negócios em ascensão

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Negócios
em ascensão
Alberto Ortenblad Filho
Segundo levantamentos
da ISI – Internet Securities
do Brasil –, existem três fontes que compilam estes dados: KPMG, Ernst & Young
e Dealogic.
As três fontes concordam em indicar um aumento no número de transações, que varia de 5 a
30%. O mais provável é o
aumento de 12% indicado
pela KPMG. No passado,
sempre que o ambiente
econômico tornou-se incerto, como na iminência
de uma desvalorização ou
de uma eleição presidencial, a atividade negocial e
a participação estrangeira
diminuíram.
Este não foi o caso nos
últimos dois anos, quando
das cerca de 300 transações, 60% tiveram estrangeiros como compradores.
Nos últimos dez anos, ocorreram em média 300 transações por ano no Brasil,
com uma dispersão surpreendentemente baixa – ex-
da Bavária
pela SAB
Miller, da
África do
Sul, colocou a Colômbia no
segundo
lugar por
valor.
O valor médio das transações no Brasil foi de US$
80 milhões, comparável à
média do México e do Chile
e bem acima da Argentina,
vitimada por uma difícil
crise. Este valor é considerável, permitindo uma remuneração razoável mesmo
a um grande banco de investimento.
Os quatro maiores negócios no Brasil envolveram empresas estrangeiras, curiosamente duas delas sendo adquiridas por
nacionais, no caso as compras da cimenteira argentina Loma Negra pela Camargo Corrêa e da canadense Canico pela Vale. Os
demais casos foram a aquisição do Sonae pelo WalMart e da Real Seguros pela
Tokyo Marine.
Convém notar que não
aconteceram privatizações
no Brasil, cuja ocorrência
naturalmente distorce as
estatísticas, seja em termos de valor (dado o alto
montante envolvido, em
especial quando são alienadas empresas de utiliCorbis/Stock Photos
O mercado de fusões e aquisições no
Brasil apresentou
uma importante recuperação em 2005,
aproximando-se
dos níveis elevados
ocorridos após a
consolidação do
Plano Real.
ceto pelos anos de 2002 e
2003, fortemente retraídos
pelo efeito Lula.
Existem na nossa economia ciclos de valorização de
ativos. Em certo momento,
empresas petroquímicas ou
metalúrgicas tornaram-se
alvos de aquisições. Em outros, foi o caso de empresas telefônicas, farmacêuticas ou alimentícias. No
ano passado, quase 15%
das transações envolveram
o setor de TI, bastante procurado pelos fundos de private equity. O de alimentos,
que normalmente detém a
liderança devido ao grande
número de segmentos e de
empresas, contribuiu desta
vez com apenas 10%.
Brasil à frente na AL
O Brasil respondeu por
aproximadamente 30% do
número e do valor das transações na América Latina.
Este índice é aproximadamente o dobro do observado no México, normalmente o segundo colocado na região. Em 2005, a
aquisição por US$ 8 bilhões
dades públicas) ou de setores (por exemplo, energia ou telefonia).
Acredito que a perspectiva para 2006 seja positiva,
embora possa haver uma
pausa em função da eleição
presidencial. A continuada
queda do risco Brasil e a
sustentada alta na Bolsa são
indicadores favoráveis. Ambos apresentam forte correlação com a valorização dos
ativos, que é naturalmente
um indutor à atratividade
das transações.
Setores dinâmicos como
o agronegócio, passíveis de
concentração como a siderurgia, ou de grande população de empresas como o
alimentício ou de tecnologia, seriam candidatos a
atraírem o interesse dos investidores.
Alberto Ortenblad Filho
é sócio da Brasilpar e
especialista em fusões e
aquisições.
[email protected]
A coluna Boardroom é
elaborada com informações
fornecidas pela ISI Emerging
Markets. www.securities.com
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