Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais II 6º Semestre de Administração RECURSOS PATRIMONIAIS Os recursos patrimoniais constituem os elementos primordiais para uma organização poder operar, produzir produtos e serviços que irão atender às demandas de mercados. Manutenção do Bens Patrimoniais – Sucesso da Organização Manutenção... Eles estão sendo operados de forma econômica? Sua manutenção está sendo realizada de acordo com as melhores recomendações? Chegou a hora do equipamento ser substituído por outro, isto é, ele já atingiu sua vida econômica? A manutenção preventiva está reduzindo os custos decorrentes de quebras e paradas de máquinas? Há também a Manutenção da Pessoas... A Manutenção das Pessoas é assunto muito mais complexo do que a de equipamentos e tem recebido atenção crescente dos administradores. Podemos afirmar que todos os programas de incentivo à criatividade, reciclagem, treinamento periódico, atividades em grupos, workshops e apoio psicológico são formas de Manutenção das Pessoas. A Era da Robotização exige Pessoas Capacitadas Para Refletir... Até pouco tempo, numa fábrica, como uma montadora de veículos, tínhamos uma média de 1 pessoa na manutenção para 5 a 7 pessoas nos trabalhos diretos. Há previsões de que essa relação chegue em 1 para 1, colocando a manutenção de instalações como área vital para as empresas Logo... Os recursos patrimoniais de uma organização compreendem instalações, máquinas, equipamentos e veículos que fazem possível sua existência, ou seja, sua operação. São todos os bens necessários para a empresa operar, criar valor e proporcionar satisfação ao cliente. Os bens patrimoniais não são adquiridos todos de uma só vez, mas durante sua existência Classificação dos Bens Patrimoniais: equipamentos e máquinas: são as ferramentas, máquinas operatrizes, caldeiras, guindastes, pontes rolantes, compressores, dispositivos, veículos, computadores, móveis, etc; edificações: são prédios, galpões, escritórios, almoxarifados, garagens, etc; terrenos: compreende o local onde estão as instalações, suas áreas livres e terrenos vazios que pertençam à empresa; jazidas: são as localizações onde a empresa tem direitos, poder ou autorização de extração de produtos minerais; intangíveis: são os recursos que não podemos tocar, não tem corpo ou forma física; são as patentes, projetos, direitos autorais e marcas. Os Recursos Patrimoniais podem ser: móveis: são aqueles que podem ser movimentados, deslocados de posição sem que percam sua constituição física (máquinas, veículos, móveis, etc); imóveis: são aqueles que, se forem movidos ou deslocados do local, perdem sua forma física, ou não podem ser deslocados (prédios, pontes, terrenos e jazidas). Nas empresas agropecuárias temos recursos denominados semoventes, constituídos pelos animais e plantações que formam o elemento a ser transformado em produtos finais para o mercado (gado, caprinos, suínos, aves, peixes pássaros, cana de açúcar, café, etc). Os Recursos Patrimoniais, na análise contábil da empresa, fazem parte dos ativos imobilizados CLASSIFICAÇÃO E CODIFICAÇÃO DE MATERIAIS E BENS Com o aumento considerável dos materiais utilizados nas empresas e as exigências dos consumidores de novos produtos, tornou-se necessária a criação de uma linguagem única que permitisse identificar, de forma inequívoca, cada item de material. Essa linguagem envolve uma classificação e uma codificação dos diversos materiais. Objetivo da Classificação e Codificação de Materiais... É agrupar os materiais segundo determinados critérios como: forma, dimensões, peso, tipo, uso, etc., bem como estabelecer um processo de identificação, codificação, cadastramento e catalogação dos materiais de uma empresa. A primeira fase da classificação é a identificação que consiste na análise e no registro dos principais dados que caracterizam e individualizam cada item de material em particular. Sua finalidade é identificar, a partir de uma especificação bem estruturada, cada item da empresa. A identificação é construída a partir de um processo descritivo que objetiva, seguindo regras específicas, atribuir uma nomenclatura padronizada para todos os materiais. Nomenclatura Na composição da nomenclatura são determinados: nome básico do material, nome modificador (que é sua denominação complementar), as características físicas de cada material, a aplicação (onde o material é utilizado), a embalagem (apresentação do invólucro, por exemplo: tinta em galões ou em baldes etc) e as referências comerciais que contêm o nome ou o código de referência de cada fabricante. Codificação Após a identificação de cada material, passamos à fase da codificação que consiste em atribuir uma série de números ou letras para cada material, de tal forma que esse conjunto numérico ou alfanumérico possa representar, por meio de um único símbolo, as características de cada material em particular. Sistemas de Codificação sistema alfabético: constituído unicamente por conjunto de letras, em sua maioria estruturadas de forma mnemônica mediante associação das letras que permite identificar cada material; sistema alfanumérico: é um método de codificação que mescla números e letras para representar cada material. Esse sistema de codificação é muito utilizado na indústria de autopeças, por exemplo; sistema numérico: consiste em atribuir uma composição lógica de números para identificar cada material. Posteriormente o sistema numérico foi ampliado e deu origem ao denominado Federal Stock Number (FSN) que faz parte do sistema federal de suprimentos dos Estados Unidos. O FSN tem a seguinte estrutura: - grupo; - classe; - número de identificação. Estrutura do Federal Stock Number O conjunto de seis números permite identificar até 999.999 itens de materiais. Por sua vez, as classes podem atingir um total de 9.999 possibilidades. O FSN permite classificar um elevadíssimo número de itens. Em razão disso, o governo dos Estados Unidos passou a utilizar essa estrutura para codificar todos os materiais utilizados usando o Federal Supply Classification (FSC), desenvolvido pelo Departamento de Defesa para identificar, classificar e catalogar todos os materiais movimentados pelos diversos departamentos do governo americano. A codificação de materiais tomou um grande impulso com a introdução de novas tecnologias que permitiram o reconhecimento ótico de caracteres, em substituição à digitação de código dos itens Tecnologias código magnético: em que as informações de cada item ou operação são armazenadas em um material magnético, tal qual uma tinta especial. Esse processo requer um contato físico entre o leitor e o código e apresenta imunidade contra fraudes. Como necessita de um material especial à base de óxido de ferrite (magnetizável) nas embalagens, tornou-se muito caro. Essa tecnologia teve aplicação em algumas atividades: bilhete do metrô e cartões magnéticos (bancos, cartões de crédito etc.). Atualmente os cartões de crédito receberam uma nova tecnologia com a introdução de um chip que dá maior segurança contra fraudes; código de barras: neste sistema, as informações são gravadas oticamente em materiais e com tintas variadas e hoje está sendo largamente utilizado. Tecnologias Vantagens do Código de Barras fácil utilização; grande capacidade de captura dos dados via reconhecimento ótico das barras; baixo custo operacional; implantação relativamente simples; uso de equipamentos compactos na leitura dos dados. No Brasil, a introdução e o gerenciamento do uso e da aplicação de códigos de barras têm a supervisão da EAN Brasil – Associação Brasileira de Automação Comercial, criada pelo Decreto 90.095/84 e Portaria 143 do Ministério de Indústria e Comércio. Estrutura de Codificação O dígito verificador tem por finalidade verificar se a leitura dos números representados por barras verticais está correta. Para isso, ele é calculado a partir de um conjunto de operações matemáticas realizadas com os números representados pelas barras, que identificam o prefixo, a empresa e o produto propriamente dito. O resultado final dos cálculos é um número que é comparado ao dígito verificador. Caso a comparação não resulte em sucesso, ou seja, o dígito verificador não for igual ao resultado das operações matemáticas realizadas com os demais números, o leitor de código de barras rejeita a sua leitura. Ë por essa razão que, muitas vezes na saída de um supermercado, o operador do caixa, após algumas tentativas frustradas de leitura do código de barras de um produto que adquirimos, digita todos os números encontrados logo abaixo do código de barras. As configurações dos códigos de barras mais utilizados são: EAN – 8: é um código de barras utilizado nas embalagens que possuem pouco espaço para a inserção de um código de barras com um número maior de dígitos. Sua estrutura envolve: EAN – 13: é um código de trezes dígitos e tem uma estrutura bastante semelhante com a estrutura do código EAN – 8. O número de dígitos a mais (5) destina-se à inclusão do código da empresa fornecido pela EAN Brasil. Sua estrutura envolve: EAN – 14: esse código se destina à identificação da embalagem de comercialização do produto. É uma estrutura que migrou do código EAN – 13 que inclui um dígito que identifica a quantidade de produto ou a quantidade de embalagens. Em alguns casos, esse dígito adicional é denominado variante logística; EAN / UCC – 128: é um código de barras projetado para conter um maior número de informações sobre os produtos. Esse código permite incluir dados adicionais tais como: data de fabricação, data de validade etc., informações importantes especialmente no caso de uso em produtos perecíveis. Leitura do Código de Barras... A leitura dos códigos de barras é realizada por equipamentos denominados scanner, pistolas laser e canetas ópticas. A aplicação do Código de Barras promoveu uma sensível melhoria na produtividade, no manuseio e no despacho de cargas e serviço de atendimento a clientes, como é o caso de uma loja de departamento ou mesmo um supermercado IDENTIFICAÇÃO POR RADIOFREQÜÊNCIA A tecnologia não parou no código de barras. A identificação por radiofreqüência é uma tecnologia mais recente que vem sendo expandida na coleta automática de dados. A operação de um sistema de identificação por radiofreqüência requer um conjunto de equipamentos: etiquetas, também chamadas de transporder ou RF-TAG, antenas que utilizam as ondas de radiofreqüência para a leitura das etiquetas e os chamados controladores que são os responsáveis pela decodificação das informações existentes na RF-TAG. As etiquetas têm uma enorme variedade de tamanho, capacidade de armazenamento de dados, vida útil e aplicações. Por exemplo, no rastreamento do gado bovino é utilizado um tipo de etiqueta que é fixada internamente no animal; Essa tecnologia ainda é muito cara: uma etiqueta eletrônica custa hoje entre US$ 1 e US$ 2, embora existam etiquetas de até 10 centavos de dólar; porém, não são regráveis. O sistema de leitura custa entre US$ 2 mil e US$ 3 mil por conjunto instalado Cadastramento Após a codificação dos materiais, é necessário fazer o seu cadastro cujo objetivo é o registro do item com todas as suas características em um sistema em banco de dados. O Cadastro envolve 3 operações: a inclusão de um item de material no cadastro de materiais; eventuais alterações quando algum item de material tem algumas de suas características modificadas; e a exclusão, quando um item de material não faz mais parte dos materiais utilizados na empresa. Depreciação Linear A depreciação de um bem é a perda de seu valor, decorrente do uso, deterioração ou obsolescência tecnológica. O critério de depreciação utilizado e aceito pelos órgãos da Receita Federal é o linear, ou da linha reta, pelo qual se depreciam partes iguais durante toda vida útil do bem. Fórmula da Depreciação Linear D= C–R N D = depreciação C = Capital Inicial (valor ou custo inicial do bem) R = valor residual depreciação N = vida útil D= C = Capital Inicial (valor ou custo inicial do bem) R = valor residual N = vida útil VIDA ECONÔMICA DOS RECURSOS PATRIMONIAIS A vida econômica dos recursos patrimoniais, ou seja, de um bem, é o período de tempo (geralmente em anos) em que o custo anual equivalente de possuir e de operar o bem é mínimo. Os bens como equipamentos e instalações, se desgastam com o uso, necessitando cada vez mais de manutenção. Assim, é de se esperar que os custos operacionais aumentem com o passar do tempo. Paralelamente, seu valor de venda ou de mercado vai diminuindo. A partir de um instante não é mais interessante manter o bem, é quando ele atingiu a sua vida econômica. Exercícios; Case.