Investigando a História Natural da Doença

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Estudo Exploratório sobre a Padrões
Espaciais de Ocorrência da
Hantavirose: Investigando a História
Natural da Doença a partir da
análise da estrutura da paisagem.
Michelle Andrade Furtado
Trabalho da disciplina CCST – 312
Professor responsável: Drª Maria Isabel Escada
São José dos Campos, 12 de Agosto de 2011.
Hantavirose
Síndrome
Cardiopulmonar por
Hantavírus
SCPH
Estado de São Paulo –
1993
Febre Hemorrágica
com Síndrome Renal
- FHSR
Transmissão da Hantavirose
Camundongo infectado
por hantavírus
Transmissão Horizontal
Síndrome
Cardiopulmonar
Inalação
Análise da Paisagem
• A Epidemiologia da Paisagem tem como desafio integrar
dinamicamente diferentes fatores, com ênfase em suas
interações e não apenas em sua sobreposição espacial.
Fonte: Assis, 2011
• A análise da paisagem permite um melhor entendimento
das interações entre as mudanças nos ecossistemas e
clima; uso da terra e comportamento humano; ecologia
de vetores e reservatórios de agentes infecciosos.
Fonte: Lambin et al., 2010
Justificativa
• As grandes alterações na paisagem paulista nos últimos anos,
em sua cobertura e em particular em seu uso agrícola,
associada à intensificação das lavouras de cana, trazem novas
perturbações a um sistema em que conviviam roedores e
humanos.
• A nova paisagem fragmentada trouxe novos padrões de
comportamento para os roedores silvestres e as
possibilidades de exposição e contato.
Justificativa
• Pensar medidas de adaptação que possam evitar
a criação de uma situação de descontrole relativa
aos processos de adoecimento por Hantavirose .
• É preciso compreender qual o novo papel que o
atual mosaico da paisagem paulista, na maior
região de produção de cana do Estado,
desempenha nas dinâmicas de transmissão e
persistência da doença nestes territórios.
Distribuição espaço-temporal dos casos de Hantavirose, com local
provável de infecção confirmado, ocorridos no Brasil entre 2002 – 2009.
Fonte: Furtado, 2011.
Caracterização dos Casos
Estudo ecoepidemiológico de hantavírus em roedores
das regiões da Mata Atlântica e Cerrado do Brasil
Pereira, 2006
• A atividade reprodutiva é o que mais influencia a
ocorrência de roedores soropositivos com cicatrizes,
devido às brigas por acasalamento.
• Mata Atlântica  maior riqueza de espécies
• Cerrado  dominância do Bolomys lasiurus,
• A gramínea braquiária é um fator determinante na
distribuição ambiental e geográfica dos roedores, mas não
na prevalência de hantavírus.
Espécies de roedores capturados na microregião
de Ribeirão Preto
•
•
•
•
•
•
Bolomys lasiurus
Colomys tener
Mus musculus
Oryzomys nitidus
Oligoryzomys nigripes
Akodon sp
Roedores Silvestres
Bolomys lasiurus
(rato do rabo peludo)
Oligoryzomys sp
(ratinho do arroz)
Akodon sp
(rato da mata)
Land use vs. fragment size and isolation as determinants of small
mammal composition and richness in Atlantic Forest remnants.
Vieira et al., 2009
• 23 locais de capturas
21 fragmentos de 12 a 250 ha
2 áreas continuas de floresta 10.000 há
• Roedores são mais encontrados nos pequenos fragmentos
• Riqueza de espécies  isolamento de fragmentos,
 uso da terra em torno de fragmentos,
 atividade econômica (peri-urbanas,
agricultura, gado), e da propriedade (peri-urbana, os
pequenos e grandes produtores rurais).
• Composição de espécies  tamanho do fragmento,
 isolamento,
 efeito menor da propriedade.
Land cover associated with hantavirus
presence in Paraguay Goodin et al., 2006
Fonte: Goodin et al., 2006
Maior soro positividade em áreas agrícolas
Fonte: Goodin et al., 2006
• Caracterização da estrutura da paisagem:
– Criação do Banco de dados
– Terraview
– GeoDMA
Indicador
Casos de Hantavirose - 2002 a 2009
Fonte
Sistema de Informação de Agravos de
Notificação - SINAN
Remanescentes Florestais - 2001
Inventário de Vegetação Natural do Instituto
Florestal do Estado de São Paulo
Área urbana
Instituto Florestal do Estado de São Paulo
Área de cana de açúcar - 2003
CanaSat
Malha municipal - 2000
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Setor censitário urbano - 2000
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
População - 2000
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE).
Áreas plantada de Laranja, Cana-de-açúcar e Censo agropecuário 2006 - Instituto
Pastagem - 2006
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quantidade de Produtor - 2006
Censo agropecuário 2006 - Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Quantidade de trator - 2006
Censo agropecuário 2006 - Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Análise por polígonos
Região Caso I
Região NÃO Caso
Legenda
Região Caso II
Literatura:
Suzan et al., 2006
Condições para definição dos padrões
Padrões
Caracteristicas
Continua
área relativamente maior e
homegênea
Condições para roedor
Pouco favorável a abundância de
roedores
Menos favorável às ações
antrópicas
Densa_Fragment área relativamente maior, porém
ada
fragmentada
Médio favorável para roedor
Médio favorável às ações
antrópicas
área relativamente menor, muito
fragmentada.
Mais favorável aos roedores
Altamente favorável ás ações
antrópicas
Pouco_Fragment área relativamente menor, pouco
ada
fragmentada.
Favorável aos roedores
Altamente favorável às ações
antrópicas
Sem_Vegetação área sem vegetação
Não Favorável aos roedores
Fragmentada
Análise por plano celular
• Células de 5.000 m
– o tamanho que se mostrou mais homogenio
• Escolha do tamanho da célula
– 3000 m
– 5. 000 m
– 10.000 m
Treinamento para Classificação
Continua:
C_CA ≥ 304
C_MPS > 27,00
Densa_Fragmentada:
C_PD > 0,44
C_CA ≥ 304
Fragmentada:
C_PD > 0,44
C_MPS ≤ 27,00
C_CA < 304
Treinamento para Classificação
Pouco_Fragmentada:
C_PD < 0,44
C_CA < 304
C_CA ≥ 2
Sem_Vegetação:
C_CA < 2
Árvore de Decisão
C_CA
<= 296.86270
> 296.86270
C_PD
<= 0.03999
C_MPSn
> 0.03999
C_PDn
Sem_vegetação
<= 0.33333
C_PDn
<= 0.03703
Sem_vegetação
<= 0.04892
> 0.33333
Fragmentada
> 0.03703
Pouco_Fragmentada
Densa_Fragmentada
> 0.04892
Continua
Mapa da área de ocorrência de caso 1 com os
padrões de Remanescentes Florestais - 2001
Legenda
Mapa da área de ocorrência de caso 2 com os
padrões de Remanescentes Florestais - 2001
Legenda
Santa Rosa de Viterbo
Projeção UTM
Datum SAD69
Mapa da área de NÃO ocorrência de caso com
os padrões de Remanescentes Florestais - 2001
Legenda
Média de produtor por área
Região Caso I
Região Caso II
Região NÃO Caso
Produtor
1
1
1
Hectares
166
98
203
Média de Tratores por área
Região Caso I
Região Caso II
Região NÃO Caso
Trator
1
1
1
hectares
117
161
157
População
Região Caso I
Região Caso II
Região NÃO Caso
Pop_rural Pop_rur_hom
1.67%
52.86%
9.40%
52.39%
5.70%
53.59%
Pop_urbana
98.30%
90.60%
94.35%
Pop_urb_hom
48.76%
49.89%
49.61%
Considerações Finais
• A análise de padrões permite caracterizar as
regiões de acordo a maior ou menor presença
de roedores.
• Observamos que as Regiões Casos I e II existe
maior concentração dos padrões
FRAGMENTADA e POUCO_FRAGMENTADA, e
que esses padrões estão dispostos de uma
forma mais homogenia em relação a Região
NÃO Casos.
Considerações Finais
• Quais os fatores que levam ao encontro entre
populações e roedores em determinadas
regiões ainda não estão claros, e devem ser
alvo de estudos mais específicos.
Referências
• Furtado, MA. Uma visão sobre a eco-epidemiologia da Hantavirose:
revisão sistemática e fatores socioambientais associados. Dissertação
apresentada ao Programa de Pós Graduação em Promoção de Saúde da
Universidade de Franca, 2011.
• Gomes MN, Monteiro AMV, Escada MIS. Raiva bovina segundo os
mosaicos de uso e cobertura da terra no estado de São Paulo entre 1992 e
2003. Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., 63(2), 287-295, 2011.
• Goodin DG, Koch DE, Owen RD, Chu YK, Hutchinson JMS, Jonsson CB. Land
cover associated with hantavirus presence in Paraguay Global Ecology and
Biogeography. Global Ecol. Biogeogr., 15, 519–527, 2006.
• Lambin EF, Tran A , Vanwambeke SO , Linard C , Soti V. Pathogenic
landscapes: Interactions between land, people, disease vectors, and their
animal hosts. International Journal of Health Geographics, 9(54), 1-13,
2010.
• Pereira, LE. Estudo ecoepidemiológico de hantavírus em roedores das
regiões da Mata Atlântica e Cerrado do Brasil. Tese apresentada ao
Programa de PósGraduação em Ciências da Coordenadoria de Controle de
Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, São Paulo, 2006.
• Suzán G, Giermakowski JT, Marcé E, Suzán-Azpiri h, Armién B, Yates TL.
Modeling hantavirus reservoir species dominance in high seroprevalence
areas on the Azuero peninsula of Panama, Am. J. Trop. Med. Hyg., 74(6),
1103–1110, 2006.
• Umetsu F, Pardini R. Small mammals in a mosaic of forest remnants and
anthropogenic habitats—evaluating matrix quality in an Atlantic forest
landscape. Landscape Ecol, 22, 517–530, 2007.
• Vieira MV, Olifiers N, Delciellos AC , Antunes VZ, Bernardo LR, Grelle CEV,
Cerqueira R. Land use vs. fragment size and isolation as determinants of
small mammal composition and richness in Atlantic Forest remnants.
Biological Conservation, 142, 1191–1200, 2009.
Obrigada!
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