INTRODUÇÃO À ECONOMIA AS RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS CANO, Wilson. Introdução à Economia: uma abordagem crítica. 2 ed. São Paulo: UNESP, 1998. 264p. (Capítulo 4 – As Relações Econômicas Internacionais) Prof. Dr. Raimundo Cláudio Gomes Maciel Blog: raimundoclaudio.wordpress.com As relações econômica internacionais Economia aberta. Algumas facetas do governo. É importante lembrar: O Brasil intensificou sua industrialização, mas sem perder sua condição de subdesenvolvido. A Economia Nacional e sua inter-relação com o “Resto do Mundo” Relações Internacionais comércio internacional de mercadorias e serviços migrações internacionais transferência de capital ajuda militar donativos econômicos, etc. A Economia Nacional e sua inter-relação com o “resto do mundo” Novas tecnologias Divisão social do trabalho Comércio exterior Antes: grandes cidades de alguns países Hoje: quase todas as nações A Economia Nacional e sua inter-relação com o “resto do mundo” • Teorizações Smith Cada nação tem que se especializar na produção de mercadorias o Vantagens absolutas o Custos mais baixos o Se fosse aplicada hoje, apenas algumas nações produziriam a moderna produção industrial. A Economia Nacional e sua inter-relação com o “resto do mundo” • Ricardo Teoria dos custos comparativos Nações deveriam se especializar não na produção de bens que apresentassem apenas vantagens absolutas, mas naqueles que apresentassem vantagens relativas. A Economia Nacional e sua inter-relação com o “resto do mundo” Quadro pág. 73 – custos de produção Produção Portugal Inglaterra Vinho( x garrafas) 80 h de trabalho 120 h de trabalho Tecido( y metros) 90 h de trabalho 100 h de trabalho Portugal - vantagem absoluta em ambos produtos Portugal - vantagem comparativa oVinho (80/120) 66% oTecido (90/100) 90% Limite das trocas oLimite inferior – 0,89 (80/90), Portugal oLimite superior – 1,2 (120/100), Inglaterra É vantajoso para ambos: as trocas tem que se encontra acima de 0,89 e abaixo de 1,2. A Economia Nacional e sua inter-relação com o “resto do mundo” •Hechscaer e Ohlin Diferentes custos entre nações estão relacionados à diferentes dotações fatoriais Abundância e escassez de terras, por exemplo. Equilíbrio de preços entre os fatores Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro 1.1 Principais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Fluxo real fluxo nominal Também relações internacionais + utilização duas moedas o Nacional e estrangeira • Moeda “Bem” Automóvel - $ 1000 Passagem aérea - $ 100 Máquina - $ 200 Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Pós segunda guerra países membros do FMI Valor de suas moedas nacionais Reservas de ouro Dólares americano – US$ Hegemonia americana Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Exemplo: país “x” tem uma relação 4$ x / US$ - taxa cambial Bens a,b,c - preço US$ 2,00 nos EUA No país “x” esses bens – US$ 8,00 x ? Não. Preços de um mesmo bem podem ser diferentes entre países: diferentes tributação, custos de produção, etc. Ex: tarifas de importação (ou - custos +) + 10% (a) ; 20% (b); 100% (c) Preços – a) 8,80; b) 9,60 e c) 16,00 Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Graus de poder de compra das nações: Moedas fortes Alto poder de compra Estabilidade Importância nas trocas internacionais Aceitação correte com o meio de pagamento internacional Ex: dólar americano, iene japonês, marco alemão (primeiro plano) dólar canadense e moedas e moedas principais países europeus Moedas fracas ou intermediárias Aceitação no mesmo praticamente inexistente Somente nas fronteiras nacionais Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • A economia internacional –> mercado complementar Escoamento da produção nacional saída de mercadorias/serviços (exportação) Contrapartida: entrega de renda Complemento necessidades do mercado interno Entrada de bens/serviços (importação) Contrapartida: saída de renda interna • Registro: balanço de pagamentos internacionais • Existem transações sem contra partidas Donativos Transferências unilaterais de um país a outro Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Serviços prestados de um país a outro: Transportes, turismo, rendas de direitos de propriedade (juros, aluguéis, royalties, etc.),serviços de trabalho(salários,honorários, etc.) • Transações reais: transações correntes Exportação disponibilidade interna bens e serviços entrada de capital Fluxo nominal: ouro, divisas ou financiamento o Aumenta crédito no exterior o Débito do “resto do mundo” com o país. Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro Importação disponibilidade interna bens e serviços Saída fluxo nominal: ouro, divisas ou títulos de crédito • Transações bilaterais: As reais no balanço de transações correntes Nominais (contrapartidas) balanço de capital • Obs.: donativos requerem uma importação para registro de sua contrapartida Concedidos como exportação Lançamento no mesmo valor em importações. Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Resumo: transações correntes I- balanço comercial: x – m (mercadorias) II- balanço de serviços e donativos: x – m ( serviços e donativos) Ex: fretes, seguros, aluguel de filmes, royalties, juros, donativos, turismo, etc. III – saldo balanço de transações correntes: I + II – “poupança líquida do exterior” (-) –>aumento líquido real à disponibilidade do país “Resto do mundo” nos enviou mais bens e serviços do que recebeu Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro • Contrapartida financeira: Balanço de capital Entradas de capital (+) o Débitos contraídos no exterior o Financiamentos concedidos pelo exterior Saídas de capital (-) o Créditos e financiamentos concedidos ao exterior A – entrada de capitais: ouro monetário, divisas, investimentos diretos, empréstimos, financiamentos, etc. B – saída de capitais: ouro monetário, divisas, investimentos diretos, empréstimos e financiamentos ao exterior, amortizações da dívida externa, etc. Pricipais tipos de transações econômicas internacionais e seu registro A – B - saldo do balanço de capital Mostra como foi financiado o saldo de transações correntes Se transações corretes for (+): a conta de capitais (-) – estamos financiando o resto do mundo. Se transações correntes for (-) ->o saldo da conta de capitais será (+) ->o “resto do mundo” está financiando nosso déficit em transações correntes. Mecanismos de controles das transações internacionais 1.2- Mecanismos de controle mas transações internacionais. • Heterogeneidade agente envolvidos (governos, bancos, famílias,etc.) • Diversidade de operações ( exportações, donativos, ajuda militar, etc.) Necessidade de organização e controle de execução o Papel governo Direta e indiretamente Autorizações, concessões Bancos públicos e privados Empresas exportadoras, etc Mecanismos de controles das transações internacionais Relações internacionais de maior importância Organismos internacionais ONU OMS (saúde) UNESCO (educação) FAO (desenvolvimento agrícola) OMC (comercio mercadorias e serviços) FMI (monetários, financeiros e cambiais) BIRD (financiamento projeto de desenvolvimento) Mecanismos de controles das transações internacionais OBS : todos os países signatários desses organismos tem que o o respeitar suas condições, mas os mais desenvolvidos sempre utilizam formas protecionistas fora do que fora acordado. UNCTAD (1964) – sigla de: Proteção de países subdesenvolvidos, especialmente latinoamericanos no início. Criação de mecanismos de defesa das exportações e integração econômica regional Mecanismos de controle Tarifas aduaneiras Taxa cambial Alguns efeitos: deterioração finanças públicas, inflação, deflação,etc. Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional 1.3- Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional • Nenhuma economia nacional pode ser considerada autárcita. • Grau de abertura: Possibilidades internas de produção Dimensão do território, mercado Condições solo, clima, etc. • Território e recursos naturais de um país necessidade de importação • Países pequenos Comércio exterior essencial para crescimento Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional o Via especialização e altos coeficientes de exportação e importação o Produção e serviços competitivos • Coeficiente de abertura comercial De exportação (x/y) De importação (m/y) Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Quadro 1 – pág. 84 Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Países grandes ou de grandes mercadorias Coeficientes baixos • Pequenos países desenvolvidos tem altíssimos coeficientes de abertura comercial ( ver quadro1) Maiores níveis de renda alto padrão industrial (alta eficiência/ competitividade) Produtos de alto valor agregado o Aviões, aparelhos/máquinas de alta precisão eletrônicas, informática,etc. Vantagem adicional: troca produção manufatura por alimentos/matérias primas Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Matriz insumo produto (pág. 87) Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Papel das exportações Variável externa à economia Depende da demanda internacional emprego e renda compartimento exportador o relação econômica Problemas para importar o Divisas (importação é financiamento pelas divisas geradas pelas exportações) o Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional o Preços produção primários: tendência secular para queda ou estagnação.( -> excesso oferta), ( -> subst. Sintéticas) obs.: preços manufaturados tendência inversa • Pauta de exportações de uma economia pode dar uma primeira aproximação de seu grau de desenvolvimento Alimentos(a) Matérias-primas(b) Produtos manufaturados(c) • Maior grau de subdesenvolvimento AeB Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Maior desenvolvimento C Ex:Brasil: 1965 8%-C Hoje 55%-C • Pauta de Importações Subdesenvolvidos:Importadores de bens manufaturados Desenvolvidos:Alimentos e matérias-primas Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional OBS.:Se um país,caso do Brasil,implanta parque industrial considerável é possível que o grau de dependência de importações se eleve. Ex.: “Indústria” automobilística Antes importava carro inteiro Hoje se importa carro desmontado Problema:Qualquer restrição à importação afeta direta ou indiretamente o nível interno de atividade econômica Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Dívida Externa Saldo devedor do país par com o resto do mundo, representado pelo empréstimos e financiamentos obtidos e não resgatados. Capacidade de pagamento ->Exportação(+) Importações -> ( - ) Renda líquida do exterior ( - ) Pagamento de serviços da fatura a residentes no exterior(salários de técnicos estrangeiros,lucros de empresas estrangeiras etc.) ( - ) Os efeitos do inter-relacionamento na economia nacional Recebimento de rendimentos do exterior(Lucros e juros de capitais nacionais investidos no exterior etc.). ( + ) Saldo ( + ) Cobrir serviço anual da dívida externa(amortização e juros) ( ) Contratação de novos empréstimos/financiamentos Aumenta a dívida Saída: Saldar compromissos ->Restringir importação>Crescimento da economia 2. Alguns Determinantes das Relações Econômicas Internacionais Tamanho do mercado nacional. Ex.: manter escala e especialização; exportar excedente. Desenvolvimento econômico nacional. Ex.: Quanto maior o desenvolvimento (maior acumulação de capital) maior necessidade de importação de equipamentos financiados com exportações, empréstimos ou investimentos estrangeiros. 2. Alguns Determinantes das Relações Econômicas Internacionais Integração Econômica Regional. Maior inter-relacionamento como meio para países membros atingirem maior grau de desenvolvimento econômico. Maior destaque: Década de 60 – MCE. 1957 – Alemanha Ocidental, Holanda, Bélgica, Luxemburgo, França e Itália. Hoje - ... Alguns Determinantes das Relações Econômicas Internacionais Blocos mais recentes (Terceira Revolução Industrial) NAFTA: EUA, Canadá e México ASEAN: (Associação das Nações do Sudeste Asiático) MERCOSUL: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. 2. Alguns Determinantes das Relações Econômicas Internacionais Último fator: Necessidade de exportação do sistema capitalista internacional. Novos mercados Suprimentos e matérias-primas Produção em regiões que pagam baixos salários Paraísos fiscais e cambiais. Zonas de livre comércio 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Olhando a História Tipos de países Colonizadores → Centrais → Desenvolvidos Colonizados → Periferia→ Subdesenvolvidos Trocas comerciais Até 1929: Troca imposta de manufatura (centrais) por produtos primários (periféricos) “modelo de crescimento primário-exportador” Países periféricos têm seu crescimento atrelado à demanda internacional de produtos primários → sujeito a oscilações nos centrais. 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Crise de 1929 Todo mundo quebra Diminuição de exportações e redução drástica da capacidade de importar. Estímulo para países periféricos tentar satisfazer suas necessidades com produção interna. Alguns conseguiram: Brasil, Argentina e México. “Modelo de Substituição de Importações” Implantação de um parque industrial para produzir os bens que antes eram importados. 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Início: Bens leves ou bens de consumo não durável. Ex.: tecidos. Depois bens mais complexos: cimento, aço, produtos químicos. Obrigação: Poupar divisas para comprar bens de capital e insumos que ainda não produzem internamente. Ex.: produção de tecidos Insumos (fios, anilinas etc.) Bens de capital (teares e máquinas) Assim, pauta de importações torna-se rígida: Desequilíbrio Externo Crônico 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Desequilíbrio Externo Crônico Pauta Exportações Peso alto de produtos básicos (matérias-primas) e semimanufaturados Exceto Brasil, Argentina e México Tendência da queda dos preços Piora déficit transações correntes. Pegar empréstimos e financiamentos estrangeiros ou investimentos estrangeiros. Sanar déficit Suplementar formação de capital sem desembolso imediato de divisas. 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Caráter crônico Exportações não têm crescimento adequando Protelar pagamentos de empréstimos anteriores Tomar novos empréstimos Necessidades adicionais “Rolar” débitos antigos 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Paradoxo do subdesenvolvimento Transferência líquida de recursos dos países pobres para os ricos. Exemplos: 1982 – 1990 (Crise da dívida) AL – Transferiu para o “resto do mundo” 221 bilhões de dólares: 75 – Brasil 33 – Argentina 72 - México 3. As Relações Econômicas Internacionais e o “Terceiro Mundo” Observação: É necessário vinda e permanência de capital internacional Isto implica no aumento do nosso grau de dependência: Pelo serviço da dívida Pelas remessas de lucros e direitos de patentes Pela introdução de novas técnicas e processos produtivos Releva nossa disponibilidade de fatores Investimento direto estrangeiro (filiais de multinacionais) Monopólio de produção interna Movimento de capitais de curto prazo Capital “móvel” 3.1 – Globalização e Políticas Neoliberais Globalização Financeira Expansão Internacional desmedida e pouco controlada Modernas telecomunicações Busca de paraísos fiscais Livre trânsito de capitais de curto prazo com complacência dos Estados Nacionais. 3.1 – Globalização e Políticas Neoliberais Produtiva Reestruturação (econômica, técnica, administrativa, comercial e financeira) que as grandes multinacionais vêm fazendo promover nova divisão internacionais do trabalho. Exemplo: Empresa automotriz A não mais produz o automóvel por inteiro no P1: faz motor P2; partes eletrônicas P3; pneus P4; câmbio P5; monta P1 e P2. → “CARRO MUNDIAL” Por que isso: Estratégia Menores custos de trabalho Vantagens financeiras e fiscais etc. A atual Globalização é Fruto de: Terceira Revolução Industrial Políticas Neoliberais: Deliberado debilitamento dos Estados nacionais; Liberalização da entrada e saída nacional do capital estrangeiro; Abertura comercial e de serviços; Ruptura de monopólios públicos e privatização; Flexibilização dos contratos de trabalho; Garantia de leis de patentes aos países desenvolvidos; Corte ou abandono das políticas públicas sociais. A atual Globalização é Fruto de: Efeitos da Terceira Revolução Industrial sobre os países subdesenvolvidos: Destróis mais empregos do que cria; Substitui insumos tradicionais (aço, cobre, algodão etc.) por modernos (fibra ótica, novas ligas metálicas, sintéticas etc.) produzidos pelos países desenvolvidos; Acelera obsolescência de processos e equipamentos; Violenta reconcentração de capital: grandes empresas transnacionais viram gigantes.