aumento abrupto verificado no declive da
curva dose-resposta, obtida a partir de casos reportados de intoxicação por H2S).
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [37], [25], [46]
Riscos
Início
Exemplos de Directrizes e Regulamentos relativas ao H2S
Legislação em Portugal:
Diário da República , parte B, Portaria nº 762/2002
Regulamento de segurança, higiene e saúde no trabalho
na exploração dos sistemas públicos de distribuição
de água e de drenagem de águas residuais.
Importantes medidas preventivas a adoptar;
Estabelecimento de limites:
Gás sulfídrico: não devem ser excedidas concentrações
de 10 ppm e de 30 ppm para exposições
diárias respectivamente de oito horas e
de trinta minutos e nunca deve ser excedida
a concentração de 50 ppm;
Concordante com o
estipulado por outras
entidades
seguinte
Fontes bibliográficas: [19]
Riscos
Início
Exemplos de Directrizes e Regulamentos relativas ao H2S
Limites relativos á exposição ocupacional ao H2S estabelecidos
por outras entidades:
De acordo com a OSHA: PEL (H2S): TWA = 10 ppm; STEL (H2S) = 15 ppm;
A ACGIH admitia também para o H2S: STEL = 15 ppm e TLV como TWA = 10 ppm.
Contudo, desde 2010 passou a adoptar: STEL (H2S) = 5 ppm e TWA (H2S) = 1ppm;
Ainda não há limites consensuais
seguinte
Fontes bibliográficas: [11], [26], [10]
Riscos
Início
Parâmetros úteis na avaliação dos riscos do H2S
LOAEL
informa acerca dos níveis de exposição associados aos efeitos mais subtis em
seres humanos ou animais
NOAEL
informa acerca dos níveis de exposição abaixo dos quais não se têm
verificado efeitos adversos
MRL
informa acerca dos níveis de exposição nos quais não são esperados efeitos
adversos para a saúde humana
Úteis (por ex: para profissionais de saúde) na orientação de: acções a tomar / avaliação da
segurança das áreas próximas / nos locais, de elevadas concentrações de H2S
seguinte
Fontes bibliográficas: [15]
Riscos
Início
Para o H2S, de acordo com a ATSDR (2010) admite-se:
Via de
exposição
Inalação
Duração de
exposição
MRL
UF aplicado
Aguda
(1-14 dias)
0.07 ppm
27
Intermédia
(15-364 dias)
0.02 ppm
3 pelo uso de um LOAEL (de 2
ppm) mínimo, 3 pela variabilidade
humana e 3 atendendo ás
limitações de dados
30
3 pela extrapolação a partir de
animais para humanos usando
um ajuste dosimétrico e 10
tendo em conta a variabilidade
humana
A exposição a concentrações > ao MRL não implica
necessariamente efeitos tóxicos; O MRL é destinado apenas a servir como
ferramenta de triagem, um mecanismo para identificar os sítios onde caracteristicamente o H2S
está presente, mas nos quais não é esperada toxicidade para o Homem.
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [14]
Riscos
Início
O MRL é obtido com base em estudos toxicológicos em animais e em relatos de casos de
exposição humana ao H2S. São exemplos de limitações suas :
Ausência de informação toxicológica precisa relativamente a em indivíduos
possivelmente mais susceptíveis (ex: crianças, idosos, ou imunocomprometidos);
Não considera efeitos carcinogénicos;
Quando relativo a uma exposição aguda: poderá não ser “protector” relativamente a
efeitos tóxico de manifestação tardia ou que resultam de exposições repetidas (ex: asma,
bronquite crónica, reacções de hipersensibilidade).
Novos dados disponibilizados e
métodos análise mais sensíveis
MRL são adaptados
seguinte
Fontes bibliográficas: [15]
Riscos
Início
Verificam-se ainda muitas lacunas relativamente à informação disponível para avaliação
dos riscos resultantes da exposição ao H2S, nomeadamente, relativa a:
Produção, emissões e eliminação industrial de H2S - útil na identificação de processos importantes que
levam à exposição humana;
Efeitos da absorção, após contacto dérmico com, ou ingestão de, solo, alimentos ou água contaminado úteis para determinar a importância destas vias de exposição na população;
Consequências da exposição aguda e crónica, incluindo em populações particulares (ex: asmáticos);
Consequências da exposição em crianças e adolescentes;
Potencial carcinogénio, efeitos no desenvolvimento e no sistema inunológico (ainda não estabelecidos);
Toxicocinética quantitativa;
Transporte, transformação e persistência do composto nos solos e águas subterrâneas - útil para
identificação objectiva das vias de exposição mais importantes ao Homem;
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [29], [25]
Toxicocinética
Início
Absorção
O H2S: é fácil e rapidamente absorvido através dos pulmões;
pode também ser absorvido via tracto gastrointestinal e pele;
Distribuição
Após ser absorvido distribui-se
rapidamente por todo o corpo.
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [37], [22]
Toxicocinética
Início
Metabolização
É metabolizado por três vias (1., 2. e 3.), sendo a 1. e 2. decorrentes no fígado, as principais.
CH3SH
Tiol-S-metil-tranferase
Consequências:
Metalo-
Tiol-S-metil-tranferase
proteínas
1.
Metahemoglobina,
Destoxificação
ferritina
S-adenosil-metionina
CH3SCH3
HSoxidação
Destoxificação
2. Metilação
2. Citocromo c oxidase
H2O + S
Toxicidade
3. Catalase, peroxidase
Proteínas com
grupos dissulfureto
oxidação
tiossulfato
oxidação
Sulfato
Desidrogenase do succinato
3. Reacção com metalo-proteínas e
Proteínas com grupos dissulfureto
Destoxificação
1. Oxidação
Fontes bibliográficas: [15], [37], [22]
seguinte
Toxicocinética
Início
Eliminação
O H2S: é excretado principalmente na urina (na forma de sulfato livre ou tiossulfato);
minoritariamente: através dos pulmões, no ar expirado;
via anal (fezes e gases intestinais),
Níveis de tiossulfato
na urina podem ser
usados como
biomarcadores de
exposição
ao H2S.
Contudo, a presença de tiossulfato na
urina não resulta exclusivamente da
exposição ao H2S.
Será um biomarcador não específico
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [37], [22]
Mecanismo de toxicidade
Início
A toxicidade do H2S é essencialmente atribuída ao facto de:
A altas concentrações inibir a Citocromo
C oxidase (inibição não competitiva
relativamente ao O2, i.e., capaz de se
ligar também á forma oxidada da
enzima).
Nota: Em baixas concentrações (<20 μM)
o H2S endógeno é descrito como capaz
de estimular a fosforilação oxidativa e
aumentar a produção de ATP. Estudos
recentes sugerem até a possibilidade de
decorrerem efeitos vantajosos (redução
da formação de ROS) da acção inibitória
do H2S sobre a COX. (para mais
informações, consulte a referência
bibliográfica [44]). Mas, no presente
contexto da sua possível toxicidade só os
aspectos referentes a ela foram
mencionados.
Fontes bibliográficas: [44]
Adaptado de :[44]
Efeitos da inibição da COX a altas
concentrações de O2 pelo H2S. (A) H2S liga-se
de modo não competitivo á COX; (B) Electrões são
canalizados através do complexo II, levando á
produção de succinato a partir de fumarato; (C) H2S
diminui a expressão das subunidades da COX.
COX: Citocromo C oxidase; ETC: Cadeia
transportadora de electrões.
seguinte
Mecanismo de toxicidade
Início
A inibição da COX pelo H2S ocorre por:
formação de um complexo com o Fe3+ dessa metalo-enzima mitocondrial.
Alterações no fluxo de electrões através da ETC
comprometimento da fosforilação
oxidativa celular e biossíntese de ATP
Potenciação do
metabolismo
anaeróbico
Bloqueio do
metabolismo
aeróbio
acumulação de
ácido láctico
anóxia
celular
acidose metabólica
ETC mitocondrial – Alvo do H2S associado ao seu
principal mecanismo de acção (linha vermelha=bloqueio
da COX).
DANOS/ MORTE CÉLULAR
seguinte
Fontes bibliográficas: [40], [35], [53], [52], [37]
Mecanismo de toxicidade
Início
Outras enzimas (além da COX) foram descritas como sendo inibidas pelo H2S (ex:
anidrase carbónica, DOPA oxidase, dipeptidase, benzamidase, catalase e
peroxidases).
Também
contribuirá para
os efeitos
tóxicos.
Indução da formação de RSS e ROS, pois, sabe-se que:
1. O H2S tem uma
fase de
metabolização
oxidativa hepática;
2. Redução do ferro
complexado com a
ferritina;
+
Isoenzimas do citocromo P450, ex:
CYP 2E1, são uma importante fonte
de ROS no hepatócito;
Possibilidade desses ROS
promoverem auto-xidação do H2S
Formação de ROS e RSS
citotóxicos
Libertação de ferro no
estado ferroso, no
citosol
Fontes bibliográficas: [40], [35], [53], [52], [37], [30], [15]
Aumento dos níveis de Fe2+
citosólico, disponível para
reacção de Fenton
seguinte
Mecanismo de toxicidade
Início
Tecido Cardíaco e
Nervoso
Ensaios mostraram que:
> Exigências de O2
Especialmente sensíveis a esta
disfunção no metabolismo
oxidativo
- in vitro, o H2S e o cianeto têm
uma potencia ≈ na inibição da COX;
- o H2S (quando tóxico) é 5x mais
tóxico que o CO.
Como tóxico o H2S é classificado como asfixiante metabólico, cujo mecanismo de
acção primário é semelhante ao do cianeto.
seguinte
Fontes bibliográficas: [51],[15], [32]
Prevenção
Início
Antes de entrar nas áreas onde o H2S possa estar presente, o ar deve ser testado
relativamente à presença e concentração de H2S, através de equipamento
adequado (ex: medidor de multi-gás);
Trabalhadores em áreas de risco (produção/ uso de H2S) devem ser
periodicamente monitorizados relativamente a sinais de superexposição.
sinais
de
superexposição
?
seguinte
Fontes bibliográficas: [4], [34]
Prevenção
Início
Prevenir (cuidados
Via de exposição
Inalação
durante o manuseamento)*
1ºs socorros*1
Colocar vítima em ambiente fresco,
Local ventilado; uso
arejado; repouso; posição de Fowler; poderá
de máscaras
ser necessária respiração artificial (nunca
respiração boca-boca!); assistência médica;
Pele
Olhos
Ingestão
enxaguar com bastante água,
não retirar roupa aderida; assistência médica;
Enxaguar, alguns minutos, com bastante água
Uso de óculos de (retirar lentes de contacto, se facilmente possível);
protecção
assistência médica;
Uso de luvas
isolantes
Não: comer/beber/
fumar
(em caso de queimadura)
assistência médica;
*/*1 - Em todo o caso: EVITAR EXPOSIÇÃO/ CONTACTAR ESPECIALISTA!
Fontes bibliográficas: [15], [12], [4], [34]
seguinte
Prevenção
Início
Frases S (recomendações da União Europeia) relativas ao manuseamento de H2S:
1/2 – Manter recipientes trancados/ Fora do alcance das crianças
9 – Manter recipientes em local ventilado
16 – Manter afastado de fontes de ignição (afastado de chamas/faíscas)
36 – Manusear usando roupa de protecção
38 – Ao manusear em local insuficiente ventilado/ com concentrações muito elevados usar equipamento
para protecção das vias respiratórias
45 – Em caso de acidente/ mal-estar contactar de imediato ajuda médica
61 – Evitar contaminação ambiental
Recipientes de H2S deverão ser colocados afastados de fontes de ignição/
oxidantes fortes, em locais frescos/bem ventilados, com sistemas de monitorização
contínuo e alarme.
seguinte
Fontes bibliográficas: [15]
Actuação em caso de acidente
Início
Medidas a adoptar em caso de fuga de H2S:
Evacuar a área de perigo
Consultar um especialista
Caso tenha de penetrar no local usar equipamento de protecção
Remover fontes de ignição
Promover a ventilação do local
Medidas a adoptar em caso de fogo na presença de H2S:
Chamar ajuda especializada; desligar fonte de ignição; em caso de impossibilidade e se não houver riscos
maiores deixar o fogo extinguir-se; se não houverem riscos maiores, extinguir fogo (ex: usando dióxido de
carbono;pulverizar com água)
Socorro!
112; 808 250143 (CIAV)
seguinte
Fontes bibliográficas: [15]
Tratamento de intoxicação
Início
Não existe antídoto que seja amplamente aceite para intoxicações por H2S.
Tratamento consiste essencialmente em medidas de suporte:
avaliação e apoio das vias aéreas, respiração e circulação.
Adicionalmente poderá incluir:
Efeitos 2ºs possíveis:
oxidação não
enzimática do
citocromo c oxidase…
Inalação
IV
O2 hiperbárico; administração de nitrito de amilo; nitrito de sódio
Também usados em intoxicações por cianetos,
por exemplo
fundamento
Controverso;
tratamento de
última linha
oxidam a hemoglobina (Fe2+) metemoglobina (Fe3+) para
a qual H2S tem maior afinidade (comparativamente ao
citocromo c oxidase).
Efeitos 2ºs possíveis: complicações
cardiovasculares; anóxia; morte;
náuseas; vómitos; formação de
nitrosaminas…
Prevenção/reversão da ligação H2S-citocromo
Redução da toxicidade metabólica
seguinte
Fontes bibliográficas: [15], [51], [18]
Tratamento de intoxicação
Início
Redução da ingestão de aminoácidos com enxofre:
poderá ser importante
Contribuindo para a
redução da produção
endógena de H2S.
seguinte
Fontes bibliográficas: [15]
Casos de intoxicação por H2S
Início
Caso 1
Duas vítimas de intoxicação aguda com H2S (rapaz de 26 anos e rapariga de
25 anos), por inalação acidental de vapores provenientes de águas de uma nascente
termal ilegal, foram encontradas inconscientes no quarto (no qual tinham acesso ao
banho termal) do hotel em que estavam instalados. Conseguiu-se a ressuscitação do
rapaz, que depois recebeu tratamento de suporte e sobreviveu. A rapariga foi já
encontrada morta. A sua autópsia evidenciou edema difuso e congestão pulmonar.
Fonte bibliográfica: Daldal H. et al. 2010. Hydrogen sulfide toxicity in a thermal spring: a fatal outcome.
Clinical Toxicology. Vol. 48, No. 7 : Abstract.
Frequentar nascentes termais inapropriadas pode constituir um
factor de risco de intoxicação por H2S.
seguinte
Casos de intoxicação por H2S
Início
Caso 2
Um indivíduo de 34 anos que trabalhava em redes de esgotos foi
encontrado pelos colegas de trabalho que recorreram aos serviços de emergência
médica, numa linha de esgoto (a cerca de 6 m abaixo do nível da rua em questão),
inconsciente, com respiração ruidosa, cianosado e emitindo um forte odor a gás de
esgoto. Recebeu assistência ainda no local do acidente, foi transferido para uma
unidade hospitalar, na qual permaneceu internado, contudo, acabou por falecer na
manhã seguinte.
Foi reportada a presença de uma elevada concentração de H2S no local
do acidente (concentrações superiores a 1000 ppm) e a morte foi atribuída a danos
neurológicos secundários a disfunção respiratória aguda e hipóxia, resultante da
toxicidade do H2S à qual o indivíduo esteve exposto.
Yalamanchili C. et tal. 2008. Acute hydrogen sulfide toxicity due to sewer gas exposure.
American Journal of Emergency Medicine. 26, 518.e5–518.e7.
Este tipo de profissão constitui um factor de risco de intoxicação por H2S,
sobretudo se não forem adoptadas as medidas de segurança recomemdadas.
seguinte
Casos de intoxicação por H2S
Início
Caso 3
Em Agosto de 2008, em Pasadena, Califórnia, um indivíduo (23 anos) foi
encontrado morto no interior da sua viatura. Verificou-se tratar-se de um suicídio
envolvendo H2S, por mistura de um fungicida com um produto de limpeza. A
investigação posterior do caso indicou Web sites japoneses, como fonte provável de
aquisição do conhecimento para a preparação do tóxico.
Este caso reflecte uma técnica relativamente nova de suicídio,
"detergent suicide", publicitada na Internet (sendo
disponibilizadas “receitas” que permitem a obtenção de elevadas
concentrações de H2S, de modo a possibilitar a morte de forma
rápida), que começou no Japão (onde, pelo menos 500 japoneses,
incluindo, homens, mulheres e adolescentes se suicidaram por
esta técnica na primeira metade de 2008), e se tem vindo a
difundir particularmente nos EUA.
seguinte
Fontes bibliográficas: 31,[32]
H2S – Futuro fármaco ?
Início
Actualmente existem evidências de que o H2S
endógeno actuará como:
Vasodilator;
Estruturas químicas de alguns
compostos capazes de funcionar
como dadores de H2S
Pró-angiogénico;
Anti-aterosclerótico;
Cardioprotector;
Pró- e anti-inflammatório
(dependendo das condições experimentais);
Dadores lentos de H2S incluem: S-diclofenac, S-sildenafil, Slatanoprost. Estão actualmente disponíveis na terapêutica para
outros fins, mas podem funcionar como pró-farmacos capazes de,
após quebra da ligação éster (roxo) in vivo, originarem, além de
um composto base, a 5-(4-hidroxifenil)-3H-1,2-ditiol-3-tiona
(ADT-OH), que é um dador de H2S.
O composto GYY4137 também tem vindo a ser estudado como
dador de H2S.
…
seguinte
Fontes bibliográficas: [23], [55], [40], [54], [3], [43], [1], [56]
H2S – Futuro fármaco ?
Início
Principais funções biológicas descritas para o H2S endógeno nos vários sistemas do corpo humano
Adaptado de :[41]
Fontes bibliográficas: [41]
seguinte
H2S – Futuro fármaco ?
Início
Saber
mais
Alvos/efeitos descritos para o H2S como importante mediador de sinalização celular
que sustentam
muitas das
respostas
sistêmicas às
H2S nos
vasos
sanguíneos,
coração e
nervos
Fontes bibliográficas: [40], [56]
factores de
transcrição
cys
tein
e
thio
l
O seu
mecanismo de
acção envolverá
provavelmente
alteração de:
Função de
enzimas
sensíveis a
redução (a);
Transcrição (b);
Proteínas com
grupos –SH (c);
Abreviaturas: ATP, trifosfato de adenosina; NF-κB, factor nuclear κB;
Nrf-2, factor relacionado com NF-E2-2; PI3K, fosfatidilinositol-3cinase; PKC, proteína cinase C; -SH, tiol; -SSH, hidro persulfureto;
STAT3, transdutor de sinal e activador de transcrição 3; TRPV,
receptor de potencial transitório do tipo vanilóide.
Adaptado
Adaptado de
de :15
:[40]
Metabolismo (d);
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H2S – Futuro fármaco ?
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Apesar dos evidências anteriormente mencionadas existem ainda muitas incertezas:
O local exacto nas células/tecidos no qual o H2S exerce o seu efeito biológico não é
exactamente conhecido.
O H2S pode, sob diferentes condições experimentais, exercer efeitos biológicos e
moleculares completamente opostos, tanto ao nível da sinalização celular e como a nível
funcional.
O efeito global do H2S resultará da sua acção directa nas células (por exemplo, ao
afectar a translocação do NF-κB) e da activação de mecanismos indirectos.
São necessários mais estudos para atestar o potencial do H2S na
prática clínica.
seguinte
Fontes bibliográficas: [40]
Curiosidades
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Ovos cozidos com o exterior da gema envolto por uma película
de cor esverdeada ??
?
Quando os ovos são sujeitos a calor excessivo
(sobrecozinhados), o hidrogénio (H) e o enxofre (S) dos
aminoácidos da clara combinam-se gerando o H2S, que se
difunde para a parte mais fria do ovo - o centro (gema). Aí, o ferro contido na gema
liga-se ao enxofre formando uma película de sulfureto de ferro - inofensiva, apesar
do seu aspecto desagradável, que envolve a gema.
A formação desta película pode ser evitada (encurtando o tempo de
cozedura) ou diminuída (pondo os ovos imediatamente em água fria, de modo a
interromper a cozedura e a arrefecer mais a casca, afastando o gás da gema para a
casca do ovo).
seguinte
Fontes bibliográficas: [16]
Curiosidades
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Utilização de H2S para produção de enxofre em Portugal!
Em Portugal existe o complexo industrial da refinaria do Porto, que
inclui uma linha de produção de enxofre com capacidades de fabrico de 10.000
toneladas/ano. Este enxofre resulta do H2S, aqui obtido por dessulfuração do
petróleo e do gás natural, bem como dos gases de queima do carvão.
A conversão do H2S em enxofre por este processo é feita em 2 fases:
1º: oxidação parcial do H2S num forno:2 H2S + 3 O2 → 2 SO2 + 2 H2O
2º: reacção química entre o H2S e o SO2 produzido no forno:2 H2S + SO2 → 3 S + 2 H2O
Importância deste processo:
é actualmente a fonte mais
importante de enxofre comercial;
preservação do meio ambiente;
seguinte
Fontes bibliográficas: [28], [5]
Curiosidades
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H2S: impactos negativos “além-biológicos”?
O H2S poderá ter também um impacto negativo a nível
socio-económico:
actuando como um dos responsáveis pelo odor desagradável,
nomeadamente, de alimentos estragados (por exemplo, em ovos podres e
peixe refrigerado em deterioração, em resultado da degradação de
aminoácidos sulfurados aí presentes) e a determinados ambientes laborais
(como as ETAR);
ao promover a oxidação de metais
como o ferro, aço e cobre e de alguns
plásticos prejudicando equipamentos
nas proximidades e acarretando custos
de manutenção (por exemplo nas
ETAR);
Fontes bibliográficas: [7], [9], [15]
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Glossário/ Abreviaturas
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O Glossário /Abreviaturas encontra-se organizado por ordem alfabética. Caso a palavra
na qual clicou não se encontre nesta página, procure nas seguintes.
ACGIH - American Conference of Governmental Industrial Hygienists.
[30] Antídotos - substâncias capazes de contrariar os efeitos tóxicos de determinadas substâncias, quer
através da neutralização destas (ex: reacção antigénio/ anticorpo, quelação), quer antagonizando os seus
efeitos. Alguns deles, são potencialmente tóxicos.
Antropogénicas - resultantes da actividade do Homem.
ATSDR - Agency for Toxic Substances and Disease Registry.
Bactérias comensais - bactérias que existem naturalmente no organismo, sem ocasionar complicações em
indivíduos saudáveis.
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Glossário/ Abreviaturas
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[15], [45] Biomarcadores - Parâmetros que sinalizam eventos em sistemas biológicos ou amostras. Podem
ser classificados como marcadores de exposição, de efeito e de susceptibilidade. A presença de
biomarcadores de exposição, usada como indicador de ter ocorrido exposição, por exemplo a dado
xenobiótico, é importante no estabelecimento da relação dose-resposta e poderá (dependendo de factores
como substância em questão e sensibilidade dos métodos disponíveis) ser evidenciada por detecção de
níveis sanguíneos do xenobiótico, do(s) seu(s) metabolito(s) tóxico(s) (sendo neste caso, denominados de
biomarcadores de dose interna) ou do seu metabolito(s) conjugado(s) com ligandos endógenos
(biomarcadores de dose efectiva).
[40] Cardioprotecção - Processo pelo qual um mediador (neste caso o H2S) protege o coração contra
danos resultantes de isquémia/ reperfusão.
[6], [21] CAS # [Chemical Abstracts Service Registry Number] - Número de registo, exclusivo de dada
substância, atribuído no banco de dados do Chemical Abstracts Service, que visa facilitar as pesquisas
relativas ao composto em questão, atendendo á multiplicidade de nomes que lhe podem ser atribuídos.
[47] Citocromo P450, (sistema) [sinónimos: Sistema dependente da monooxigenase; Oxidase de função
mista)] - Trata-se de uma grande família de isoenzimas constituídas por: uma apoproteína variável e um
grupo prostético heme (ferroprotoporfirina) constante. Encontra-se presente no retículo endoplasmático
(fracção microssomal), mitocôndrias e outras membranas, na maior parte das células do organismo, mas
com especial predominância no fígado.
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Glossário/ Abreviaturas
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CIAV - Centro de Informação Anti-Venenos.
[15] CL [Ceiling Value] - Concentração que nunca deverá ser excedida.
CO - Monóxido de Carbono.
DOPA - Diidroxifenilalanina.
Dose - quantidade administrada.
EPA - Environmental Protection Agency.
ETAR - Estação de Tratamento de Águas Residuais.
[3], [44] Gasomediador/Gasotransmissor - gás produzido endogenamente, de modo regulado, capaz de se
difundir através das membranas biológicas, que possui actividade biológica nas suas concentrações
fisiológicas, actuando em alvos biológicos específicos no organismo vivo.
[15] Factor de risco - Componente do comportamento/estilo de vida de um indivíduo, exposição
ambiental ou característica hereditária associada a um aumento da ocorrência de doença ou outra
circunstância/evento relacionado com a saúde.
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Glossário/ Abreviaturas
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[4], [15] IDLH [Immediately Dangerous to Life or Health]- Corresponde à concentração ambiental
máxima à qual se pode estar expostos até 30 minutos, sem que dela advenham sintomas ou toxicidade,
estabelecida pela NIOSH.
IV - Administração intravenosa.
[15], [46], [24] - LOAEL [Lowest-Observed-Adverse-Effect Level] - Dose/nível mais baixo de exposição á
substância/ composto químico em estudo (ex: um xenobiótico), que produz aumentos estatisticamente ou
biologicamente significativos na frequência ou severidade dos efeitos adversos na população exposta,
comparativamente ao seu controlo.
[15], [46] MF [Modifying Factor] - Factor da variabilidade humana, parâmetro que só toma valores
positivos (>0) e que reflecte incertezas dos dados usados, adicionais ás contempladas pelos UF.
[15], [13] MRL [Minimal Risk Level] - Parâmetro indicador da dose correspondente ao risco mínimo, ou
seja, trata-se de uma estimativa da exposição à qual o Homem estará diariamente sujeito a uma
substância perigosa, que ocorrerá tendencialmente sem risco apreciável de surgirem efeitos adversos não
carcinogénicos, para uma dada via de administração e duração de exposição.
NIOSH - National Institute for Occupational Safety and Health.
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Glossário/ Abreviaturas
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[24], [15],[49] NOAEL [No-Observed-Adverse-Effect Level] - Dose de substância /composto á qual não se
verificaram aumentos estatisticamente ou biologicamente significativos na frequência ou severidade dos
efeitos adversos na população exposta, comparativamente ao seu controlo. Esta dose pode levar ao
desencadeamento de uma resposta, contudo, não será adversa. È um parâmetro que apresenta como
principais desvantagens o facto de: referir-se apenas a uma dose experimental; depois de estabelecido,
levar á desvalorização da restante curva dose-resposta; tomar valores elevados, quando resultante de
experiências com poucos animais; originar valores de referência com margens de risco elevadas (em
detrimento de tomar valores variáveis consoante os desenhos experimentais usados).
[27] Nitrosaminas - compostos tóxicos, carcinogénicos, resultantes da reacção de nitritos com aminas
secundárias.
OMS - Organização Mundial de Saúde.
OSHA - Occupational Safety and Health Administration.
[31] Oxigénio hiperbárico, (terapêutica com) - terapêutica na qual o doente é colocado numa câmara
especial, com oxigénio a uma pressão mais elevada do que o habitual.
[15] PEL [Permissible exposure limit] - Nível de exposição em ambiente laboral num turno de 8 horas
diárias ou 40 horas semanais, de trabalho, admissível pela OSHA.
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Glossário/ Abreviaturas
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Pró-fármaco - composto que é administrado numa forma na qual não apresenta a actividade
farmacológica pretendida; só in vivo sofre uma transformação (bioactivação), química ou enzimática, da
qual resulta o fármaco (substância activa).
ppm - partes por milhão; uma das unidades na qual pode ser expressa uma concentração.
[48] Reacção de Fenton - reacção associada á formação de ROS:
[36] Redução dissimilativa de sulfato - Conversão anaeróbia do sulfato em H2S por bactérias redutoras de
sulfato. Exemplos de bactérias com processos metabólicos deste tipo: as pertencentes aos géneros
Desulfovibrio sp. e Desulfomaculum sp..
[15] RfC [Reference Concentration] - Concentração de Referência, estimativa da concentração associada
à exposição do Homem (incluindo subgrupos sensíveis), por inalação contínua, que ocorre
tendencialmente sem risco apreciável de efeitos não carcinogénicos nocivos à saúde, durante toda a sua
vida.
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Glossário/ Abreviaturas
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[15], [46], RfD [Reference Dose] - Dose de referência, trata-se de uma estimativa da dose correspondente
à exposição diária, do Homem, a um potencial risco, que ocorre tendencialmente sem efeitos nocivos à
saúde, durante toda a vida dos indivíduos. Pode ser obtido a partir da NOAEL (de estudos feitos em
animais e no Homem), por aplicação de UF (que reflectem os vários tipos de dados usados para
determiná-lo) e do MF (factor baseado numa apreciação profissional da informação disponível acerca da
substância/composto químico em questão (ex: xenobiótico). A RfD não é aplicável a todos os efeitos
tóxicos observáveis (ex: cancro).
[15] Risco - Possível efeito adverso resultante de uma determinada exposição a uma substância/composto
químico.
RSS [reactive sulfur species] - espécies reactivas de enxofre.
ROS [reactive oxygen species] - espécies reactivas de oxigénio.
[15], [46] UF [Uncertainty Factor] - Factor da Incerteza dos valores, corresponde a um factor usado na
determinação do MRL, RfD e RfC a partir de dados experimentais. A sua utilização visa englobar: (1) as
variações de sensibilidade existentes entre humanos, (2) a incerteza associada à extrapolação de dados
inferidos em animais para o Homem, (3) a incerteza associada à extrapolação de dados obtidos num
estudo no qual a exposição ao químico é inferior á decorrente na prática e (4) a incerteza decorrente da
utilização de LOAEL ao invés de NOAEL.
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Glossário/ Abreviaturas
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[15] STEL [Short-Term Exposure Limit] - Concentração máxima á qual os trabalhadores poderão estar
expostos, até 15 minutos, de modo contínuo e á qual são admitidas um máximo de 4 exposições,
intercaladas de um período mínimo de 60 minutos.
[50] Sulfatara - Fenómeno acessório do vulcanismo que ocorre depois de terminado um período eruptivo.
Consiste na emissão de produtos gasosos (fumarola) que se pode prolongar por muito tempo, na qual
predominam substâncias sulfuradas. As sulfataras podem originar depósitos de enxofre com interesse
comercial.
[15] TLV [Threshold Limit Value] - Limiar máximo permitido, aplicável a químicos industriais, que
corresponde à concentração de uma substância à qual a maioria dos trabalhadores pode estar exposta sem
surgimento de efeitos tóxicos. O TLV poderá ser expresso como TWA, STEL, ou como CL.
[15] Toxicocinética - Comportamento da substância tóxica no organismo vivo, englobando o estudo da
sua absorção, distribuição, metabolismo e excreção.
[15] TWA [Time-weighted average] - Concentração admissível para uma exposição ocupacional durante
um turno de 8 horas diárias ou 40 horas semanais, de trabalho.
[15] Xenobiótico - substância/composto químico estranho ao sistema biológico.
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Bibliografia
Início
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Elaborado por: Ana Carvalho
4º Ano
MICF
A dose faz o veneno.
- Paracelsus, dritte defensio, 1538.
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