ABSENTEÍSMO E O DESPERDÍCIO DE RECURSOS NO SUS Alander Nadotti¹, Alvaro Henrique Verdim Porta¹, Amanda Bomfim Andrade¹, Ana Beatriz Tótoli Soares¹, Ana Carolina de Andrade Freitas¹, Ana Laura Quirino de Lima¹, André Seidi Kamogari Nakamura¹, Antônio Carlos Pizani Júnior¹, Antônio Landolffi Abdul Nour¹, Ariel Lemos Dias¹, Samára dos Santos Sampaio², Daniela Santos de Lourenço Pereira², Aldaísa Cassanho Forster³ ¹Graduando do 1º ano do curso de Medicina da FMRP-USP. ²Mestranda do Programa de Pós-graduação em Saúde na Comunidade da FMRP-USP. ³Docente da disciplina Atenção a Saúde na Comunidade I do curso de Medicina da FMRP-USP. Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Unidade Saúde da Família Prof. Dr Breno J. Guanais Simões - NSF 1 INTRODUÇÃO E OBJETIVOS O absenteísmo dos pacientes agendados às consultas médicas acarreta em custos para o sistema público de saúde, distúrbios na organização da agenda médica e falta de disponibilidade para novos pacientes (devido a horários desperdiçados com faltas). A situação de faltas às consultas médicas foi apontada como um problema do Núcleo de Saúde da Família I Prof. Dr. Breno J. G. Simões pela equipe de saúde. Assim, os graduandos do 1º ano da FMRP-USP em estágio da disciplina RCG 0122- Atenção à Saúde da Família I foram solicitados pela equipe para estudar quais os problemas que geram essas faltas. Este estudo tem como objetivo Estudar o problema das faltas às consultas médicas agendadas. MATERIAL E MÉTODOS O levantamento das faltas nos últimos seis meses, janeiro a junho de 2016, foi feito na agenda dos médicos de família do NSF 1. Os pacientes foram estudados quanto a faixa etária e sexo. A Unidade conta com quatro médicos de família e comunidade, sendo uma médica contratada e três médicos residentes do Programa de Residência de Medicina de Família e Comunidade, um do 2º ano e dois do 1º ano. Os pacientes que faltaram no mês julho de 2016 foram entrevistados em suas residências e quando ausentes no momento da visita, foram entrevistados por telefone. Para a entrevista elaborou-se um formulário com questões fechadas para saber os motivos das faltas e se o paciente havia avisado à equipe que iria faltar e solicitado a remarcação da consulta para outra data e horário. RESULTADOS Tabela 1: Dados das consultas médicas de Janeiro a Julho de 2016 do NSF 1 Gráficos 1: Evolução das faltas nas consultas médicas de Janeiro a Julho de 2016 do NSF 1 Gráficos 2: Motivo das faltas nas consultas médicas em Julho de 2016 no NSF 1 Figura 3 : Lembrete para o cartão do usuário confeccionado na disciplina ASC I do primeiro ano de Medicina O NSF1 realizou uma média mensal de 150 consultas médicas agendadas (excluídos os faltosos) e 240 consultas de demanda espontânea. Os pacientes de demanda livre passam por acolhimento realizado pela equipe de enfermagem (dois auxiliares de enfermagem e uma enfermeira), que resolve uma parte da demanda e aqueles com necessidade de assistência médica são atendidos pelos internos (quintanistas), médicos residentes e a médica contratada. O absenteísmo nos seis meses variou de 10 a 20% das consultas agendadas. Verificou-se entre os pacientes os motivos pelos quais faltaram no mês de julho: mudança de endereço, esquecimento da data e horário da consulta, procura de atendimento em outro serviço de saúde, imprevisto de última hora sem possibilidade de avisar o NSF1, dificuldade para ir ao serviço e outros motivos. CONCLUSÕES O absenteísmo é um fenômeno de multicausalidade, afeta tanto os profissionais, quanto os usuários e a gestão do serviço. Na estratégia de saúde da família é um tema preocupante porque gera ociosidade na assistência e perde oportunidade de atender outras pessoas que demandam o serviço. No estudo algumas propostas de intervenção com base nos dados coletados foram realizadas, como a confecção de lembretes no cartão da família e cartazes no NSF 1 quanto a importância da remarcação da consulta quando não conseguir comparecer. Faz-se necessário a equipe lançar estratégias, como por exemplo, o aumento de visitas domiciliares dos agentes comunitários de saúde para orientações sobre a remarcação das consultas. BIBLIOGRAFIA Brasil. Ministério da Saúde. Acolhimento à demanda espontânea. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – 1. ed.; 1. reimpr. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. Figura 1: Prontuários dos pacientes Figura 2: Questionários para coleta de dados