hantavirose - Hospital de Clínicas/UFPR

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NOTA SOBRE HANTAVIROSE
Nas Américas, a hantavirose é considerada uma doença emergente e se manifesta sob
diferentes formas, desde doença febril aguda inespecífica, cuja suspeita diagnóstica é baseada
fundamentalmente em informações epidemiológicas, até quadros pulmonares e cardiovasculares
mais severos e característicos. Nesse continente, a hantavirose se caracterizava pelo extenso
comprometimento pulmonar, razão pela qual recebeu a denominação de síndrome pulmonar por
hantavírus (SPH). A partir dos primeiros casos detectados na América do Sul, foi observado
importante comprometimento cardíaco, passando a ser denominada de Síndrome
Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH).
RESERVATÓRIOS - Os hantavírus possuem como reservatórios naturais alguns roedores
silvestres que contaminam o ambiente, eliminando o vírus pela urina, saliva e fezes. O homem,
que parece ser a única espécie a adoecer, se infecta, principalmente, por meio da inalação de
aerossóis formados a partir de secreções e excretas dos roedores silvestres. Outras formas mais
raras de infecção: ingestão de água e alimentos contaminados; per-cutânea, por meio de
escoriações cutâneas ou mordeduras de roedores. Interpessoal descrito somente na Argentina e
Chile.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO – Em média, 2 semanas, com variação de 3 a 60 dias.
SINTOMAS - Na fase inicial, febre, mialgias, cefaléia, dor lombar, dor abdominal e sintomas
gastrointestinais, e na fase cardiopulmonar, febre, dispnéia, taquipnéia, taquicardia, tosse seca,
hipotensão, edema pulmonar não cardiogênico, com o paciente evoluindo para insuficiência
respiratória aguda e choque circulatório.
TRATAMENTO – Os casos suspeitos devem ser imediatamente transferidos para hospital com
unidade de terapia intensiva. O paciente deve ser transportado em condições que assegurem a
estabilidade hemodinâmica e os parâmetros ventilatórios adequados, com oxigenoterapia e
acesso venoso, evitando-se a administração excessiva de líquidos por via endovenosa e
observando se as normas de biossegurança.
ALERTA – Alertamos os serviços de Vigilância em Saúde e Assistência que as infecções por
Hantavírus podem ocorrer o ano todo, porém devido a fatores ambientais, biologia e espécies de
roedores silvestres que ocorrem no Paraná, estas infecções aumentam nos meses de setembro a
dezembro. Até a presente data, foram confirmados oito casos sendo 3 com evolução para óbito.
Registramos que pela primeira vez houve a confirmação de um caso na 8ªRS – município de
Barracão. Ainda em investigação um caso confirmado em Maringá.
VIGILÂNCIA EM SAÚDE - Objetivos: Detectar precocemente os casos e surtos; conhecer a
história natural da doença e a distribuição geográfica dos hantavírus; identificar os fatores de
risco, espécie de roedores reservatórios e tipos de vírus circulantes; estudar as tendências da
doença; propor e implantar medidas de prevenção e controle.
PESQUISA ECO EPIDEMIOLÓGICA – A Secretaria Estadual de Saúde possui uma equipe de
técnicos capacitados e equipamentos para realizar captura de roedores silvestres em conjunto
com a equipe do Instituto Carlos Chagas/Fiocruz/PR. Já foram realizadas várias pesquisas em
municípios com ou sem registro de casos humanos para identificar o perfil epidemiológico dos
roedores silvestres. Um fator relevante detectado nas capturas deste ano foi a quantidade
de roedores silvestres bem como a diversidade de gêneros, indicando facilidade na
procriação e dispersão, aumentando assim o risco de contaminação.
HANTAVIROSE, DISTRIBUIÇÃO DE CASOS, PARANÁ, 1992, 1998 a 2015*
RS DE
OCORRÊNCIA
CASOS
ÓBITOS
LETALIDADE
1ª RS
2ª RS
3ª RS
4ª RS
5ª RS
6ª RS
7ª RS
8ª RS
10ª RS
11ª RS
20ª RS
RS ignorada
TOTAL
2
19
3
46
56
92
22
1
11
2
1
1
256
0
8
1
13
21
34
11
0
4
0
0
0
92
0%
42%
33%
28%
37,5%
37,0%
50%
0%
36%
0%
0%
0%
0
2
0%
40%
Outro Pais
1
Outro Estado
5
Fonte:Epiifo/96 e SINANNET
* dados até 21/09/2015
LINKS IMPORTANTES:

http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_vigilancia_prevencao_controle_hantavi
roses.pdf

http://bvs1.panaftosa.org.br/local/file/textoc/Roedores_2008.pdf
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