A questão do método na filosofia

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A finalidade da razão é
compreender a realidade
Prof.ª Suraia Rahmé
O Método

 O método faz parte do surgimento
e do desenvolvimento da filosofia.
 Desde sua origem, muitos métodos
foram elaborados na filosofia e para a
filosofia.
O que é método?

Vejamos...
Sua função

Todo método, tanto na filosofia
como em outro campo, tem por
finalidade descobrir meios de
chegar a uma reflexão mais
precisa e eficaz sobre o “EU”, o
“OUTRO” e o “MUNDO”
O método na história...

No transcorrer dos séculos
surgiram vários métodos,
porém há pontos em comum a
todos:
1. Confiança...

A capacidade da razão de conhecer a
realidade:
Segundo Descartes,
“O bom senso é a coisa mais compartilhada
do mundo (...) o poder de bem julgar e
distinguir o verdadeiro do falso, que é o que
se denomina razão, é igual em todos os
homens”
2. A intuição...

Capacidade natural de perceber
espontânea e imediatamente o
conhecimento de certos princípios
fundamentais.
Alguns métodos:

1.
2.
3.
4.
5.
A dúvida hiperbólica;
A dialética;
A fenomenologia como método;
A análise linguística;
O estruturalismo.
1. O método como
resultado da dúvida

Descartes

É o caminho da dúvida leva ao
método que nos conduz ao
conhecimento das coisas.
Ponto de partida:

Aquilo que nos enganou, mesmo uma
só vez, nunca mais merece nossa
confiança, tornando–se duvidoso;
Aquilo que é duvidoso deve ser
considerado como falso, pois a
realidade só comporta dois valores: o
verdadeiro ou o falso.
A dúvida...

Assim ele afirma que...
“Os sentidos nos enganam”
“dúvida metódica”

Para duvidar é necessário pensar,
Portanto...
“Não posso duvidar do fato de que
estou duvidando”
“penso, logo existo”

 Percepção intuitiva que expressa a
verdade fundamental, que dá acesso a
todas as demais verdades.
 Duvidar, afirmar, negar, amar, odiar,
querer, sentir, revelam a evidência do
eu pensante.
O cogito

“A utilização dessa descoberta
fundamental, que me levará ao
conhecimento de Deus e do mundo
material, depende de quatro
regras”
(Discurso do método)
1ª Regra

Nunca aceitar algo como verdadeiro sem
conhecê-lo evidentemente como tal
isto é,
evitar cuidadosamente a precipitação e a
prevenção, não incluir nos meus juízos nada
que não se apresente tão clara e distintamente à
minha inteligência a ponto de excluir qualquer
possibilidade de dúvida.
2ª Regra

Dividir o problema em tantas
partes quantas fossem necessárias
para melhor poder resolvê-lo.
3ª Regra

Conduzir por ordem os meus
pensamentos, começando pelos objetos
mais simples e mais fáceis de conhecer,
para subir pouco a pouco, gradualmente,
até o conhecimento dos mais compostos e
admitindo uma ordem mesmo entre
aqueles que não apresentam nenhuma
ligação natural entre si.
4ª Regra

Sempre fazer enumerações tão
completas, e revisões tão gerais,
que tivesse certeza de nada ter
omitido.
Segundo Descartes,

 Seguindo essas regras certas e
fáceis, nunca tomaremos o falso
por verdadeiro, e chegaremos,
sem despender esforço
inutilmente, ao conhecimento de
tudo aquilo que está ao alcance da
mente.
2. A dialética como
método.

 Primeira formulação moderna
com Hegel;
Abrange três momentos

1. O positivo, da unidade - Tese
2. O negativo, da divisão - Antítese
3. O da nova unidade - Síntese
Este processo renova-se
constantemente
Verificando...

 Tese - é uma afirmação;
 Antítese - é uma afirmação contrária;
 Síntese – é o resultado do confronto
entre as duas primeiras.
Atenção

 O momento mais importante nesse processo é o da
negação, que não consiste em neutralizar os opostos,
mas em provar o ressurgimento do primeiro
momento, a unidade ou o positivo, só que agora
muito mais rico.
A síntese supera a tese e a antítese portanto, é algo de
natureza diferente, ao mesmo tempo em que
conserva elementos das duas e conduz a discussão,
nesse processo, a um grau mais elevado. E, na
sequência, dá origem a uma nova tese, que inicia
novamente o ciclo.
Diz Hegel na Lógica

“O único meio de alcançar o processo científico é
o conhecimento desta proposição lógica: o
negativo está junto com o positivo,
ou seja,
aquilo que se contradiz não se resolve no zero, no
nada absoluto, mas se resolve essencialmente só na
negação do seu conteúdo particular (...) Surge então
um novo conceito, superior e mais rico que o
precedente, pois contém em si aquele ainda mais: é
a unidade deste e de seu contrário”.
Para entender melhor...
Eu tenho uma ideia a respeito de algo

Minha ideia – "Países com climas quentes são
melhores para se viver". Esta é a TESE
Meu interlocutor não concorda e contra-argumenta
"Não, são países com climas frios que são melhores
para se viver". Esta é a ANTÍTESE
Depois de alguma discussão, chegamos a uma
conclusão –
"Países com climas amenos são mais agradáveis
para se morar.“ Esta é a SÍNTESE
A originalidade de
Hegel

 Hegel faz desta lógica dialética uma lógica
do ser, isto é, que rege o próprio modo de
ser das coisas que, para ele, é um perpétuo
vir-a-ser, um realizar-se contínuo.
 Assim, também, a própria história, em que
o Estado moderno seria a síntese de
interesses em conflito entre família e
sociedade civil, segundo Hegel.
Na percepção de
Karl Marx

 Tanto para Karl Marx como
para Hegel, o método dialético
é o único meio de compreender
o mundo real.
Ditadura do proletariado

Karl Marx achava que a dialética de Hegel estava
de "cabeça para baixo" e era preciso corrigi-la. Isso
porque Hegel era idealista, isto é, via a Razão
como determinante da realidade objetiva,
enquanto Marx era materialista e pensava
justamente o contrário: que era o mundo material
que condicionava a ideia que fazíamos dele. Por
isso, ele desenvolveu uma interpretação que ficou
conhecida como MATERIALISMO DIALÉTICO.
Karl Marx (1818-1883)
Friederich Engels (1820-1895)

Reformam o conceito
hegeliano de dialética:
utilizam a mesma forma,
mas introduzem um novo conteúdo.
Chamam essa nova dialética de
materialista, porque o movimento
histórico, para eles, pode ser explicado
sem o auxílio da Providência Divina.
A dialética materialista

Analisa a História do ponto de vista
dos processos econômicos e sociais e
a divide em quatro momentos:
1 - Antiguidade
2 - Feudalismo
3 - Capitalismo
4 - Socialismo
Os três primeiros momentos são
superados por uma contradição
interna, que eles chamam de

"germe da destruição“
Assim, o germe da destruição
Da Antiguidade é a escravidão.
Do feudalismo são os servos.
Do capitalismo é o proletariado.
E o Socialismo???

 O Socialismo seria a síntese
final, em que a História cumpre
seu desenvolvimento dialético.
Método dialético
 O conceito de dialética usado hoje pelos
intelectuais é um misto da forma idealista de
Hegel e da materialista de Marx.
 Didaticamente essa teoria é apresentada como
consistindo de tese [posição] que produz sua
antítese [oposição]. A união dessas duas produz a
síntese [composição] que é uma nova tese que
produzirá sua antítese.
Tese X Antítese = Síntese
3. Método fenomenológico
Husserl foi criador do
método fenomenológico,
que não foi concebido
para ser dedutivo, nem
empírico, consistindo na
descrição do fenômeno,
tal como ele se apresenta,
sem reduzi-lo a algo que
não aparece.
Método fenomenológico

O método fenomenológico consiste em MOSTRAR o que é
dado e em ESCLARECER este dado.
Não explica mediante leis nem deduz a partir de
princípios, mas considera imediatamente o que está
perante a consciência, o objeto.
Consequentemente, tem uma tendência orientada
totalmente para o objetivo.
Interessa-lhe imediatamente não o conceito
subjetivo, nem uma atividade do sujeito, mas
aquilo que é sabido, posto em dúvida, amado,
odiado, etc.
Suas Regras

1ª Deve-se avançar para as próprias coisas.
Por "coisas" entenda-se simplesmente o dado,
aquilo que vemos ante nossa consciência.
Este dado chama-se fenômeno, no sentido de que é
percebido pela consciência.
A fenomenologia não se ocupa de algo escondido
atrás do fenômeno, só visa o dado, sem querer
decidir se este dado é uma realidade ou uma
aparência:
haja o que houver, a coisa está aí, é dada.
Alguns conceitos

"Realidade já não é tida como algo
objetivo e passível de ser explicado em
termos de um conhecimento que
privilegia explicações em termos de
causa e efeito. Porém, a realidade, “o que
é”, emerge da intencionalidade da
consciência voltada para o fenômeno”
(Bicudo, 1994, p.18)

Mundo-vida (lebenswelt) e
intencionalidade da consciência
são termos cunhados,
inicialmente, por Husserl, em sua
fenomenologia estrutural.

A fenomenologia, portanto, responderá ao
filósofo que não se contenta com o
conhecimento natural, o diretamente dado e
apoucadamente questionado, pedindo por
uma clarificação dos conceitos fundamentais,
da realidade última das coisas do mundo,
buscando transcender a ingenuidade, que é,
exatamente, "a convivência pacífica com o
não-justificado" (Moura, 1989; p.48).
Heidegger

Usando o método fenomenológico Martin
Heidegger aplicou-o a um estudo do homem
e concluiu que o homem é um ser que está
presente; o homem tem um senso de
angústia; é um ser lançado do mundo e
seguindo a direção da morte (do nada) sem
qualquer explicação do "por que há algo ao
invés de nada". O homem como um ser-indopara-o-nada, portanto, é a estrutura
fundamental da realidade descoberta por este

 Heidegger, discípulo de Husserl, afasta-se da
fenomenologia como inicialmente posta,
debruçando-se sobre a existência humana e seu
sentido mais profundo,vinculando suas
preocupações à questão do ser, em sua ontologia
fundamental.

Propondo a destruição da ontologia tradicional,
Heidegger volta-se à procura do sentido original do
ser, construindo uma nova terminologia filosófica
que possa dar conta dessa proposta, iniciando sua
busca no estudo de fragmentos pré-socráticos. É na
linguagem que a apreensão do ser se dá, e toda a
filosofia heideggeriana acaba sendo caracterizada
como uma hermenêutica do ser.
Sarte

 Segue estritamente o pensamento de Husserl na
análise da consciência em seus primeiros trabalhos.
Suas obras sofrem forte influência da fenomenologia,
especialmente de Heidegger.
 L’Être et le néant (1943)
 A náusea

 A idéia de que a consciência é um nada e a distinção
fundamental entre o pour soi e o en soi são idéias
tiradas de Heidegger.
 O “ser-para-si” (pour soi), que é aquilo em que
consiste a consciência, é na verdade o Dasein de
Heidegger.
A consciência...

 envolve a consciência de si mesma. É um nada no
sentido de não ter essência. Os seres humanos, como
seres conscientes, podem fazer a si mesmos por sua
própria livre escolha, e a existência, bem como a
inevitabilidade do livre-arbítrio, constituem
elementos fundamentais da filosofia de Sartre.
Qualquer tentativa de evitá-las implica o que ele
denomina de “má fé”.
Merleau-Ponty

1. A re-leitura da fenomenologia de Husserl por
Merleau-Ponty;
2. A Fenomenologia da percepção (1945);
3. Criticando o idealismo transcendental e
transpondo a essência idealista para a existência
factual em fenomenologia M-P afirma:
Phénomenologie,
Avant-propos

“A fenomenologia é o estudo das essências; e todos
os problemas, segundo ela, voltam a definir as
essências: a essência da percepção, a essência da
consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é
também uma filosofia que recoloca a essência na
existência, e não pensa que se possa compreender o
homem e o mundo de outra forma, que não seja a
partir de sua facticidade... É uma filosofia
transcendental, que põe em suspenso, para
compreendê-las, as afirmações da atitude natural,
mas é também uma filosofia para a qual o mundo já
está sempre lá, antes da reflexão, como uma presença
inalienável, e cujo esforço de reencontrar o contato
ingênuo com o mundo pode lhe dar, enfim, um
status filosófico” (p.1)
Merleau-Ponty afirma

que não há homem interior, e, além de transcender
uma perspectiva dualista que divide o homem em
interior e exterior, nega o idealismo transcendental,
que despoja o mundo de sua opacidade.
A percepção

Coloca a percepção como o fundo sobre o qual todos
os atos se liberam, ao mesmo tempo em que ela é
pressuposta por estes. A percepção é o campo de
revelação do mundo. Campo de experiência, não é
um ato psíquico. A percepção é o campo onde se
fundem sujeito e objeto.
Descartes e Kant

Retoma a crítica husserliana a Descartes e Kant, que
diferenciam sujeito e objeto e para quem as relações
não são bilaterais, mas o mundo é reconstruído pelo
sujeito.

Ao contrário desta forma de pensar, defenderá a
idéia de que homem é mundo e o mundo é homem,
o homem é parte do mundo e vice-e-versa. Trata-se,
então, do enraizamento do homem no mundo
Aplicação

 O método fenomenológico é amplamente aplicado às
ciências humanas, especialmente na psicologia.
A questão da
hermenêutica

a) Enquanto arte, técnica, doutrina ou ciência
da
interpretação,
a
hermenêutica
metodológica pode ser caracterizada como
instrumental ou epistemológica ao ser
restringida à atividade de conhecer para
dominar determinados objetos. Nessa ótica,
ela segue os passos do procedimento
metodológico das ciências naturais.

b) É metodológica ao pretender analisar e dissecar um
objeto como se faz com um fóssil ou um corpo
qualquer. É o caso, p. ex., também do psicanalista
que, ao interpretar os relatos ou os silêncios de um
paciente, deduz respostas e soluções, como se faz
com o levantamento de dados de uma determinada
pesquisa.
A hermenêutica
fenomenológica

 A redução da hermenêutica filosófica a uma teoria
da interpretação do texto tendeu a limitar a
compreensão da experiência ao âmbito estritamente
semântico, mantendo em segundo plano aspectos
igualmente decisivos, como a forma e o valor, desse
modo, e num terreno inesperado, a desqualificação
das sensações e dos sentimentos, frente a uma idéia
cognitivista de sentido.
4. O método de análise
lingüística

 Parte do princípio de que o instrumento utilizado
atualmente para filosofar, isto é, as línguas correntes,
é totalmente deficiente e inadequado.
 Principais nomes: Wittgenstein; Russell; Carnap;
Ryle; Ayer...
Idéias centrais

A. O objeto da filosofia é a linguagem;
B. O método da filosofia é a análise lógica
Filosofia analítica

 As duas correntes principais da metodologia
analítica estão relacionadas primariamente com à
verificação ou confirmação e a outra com a
elucidação.
A verificação

 A eliminação da metafísica no método da verificação
é baseada no princípio de que para uma declaração
fazer sentido, deve ser ou puramente definicional
(analítica) ou, senão, verificável (sintética) por um ou
mais dos cinco sentidos.
 Todas as demais declarações (éticas, teológicas e
metafísicas) são contra-senso, ou sem sentido.

As objeções a este método são em decorrência
do fracasso do princípio da verificação que
em algumas formas é exclusivo demais e em
outras, é inclusivo demais.
Outro lado negativo da verificação é o que se
chamou de "princípio da falsificação", que
consiste em afirmar que — "qualquer
declaração ou proposição não faz sentido a
não ser que seja sujeita a ser comprovada
falsa".
A elucidação

 baseia-se na crença de que enigmas filosóficos
pudessem ser solucionados pela análise (elucidação)
da linguagem. Logo, onde uma pergunta pode ser
feita, também pode ser respondida, contudo nem
todas as perguntas podem ser feitas de modo
significativo. Em resumo a experiência é o tribunal
de apelo que julga o significado.

 O sentido é determinado pelo modo como uma
palavra é usada naquele contexto. Por uma análise
da linguagem, pode-se elucidar o significado da
linguagem conforme a intenção de seus usuários.

 A elucidação portanto, é um elemento-chave na
busca da verdade, porque a ambigüidade leva a
confusão. Por outro lado, as alegações quanto à
verdade devem ser testadas ou confirmadas, pois há
muitas alegações conflitantes quanto à verdade.
5. O método estruturalista

 O estruturalismo pretende ser um método, ao mesmo
tempo científico [no caso das ciências humanas] e
filosófico [um modo de fazer filosofia] (Goldschmidt,
Tempo histórico e tempo lógico na interpretação dos
textos filosóficos).
O que é [O
estruturalismo?]

 Nasceu na Genebra do lingüista Ferdinand de
Saussure, chegou a França através do antropólogo
Lévi-Strauss e proliferou impregnando a crítica
literária de Barthes, a psiquiatria de Lacan e o
marxismo de Althusser.

 Saussure sustentou que a linguagem não consiste
numa acumulação de convenções independentes
mas num sistema de interligações no qual cada
elemento é o que é em virtude do conjunto de
relações que mantém com todos os outros no
sistema.

Nas mãos de Lévi-Strauss isto conduziu à
conclusão de que nada existe de realmente
primitivo nas linguagens até então
supostamente primitivas e nos povos
supostamente primitivos que as falam.
Foucault viu na mente humana o predomínio
de diferentes formas de representar o mundo
em épocas sucessivas, cada uma das quais
consistiria num estratagema nietzscheano
impessoal para dominar as restantes.

 Defensores do estruturalismo em filosofia [Bréhier,
E. La Philosophie et son Passe, Goldschmidt,
Tempo histórico e Tempo lógico na interpretação
dos sistemas filosóficos, Gueroult, Filosofia da
história da filosofia].
o que é ser
“estruturalista”?

“É exigir que a história da filosofia seja
relevante para a filosofia, é considerar o
passado como presente e manter o interesse
pela verdade. é situar-se em um horizonte
filosófico pós-hegeliano e anticartesiano. Mas
é também, ao mesmo tempo, exigir que a
história da filosofia seja científica, é
considerar o passado apenas como passado e
neutralizar o verdadeiro e o falso. É situar-se
em um horizonte filosófico anti-hegeliano e
pró-cartesiano. Ser estruturalista é, antes de
tudo, conviver com essa situação
esquizofrênica” (MOURA, p. 32).
O que é uma estrutura?

 “’Sistema de relações, totalidade na qual os
elementos não podem ser analisados sem referência
a essa totalidade’. Donde a referência da noção de
estrutura à ideia de um todo orgânico e sua oposição
a uma mera seqüência demonstrativa” (MOURA, p.
38).
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