Curso de Processamento Digital de Sinais e Imagens Mestrado de Instrumentação do CBPF Profs: Marcelo Portes de Albuquerque e Márcio Portes de Albuquerque Aula 01 Aula 01 Introdução • Processamento Digital de Sinais (PDS) evoluiu rapidamente nos últimos 20 anos • PDS nos permite realizar operações programáveis, possuiu uma maior flexibilidade e maior precisão PDS não é a solução para todos os problemas de processamento de sinais 2 Aula 01 Sinais, Sistemas e Processamento de Sinais • Um sinal é definido como uma grandeza física que varia no tempo, espaço ... • ... ou em função de qualquer outra variável independente 3 Aula 01 Sinais, Sistemas e Processamento de Sinais • Um sistema pode ser definido como um equipamento que realiza uma operação em um sinal x(n) F y(n) • Quando passamos um sinal através de um sistema, dizemos que processamos o sinal • O sistema é normalmente caracterizado pelo tipo de operação feita no sinal • Um sistema também pode ser considerado por operações de software 4 Aula 01 Elementos Básicos de um Sistema de PDS • Muitos dos sinais encontrados na natureza são sinais analógicos Analog Input Signal • Analog Signal Processor Analog Output Signal O PDS fornece um método alternativo para o processamento de um sinal analógico 5 Aula 01 6 Porque Processamento Digital de Sinais ? Vantagens A implementação digital permite a realização de certas características que não são possíveis na implementação analógica. 1. Independe de valores precisos do sinal digital. 2. O circuito digital pode ser reproduzido facilmente sem ajustes na construção ou na utilização. 3. Os sinais e coeficientes são representadas por palavras binárias. 4. Circuitos digitais podem ser cascadeados sem causar sobrecarga diferentemente dos circuitos analógicos. 5. Sinais digitais podem ser armazenados indefinidamente sem perda de informação 6. As informações podem ser processadas off-line. 6 Aula 01 7 Porque Processamento Digital de Sinais ? Desvantagens 1. Aumento da complexidade do processamento digital de sinais analógicos 2. Limitação da faixa de freqüência disponível para o processamento. 3. Sistemas digitais são construídos utilizando dispositivos ativos que consomem potência elétrica 4. Dispositivos ativos são menos confiáveis que os componentes passivos. 7 Aula 01 Classificação de Sinais • Os métodos que vamos estudar em PS ou na análise de um sistema depende das caracaterísticas ou atributos do sinal/sistema • Existem técnicas que se aplicam somente a um família específica de sinais • Consequentemente qualquer investigação em PS deve começar com a classificação dos sinais • Sinais Multicanal e Multidimensional Tipos de Sinais • Sinais no Tempo Contínuo e no Tempo Discreto • Sinais com Valores Contínuos e Valores Discretos • Sinais Determinísticos e Aleatórios 8 Aula 01 Sinais Multicanal e Multidimensional • Em algumas aplicações, os sinais são gerados por fontes múltiplas ou sensores múltiplos. • Estes sinais podem ser representados em forma de vetores. • Múltiplos sensores geram sinais escalares. – – • • Embora estes sinais não são vetores do ponto de vista físico, sempre tratamo-os como vetors por ser conveniente matematicamente. Referimo-nos a estes sinais como sinais multicanais. Se estes sinais estão em função de uma única variável independente, o sinal é conhecido como sinal de uma dimensão. Por outro lado se estes sinais estão em função de M variáveis independentes eles são chamados sinais a M dimensões. 9 Aula 01 Sinais no Tempo Contínuo e no Tempo Discreto • Os sinais podem também ser classificados em 4 categorias diferentes dependendo da característica do tempo (variável independente) e dos valores que este pode ter. • Sinal no tempo contínuo (ou sinal analógico) é definido para cada valor do tempo e pode ter qualquer valor no intervalo contínuo (a,b). Exemplo: • Sinal no tempo discreto são definidos somente em valores discretos do tempo. • Normalmente estes valores de tempo são equidistantes. 10 Aula 01 Sinais no Tempo Contínuo e no Tempo Discreto • Exemplo: – O indíce n é a variável independente. • Um sinal discreto pode ser representado matematicamente por uma seqüência de números (Reais ou Compelxos). • No tempo discreto usamos x(n) ou x(nT) ao invés de x(t). •Exemplo: • O processo de selecionar um valor de um sinal analógico em tempos discretos é conhecido como amostragem. 11 Aula 01 Sinais com Valores Contínuos e Valores Discretos • Os valores dos sinais em tempo contínuo ou tempo discreto podem ser contínuo ou discreto. • Sinal de valores contínuos - valores infinitos dentro de uma faixa • Sinal de valores discretos - valores dentro de um conjunto de valores possíveis • Normalmente estes valores são equidistantes – sinal digital Sinal digital com 4 valores de amplitudes diferentes 12 Aula 01 Sinais com Valores Contínuos e Valores Discretos • Para um sinal ser processado digitalmente, ele deve ser um sinal digital. • Para um sinal analógico ser processado ele precisa ser convertido para um sinal digital através de uma amostragem no tempo e da quantificação de seus valores (truncagem e arredondamento) Ilustração da Quantificação 13 Aula 01 Sinais Determinísticos e Aleatórios • A análise matemática e o processamento de sinais requer uma descrição matemática do sinal (modelo) • Um sinal determinístico é um sinal que pode ser descrito unicamente por uma expressão matemática. Todos os valores (passado, presente e futuro) são conhecidos precisamente. • Em muitas aplicações práticas os sinais não podem ser descritos formulas ou expressões matemáticas. Estes sinais são conhecidos como sinais aleatórios. • Isto implica numa análise destes sinais usando técnicas estatísticas. (Teoria de Probabilidade e Processos Estocásticos) 14 Aula 01 Sinais Determinísticos e Aleatórios Exemplo: Embora estes sinais não sejam parecidos, seus histogramas são similares. 15 Aula 01 Freqüência de Sinais nos Tempos Contínuos e Discretos • Este conceito nos é familiar quando utilizamos receptores de rádio, sistemas de alta-fidelidade, filtros fotográficos etc • Em física, freqüência esta relacionada com algum tipo de movimento harmônico periódicos • O conceito de freqüência está quase sempre relacionado com o conceito de tempo • Freqüência tem a dimensão inversa do tempo: F=1/T Sinais senoidais • no tempo contínuo • no tempo discreto • Exponênciais Complexas 16 Aula 01 Sinais Senoidais no Tempo Contínuo • Uma oscilação harmônica é descrita matematicamente por: Este sinal é caracterizado por: 1. xa(t) é periódico • xa(t + Tp) = xa(t) • onde Tp = 1/F é o periodo fundamental. 2. O aumento da freqüência F resulta no aumento da taxa de oscilação dentro de um intervalo. 17 Aula 01 Sinais Senoidais no Tempo Contínuo • A equação para senoides também pode ser escrita na sua forma complexa • usando a fórmula de Euler: • Por definição, freqüência é uma grandeza positiva. Por conveniência matemática é necessário a introdução de freqüências negativas. Representação da função coseno através de pares conjugados (fasores) 18 Aula 01 Sinais Senoidais no Tempo Discreto Um sinal senoidal em tempo discreto pode ser escrito como: Exemplo: Uma senoide em tempo discreto é periódica somente se sua freqüência f é um número racional Exemplo de um sinal senoidal no tempo discreto =/6e=/3 Definição: Exemplo: 19 Aula 01 Sinais Senoidais no Tempo Discreto Senoides no tempo discreto onde suas freqüências são separada por um número inteiro múltiplo de 2 são idênticas A taxa de oscilação mais elevada de um sinal senoidal no tempo discreto é alcançada quando = (ou = -) ou, equivalentemente f=½ (ou f = -½). freqüências negativas para sinais senoidais no tempo discreto A faixa de freqüência é finita entre - (-½ f ½). 20 Aula 01 Exponênciais Complexas Sinais senoidais e exponênciais complexas tem um papel fundamental na análise de sinais e sistemas Contínuo no Tempo • Para cada valor de k, sk(t) é periódica, com período 1/(kF0) = T0/k • Para sinais básicos, podemos construir uma combinação linear de exponenciais complexas harmonicamente relacionadas da forma • onde ck , k=0, 1, 2, ... são constantes complexas arbitrárias. O sinal xa(t) é periódico com período fundamental Tp = 1/F0. • Esta representação exponêncial é chamada de série de Fourier de xa(t) 21 Aula 01 Exponênciais Complexas Exponênciais Discretas • Usamos f0 = 1 / N • Definimos um conjunto de exponenciais complexas por: Notamos que e como combinação linear • resultando num sinal periódico com período N. • Isto é uma representação de Fourier para uma seqüência períodica discreta com coeficiente {ck}. 22 Conversão AD e DA 23 Aula 01 Amostragem de Sinais Períodicos Amostragem Periódica ou uniforme • x(n) é um sinal discreto no tempo, obtido por amostras de um sinal analógico xa(t). • O intervalo T é chamado período de amostragem e 1/T = Fs (Fs é a Frequencia de Amostragem) A amostragem periódica estabelece uma relação entre variáveis t e n, sinais contínuos e sinais discretos, respectivamente t = nT = n / Fs Podemos relacionar F (ou ) a sinais analógicos e f (ou ) a sinais discretos. 24 Aula 01 Teorema da Amostragem Vamos supor que qualquer sinal analógico pode ser representado por uma soma de senoides de diferentes amplitudes, freqüências e fases. Suponha que a freqüência máxima não exceda a Fmax (por exemplo sinais de voz Fmax = 3KHz, ou TV Fmax = 5MHz). A maior freqüência que pode ser amostrada quando o sinal é amostrado na razão Qualquer freqüência acima de Fs/2 ou abaixo resulta em amstragem que são identicas com frequencias correspondente ao intervalo Para evitar problemas de aliasing Fs é relacionada com Fs > 2 Fmax, onde Fmax é a maior componente de freqüência do sinal analógico em estudo. 25 Aula 01 Introduçaõ a Teoria das Distribuições Em muitos exemplos que veremos no curso, utilizamos números aleatórios para simular o efeito do ruído no sinal Estes ruídos estão presentes em equipamentos eletrônicos e usualmente perturbam a comunição ou a detecção de sinais fracos Através da geração de ruídos por computador podemos estudar seus efeitos e a performance de sistemas na presença deste Muitos bibliotecas de software incluem um gerador de número aleatório (dsitribuiçao uniforme). Estes programas geram numeros entre 0 e 1 com a mesma probabilidade de ocorrência Uma variável aleatória é a saída de um gerador de número aleatório. Exemplo: 0 A 1. 26 Aula 01 Função de Densidade de Probabilidade Uniforme Notamos que o valor médio de A, mA= ½. A integral (representada pela área) da função de densidade de probabilidade é chamada de função de distribuição de probabilidade. 27 Aula 01 Função de Distribuição de Probabilidade Gaussiana (Normal) Gaussian probability density function and the corresponding probability distributin function 28 Aula 01 Resumo • Nesta introdução apresentamos uma motivação para o processamento digital de sinais como sendo uma alternativa ao processamento de sinais analógicos. • Apresentamos os elementos básicos de um sistema de processamento digital de sinal • Descrevemos brevemente as operações para converter um sinal analógico em um sinal digital e o teorema de Nyquist e Shannon. • Tivemos também uma pequena introdução às distribuições Uniforme e Gaussiana. 29