Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública - EBMSP • Disciplina: Infectologia • Prof. Everaldo Costa (Prof. Adjunto) • Tema: Leptospirose EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Leptospirose – Aspectos gerais • Zoonose de ampla distribuição • Sinonímia: doença de Weil, doença dos porqueiros, febre dos arrozais, febre dos nadadores, febre de Andaman, febre pré-tibial de Fort Bragg,febre dos canaviais, febre dos pântanos, etc. EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Leptospirose - Histórico • 1915 - Inada isola o agente etiológico – Spirochaeta icterohaemorrhagiae • 1918 - Noguchi cria o gênero Leptospira e estuda as características de cultivo da L. icterohaemorrhagiae. • 1945 - Bulmer: uso de penicilina • 1907 - Stimson: Spirochaeta interrogans Fonte: The International Leptospirosis Society EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Classificação das leptospiras • Ordem Spirochaetales • Família Leptospiraceae • Gêneros: Leptospira, Leptonema e "Turneria" EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Leptospirose – Agente etiológico • Leptospira interrogans – Gram-negativo, espiralado, móvel • Sorogrupos (19 – Bergey’s Manual - 1984) • Sorovares (>250) EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa Sorogrupo Sorovar Cepa de ref. Australis australis Ballico bajan Toad 60 bratislava Jez-bratislava fugis Fudge hawain LT 62-68 EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa Sorogrupo Sorovar Cepa de ref. Icterohaemorrhagiae Birkini Birkini Copenhageni M20 Icterohaemorrhagiae RGA Icterohaemorrhagiae Ictero nº 1 dakota Grand River gem Simon EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa Leptospiras - Classificação Espécies não patogênicas 1. L. biflexa 2. L. meyeri? 3. L. wolbachii 4. L. alexanderi? EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa Espécies patogênicas 1. L. interrogans 2. L. santarosai 3. L. borgpetersenii 4. L. kirschneri 5. L. noguchi 6. L. inadai? (indeterminada) 7. L. weilii EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Leptospirose – Epidemiologia • • • • • • • Gênero Idade Profissão/ocupação Condições ecológicas e ambientais Fonte de contágio Vias de transmissão Período de incubação Médias mensais de internamentos por leptospirose e da precipitação pluviométrica na cidade de Salvador-BA, no período de janeiro/1993 a dez/ 1996 (Costa E et al. Rev Soc Bras Med Trop 34:261-7, 2001) 60 450 400 Nº de internamentos 350 40 300 250 30 200 20 150 100 10 50 0 0 jan fev mar abr mai jun jul ago set out Mês N.º de internamentos Precipitação pluviométrica nov dez Precipitação pluviométrica 50 EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Fases da infecção • Formas de apresentação • Fase leptospirêmica (4-7 dias) • Assintomática • Fase imune (1-3 semanas) • Anictérica – “Síndrome gripal” – Meningite asséptica – Pneumonia hemorrágica • Ictérica (sínd. Weil) Dados clínicos observados em 133 pacientes internados com leptospirose no Hospital Couto Maia, Salvador-BA, 1975 • • • • • • • • • • • • • • • • • • Manifestação clínica Febre Anorexia Início súbito Mialgias Calafrios Icterícia Tonturas Mialgia na panturrilha Vômitos Cefaléia Hepatomegalia Hemorragias Hiperemia conjuntival Hematêmese Rigidez de nuca Esplenomegalia _______________________ • Fonte: Caldas E, Costa E, Sampaio. Leptospirose na Cidade do Salvador (Brasil). Alguns aspectos clínicos e laboratoriais. Rev. Inst. Med. Trop. São Paulo, 20(3):164-76, 1978. N 133 128 123 121 119 117 115 109 104 101 69 36 31 27 20 3 % 100,0 96,2 92,5 91,0 89,5 88,0 86,5 81,9 78,2 75,9 51,9 27,1 23,3 20,3 15,0 2,2 EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa LEPTOSPIROSE Diagnóstico epidemiológico Gênero/idade Exposição a água contaminada (enchentes, córregos, fossas, lagos, rios) Profissão/ocupação (veterinários, tratadores de animais, magarefes, garis, vaqueiros) Situação sócio-econônica Atividades recreacionais Presença de roedores LEPTOSPIROSE Diagnóstico clínico Início súbito Febre/calafrios Cefaleia Mialgias/mialgia em panturrilhas Hiperemia conjuntival Manifestações hemorrágicas Insuficiência renal aguda Miocardite Disfunção hepática Pneumonia hemorrágica LEPTOSPIROSE Diagnóstico laboratorial (1) 1. Identificação do agente Exame direto (líquor, urina, tecidos) 1. Microscopia em campo escuro 2. Microscopia em campo claro 3. Microscopia de preparação impregnada pela prata (FontanaTribondeau) 4. Identificação em tecidos (Levaditi ou similares) 5. Microscopia de fluorescência Cultivo: sangue, urina, macerado de tecidos Inoculação em animais: hamster, cobaia PCR (DNA) LEPTOSPIROSE Diagnóstico laboratorial (2) 1. Pesquisa de anticorpos específicos Soroaglutinação microscópica com antígenos vivos Soroaglutinação microscópica com antígenos formolizados Soroaglutinação macroscópica em placa (Galton) Reação de fixação do complemento Reação de hemaglutinação ELISA-IgM Contraimunoeletroforese Imunofluorescência EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Leptospirose – Diagnóstico laboratorial inespecífico • • • • • • • Hemograma Bilirrubinas Aminotransferases Tempo de protrombina Ureia, creatinina Na, K séricos CPK EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa • Leptospirose – Diagnóstico laboratorial inespecífico • ECG • RX de tórax • S. de urina EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa Leptospirose – Tratamento 1. Corrigir distúrbios hidreletrolíticos 2. Reposição de sangue e derivados 3. Tratamento dialítico 4. Medidas de suporte 5. Antimicrobianos – Penicilina G cristalina – Ceftriaxona – Tetraciclina EBMSP – Disciplina de Infectologia Prof. Everaldo Costa Leptospirose - Variáveis associadas com morte – – – – – – – Icterícia Idade Oligúria Hiperpotassemia Alteração do estado mental Arritmias Hemorragias