Dor Definição de dor Dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável associada a uma lesão tissular real ou potencial. Dor é uma percepção de um estimulo nocivo, experiência envolvendo ambas as sensações fisiológicas ou emocionais Estudos indicam animais vocalizam e se afastam de um estímulo nociceptivo de grau similar aos humanos ( começam a sentir dor de grau similar). As cirurgias eram realizadas sob administração de bloqueadores neuromusculares, sem produção de analgesia ou inconsciência. Associações injetáveis desprovidas de ação analgésica, ou doses que não promovem analgesias adequadas. Dor pós operatória – dor aguda mais comum Consciência da dor como um fator biológico ativo – conseqüências ( imunossupressão, retardo cicatrização, aceleração de processos patológicos...) O nível da dor é considerado o quinto sinal vital em pacientes humanos – importância da sua abordagem. Animais sentem e pressentem a dor pelos mesmos mecanismos dos seres humanos Experiência dolorosa é prejudicial ao processo de cura – bem estar das pessoas e dos animais Relação ente dor aguda e dor crônica – dor aguda controlada, dor crônica não manifestará Para reconhecer e tratar a dor: •Reconhecer os diferentes tipos de dor •As vias neurais envolvidas no processo de estímulo nocivo •A resposta do sistema nervoso à estímulos nocivos sustentados e repetidos •Conseqüências sistêmicas da dor Dor patológica : Dano tecidual, pode ser experimentada como cortante, dolorosa, espontânea (causalgia); dor exagerada em resposta a um estímulo nocivo ( hiperalgesia). Dor fisiológica: “alerta destinado a proteger o animal ou a pessoa Dor patológica pode ser dividida: Dor aguda Dor crônica Dor aguda – aquela resultante de lesão traumática, cirúrgica, ou infecciosa, mesmo que tem início abrupto, tendo curta duração. Tem caráter fisiológico e respondem à medicação analgésica Dor crônica – persiste após a lesão, e após longos períodos ( 3 a 6 meses de dor contínua)parece tornar independente do estímulo que a gerou. Este estímulo responde melhor a tranquilizantes e psicotrópica. Dor baseia-se em dois estímulos: Dor somática Dor viceral Dor somática - (articulações, pele, periósteo músculos, etc) pode ser profunda ou superficial. É de fácil localização. Dor visceral – ( vísceras torácicas e abdominais) de difícil localização ou difusa. Normalmente causada por distensão ou espasmo. Fisiopatologia da dor: Originada da transformação dos estímulos ambientais em potencial de ação – fibras nervosas periféricas transferidos para SNC. Receptores nociceptivos são representados por terminações nervosas livres presentes: Fibras mielínicas A& : transmitem dores agudas, localizadas e penetrantes. Fibras nervosas Amielínicas C: Transmitem dores crônicas, difusas , queimantes e de espasmos. Estas fibras nervosas estão presentes na pele, víceras, vasos sanguíneos e fibras do músculo esqueléticos. Atividades dos receptores – moduladas por substâncias químicas ( algogênicas) Substâncias algogênicas: acetilcolina, prostaglandinas, histamina, serotonina, bradicininas, leucotrieno, substância P, tromboxana, fator de ativação plaquetária e íons potássio. Liberadas de processos inflamatórios, traumáticos ou isquêmicos. Substâncias originadas de células lesadas : leucócitos, mastócitos, plaquetas e moléculas livres em vaso sanguíneos. Impulso gerado pelos receptores Processados na medula espinhal Vias aferentes do tálamo Vias aferente do sistema límbido Componentes emocionais da dor Córtex cerebral Caminho da dor Pontos chaves na avaliação da dor nos animais: Tratar com analgésico apropriado ao nível da dor Idade Reconhecer desde os mais óbvios até os mais tênues sinais de comportamento associado a dor. Características comportamentais associados a dor: Postura anormal : arqueada abdome rijo posição de reza senta ou deita em posição anormal não descansa em posição normal Andadura anormal Movimentos anormais: debatem ficam imóveis acordados sem movimentos quando Vocalização: gritos e choros Associados: olha, lambe, mastiga área lesionada Nível de dor de acordo com diferentes estímulos: Dor ausente: Procedimentos menores: contenção para Rx retirada de pontos troca de bandagens Protocolo Leve a moderada sedação ( se necessário) Analgésicos não são necessários Dor leve: Intervenção cirúrgicas de pequeno porte: •suturas •debridamentos •remoção de corpos estranhos superficiais •Limpezas oculares Protocolo Sedação com analgésicos opióides, anestesia de curta duração Dor moderada Intervenção cirúrgica de médio porte •Orquiectomias e O.S.H •Cesarianas •Cistostomias •Excisão de neoplasias cutâneas •Procedimentos ortopédicos de pequeno porte •Toracotomias Protocolo •MPA com analgésicos e tranquilizantes •Anestesia geral ou epidural •Manejo pós operatório com opióides associados ou não com AINES por 24 a 48 horas Dor grave Intervenção cirúrgica de grande porte Laparotomia exploratória Cirurgias ortopédica Amputação de membros Protocolos MPA com analgésicos e tranquilizantes Anestesia epidural ou geral Manejo pós operatório com opióides associados ou não com AINES, de maneira intensiva e prolongada Escada da dor Dor leve Dipirona/ AINEs Dor moderada Opióides/ AINEs Dor grave Opióides/ opióides + AINEs Como os analgésicos podem atuar: Inibindo os impulsos aferentes no cérebro ou medula espinhal ( opióides) Hipnoanalgésicos: além da analgesia, produz hipnose, satisfazendo a definição clássica de MPA Interrompendo diretamente a condução do impulso ( anestésicos locais) Prevenindo a sensibilização do nociceptor que acompanha o processo inflamatório ( antiinflamatórios não – esteriodais) Classe dos analgésicos mais utilizados na medicina veterinária: 1.Opióides: morfina, meperidina, tramadol, nalbufina, fentanil 2. Salicilatos: ácido acetilsalicílico 3. Derivados do para- aminofenol : Acetominofen, paracetamol 4. Não- salicilatos: Fenilbutazona, dipirona, flunixin neglumine, carpofeno, cetoprofeno 5. Alfa – agonistas: Xilazina, romifidina, detomidina, medetomidina Analgésicos Opióides: Hipnoanalgésicos Isoladamente causam discreta depressão do SNC, elevando limiar da dor, aliviando o desconforto da dor. Opióides usados desde 4000 aC Potentes analgésicas de ação central, derivados da morfina “Age em receptores ( Mu, Kappa, Sigma e Delta) na medula espinhal inibindo impulsos somatosensórios aferentes” Analgésicos Opióides: Hipnoanalgésicos Analgesia e sedação Queda na atividade motora Ação colinérgica (controlada pela atropina) Depressão respiratória Pode produzir vomito e relaxamento do esfíncter anal Anestésicos locais Anestésico que aplicada em concentrações adequadas, bloqueia de maneira reversível a condução nervosa. Analgésicos Antiinflamatórios não esteriodais ( AINES) Mecanismo de ação: Diminuem a inflamação por bloquearem a enzima responsável pela transformação – ácido aracdônico em substâncias mediadoras Em 1971, Vane – inibição da síntese de prostaglandinas pela aspirina ocorreu pela inibição da cicloxigenase Em 1995, Vane e Bottingg demostrou a existência de duas formas de cicloxigenase: a clicloxigenase 1 ( COX 1) e cicloxigenase 2 ( COX 2) COX 1 É extremamente importante para as funções fisiológicas normais Ex: a degradação do ácido araddônio pela COX 1 ( PGE2, PGE1 e tromboxana) responsáveis pela vasodilatação renal, pela proteção da mucosa gastriintestinal e agregação plaquetária. Agentes que boloqueiam a COX 1 COX 2 Forma induzível Formada a partir de determinados estímulos ( presença de endotoxinas e estímulos inflamatórios que liberam as citocinas) que induzem a síntese de COX 2 por células. COX 2 pode ser interrompida por antagonistas ou anticorpo para citocinas e mitógenos inibidores da indução da COX 2 ( glicocorticóides) COX 2 COX 2 pode ser interrompida por antagonistas ou anticorpo para citocinas e mitógenos inibidores da indução da COX 2 ( glicocorticóides) A maior ou menor probabilidade de um AINE provocar efeitos adversos está condicionadaa sua capacidade de inibir apenas a COX 2. Principais AINES empregados: Dipirona: Seguros em promover efeitos adversos Tratamento de dor de grau leve Pode ser associados a analgésicos opióides 1 gota /KG VO ou 25 mg/kg IV ou IM Cetoprofeno: Dor leve a moderada Pode ser associada aos opióides Ação analgésica de longa duração Inibidor da síntese de prostaglandinas Risco de toxidade renal e gastrintestinal Dose: 2mg/kg IM SC ou IV Carprofeno Efeito superio aos opióides fracos Adequado em pós operatório Promove analgesia por 24 horas Dose: 4 mg/kg Meloxicam Bastante seletivo para COX 2 Mais seguros que os outros AINEs Possibilidade de efeitos adversos é menor Dose: 0,3 mg/kg durante 3 a 4 dias A dor é inferida pela observação de alterações de comportamento: •Marcha alterada •Locomoção aumentada •Relutância ao movimentar-se •Postura anormal •Lamber e coçar •Automutilação •Aversão •Vocalização •Agressão •Taquicardia, taquipnéia A dor em animais anestesiados •Movimentação •Tremores musculares •Aumento da frequência cardíaca e respiratória •Aumento da pressão arterial Introdução à anestesiologia Definições Droga: É toda matéria-prima de origem animal, vegetal ou material que contém um ou mais fármacos Fármaco: Substância de estrutura definida que introduzida num sistema biológico, modifica uma ou mais de suas funções Anestesia: É um termo genérico, pois todo fármaco capaz de suprimir temporariamente a dor, quer para fins exploratórios ou cirúrgicos, com ou sem narcose, enquadra-se em seu escopo. Narcose: Perda da consciência ou sono artificial Analgesia: Supressão temporária da percepção dolorosa. Atribuições e condutas do anestesista Atribuições: Colaborar com o cirurgião na escolha da melhor anestesia Dar ordens para o preparo pré anestésico Executar a anestesia perfeita Prepara a mesa de material indispensável Advertir o operador sobre a oportunidade de iniciar a intervenção e acidentes ocorridos Mandar aplicar a medicação necessária durante a anestesia Deverá registrar os parâmetros do paciente Responsável pelos incidentes relacionados à anestesia Deve permanecer junto ao paciente Condutas anestésica Estado do paciente Duração da intervenção Localização da intervenção e extensão Escolha do agente anestésico Custo operacional Período pré anestésico Indicação anestésica e o momento de iniciá-la Jejum Acomodações Período transanestésicos Início da anestesia propriamente dita até o início da recuperação Período pós anestésico Início da recuperação até o restabelecimento total do animal.